Minecraft. A Origem Das Trevas escrita por Hermes JR


Capítulo 25
Análise de Mapa


Notas iniciais do capítulo

"O mapa em si era bastante detalhado. O papel velho, amarelado e desgastado eram seus únicos defeitos, mas nada demais. Já os desenhos que o mapa compreendia eram extremamente detalhados. Montanhas, rios, aldeias, reinos, florestas, desertos, tudo isso estava completamente bem especificado nele."



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Eles pretendiam passar aquela noite tranquilamente para que pudessem repor as energias e seguir os próximos dias sem muitos problemas, mas isso claramente não foi possível. Steve esperava encontrar Adália e Bruce e conta-los todas as coisas que haviam ocorrido, boas e ruins, só não esperava encontrar Bruce num estado tão ruim quanto o dele, tendo sua casa destruída e consumida por chamas. Isso claramente não ajudou muito no clima deles e somente tornou a situação deles mais difícil.

Decidiram passar a noite então na casa de Stuart e Nicko. Na casa de Nicko foram somente ele, Steve, Adália e Bruce. Esmeralda ficou com Stuart e Marty. O plano consistia em dormirem a noite e na manhã do dia seguinte partir o mais cedo que podiam. Entretanto, ninguém estava conseguindo se conter e deitar tranquilo para dormir, eram simplesmente muita coisa passando pela cabeça.

Os pensamentos de cada um ia longe, pensavam em chegar logo a Hammer para poderem seguirem com a próxima parte do plano; tinham medo do que podiam encontrar, e tinham mais medo ainda de não encontrarem nada; a distância que teriam de percorrer também afligia-os; sentiam pena e angústia pelo o que acabara de acontecer a Bruce e a Adália; fora sempre desconfiarem de que alguma coisa ainda podia estar para acontecer, afinal, eles estavam procurando por um homem que não sabiam nada, ao mesmo tempo em que ele podia encontrá-los na hora que quisesse.

No quarto de Nicko, deitado no chão, Steve disse baixinho:

–Alguém acordado?

–Aqui... –Bruce respondeu desanimado.

–Eu. –Adália respondeu.

–Todos nós. –Nicko completou. –Acho que vai ser difícil alguém dormir hoje...

–Você não faz ideia... –Bruce retrucou.

–Acho que devíamos ir logo atrás de suprimento, - Steve falou. –Se não vamos dormir mesmo é melhor adiantarmos o que deve ser feito.

Nicko não respondeu no momento, refletiu sobre as possíveis consequências disse e enfim chegou a uma conclusão:

–É... Mas amanhã estaremos completamente acabados e não conseguiremos progredir uma grande distância...

–Naturalmente, mas acho que tempo não é problema, não temos um prazo para chegar lá mesmo. –Steve respondeu. –Pelo menos eu acho que não, não sabemos nem se vamos encontrar o que procuramos lá.

–Realmente... –Disse pensativo. –Então acho melhor irmos à casa de Stuart primeiro para ver se eles podem nos ajudar, caso não tenham dormido ainda.

–Duvido.

–Os chamamos e vamos atrás de comida então. –Disse. –Mas não faça barulho, não quero alertar meus pais.

–Eles sabem que estamos aqui? –Steve indagou já de pé procurando sua espada de pedra.

–Mais ou menos... Avisei-os de que ia passar uma noite aqui e amanhã de manhã já estava partindo.

–Eles não sabem de nós, não é? –Steve concluiu.

Nicko somente assentiu.

–E o que você disse a eles? –Voltou a perguntar. –Que estava indo atrás de pistas de um homem que você nunca viu?

–Não, não mesmo... –Respondeu vagamente, as palavras se arrastavam ao saírem de sua boca. –Acho melhor deixar isso de lado, não é importante mesmo.

–Tudo bem... –Concordou. –Vocês vêm com a gente? –Steve se dirigiu a Bruce e Adália.

–É bom... –Bruce se levantou de sua cama improvisada no chão. –Preciso me revigorar, pegar um ar fresco.

Adália era a única que estava numa cama de verdade, não no chão.

–Eu também, não quero ficar aqui sozinha. –Se levantou. –Além de que preciso saber o que temos pela frente, se vou com vocês...

Saíram sem fazer muito barulho e com armas em mãos, pois já era noite e qualquer criatura podia vagar pela aldeia, mesmo com sua habitual iluminação. Adália era a única que não levava nada.

Esgueiraram-se andando discretamente até a casa de Stuart. Ao alcançarem-na, deram uma espiada na janela e constataram que os três também estavam de pés. Fora isso, Esmeralda, Marty e Stuart estavam além do que eles podiam imaginar. Os três estavam debruçados sobre uma mesa no canto da casa, analisando alguma coisa, muito provavelmente o mapa que Esmeralda pegara antes.

Batendo a porta, foram atendidos por Stuart com um olhar de surpresa.

–O que estão fazendo aqui? –Indagou.

–Acho que o mesmo que vocês. –Steve respondeu. –Tomando as últimas providências para nossa viagem.

Stuart deu de ombros e fez um sinal para que eles entrassem. A casa era extremamente pequena, consistia em apenas um cubículo em que havia uma cama, uma mesa e cadeiras e um baú desgastado no canto. Havia duas janelas apenas.

–Como você vai ao banheiro? –Bruce perguntou franzindo a testa.

–Só paro em casa para dormir mesmo, não preciso de um... Eu acho...

–E comida? –Adália disse.

–Também não, como eu disse, só paro aqui para comer mesmo. Como exemplo claro vocês podem ver essa nossa viagem a Téfires, fiquei dias fora de casa.

