Minecraft. A Origem Das Trevas escrita por Hermes JR


Capítulo 28
O Ferreiro Hans


Notas iniciais do capítulo

"-Muita sorte a vocês nessa jornada, que as estrelas os guiem e que Notch esteja sempre ao lado de vocês!"



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Todos podiam ter muita coragem, experiência, força de vontade. Podiam saber manejar uma arma e como enfrentar monstros, mas tinha algo que estava em falta, e era dinheiro. O pouco que tinham havia sido gasto para pagar a humilde estadia deles, e agora estavam praticamente com os bolsos vazios, a não ser por três moedas de ouro e uma de prata, que foi o máximo que conseguiram juntar. A única saída que tinham era trocar o que já tinham pelo o que precisavam, o que na verdade não era uma alternativa, já que tudo o que eles levavam era necessário para a jornada.

Água foi o que eles conseguiram mais facilmente, até mesmo porque não é muito difícil encontrá-la. O dono da pousada que eles ficaram fez questão de oferecer um café da manhã a eles e lhes deu água o bastante para que pudessem encher todas as garrafas e cantis que tinham, além de conseguirem aumentar seu estoque. Isso era um ponto a mais a eles, levando em conta que agora não precisavam se preocupar com água.

Agora tinham que arrumar mais comida, e provavelmente o dinheiro que possuíam podia dar para uma quantidade razoável de suprimento. Outro ponto que tinham que resolver era as armas que tinham, pois suas pobres espadas de madeira não aguentariam muito mais do que um dia no estado em que se encontravam. Steve e Dave tinham a vantagem de terem espadas mais resistentes, então não precisavam se preocupar com isso, porém, o mesmo não se aplicava aos outros.

Encontraram na aldeia uma espécie de feira, onde os humildes camponeses vendiam os excedentes de suas produções , além de comidas como pães e bolos caseiros. Eles conseguiram comprar de uma senhora pães por um valor muito pequeno, e a mesma pareceu não se importar. Compraram carne seca e uma quantidade menor de alimentos mais perecíveis, e então o pouco do dinheiro que tinham se esgotou.

Ainda tinham a necessidade de trocar as armas que carregaram. Perguntaram pela aldeia se havia alguém na aldeia que produzia armas, e lhes foi indicado o ferreiro Hans. Foram informados de que a casa dele se encontrava no final de Lua, e era facilmente reconhecida por sua estrutura bem característica.

Encontraram a casa logo depois e bateram a porta.

–Alô? Tem alguém aí? –Nicko perguntou enquanto batia a porta.

A porta foi aberta abruptamente por um homem alto e robusto, com as mãos grossas e machucados espalhados por todo o corpo. Certamente era o ferreiro Hans e aqueles machucados já entregavam as consequências do seu árduo trabalho.

–Pois não. –Ele disse com sua voz grave.

Ele tinha cabelos loiros bem ralos, e aparentava ser um homem mais velho, pois havia uma falha que indicava que logo ele seria careca. Tinha feições sérias com destaque para seus olhos verdes e sua barba mal feita. Era musculoso, nada em excesso, e repetindo, alto.

–Estamos à procura do ferreiro Hans. –Nicko respondeu.

–Ele mesmo. –O homem respondeu e abriu a porta de uma vez revelando o interior de sua casa. –Desejam alguma coisa? Alguma encomenda... –Ele se virou de repente e entrou em uma porta e sumiu.

Todos se entreolharam, mas logo ele voltou, trazia uma prancheta à mão:

–Bom... Parece que não tenho nenhuma encomenda para o dia de hoje... –Ele coçou o queixo. –Certeza que vocês...

–Na verdade não encomendamos nada mesmo. –Marty o interrompeu, poupando-os de um longo mal entendido. –Viemos atrás de espadas ou arcos... Precisamos de armas, e supomos que você, como ferreiro, deve ter feito algumas.

O homem ficou parado com a prancheta na mão encarando aquela extensa turma de nove pessoas, todos com cara de exaustão, levando pesados equipamentos e armas num péssimo estado.

–Tudo bem então... Entrem, vou mostrar o que eu tenho. –Disse.

Todos entraram e ele fechou e a porta.

–Só não vou ter muita variedade, geralmente as pessoas encomendam antes de vir buscar. –Ele disse.

