Minecraft. A Origem Das Trevas escrita por Hermes JR


Capítulo 19
Espada de Pedra


Notas iniciais do capítulo

"Os olhares gélidos dos soldados os fitavam mortalmente, sendo capaz de amedrontar até o mais corajoso dos homens."



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–Posso saber por que estamos procurando por armas num lugar cheio de...

–Porcos. –Stuart completou a frase de Marty, encarando com uma careta o local, devido ao fedor.

Esmeralda seguiu andando mais um pouco antes de responder, tinha de admitir que o cheiro não era dos melhores.

–Porque aqui, além de ser um lugar isolado, há boas armas que podem ser úteis para nós. –Ela respondeu pisando com cuidado no chão. –Mesmo que as armas que tenham aqui não sejam das melhores, por ora é o que temos.

Eles somente assentiram, ela tinha razão.

Assim que eles saíram da velha casa de madeira, Esmeralda já tinha um destino para eles, onde eles poderiam recompor o armamento. Ela não disse onde, e eles não perguntaram nada.

Seguiram silenciosos pelas ruas desertas de Téfires. O ambiente estava em silêncio, mas o clima que o ar trazia era de tensão. Havia alguma movimentação ao longe deles, certamente o exército que devia estar arrasado pelo fato de não ter conseguido capturar quatro homens, fora a torre de pedra que havia sido destruída. Lamentável, só para eles.

Depois de alguns minutos um tanto quanto tenso nas ruas, eles avistaram um tipo de celeiro bem isolado também. Ninguém deu importância, mas então Esmeralda começou a ir na direção dele. Continuaram calados mesmo assim. Entraram lá e deram de cara com um monte de porcos. Marty arriscou perguntar o motivo de estarem ali, e chegamos então até o ponto de onde começamos.

Steve não tinha uma boa lembrança de celeiros, e se para os outros já estava sendo perturbador estar no meio daquele fedor, para ele estava um pouco pior.

–Ainda quero saber, - Marty continuou falando. –por que estamos procurando armas num lugar cheio de porcos.

–E vacas. –Stuart acrescentou assim que os respectivos animais surgiram.

–Eu já não respondi? –Esmeralda retrucou.

–Já... –Marty respondeu meio confuso. –Mas a questão em si ainda está persistindo... Qual o sentido disso aqui? De quem é isso?

Esmeralda saltou algumas sujeiras bem especificas que haviam no chão antes de responder. O lugar não era muito grande, mas eles tomavam cuidado e o passo deles estava um pouco lento demais.

–Isso aqui é... –Esmeralda se alongou em sua frase, parecia procurar as palavras certas para responder. –Meio complicado dizer. Um criadouro de animais que meu pai fez para atender as pessoas mais necessitadas, sabe, esse negócio de comida em falta...

–Entendo. –Marty concordou.

–Isso aqui fornece bastante alimento para muitas pessoas. –Finalizou.

–Que bom para elas... –Ele respondeu. –E as armas? Onde que entram na história?

–Eu também não sei bem porque estão aqui. –Esmeralda respondeu, o que só serviu para deixar Marty mais confuso. –Eu passei aqui poucas vezes quando eu ainda era... Normal. –Continuou. –Há um baú lá no fundo com alguns arcos e espadas, não sei quem o colocou lá, mas agora acho que foi até uma boa ideia.

–Hum... –Marty concordou, sua questão foi respondida.

Chegaram então ao baú, abriram-no com facilidade e olharam para o que havia lá dentro.

–Que estranho... –Nicko comentou coçando a nuca. –Tinha visto isso somente em histórias.

Dentro do baú havia algumas espadas de porte normal, como todas que um soldado ou um homem como eles carregava. A diferença, entretanto, era a matéria da qual elas eram feitas. Eram espadas feitas de madeira.

–Não era bem isso que eu lembrava quando passei aqui pela última vez. –Esmeralda disse.

