Minecraft. A Origem Das Trevas escrita por Hermes JR


Capítulo 26
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Notas iniciais do capítulo

"-É possível superar tudo, acredite, até mesmo quando você acha que não vai conseguir continuar mais."



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Antes mesmo de o Sol nascer eles já estavam preparados para partir, haviam pegado o máximo de comida e suprimento que podiam, deram um jeito de dividir o bastante para que cada um não carregasse muito peso e somente estavam esperando o dia começar de verdade para seguirem, afinal, ainda podia haver criaturas vagando pelas sombras daquela manhã gelada que só havia começado.

As armas que eles tinham dividiram entre todos. Steve ficou com sua nova arma habitual, a espada de pedra, mesmo que ela trouxesse más lembranças e tristes pensamentos, ele não se sentia na posição de deixar aquela arma, não pelo menos com o que havia ocorrido com ela e com ele.

Já as espadas de madeira, que era o que eles tinham no momento, a única pessoa que não ficou com uma foi Esmeralda, pois ela entregou a sua a Adália, mesmo que ela insistisse que não havia necessidade de ela portar uma arma pois não sabia manejá-la. Esmeralda foi indiferente em relação aos comentários de Adália e lhe entregou a espada mesmo assim, dizendo que qualquer coisa poderia recorrer à magia para se defender.

–Somente repassando. –Esmeralda disse nos minutos finais antes de partir. –Todos já estão bem informados do que iremos fazer daqui para frente? –Todos assentiram afirmativamente, com exceção de Stuart e Steve que estavam num canto distante da pequena casa, em silêncio. –Tudo bem, não podemos nos dispersar demais, devemos ficar sempre o mais próximo possível um dos outros e evitar comer além do necessário, pois nosso estoque é escasso.

–E quanto ao caminho, seguiremos o que está no mapa. –Steve disse sereno e todos os olhares se desviaram para ele. –Como Esmeralda disse antes, pode não estar completamente certo, mas é a nossa melhor fonte e vamos seguir ele nos mínimos detalhes.

–E iremos reforçar nossos suprimentos e armamentos em nossa parada na aldeia Lua. –Esmeralda continuou. –Mas como não temos certeza de que iremos encontrar tudo o que necessitamos lá, volto a dizer, temos de ser cuidados com o que é nosso.

Eles repassaram as instruções e tudo o que deviam fazer e alguns minutos mais tarde, Stuart estava trancando a porta da sua casa e escondendo a chave para que eles partissem.

Dessa vez eles foram mais práticos, não houve demora nem nada, assim que decidiram que iam partir, foram de uma vez, e não ficaram nem mais um minuto para aproveitar os últimos momentos em Colina Nevada, que não voltariam a ver tão cedo.

O silêncio reinava no meio deles, queriam poder falar alguma coisa, só não tinham muita coragem para falar, estavam todos ansiosos demais e agitados por dentro para poderem se distrair com uma conversa. Em contrapartida, eles teriam ainda muito tempo para conversarem, dado que eles iam demorar realmente bastante tempo até chegarem a Hammer.

Esmeralda ia à frente com Stuart e Marty, os três analisavam o mapa e guiavam os demais, até mesmo porque eles eram os únicos que entediam de verdade o que o mapa dizia.

Num certo momento Bruce se aproximou de Steve e falou:

–Tem tempo que a gente não tem uma conversa só entre a gente.

–E como. –Steve concordou. –Desde que eu parti atrás de Esmeralda eu não o vi mais.

–Pelo menos foi encontrou-a, e conseguiu fugir de Téfires, soube um pouco do que aconteceu. –Disse. –Realmente assustador pensar em todos aqueles soldados...

–Mais assustador ainda foi ter que fugir deles, acredite, aquilo que passamos antes não chega nem perto.

Bruce não respondeu. Seu humor havia melhorado desde o momento em que eles chegaram, mas ainda era clara sua cara de tristeza pela perda de sua casa.