–O que é isso querido? –Uma voz feminina veio de algum cômodo da casa.

–Clientes querida. –Hans respondeu.

–Mas hoje não há encomendas. –A mulher respondeu.

–Eu sei, mas eles vieram ver algumas espadas. –Disse.

A mulher apareceu numa porta então. Era muito magra e vestia pesadas roupas de pele de animal. Seus cabelos negros e desgrenhados estavam presos e ela tinha uma cara de quem acabara de acordar. Ela não disse nada, e entrou para o quarto de novo.

Ignorando o ocorrido, Hans continuou os levando pela casa dele, até chegarem ao maior quarto da casa, que era bastante amplo e era onde ele trabalhava.

–Tenho aqui algumas espadas que eu produzo de forma padrão, não apresentam nada demais. –Ele mostrou um modelo.

–Isso já basta, é o suficiente. –Stuart respondeu.

–Quanto ao valor... –Hans disse logo em seguida. –Bom, posso fazer para você no valor de quinze moedas de ouro cada uma.

Isso foi como um soco em todo mundo. Steve se contraiu numa em seu canto e o chão pareceu sumir debaixo de Marty e Nicko. Stuart tentou permanecer indiferente, mas não pôde conter uma mudança brusca em sua feição.

–Bom... –Stuart tentava engolir a verdade.

–Suponho que vocês tenham o dinheiro, afinal, se não tem, não teriam motivos para virem aqui. –Hans falou, sendo bem curto e direto.

–Então... –Stuart começou.

Eles sabiam que iam ter que contar a verdade uma hora ou outra, que não tinham como pagar por tudo aquilo e esperavam que ele pudesse fazer alguma coisa por eles, já que não estavam numa situação muito boa.

Porém, a mulher de Hans voltou a chama-lo de dentro do quarto. Ela tinha um tom sério na voz e seu marido obedeceu ao que ela pedia.

–Esperem só um instante, por favor. –Ele disse. –Já volto, preciso ver o que minha esposa quer... Podem dar uma olhada nos materiais que tenho aqui.

Ele saiu da vista deles e entrou no quarto. Todos rodaram inquietos o lugar, esperando ele voltar, e Stuart e Steve cochichavam sobre o que deviam fazer, já que não tinham como pagá-lo. Enquanto isso era possível ouvir múrmuros vindos de onde Hans e sua esposa estavam.

Cerca de quase três minutos mais tarde, ele voltou do quarto lentamente. Estava mais sério do que antes e tinha uma expressão séria no rosto. Sua mulher vinha logo atrás dele, não saindo de perto de Hans.

Todos os olhares foram direcionados para o casal, e somente depois de alguns inquietantes segundos, Hans disse:

–Vocês são viajantes, não? –Ele começou a andar e saiu de vez do quarto. –Nunca o vimos aqui em Lua antes.

–Somos sim. –Esmeralda respondeu. –Somos de Colina Nevada.

–Oh, já estive lá uma vez. –Hans disse. –Uma aldeia maravilhosa. –Ele calou-se, e ninguém disse mais nada.

Hans olhou de relance para sua esposa, que sibilou alguma coisa para ele, e com um aceno, ele confirmou, seja lá o que fosse que estavam planejando.

Steve e Esmeralda comunicaram-se do mesmo jeito naquele momento, pois haviam percebido que alguma coisa a mais estava acontecendo ali, e coisa boa não era, como sempre.

–Para onde vocês estão indo? –Hans perguntou.

–Estamos indo para o reino de Hammer. –Esmeralda tratou logo de responder. –Somos comerciantes.

–E precisamos de espadas, o caminho daqui para lá é longo e no nosso mundo não se pode ficar de brincadeira. –Nicko completou.

–Entendo... –Ele disse.

Hans andou lentamente até uma bancada que ficava próxima a uma grande fornalha. Passou a mão por cima de algumas de suas ferramentas e de alguns de seus trabalhos.

–O que vocês vendem? –Ele perguntou.

Ninguém respondeu.

–O quê? –Stuart indagou.

–É, são comerciantes, não? –Ele perguntou, e todos só puderam afirmar aquilo, mesmo sendo mentira. –Então, o que vocês vendem?

