Minecraft. A Origem Das Trevas escrita por Hermes JR


Capítulo 24
Últimos Preparativos


Notas iniciais do capítulo

"A noite já havia caído quase que por completo e não demoraria muito para que as criaturas saíssem da escuridão e viessem atrás de gente para saciar sua sede de sangue."



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Contornando Colina Nevada para não serem avistados, Steve, Stuart e Esmeralda decidiam o que iam fazer primeiro.

–E então... –Stuart começou. –Onde começamos?

–Precisamos saber do que temos mais necessidade, primeiramente. –Esmeralda respondeu. –Temos falta de armamento, comida e precisamos de um mapa.

–Acho que essas coisas geralmente não se encontram no mesmo lugar... –Stuart respondeu. –Além de que acho que não teremos capacidade de pegar suprimentos o bastante para todos os dias de viagem.

–É verdade... –Steve concordou. –Não vamos ter como carregar muito alimento, fora nossas armas...

–Com certeza, mas se eu não me engano no caminho daqui até Hammer vamos passar por duas aldeias ou três... –Esmeralda respondeu. –Com o mapa será mais fácil analisar.

–E acho que precisamos ir mais rápido, já está anoitecendo e não sabemos nem por onde começar. –Stuart disse.

–Sei de um lugar que possivelmente poderemos achar armas. –Steve respondeu. –É onde eu sempre tiro minhas armas, pelo menos as três vezes que eu recorri me ajudou bastante.

–Então você e Stuart vão a esse tal lugar e eu vou atrás de um mapa. –Esmeralda respondeu.

–Como? –Stuart respondeu. –Você não pode simplesmente sair por Colina Nevada e ir entrando nas casas pedindo licença para procurar um mapa.

–E eu não sei? –Perguntou retoricamente. –E novamente você se esqueceu que eu desponho de um recurso que vocês não tem.

Stuart lançou um olhar sereno para Esmeralda e depois um para Steve, olhou então para o céu e para si mesmo.

–Então que tal nos apressarmos? –Perguntou enfim.

–Onde nos encontramos depois? –Steve perguntou.

–Bem... –Esmeralda pensou. –Assim que eu encontrar um mapa e vocês pegarem o máximo de coisa que conseguirem, voltamos para esse mesmo ponto.

Steve ergueu a cabeça e deu uma olhada a sua volta para fazer um reconhecimento. Havia próximo dali duas casas simples, uma plantação de batatas e uma mísera parte onde se plantava trigo. Um sistema de irrigação passava no meio deles. Era uma paisagem um tanto quanto fácil de memorizar.

–Tudo bem então, aqui. –Steve respondeu. –Mas não podemos demorar demais, logo vai ficar escuro e vocês sabem muito bem como é que as coisas funcionam no nosso mundo...

–Realmente... –Ela falou baixinho, e voltou ao seu tom de voz normal. –Então OK. Mesmo que vocês não encontrem o bastante, não esperem demais, voltem direto para cá, nosso tempo é precioso.

–Temos ainda que ir atrás de Marty e Nicko. –Stuart apertou os olhos tentando enxergar ao longe o que era que estava queimando. –Eles ainda devem estar lá, seja o que for que está queimando...

–Eles podem se virar por ora, Colina Nevada não é tão grande ou tão perigosa. –Esmeralda respondeu e logo pôs fim à conversa. –Então vamos logo antes que anoiteça de vez.

Steve fez um sinal indicando para Stuart segui-lo e ambos saíram juntos na mesma direção. Esmeralda cobriu a cabeça com seu capuz de sua manta marrom e escondendo o rosto entrou em Colina Nevada, na esperança de que ninguém estranhasse sua presença. Obviamente ela não ia ficar tão à vista.

Stuart seguiu Steve e eles foram parar no arsenal, onde Steve sempre recorria quando precisava de armas. Porém, foram surpreendidos ao tentarem abrir a porta e ela estava trancada.

–Essa não... –Steve balbuciou.

Fazendo mais força para tentar abrir, Stuart logo o disse:

–Acho melhor você parar. Está trancada.

–Jura? –Retrucou.

Stuart o fitou.

–Juro, e se está certamente é por sua causa, acho que eles notaram que algumas armas estavam sumindo e tomaram uma providência.

–Era necessário. –Respondeu. –As armas foram bem mais úteis para mim, caso contrário estariam aí dentro enferrujando.

–Não estou o condenando. –Falou- Além de que não é só você que deve ficar revoltado com essa situação, acho que os ferreiros que deram duro para fazer essas armas não devem estar nada felizes...

–Haha... –Riu irônico. –Mas em vez de ficar fazendo brincadeiras você devia se dar conta de que não temos mais como pegar armas, a não ser que consigamos escalar esse paredão e entrar pela janela lá no alto.

Stuart ergueu os olhos e encarou o paredão de madeira do arsenal, descartando então a possibilidade de uma escalada, que ele realmente havia considerado uma boa ideia.

Deram então uma volta pela construção e concluíra que não havia mesmo outra entrada, exceto a que estava trancada.

Com as mãos na cintura e pensando, Stuart concluiu:

–Acho que nossas armas devem servir provisoriamente... –Colocou a mão sobre suas espadas de madeira. –Não são as melhores ou as mais fortes, porém...

Steve ainda tinha a espada de pedra, e sabia que mesmo pegando novas armas, o que era o plano deles, não a deixaria para trás, mesmo trazendo todos essas más lembranças.

–Poderíamos procurar em outro lugar... –Stuart continuou pensativo. –Mas não vejo necessidade ainda...

–Se Esmeralda realmente estiver certa talvez possamos achar algumas armas no caminho. –Disse. –Facilitaria até mesmo pela quantidade de coisas que vamos ter que levar.