–Olha Bruce... Eu sei que você está meio triste com o que aconteceu com sua casa...

–Vamos evitar falar disso... –Ele interrompeu. –Tenho que tentar esquecer isso, senão nunca mais vou poder dar um sorriso.

–É possível superar tudo, acredite, até mesmo quando você acha que não vai conseguir continuar mais. –Steve deu palavras de apoio. –E você e Adália conseguiram escapar vivos, isso é ótimo, podia ter sido pior, tente ver as coisas com um lado positivo.

–Realmente, estamos vivos...

Bruce calou-se por um tempo pensando e logo voltou a falar:

–Steve, eu fico somente pensando naquele momento que eu te conheci, foi tão... Estranho.

–Acho que estranho não é o bastante para definir o que aquilo foi.

–Passamos por tanta coisa desde então... Seus primeiros dias em Colina Nevada foram os dias mais agitados que aquela aldeia já passou.

–Foi um turbilhão de confusão, tudo em menos de um dia... No mesmo que eu cheguei já foi uma confusão extrema...

–E como. –Bruce se calou novamente e chutou uma pedrinha enquanto andava, e ela saiu rolando para longe. –O ponto em que eu quero chegar é que eu mudei bastante desde que eu encontrei você...

Steve dirigiu seu olhar para Bruce, que tinha as feições muito sérias.

–O que quer dizer com isso? –Perguntou.

–Quando você me conheceu eu era... Desastrado, medroso, desengonçado, atrapalhado... Não que eu ainda não seja isso, é só que eu tive que me tornar uma pessoa diferente depois de tudo o que eu passei com você.

Steve continuava encarando-o, claramente perdido nas palavras de seu amigo.

–Steve, lutamos juntos contra monstros, vimos soldados morrerem, fomos presos, fugimos de um exército, demos de cara com um demônio gigante, destruímos um ninho de Creepers e você foi possuído... Depois de tudo isso, é impossível você não mudar um pouco sua filosofia de vida...

Steve nunca havia parado para observar, mais era verdade. Quando ele conhecera Bruce tempos atrás, ele era um garoto atrapalhado e sem jeito, completamente espontâneo e medroso. Quando eles enfrentaram os Endermen em Colina Nevada e as Aranhas a caminho de Téfires Bruce havia sido completamente atrapalhado e sem jeito, mas já quando eles enfrentaram o homem de olhos brancos no ninho ele estava muito mudado, mesmo que ainda se mostrando amedrontado, afinal, não havia como não ficar na situação deles. O caso era que ele havia amadurecido mesmo, as circunstâncias o obrigaram, e Steve percebeu que sentia falta daquele garoto que ele era quando o conheceu, aquele cujo ele se referia como Sr. Óbvio. Havia muito tempo que ele não pensava nesse apelido.

–E agora toda essa trama que estamos envolvidos, - Continuou. –minha cabeça é incendiada, eu já não tenho mais pais para ter onde procurar apoio... Eu tive que muda muito rápido, e isso não me agrada nem um pouco.

–Bruce... –Steve estava muito perdido. –Não fique assim... Você é um homem forte, cedeu sua casa quando eu precisei, assim como fez por Esmeralda e Adália, lutou ao meu lado, defendemos um ao outro... Ambos somos órfãos e eu sei como essa dor é, aquela que sai lá do fundo da nossa mente e nos domina por inteiro, fazendo com que tudo a nossa volta pareça somente uma simples ilusão...

–Acho que a vida exige demais de nós dois...

–Alguns carregam fardos mais pesados que outros...

Eles seguiram caminhando juntamente com todos, num silêncio tipicamente desconfortável que atinge esses tipos de situação desconfortáveis. Cada passo dado ecoava como se estivessem numa sala extensa e vazia, e a respiração pesada dos dois devido ao clima que ia ficando cada vez mais frio só piorava.

