Minecraft. A Origem Das Trevas escrita por Hermes JR


Capítulo 15
Fuga Insana


Notas iniciais do capítulo

"Ao longe pontos vermelhos começaram a surgir na paisagem, eram tochas sendo acessas por soldados. Na parte em que a muralha ainda estava de pé, mais homens surgiram, todos armados. Cornetas começaram a soar de todos os cantos possíveis do reino. Téfires inteira estava atrás deles."



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Os cavalos saltaram os destroços de pedras e chegaram a colidir com outros homens. Completamente imbatíveis, os quatro conseguiram adentrar Téfires.

–Otários! –Stuart gritou. –Bando de...

De repente uma flecha passou zunindo ao lado da cabeça dele, por pouco não o acertando.

–Acho bom não contar vantagem ainda! –Marty avisou.

Se antes a situação deles estava ruim, agora estava pior ainda. Quase todos os homens que estavam de guarda do lado de fora entraram na cidade irados. Homens montados também ressurgiram da escuridão e começaram a galopar na direção deles. O barulho feito por eles acabou por despertar a cidade que dormia. As pessoas abriam as portas de casa olhando de um lado para o outro procurando saber o que estava acontecendo, confusas. Claro que ficaram muito assustadas.

Ao longe pontos vermelhos começaram a surgir na paisagem, eram tochas sendo acessas por soldados. Na parte em que a muralha ainda estava de pé, mais homens surgiram, todos armados. Cornetas começaram a soar de todos os cantos possíveis do reino. Téfires inteira estava atrás deles.

Os cavalos, assustados com tamanha barulheira, pararam com tudo. Todos eles se desequilibraram.

Olhando ao redor, perceberam no problema que se meteram.

–Parece que agora não tem mais para onde a gente correr... –Nicko falou assustado.

–Ah, jura?! –Stuart gritou irônico.

A movimentação ao redor deles eram intensa demais. As pessoas saíam de suas casas e se amontoavam nas ruas, os soldados vinham correndo ou montados a cavalos que vinham como bestas sedentas por sangue.

Havia gritaria, muito barulho e movimento, os cavalos ficaram assustados e não conseguiram continuar.

–Vamos! Vamos! –Nicko gritava, tentando atiçar o animal. –Não fique parado!

–Vamos! –Marty também gritava.

Steve olhou para trás e viu que só tinham mais alguns segundos até serem alcançados pela tropa.

–Vamos ter que abandonar os cavalos! –Avisou.

–E continuar a pé contra toda essa gente? Que boa ideia! –Stuart respondeu irônico.

Steve desceu rapidamente do animal e deu-lhe um tapa, e este, assustado, saiu correndo na direção da tropa.

–Podemos ganhar um tempo, façam isso! –Alertou.

Sem terem outra alternativa, fizeram o mesmo que Steve havia feito e os cavalos partiram assustados e descontrolados para cima dos soldados.

–Para onde agora?! –Nicko indagou.

Todos passaram os olhos em todos os lados que podiam fugir, mas quando não estavam cercados pela multidão curiosa, a tropa estava vindo com tudo em cima, e fechando cada vez mais o espaço deles.

Steve teve então uma momentânea ideia, arriscada, como todas que já teve, mas era a saída. Correu então na direção de uma pequena casa próxima a eles. Escalou a parede rochosa rapidamente e subiu no telhado.

–Subam, rápido! –Gritou.

Ninguém protestou, mesmo não tendo gostado da ideia, porém, não tinham outra. Nicko e Marty subiram mais rápido que Steve e puxaram Stuart que estava com o braço ferido.

–E agora?! –Marty gritou.

–Temos que despistá-los!

–O reino inteiro?! –Nicko indagou se engasgando com suas palavras.

–Não temos como enfrentá-los!

–Seja o que for é melhor irmos rápido! –Stuart gritou. –Eles estão subindo! –Apontou para onde haviam subido, e homens escalavam lá.

Nervosos, disparam em direção à próxima casa, um pouco mais alta do que a que estavam. Escalaram a parede dela antes que as flechas atiradas os atingissem, elas somente se quebraram ao colidirem com a parede rochosa.

Da onde estavam, pularam para a casa mais próxima. Caíram rolando e assim fizeram mais duas vezes, sempre correndo, escalando as paredes e pulando, mas num momento, foram cercados pelos soldados que começaram a surgir de todos os lados.

–Vamos ter que nos separar! –Steve alertou.

Não pensaram em como seria, somente correram. Steve e Marty foram para um lado e Nicko e Stuart para outro.

Steve e Marty pularam o telhado da casa onde estavam e seguiram fugindo pelas ruas, nem viram o que seus companheiros fizeram.

Os homens montados os avistaram e foram em direção a eles. Fugiram e entraram bem a tempo num apertado beco em que somente humanos cabem. Os cavalos frearam, pois não cabiam lá, obviamente. Os cavaleiros desceram e continuaram a pé atrás deles. O ruído da armadura deles se arrastando na pedra foi ensurdecedor.

Quando avistaram a saída, pensaram que poderiam espaçar finalmente, mas ela foi fechada por mais dezenas de homens. Ao se viraram deram de cara com os dois cavaleiros que entraram no beco, estavam cercados.

–Pegue sua espada! –Steve gritou.

Marty sacou sua arma assim como Steve fez e ambos foram em direção aos homens. Naquele espaço era impossível se travar uma luta, mas num ataque surpresa conseguiram derrubar os oponentes e escaparam do beco sem saída.

Na rua, os dois lados estavam bloqueados pelas pessoas curiosas e por soldados que ao avistarem-nos, correram.

–Telhados! –Foi a única coisa que Steve pôde dizer.