Todos trocaram olhares tensos, tentando comunicar-se sem dizer uma palavra, o que no meio daquela confusão, era impossível.

–Os mais variados produtos. –Marty respondeu enfim. –Nada muito específico, quero dizer, vendemos roupas e tecidos, trocamos por outros produtos e assim vivemos. Chegamos até a pegar peças de armaduras algumas vezes.

–Hum... –Hans respondeu simplesmente. –Conheço algumas pessoas assim, há muitas famílias e grupos que vivem assim. Vocês provavelmente já ouviram falar dos Benson, são muito famosos nesse ramo.

Houve aquele típico silêncio que vem logo depois de uma fala de Hans, onde cada um olha perdidamente para o outro decidindo quem é que vai inventar uma desculpa ou uma mentira.

–Sim, sim, já ouvimos falar deles... –Stuart afirmou.

Hans continuava a passar a mão em cima de suas ferramentas. Estava de costas para todos e conversava desse jeito mesmo.

–Que interessante... –Ele falou de uma maneira diferente e arrastada. –Porque não existe nenhum Benson!

Ele virou-se com uma espada em mãos e avançou na direção deles. A esposa de Hans, que estava ainda na porta do quarto, com as próprias mãos, fez todas as portas e janelas da casa se fecharem e se trancarem. Era uma feiticeira.

Em resposta, todos sacaram suas armas e Esmeralda fechou as mãos em um punho, e de repente, assim que ela fez isso, todos os vidros das janelas se quebraram.

–Agora que sabemos que vocês não são nenhuns comerciantes, há duas maneiras diferentes de fazermos tudo isso. –Hans falava sem baixar a guarda. –A primeira seria mais formalmente, mas já a segunda não posso garantir como acabaria, somente que o chão iria ficar muito sujo.

A esposa dele, cuja ninguém sabia o nome ainda, atacou-os quando estavam desprevenidos, fazendo as espadas nas mãos de todos serem lançadas para longe. Steve foi o único que manteve a sua em mãos, por sorte.

A mulher andou então e se posicionou ao lado de seu marido com os braços cruzados, satisfeita com o seu feito.

–Ou então vocês podem nos deixar ir embora e fingir que nada disso aconteceu. –Stuart respondeu. –Sem atos formais ou sangue derramado no chão, assim todo mundo sai feliz.

–Não mesmo. –Hans respondeu. –Vamos esclarecer as coisas aqui, vocês já viram que Katrina não é uma mulher comum, - ficou então subentendido que Katrina era a mulher dele. –e pelo que vemos a garota ruiva com vocês também não, então vocês sabem o que ela é, e não vão querer brincar com minha mulher. Não sabemos para onde vão ou o que querem, mas um grupo desse tamanho indo para qualquer lugar tem alguma coisa errada.

–E não tem nada a ver com você. –Stuart retrucou. –E se nos deixar ir, nada mais precisa acontecer.

–Agora já é tarde. –Katrina que respondeu dessa vez. –Lamento dizer, mas vocês entraram na casa errada e mexeram com as pessoas erradas.

–Então podem ir falando logo. –Hans finalizou.

A fim de evitarem mais problemas, decidiram contar logo a eles o que tinham em mente, mesmo que estivessem em vantagem numérica, era melhor evitar que alguém se ferisse. Não disseram tudo até os mínimos detalhes, até mesmo porque não deviam nada a eles, mas contaram um pouco do plano deles.

A história claramente soaria insana e ridícula para qualquer pessoa que não tivesse passado pelo o que eles passaram, ou visto o que eles viram, porém, a reação do casal foi bem diferente do que eles pensavam.

Hans, que estava com a espada empunhada desde aquele momento, finalmente a baixou, sereno. Katrina suspirou tristemente, e com um gesto, todas as portas e janelas das casas foram destrancadas.

–Quer dizer que... –Hans falou. –Vocês também estão atrás dele?

–Do homem dos olhos brancos? –Bruce indagou, dizendo cada palavra lentamente para ter certeza de que não ouvira errado.

Hans balançou a cabeça afirmando.

É desnecessário dizer que mais uma vez eles trocaram olhares confusos, pois tinham certeza de que eram os único em Collingunt que sabiam sobre ele.