Numa tentativa de criar uma conversa agradável e limpar a mente dos dois do que haviam conversado, Steve comentou:

–Pelo que vimos só irá ficar mais frio conforme avançarmos, e o clima só irá esquentar logo que passarmos as montanhas.

Bruce, porém, continuou a conversa diferentemente:

–Steve... Acho que preciso falar uma coisa...

–Como assim você acha? –Indagou.

–Bom... É uma coisa sobre mim, mas eu não sei ao certo o que fazer, e como amigo mais próximo meu, acho que preciso de um conselho seu...

–Tudo bem... Pode falar. –Estava inseguro.

–Depois que você partiu, bem... Não sei como dizer isso... –Pela primeira vez Bruce sorriu e riu naquela conversa. –Bom... Rolou algumas coisas bem especificas entre mim e Adália, se é que você me entende...

Steve sorriu também. Definitivamente não esperava nada daquilo. Deu um tapa nas costas de seu amigo e falou:

–Bruce, Bruce... Quem diria... E o que exatamente você quer de mim?

–Eu não sei ao certo o que devo fazer agora... Se devo falar com ela de vez o que eu sinto, ou se eu... Não sei, por isso que quero sua ajuda.

Steve teve que pensar muito antes de responder. Ele certamente não era a pessoa mais apropriada para aquilo, levando em consideração que ele também estava muito perdido no que se referia aos seus sentimentos em relação a Esmeralda.

–Olha Bruce... –Começou- Acho que se você realmente gosta dela, não tem motivo pata você não fazer logo isso, afinal, nossas vidas são muito instáveis, como você mesmo disse... E Adália é uma boa garota, sei que ela vai estar ao seu lado o tempo todo e vai te dar todo o apoio possível... Acho que não posso dizer mais do que isso.

–Obrigado... Mas você somente confirmou o que eu já pensava, e acho que é isso mesmo que eu devo fazer, não há porque não.

–Boa sorte...

–Muito obrigado...

Eles seguiram logo depois disso, distraídos e com um tema mais relaxante em mente, puderam enfim ignorar os tantos problemas que os rondavam e conversar como amigos normais.

Steve, porém, no fundo da sua mente pensava do que acabara de dizer. Se achava um hipócrita e se repudiava por isso, não sabia como dissera aquilo se ele mesmo não fazia alguma coisa em relação a Esmeralda. Gostava dela, e tinha de admitir, mas ao mesmo tempo não sabia se devia dizê-la isso, qual seria a reação dela?

Estava feliz, entretanto, pelo fato de que no meio de toda essa loucura alguém conseguiria se sair bem e feliz, e do fundo do seu coração e com todo sinceridade ele desejava toda a sorte possível para os dois.

Seguiram o trajeto durante todo o resto do dia. No meio do caminho de depararam com um Creeper desafortunado, que foi claramente trucidado, não tinha a menor chance de se defender contra todos eles. Foi o único imprevisto que ocorreu até o anoitecer.

Quando o Sol estava para se por no horizonte e eles procuravam por um abrigo para passarem aquela noite, perceberam uma movimentação estranha ao longe. Dentre os pinheiros ouviram barulhos que pareciam ser passos, e vinham bem depressa.

–Os monstros já estão à solta? –Stuart sacou sua espada. –Mas nem anoiteceu ainda!

–Podem ser alguns lobos famintos que sentiram nosso cheiro. –Esmeralda respondeu. –E agora estão vindo para o jantar.

–Eu realmente espero que não seja nenhum dos dois. –Marty sacou sua espada de madeira também.

Eles ficaram em estado de alerta, com as espadas em punho e virados para todos os lados possíveis. Esmeralda não tinha nenhuma arma, mas suas mãos emanavam uma energia que seria capaz de destroçar qualquer monstro.

O vento gelado uivava conforme os passos iam ficando mais alto. O frio ia ficando mais intenso, mas eles se recusavam a mexer um músculo até terem certeza do que teriam de enfrentar.