Stuart pegou uma delas, e se surpreendeu com o que se deparou. A espada não era, como se esperava, pesada como uma de ferro, porém, seu peso era bem maior do que suponha. Sua madeira brilhava contra a luz das tochas e reluzia perfeitamente.

Testando-a, Stuart atacou uma viga que sustentava o lugar. Com um único golpe, somente para experimentar. O resultado também foi surpreendente. A viga não sofreu um grande dano, mas a marca que a arma deixou foi realmente profunda, e aquilo na pela humana certamente teria feito um belo estrago. A espada, porém, também foi marcada. A colisão com a viga marcou tanto ela quanto a espada, que teve um leve amasso em seu corpo.

–Isso porque eu nem estava com meu braço bom. –Stuart se gabou.

–Mesmo assim não é uma arma muito aconselhável, eu acho. –Nicko disse.

–É o que vamos ter por agora. –Esmeralda respondeu. –Já é o bastante para amedrontar um pouco, ou se for o caso, partir para cima.

–A gente só não pode empolgar muito... –Marty comentou passando a mão pela parte deformada da espada.

–Eu me seguro. –Stuart afirmou ficando com aquela espada para si.

Marty revirou as armas dentro do baú, estava à procura de um arco. Ele sabia manejar uma espada tão bem quanto os outros, mas se sentia infinitamente mais seguro com um arco e uma flecha não mão.

Decepcionou-se bastante ao descobrir que não poderia usar o arco que havia lá, pelo fato de não haver nenhuma flecha, além de que seu estado estava bem mal cuidado. Contentou-se com a espada de madeira então, escolhendo uma das que estavam lá.

Nicko pegou uma também.

–Estranho essas coisas estarem aqui. –Nicko disse pegando sua arma.

–Mas se é para o nosso bem, não há o que reclamar. –Esmeralda respondeu, pegando uma espada para ela também.

Stuart franziu a testa perante o ato dela, e logo questionou:

–Por que você está pegando uma espada?

–Ora, por que eu não posso? –Ela retrucou.

–E aquele lance de magia e tudo mais?

–Não posso me segurar somente nisso, preciso de um plano reserva. Também não tenho toda a energia do mundo para poder gerar tamanha quantidade de poder.

Stuart continuou a encarando com um olhar vago.

–Só saiba que eu preciso de uma espada assim como vocês precisam de uma também. –Respondeu.

Havia ainda mais duas dessas espadas de madeira dentro do baú, ou seja, teria ainda uma para Steve e sobraria. Porém, Steve estava bem longe daquele baú.

Andando aos arredores daquele local, ele foi passando o olho e analisando cada parte. Estava tentando se distrair para que suas lembranças ruins não viessem à tona.

Assobiava e tentava pensar em outras coisas, foi quando avistou uma escada presa à parede, que levava a um andar superior. Curioso do que poderia haver lá em cima, Steve se dirigiu até ela.

A escada estava em um péssimo estado, alguns degraus estavam quebrados e outros bem próximos a se partir.

–Steve - Marty o chamou-, o que você está fazendo? Venha aqui pegar sua espada!

–E é melhor ir logo, não temos todo o tempo do mundo, nesse exato momento o reino inteiro está atrás de nós. –Stuart o lembrou.

–Só um instante. –Foi a resposta que ele deu, somente.

Iniciando a subida, ele foi cuidadosamente até o andar de cima.

Abriu o alçapão que fechava a passagem e deu cara com a escuridão. O que havia lá em cima era somente o nada, absolutamente nada, nada exceto poeira.

O teto do lugar estava quebrado em uma determinada parte, o que era a única fonte de luz no local.

Olhando por todos os lados, ele já estava se preparando para descer quando uma coisa brilhando o chamou a atenção. Apertou os olhos na tentativa de que sua vista melhorasse um pouco. Não funcionou.