–Já que estamos do mesmo lado, por que não nos contam mais sobre como conhecem ele? –Esmeralda perguntou.

A história que ouviram foi realmente muito além do que eles imaginavam. Como já era do conhecimento deles, o homem dos olhos brancos andava recrutando alguns capangas por todas as terras de Collingunt, aumentando assim seus aliados. E o que aconteceu foi que ele se apresentou para Hans e sua família.

–Já era tarde da noite. –Hans disse com o olhar vago. –Estava nevando e eu estava limpando minhas ferramentas, me preparando para dormir...

–Hans já sabia tudo sobre mim, inclusive sobre eu ser uma feiticeira. –Katrina continuou. –Foi difícil ele aceitar, mas nos casamos mesmo assim e vivemos durante anos felizes.

–Enfim, tivemos um filho, e ele também nasceu com o dom de sua mãe e se tornou um feiticeiro com os ensinamentos de Katrina. –Hans explicou. –Nunca revelamos a ninguém nossos poderes, vivíamos em paz.

–Até aquela noite, quando aquele maldito homem apareceu...

–Foi uma desgraça, ele falava sobre poder e dominação. Disse que o fim era inevitável, a menos que nos juntássemos a eles, assim seríamos poupados de tudo que estivesse prestes a acontecer.

–Ele prometeu maravilhas, mas claro, sem deixar que seu tom ameaçador desaparecesse de sua voz. –Katrina falou esfregando suas mãos, nervosa.

–Era tudo muito tentador, mas sabíamos que havia muito mais por trás daquilo do que simplesmente o que ele estava nos dizendo. –Hans continuou. –Então recusamos tudo.

–E ele virou um demônio... –Katrina disse.

–Literalmente? –Nicko indagou.

–Não... –Ela respondeu. –Mas chegou muito perto.

–Sorte a de vocês, pois nós já esbarramos com o demônio dele, literalmente.

–O poder dele era inacreditável... –Hans continuou sua história. –Num piscar de olhos a casa inteira já havia sido consumida por chamas, tudo estava indo abaixo... Foi tudo destruído...

–Mas, como se não fosse o bastante, antes de partir, ele resolveu deixar uma lembrança...

Não precisavam de muita coisa para ligarem os pontos, afinal, a ausência do filho deles ali já havia sido notada a bastante tempo.

Tentando conter as lágrimas inutilmente, Hans seguiu:

–De tantas coisas que ele podia ter feito... Tinha que levar logo meu filho... Meu querido filho!

–Reconstruímos nossa vida e tentamos esquecer aquela noite, mas é claro que não dá... Anos mais tarde, dois feiticeiros vieram até Lua para nos matar... Por sorte conseguimos sair daquelas, mas quem garante que mais não voltarão?

–Não nos culpem, mas desconfiamos de vocês assim que Katrina sentiu a aura mágica da garotinha ruiva aqui dentro de casa. –Hans explicou. –Temos muito medo ainda de que algo venha a acontecer...

Tudo ali estava acontecendo muito rápido, eles queriam somente tentar comprar algumas espadas, mas estava tudo indo muito além do que eles esperavam.

Esmeralda puxou Steve pela mão e os dois se aproximaram do casal, ficaram bem próximos e ela disse num tom de voz relaxante, que faria até o leão mais feroz se acalmar:

–Não se preocupem quanto a isso, estamos todos do mesmo lado nessa batalha, somos amigos e vamos até o fim para colocarmos um ponto final nessa história. Não importa o preço que paguemos, vamos conseguir.

–Esse homem está planejando algo maior do que já sabemos, e quanto mais pudermos evitar, melhor. –Steve ajudou.

–Vocês podem vir com a gente se quiserem, apesar de que nossa turma já está meio... Extensa... Ou então, podem nos emprestar uma espada, duas, o que puderem. Devolvemos assim que pudermos, mas, por favor, nos ajudem.

Hans encarou a espada que tinha em mãos, a mesma que antes havia sido usada para ameaçar Steve e seu grupo. Ela reluzia em sua mão e seu reflexo tristonho também podia ser visto estampado na lâmina.