Quando pensavam que o pior ia acontecer, de dentro dos pinheiros e de suas densas sombras, uma pequena e frágil figura saltou desesperada.

Stuart estava para desferir um ataque, por puro instinto, mas foi impedido por Steve que bloqueou seu ataque com sua espada de pedra.

–Espera! –Ele gritou. –Não ataquem!

Stuart cambaleou parar trás um pouco atordoado pelo impacto da defesa.

–Quem é esse garoto? –Esmeralda questionou.

–Fred! –Steve exclamou. –O que você está fazendo aqui?! Como veio atrás de nós.

O pequeno Fred deu alguns passos até cair sentado no chão, ofegante. Arfando, ele respondeu:

–Ele ainda está atrás de mim... –Respondeu sério. –Ele sabe que eu vi tudo...

Todos trocaram olhares nervosos e desconfiados. Esmeralda era a única pessoa que não havia visto Fred ainda, pois praticamente todos que habitavam Colina Nevada tinham conhecimento do pequeno garoto que habitava lá.

Fred olhava para os lados freneticamente.

–Quem está atrás de você? –Steve se ajoelhou ao lado dele.

–Da... Da... Dave... –Fred respondeu simplesmente.

Steve lançou um olhar a Bruce, que retribuiu franzindo a testa e dando de ombros.

–E por que Dave está atrás de você? –Steve continuou, todos estavam calados para ouvir o garoto falar.

–Eu não sei direito, o vi e Roger conversando mais cedo e depois, depois daquilo que aconteceu... O fogo... Dave tinha me visto também, ele contou para o Roger, e aí ele pediu para ele me pegar e não deixar que eu contasse a ninguém o que vi, que era para me levar direto para ele...

A explicação foi muito vaga e confusa, mas das palavras do garoto amedrontado ele pôde deduzir algumas poucas coisas.

–Espera um pouco aí... –Pensava. –O que você quer dizer com isso Fred? Foi Dave que incendiou a casa de Bruce?

Fred assentiu com a cabeça.

–Porque Roger mandou... –Explicou

Nicko se aproximou e se ajoelhou do lado de Steve.

–Mas por qual motivo Roger queria isso? –Perguntou. –Como você sabe que foi ele quem começou tudo isso?

–Eu moro com Roger... –Iniciou. - Ontem mais cedo... Não tinha nem amanhecido, Roger chamou Dave para ir lá e eles tiveram uma conversa séria, eu fingi que estava dormindo, mas lá do meu quanto eu consegui ouvir um pouco do que eles estavam falando.

–E o que eles disseram? –Steve perguntou.

–Roger contou uma história para Dave antes, não sei direito... Envolvia magia e monstros... –Fred disse.

Nesse mesmo instante Steve se virou para Esmeralda, que tinha o olhar sereno e fez um sinal para que ele prestasse atenção na história do garoto.

–Ele disse que aquela história de um demônio ter atacado Téfires foi verdade... –Fred continuou. –E que tem gente malvada por aí, e lá em Colina Nevada tinha alguém assim também...

Steve franziu a testa, o relato do pequeno se tornava mais complicado a cada momento.

–Alguém... Malvado em Colina Nevada? –Steve perguntou para ele.

–Sim, foi o que ele disse a Dave. –Fred respondeu.

–E por que ele atacou Bruce? –Indagou Nicko.

–Roger disse que tinha certeza de que o que ele havia descoberto o levava à casa de Bruce, e então ele pediu para Dave incendiá-la... Parece que a pessoa malvada estava lá, mas eu sei que não estava, o tio Bruce é legal, não é malvado...

Steve se levantou e se afastou do garoto, deixando-o com Nicko.

–Essa história está estranha demais... –Steve comentou para Esmeralda e para o restante. –Roger sabe de mais coisa que imaginávamos, isso pode ser arriscado.

–Eu acho que o Dave vem vindo aí. –Stuart interrompeu-o, apontando para a figura de uma pessoa que vinha caminhando ao longe.