–Pois é... Acho que o primordial agora é ir atrás de comida então...

–E esperar que Esmeralda encontre um mapa. –Finalizou.

–Sim, sem dúvidas... Vamos voltar então.

Um pouco hesitantes, acabaram retornando ao local onde haviam combinados de se encontrarem. Caminharam rápido enquanto cada vez mais o Sol sumia no horizonte e o tempo deles ia se extinguindo.

Não esperaram muito lá e logo puderam ver a silhueta de Esmeralda vinda de dentro da aldeia, carregando um papel enrolado na mão, completamente amarelado. Ela se aproximou deles e descobriu o rosto.

–Onde estão as armas? –Indagou assim que chegou.

–Então... –Stuart disse alongando as palavras. –Mudanças de planos...

Explicou então o que tinham em mente, de no caminho pararem para trocarem o armamento. Explicou também o motivo pelo qual eles não haviam conseguido arma nenhuma ali, e disse que o que eles tinham em mão por enquanto era o bastante para concluir um pouco da trajetória.

–Não vejo problema então. –Ela respondeu, e logo depois abriu o mapa.

–E onde você conseguiu encontrar isso? –Steve perguntou apontando para o mapa.

–Você não entrou numa casa assim de repente, não é? –Stuart completou.

–Não, não mesmo. –Ela respondeu. –Encontrei isso aqui exposto e emoldurado na parede de uma casa aqui na vila... –A voz dela foi sumindo.

–Você roubou? –Stuart perguntou surpreso.

Esmeralda assentiu tímida.

–Ora vejam só... –Ele disse sorrindo. –A garota é cheia de surpresas.

–Não temos outra saída... –Ela respondeu séria. –É o que eu pude improvisar, precisamos desse mapa e ele será mais útil nas nossas mãos do que emoldurado para sempre acumulando poeira.

–Se é assim, tudo bem. –Stuart concordou.

–Então acho melhor irmos atrás de alimento e partimos amanhã de manhã. –Esmeralda disse.

A noite já havia caído quase que por completo e não demoraria muito para que as criaturas saíssem da escuridão e viessem atrás de gente para saciar sua sede de sangue. Mesmo estando na aldeia onde havia iluminação, quem era esperto não se arriscava.

–Vocês podem passar a noite em minha casa. –Stuart ofereceu. –Moro sozinho, não tem problemas, além de que acho que se necessário, Nicko e Marty não vão se negar a oferecer um lugar para vocês.

–Puxa, obrigada, acho que vou ficar na sua casa então... –Esmeralda agradeceu. –Mas só se Steve for...

–Bom, acho que não há porque não aceitar essa proposta. –Ele respondeu. –Mas antes eu queria passar na casa de Bruce, só para rever ele e contar o que conseguimos, se você quiser vir Esmeralda.

–Vai ser bom vê-lo de novo. –Disse.

–Então vamos nos apressar. –Stuart finalizou a conversa e eles foram então até a casa de Bruce, que eles não sabiam estar destruída.

No caminho, conforme eles atravessavam na escuridão Colina Nevada, viram quatro figuras se aproximando ao longe, e de repente essas quatro figuras se transformaram em Nicko, Marty, Bruce e Adália. Estavam todos sérios e cobertos por fuligem. Na mesma hora os três souberam o que era que estava pegando fogo ao longe.

Steve correu em direção a eles:

–Bruce! –Gritou. –Bruce! O que aconteceu?!

Bruce acenou para ele tristemente.

–Bom... Minha casa pegou fogo...

Steve o alcançou e começou a apalpar seus braços e logo depois se dirigiu a Adália que ele supôs estar com Bruce no momento em que a casa pegou fogo. Indagou logo sobre o que ocorreu e aos poucos o contaram sobre como o fogo surgiu de repente e se alastrou por toda a casa, consumindo-a por inteira. Falaram sobre as ajudas que lhe ofereceram e sobre o fato de Dave estar na casa no momento também.

–Quer dizer... –Steve digeria tudo o que acabara de ouvir. –Sua casa e...

–Minhas coisas todas. –Bruce completou.

–Foram queimadas? –Steve perguntou e Bruce assentiu. –E Dave estava na casa? Isso só pode ser brincadeira...

Bruce não respondeu, estava claramente desconcertado. Nicko se aproximou de Steve e o puxou para um canto afastado.

–Olha Steve, - Começou. –Eu sei que você tem um ódio mortal em relação ao Dave, e com razão devo acrescentar, mas vamos evitar falar disso agora, pelo bem de Bruce, ele não está nada bem e...

–Tudo bem, mas... Ele vai com a gente para Hammer? –Interrompeu.

–Receio que sim... A não ser que ele queira ficar desalojado por aqui.

Steve franziu a testa e pôs as mãos na cintura. Seus pensamentos saíram todos do lugar e começaram a se movimentar freneticamente para se encaixarem numa posição que resolvesse os problemas.

–Isso vai ser complicado... –Disse. –Não esperava por essa... Vai ser mais complicado irmos daqui até lá com essa quantidade de gente.

–Nada que seja impossível. –Respondeu. –A vida dele deu uma reviravolta bem brusca agora e acho que ele vai precisar de uma boa companhia por bastante tempo, e acho que não tem nada melhor do que a sua companhia.

Steve somente assentiu e começou a caminhar de um lado para o outro nervoso. Seus dedos tamborilavam freneticamente o cabo da espada de pedra que um dia tirara a vida de um homem. Mordia o lábio inferior e respirava fundo. Queria poder negar aquela situação, mas seu bom senso o impedia.

–Então espero que ele e Adália estejam preparados para caminhar muito, mas muito mesmo.


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