Antes de eles decidirem o que iriam fazer, Esmeralda fez questão de lhes contar agora toda a história deles, em mínimos detalhes. Ela falou desde o momento em que vivia escondida em Téfires, procurando por pistas, até quando conheceu Steve e Bruce e fugiram do reino logo após terem lutado contra o demônio de chamas. Contou tudo até o momento que chegaram ali, disse que era uma princesa e que estava sendo perseguida pelo exército do seu próprio reino. Steve ajudou-a com seus relatos e sobre quando foi possuído, e que agora provavelmente o homem dos olhos brancos andava por aí com seu corpo. Marty e Stuart contaram que, mesmo ambos nunca tendo encontrado cara a cara ele, queriam a cabeça dele tanto quanto seus companheiros. Steve ainda disse o que tinham em mente e o motivo pelo qual estavam indo a Hammer.

Tudo isso levou cerca de quase uma hora, e os relatos que iam e viam somente serviram para mostrar ao casal que esse tal homem que tirara a vida do filho deles não era qualquer um.

–Poderíamos ir com vocês. –Hans disse no final. –Mas é tudo muito arriscado, e acho melhor ficarmos por aqui mesmo. Eu e Katrina vamos nos cuidar. Quanto às armas, posso oferecer a vocês tudo do bom e do melhor que eu tenho aqui.

–E não se preocupem em devolver. –Katrina continuou. –Desde que sejam bem aproveitadas, já estarão pagando mais do que o suficiente.

Hans se levantou e entregou uma espada a cada um. Todos receberam espadas novas, e Marty e Bruce ganharam arcos e flechas da melhor qualidade. Dave recusou uma nova, pois afirmava que a sua já lhe agradava e estava em boa qualidade. Adália não pegou uma também alegando que não conseguiria manejá-la, já Steve recusou por manter-se fiel com sua espada de pedra.

–Tenho uma trágica e fatal história com essa espada, não abandoná-la, o legado dela comigo é maior. –Disse.

Até mesmo Esmeralda ganhou uma espada. Além de armas, os dois ofereceram alguns poucos suprimento, e eles aceitariam, pois certamente seria de grande ajuda na viagem, ainda mais pela quantidade de pessoas que estavam.

Já na saída, antes de partirem, Hans e Katrina desejaram sorte a todos:

–Muita sorte a vocês nessa jornada, que as estrelas os guiem e que Notch esteja sempre ao lado de vocês! –Katrina disse sorrindo enquanto estava abraçada ao seu marido.

–E não se esqueçam, quando a guerra final chegar, já sabem onde procurar por ajuda! –Hans completou.

–Se houver uma. –Esmeralda disse acenando.

–Todos esperaram que não, mas ninguém sabe o dia de amanhã! –Hans respondeu por fim.

E assim eles partiram, deixando para trás a aldeia de Lua, Hans e Katrina.

* * *

A próxima parada deles onde poderiam dormir normalmente seria apenas depois da cadeia de montanhas de Kellvington. Seria lá a parte mais complicada da jornada, onde poderiam ser perder facilmente, serem atacados facilmente, ou não aguentarem o frio, que com certeza aumentaria. Ou seja, a chance de morrerem, que já eram altas, simplesmente ficou maior.

Dave continuou com eles, mesmo que o tempo que ele falou que ficaria já tivesse passado do limite há tempos. Ninguém reclamou, porém. Ele podia ser odiado por todos, mas estava sendo de grande ajuda nas horas em que a situação ficava difícil, além de que sua presença era quase neutra, ele estava sendo tão discreto que ninguém o percebia.

Caminharam por um dia e acamparam numa caverna que encontraram. Agora que estavam chegando perto das regiões montanhosas, o número de cavernas começava a aumentar, o mesmo acontecia com o frio.

No dia seguinte, seguiram normalmente. Encontraram as rotineiras criaturas pelo caminho e as exterminavam rotineiramente, como de costume. As espadas novas estavam fazendo seu trabalho muito bem.

Chegaram à entrada da cadeia de montanha de Kellvington um pouco antes do por do sol.

–É melhor procurarmos uma caverna dentro de Kellvington. –Esmeralda sugeriu. –Não deve demorar muito até acharmos uma.

–Então vamos logo, antes que anoiteça. –Nicko falou, e adentraram.

Mal sabiam que lá dariam de cara com outra situação mais estranha ainda, e que conheceriam uma pessoa que não teriam como saber se era amigo ou inimigo.


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