–Isso vai dar problema... –Bruce disse.

Todos esperaram por ele completamente petrificados, ficaram congelados no mesmo lugar enquanto a visão de Dave ia se tornando mais nítida.

Assim que ele os alcançou, logo disse:

–Antes que queiram me apedrejar, espero que saibam direito a história. –Disse sério.

–Oh, com certeza... –Steve retrucou irônico. –Você simplesmente ateou fogo à casa de Bruce e ainda teve a coragem de perseguir um garoto por quase o dia todo!

Dave fincou sua espada no chão e se apoiou nela, ofegando e completamente esgotado.

–Podem pensar o que quiserem de mim, estou pouco me importando para isso, mas acham mesmo que eu vim até aqui só porque Roger queria que eu pegasse esse menino? Não mesmo, posso obedecer algumas ordens, mas tudo tem limites.

–Aonde quer chegar? –Steve continuou.

Dave ergueu-se e ficou frente a frente de Steve.

–Olha, eu sei que você me odeia com todas as sua forças, mesmo assim não vou negar o ódio que sinto por você, mas antes disso, saiba que o que aconteceu, desde o incêndio até aqui não tem nada a ver com nossas relações.

Steve ficou indiferente quanto ao comentário dele, e por isso Dave continuou:

–Devem estar se perguntado o que estou fazendo aqui...

–Vamos direto ao ponto, foi você quem pôs fogo na casa de Bruce? –Stuart o interrompeu.

–Roger confia muito em mim, pelo menos ao que parece. –Dave continuou ignorando o comentário de Stuart. –Então ele me chamou para uma conversa “amigável”, na qual ele quase enfiou uma adaga no meu pescoço caso eu não fizesse o que ele precisava. Ele ficava falando de coisas sem sentido sobre feitiços e aura mágica e tudo o mais, claro que eu não entendi nada, mas quando se tem um homem duas vezes mais forte que você te ameaçando com uma adaga, é bom fazer o que ele pede.

–Na minha casa? Aura mágica? –Bruce indagou. –Do que você está falando? O que é isso?

–Como se eu soubesse também. –Retrucou. –Ele não falou muito mais do que isso, somente disse que vocês eram perigosos e como um homem de alto confiança, ele disse que isso era necessário de ser feito e...

–Sua visita foi tudo uma armação! –Bruce cuspiu as palavras com ódio. –Você nunca muda, eu devia ter desconfiado.

–Sim, fui eu! E você acha que eu me senti bem?! Nem um pouco! Posso não ser a melhor pessoa do mundo, mas não faço coisas que chegam a esse ponto. Está vendo isso?! –Ele mostrou na sua mão um corte grande e profundo. –Isso aqui foi o resultado da minha amigável conversa com Roger! Esse cara está insano, tem alguma coisa de errado com ele, e além do mais, ele está implicado com vocês! Portanto, há uma parte da história que eu ainda não sei, tampouco me importo, só sei que, quando me alistei na tropa, Roger era um homem que ainda tinha sanidade, e isso mudou depois de alguns acontecimentos peculiares com vocês!

Ninguém respondeu, e Steve, perguntou com a voz firme:

–E o que te trouxe aqui?

–Roger soube logo depois que Fred havia presenciado tudo, nossa conversa e o momento em que eu incendiei a casa. Estava mais do que na cara que ele ia dar com a língua nos dentes, então ele exigiu que eu fosse atrás e o trouxesse o garoto. Eu obedeci no começo, mas depois que eu repensei meus princípios, percebi que não devia ser tratado como um escravo assim para um homem como ele.

–E por que chegou até aqui?

–Eu já estava longe, o garoto também. Não podia abandoná-lo no meio do caminho, quem sabe o que aconteceria, além de que eu sabia que vocês saíram com toda essa turma nessa direção, alguma coisa está errada, e Roger está certo em desconfiar de vocês.