Steve olhou para baixo, vendo o que seus companheiros estavam fazendo. Conversavam baixo, exceto por Stuart, que lutava contra o vento com sua nova arma. Percebendo então que poderia analisar, subiu de vez até o segundo andar.

Ele tinha que andar praticamente e joelhos, pois o teto daquela parte era muito baixo.

Corcunda, ela caminhou até o estranho objeto, passando por cima das poeiras. De repente o chão abaixo dele rangeu sobre o seu peso. Hesitando, Steve se certificou de que estava seguro. Continuou caminhando, agora mais cuidadoso.

Novamente o chão voltou a ranger. Por um momento ela achou que o chão velho não aguentaria e fechou os olhos esperando pelo impacto. Para sua sorte, nada.

–Steve? –Ouviu Esmeralda o chamar. –Cadê você?

–Steve? –Nicko o chamou também.

–Estou aqui... Em cima. –Ele respondeu.

Claramente Steve não viu a cara de seus colegas, mas somente pela resposta que ele deu e pelo tom de voz de Stuart ele soube que todos deviam estar bem confusos.

–O que você está fazendo aí em cima?! –Stuart indagou com uma voz estranha.

–Já estou descendo. –Respondeu.

–Então vamos logo.

Steve apertou o passo, não deixando de ser cuidadoso aonde pisava.

Chegou então até o desconhecido objeto, e para sua surpresa era outra espada, e para se surpreender mais ainda, esta não era nem de ferro como ele estava acostumado e nem muito menos de madeira como as que estavam na parte de baixo. Era uma espada de pedra.

Pegou-a. Era bem mais pesada do que as de madeira, isso ele tinha certeza, e por incrível que pareça, seu peso era igual a uma de ferro, se não fosse mais pesado, que foi o que ele pensou.

Steve não soube que tipo de pedra era aquela da qual a espada havia sido feita, era cinza e escuro, mas tinha sido claramente tratada e modificada para poder ser usada como uma espada. Ele já havia tentando fazer uma daquelas quando ainda vivia sozinho, o resultado não o agradou muito, mas pelo o que ele se lembrava, ela foi o bastante para ele por muito tempo e o salvou de muitas enrascadas.

Ele teve seu tempo interrompido abruptamente pelo chão sobre os pés dele, que rangeu mais alto do que antes, e como água, escorreu para baixo. Tudo se desfez bem de baixo dele e Steve foi jogado no chão junto com a espada e destroços de madeira. Sem dúvidas todos se assustaram, e Marty até avançou para cima dele, por pouco não enfiou a espada na garganta dele.

–Mas o que é isso?! –Nicko perguntou recuando.

Steve se levantou sem entender direito o que aconteceu com ele. Tossiu e espantou a poeira de seus pulmões e cambaleou para os lados, completamente desorientado. Caiu em cima de Stuart, que o evitou de se espatifar no chão.

–Então... –Stuart o encarou.

–O que você fez? –Esmeralda o questionou.

Steve pegou a espada que encontrara e mostrou-a para todos. Ainda estava meio tonto por causa da queda.

–Pelo menos foi por uma boa causa. –Respondeu.

–Aqui é realmente o arsenal das armas bizarras. –Marty disse.

–Não importa. –Esmeralda respondeu. – Temos que ir logo, não podemos ficar parados aqui para sempre. Cada um já tem o que precisa, então vamos.

Stuart ainda pegou outra espada que havia no baú, carregava agora duas. Nicko fez o mesmo também, afinal, se já estavam ali, estão era melhor aproveitarem tudo logo.

A surpresa veio quando eles saíram do local, pois a tropa de Téfires estava toda armada de frente para eles, de modo a impedir a passagem. Os olhares gélidos dos soldados os fitavam mortalmente, sendo capaz de amedrontar até o mais corajoso dos homens, e a expressão deles piorou ainda mais ao verem Esmeralda no meio de Steve e de seus companheiros.

–Acho que vamos ter mais problemas, meninos. –Esmeralda disse entre os dentes.


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