Eles somente concordaram e seguiram na direção em Marty e Esmeralda estavam, analisando o mapa ainda. Ambos se levantaram quase juntos e cumprimentaram a todos rapidamente.

–Vejo que ninguém está muito paciente para dormir. –Esmeralda disse tentando fazer uma cara feliz.

–Não mesmo... –Bruce concordou.

Esmeralda chamou Bruce e Adália para um canto da casa para que pudessem se falar melhor, fazia tempo que ela não os via e quando os encontrou de novo acaba de ficar sabendo que tiveram a casa incendiada. Foi falar com eles e tentar passar umas palavras de apoio a Bruce, para que ele se sentisse um pouco melhor.

–O que estão olhando aí? –Steve perguntou encarando o mapa sério.

–Estamos analisando nossa rota. –Stuart respondeu surgindo atrás dele de repente. –E meu amigo... Temos muito chão para andar.

–Dê uma olhada aqui. –Marty disse, apontando para um pontinho preto no canto superior esquerdo do mapa. –Está vendo esse ponto aqui? –Perguntou e Steve confirmou. –Pois bem, esse ponto aqui é a gente, Colina Nevada. E agora... –Ela foi arrastando o dedo pelo papel numa linha imaginária, chegou então a um ponto maior e destacado. –Esse ponto aqui é Hammer.

O ponto estava realmente muito longe do pontinho que representava Colina Nevada. Steve arregalou os olhos surpreso.

–É realmente bem longe... –Disse desnorteado.

–Se no papel parece distante imagine andando. –Stuart completou.

–E o que vocês estavam olhando aqui? –Nicko perguntou.

Esmeralda voltou com Bruce e Adália então, e ela mesma tratou de responder a pergunta de Nicko:

–Estamos analisando a melhor rota que podemos tomar. –Disse. –Como é uma distância muito longa, há muitos possíveis caminhos a serem tomados, e obviamente uns são melhores do que outros, e é isso que estamos vendo.

Todos balançaram a cabeça afirmando o compreendo tudo do que ela falava.

–E o que vocês concluíram? –Steve perguntou.

–Acho melhor todos darem uma olhada aqui, vai ser melhor para explicar. –Esmeralda respondeu.

Todos se debruçaram ao redor da mesa, procurando um lugar onde o mapa ficasse visível e compreensível aos olhares.

O mapa em si era bastante detalhado. O papel velho, amarelado e desgastado eram seus únicos defeitos, mas nada demais. Já os desenhos que o mapa compreendia eram extremamente detalhados. Montanhas, rios, aldeias, reinos, florestas, desertos, tudo isso estava completamente bem especificado nele, e seria melhor ainda se Steve compreendesse alguma coisa do que estava escrita, pois não sabia ler.

Da esquerda para a direita estava representado no mapa o seguinte esquema: Havia o mar, claramente, e algumas ilhas espalhadas por toda essa costa. Quando o continente de Collingunt começava, havia alguns reinos litorâneos pontilhados na costa (vale ressaltar que o tamanho do ponto no mapa é consecutivo à aldeia, reino ou cidade que ele representa, tendo seu tamanho variável, o reino de Téfires tem seu ponto de um tamanho médio, enquanto Hammer tem o maior ponto de todo o mapa, e o de Colina Nevada é muito pequeno, ou seja, quanto maior e mais importante o reino ou aldeia, maior seu ponto e destaque no mapa), sendo Téfires um deles. Téfires se encontrava no canto superior esquerdo do mapa, e logo abaixo havia mais outros reinos e aldeias espalhados pela costa. Colina Nevada se encontrava muito próximo a Téfires, com uma distância equivalente a três dedos. Adentrando mais o continente, entra-se numa região montanhosa e fria, que é onde Colina Nevada não está muito longe. Ao acabar essa região, há uma falha no continente, que é cortado por pedaços de terra e pelo mar que o cruza, e ao recomeçar, o clima e a vegetação já é mais diferente do que antes, sendo apenas longas terras verdejantes, como pradarias. Logo, a vegetação começa a se desfazer e entra-se num vasto e quente deserto, e no centro dele, o reino de Hammer se encontra, e aí que é o ponto importante de tudo.

–Caramba... É muito longe... –Nicko balbuciou logo depois de Esmeralda ter-lhes mostrado como fariam para chegar lá.

–De qualquer jeito vamos ter que atravessar a cadeia de montanhas de Kellvington e o estreito de Curry. –Esmeralda disse se referindo as montanhas e à falha que havia no mapa. –Mas antes de alcançarmos eles há caminhos alternativos que podemos tomar.

–Há, por exemplo, esse caminho aqui. –Stuart mostrou com o dedo, arrastando-o pelo papel. –Não passamos por nenhuma aldeia, mas é mais longo.

–Há também esse que passamos por duas aldeias. –Marty mostrou. –Mas na verdade só há necessidade de passarmos pela aldeia de Lua.

–Que nome engraçado... –Bruce comentou. –Meu tio já me levou lá uma vez.

–Chegamos à conclusão então de que o melhor caminho a ser tomado é esse. –Esmeralda mostrou outro. –Passamos somente por Lua antes de chegarmos em Kellvington, atravessamos então a cadeia de montanha, paramos depois aqui nesse reino, seguimos de barco por um ou dois dias, e cruzamos essas terras até Hammer.

–É o caminho mais curto e que melhor atende nossas prioridades. –Stuart finalizou.

Todos ficaram ainda olhando o pedaço de papel e raciocinando possíveis outras rotas, mas nenhuma se mostrava tão vantajosa quanto a que Esmeralda havia sugerido. Steve pensou muito, e foi o último a chegar em sua conclusão.

–Vamos seguir essa rota então. –Concordou no final.


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