–Oh, que lindo, agora ele se importa com o garoto! –Steve disse raivoso. –Dave, eu realmente achei que você era um grande homem quando eu o conheci aquela noite em Colina Nevada. Lutamos juntos para defender uma aldeia toda e hoje não condigo nem olhar na sua cara sem sentir ódio. Seja qual for a verdade, essa sua história não me convenceu nem um pouco.

–Que ótimo. –Dave respondeu simplesmente.

Eles trocaram mais algumas palavras odiosas e de repente Esmeralda chamou Steve e Stuart para longe.

–Ele certamente é bem culpado, mas não podemos simplesmente ignorar o que ele disse. –Disse séria. –Roger falou de magia e aura mágica, está claro que ele sabe de alguma coisa que não sabemos.

–Ele é mais do que pensávamos. –Stuart completou.

–Exatamente, agora pensem, - Ela continuou. –sabemos que o homem dos olhos brancos tem capangas em cada aldeia e reino de Collingunt, e se Roger for um deles? Já pensaram nisso?

–Mas ao mesmo tempo ele pode ser algum feiticeiro oculto que em vez de usar suas forças para o mal as use para o bem. –Stuart disse.

–Também. –Concordou. –Mas tem mais do que isso nessa história, como ele sentiu uma aura mágica na casa de Bruce se eu não estava mais lá? Somente Bruce e Adália estavam lá, e duvido que um dos dois seja um feiticeiro.

Todos trocaram olhares nervosos e pensativos.

–Não podemos descartar a possibilidade de que Roger é mais do que sabemos. –Steve disse.

–Podemos ter certeza disso. –Stuart respondeu.

Esmeralda olhou em volta e disse:

–Não é hora para discutirmos isso, a noite já caiu e daqui a alguns minutos já vai ficar perigoso para nós aqui, temos que ir atrás de abrigo.

–E o que sugere? –Stuart perguntou.

–Bom, Fred vem com a gente. –Steve respondeu. –Disso podemos ter certeza.

–O caso aqui é que os relatos de Dave podem ser importantes para nós ainda. –Esmeralda falou. –Acho que devemos deixar que ele passe a noite conosco, para podemos arrancar o máximo de informações dele.

–Você só pode estar de brincadeira comigo! –Steve disse raivoso.

–Steve, entenda que nossa situação é difícil, estamos atravessando Collingunt e indo para um lugar que nem sabemos se encontraremos lá o que procuramos, sabendo mais dessa história de Roger, que sabe não consigamos alguma pista do que fazer em seguida.

–Quem sabe Dave não seja o verdadeiro capanga. –Stuart cogitou.

–Não mesmo, o máximo que ele fez é manejar uma espada. –Steve balbuciou. Depois de digerir as palavras de Esmeralda, teve que concordar: -Então... É isso, mas não espero mais do que uma noite.

–Sacrifícios tem que ser feitos. –Esmeralda respondeu. –Agora vamos logo atrás de um lugar para passarmos a noite antes que a criaturas apareçam.

–Quem diria... –Stuart disse. –Nossa ideia inicial era de irmos somente nós cinco até Hammer, e agora conseguimos mais quatro companheiros de viagem, e dois deles são um garoto e um idiota completo.

–Essa nossa jornada só está ficando cada vez mais difícil. –Steve chutou uma pedra. –Será que dá para piorar?

Ele não sabia o quanto.


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Notas finais do capítulo

Eu disse que iria postar com menos frequência mas olha que legal, acabei mudando de ideia!! YEY! Enfim, minha outra história lá ficou de lado porque eu achei alguns erros no enredo e acho que ela não ficaria tão boa quanto eu queria que ficasse, acho que eu consigo tirar algo bem melhor de mim mesmo, por isso, deixe para lá. O lado positivo de tudo isso é que agora vou poder voltar a me dedicar 100% a Origem das Trevas de novo! YEY! Enfim, espero ver vocês nos comentários e, como não pode faltar:
See ya!