Usando algumas caixas de madeiras que estavam jogadas, eles subiram no telhado novamente. Os soldados fizeram o mesmo. Flechas surgiram de algum lugar que eles não sabiam, estavam mais preocupados em sobreviver.

O telhado irregular não ajudava em nada na fuga, tropeçando, pularam para a próxima casa e para a próxima também. Flechas eram atiradas a todo instante, mas na euforia nenhuma conseguia chegar perto deles. Eram, até o momento, intocáveis.

Soldados escalavam as casas também na esperança de pegá-los, mas não eram rápidos o bastante.

Quando a casa seguinte era mais alta do que a que estavam, claramente era necessário escalá-la, o que diminuía o tempo deles, mas para a sorte deles, havia uma construção que fora destruída e tinha um enorme buraco na parede, que os facilitou na escalada. Cortaram suas mãos, mas sequer sentiram, a adrenalina no corpo era tanta que por mais que as feridas sangrassem, era como se não existissem.

De repente, atrás deles, pode ser ouvido um enorme estrondo, o telhado desabara. A enorme quantidade de homens forçara demais o teto e ele não aguentou, desabando.

–Uhu! –Marty comemorou a má sorte de seus oponentes.

Mas quando pensaram que não podia piorar, as flechas que agora eram lançadas tinham a ponta em chamas.

Tomando cuidado para não serem atingidos, Steve gritou:

–Eles estão apelando para técnicas mais poderosas, não vamos conseguir fugir para sempre!

Pulando e correndo era a única coisa que não deixavam de fazer. Desviavam-se dos obstáculos habilmente e tomavam o máximo de cuidado possível para não serem atingidos por flechas em chamas.

–Acho que não vamos durar muito tempo. –Marty disse, com certeza não muito positivo.

* * *

Um pouco distante de onde eles estavam, Stuart e Nicko estavam tendo que se virar do mesmo jeito que eles. Assim que Steve e Marty partiram para um lado, eles instintivamente foram para o outro.

Os dois, logo que se separaram, desceram logo dos telhados e caíram numa pequena rua, muito irregular e apertada. Correram no sentido que ela ia, fazendo todas as curvas necessárias e aumentando o passo que sempre que ela se inclinava.

Os soldados não podiam levar os cavalos por ali e seguiram a pé, não tão rápidos, mas o suficiente para estarem sempre na cola deles. Nenhuma flecha era atirada, pois ali naquela confusão seria praticamente impossível que alguma chegasse sequer perto deles.

Não demorou e logo a ruela chegou ao sei fim, que era numa casa velha e abandonada, caindo aos pedaços.

–Vamos ter que entrar aqui mesmo. –Stuart disse, entrando na casa abandonada.

–Mas... –Nicko ia intervir, mas seu colega já havia entrado.

Na parte de dentro, não havia nada, absolutamente nada, nem janelas. Os dois olharam apressados para todos os cantos procurando uma saída, não havia nenhuma.

–E agora?! –Nicko indagou, com a garganta seca.

–E agora o quê?

–A ideia de entrar aqui foi sua, espero que tenha uma saída.

Havia uma única porta na casa inteira, estava toda quebrada e com cheia de lascas.

–Eu posso improvisar uma. –Stuart respondeu e correu até a porta.

A porta estava emperrada, mas velha do jeito que era, somente alguns chutes foram o bastante para abri-la.

Depois que passaram, entraram num cômodo menor ainda. Este possuía uma cama velha e podre e um alçapão, nada mais.

Os dois se entreolharam, pensando na mesma coisa. Era arriscado, porém, era o único caminho. Stuart abriu a passagem e eles foram em disparada.

A escuridão era intensa, não havia uma luz sequer. A sorte deles foi que, assim que as escadas acabaram, foram parar num corredor plano. Eles não sabiam que era plano, mas descobriram depois de um tempo correndo somente em linha reta.

–Eles já entraram aqui! –Nicko avisou, se referindo às luzes atrás deles.

–Só será nosso fim se descobrimos que isso aqui tem o fim.

–E o que você espera? Acha mesmo que isso é um corredor infinito?

–Eu espero encontrar uma saída.

Continuar correndo não era problema algum, o problema mesmo era o fato de eles não saberem que direção tomar naquela completa escuridão. Não sabiam aonde estavam ou do que se tratava aquela passagem na qual estavam, só sabiam que era a única rota possível para a fuga deles.

De repente, colidiram com uma parede.

–Mas que droga! A passagem acaba aqui! –Praguejou Nicko.

–Ainda não, tem uma escada aqui! –Stuart avisou, ao se levantar.

Tateando a parede, Stuart sentiu os degraus do que supostamente era uma escada.

–Não temos nada a perder agora mesmo. –Nicko iniciou a subida.

Stuart foi logo atrás dele, subiram na velha e podre escada que estava caindo aos pedaços. Escalaram toda a parede, que não era nem um pouco alta, muito pelo contrário, pois chegaram ao final rapidamente.

–Parece outro alçapão! –Nicko gritou.

–Então o abra logo! –Stuart respondeu nervoso.

Nicko fez bastante força para abrir, pois de tanto tempo fechado, emperrara.

Ao saírem, estavam em outra casa em um lugar desconhecido. Ela parecia estar vazia até o momento, porém, não abandonada.

–Mas como assim... –Nicko questionou confuso, falando sobre o lugar que haviam ido parar.

–Não pergunta nada não. –Stuart disse saindo apressado do buraco. –Seja o que for essa passagem, deixou a gente fugir.

Olharam em volta e optaram em sair pela janela. A abriram e saltaram para fora.

Já do lado de fora, ninguém os havia visto ainda, e por isso tentaram continuar escondidos. Passando pelas passagens mais apertadas e pelos becos mais escondidos, eles foram cada vez mais adquirindo uma distância maior dos soldados.

Já num corredor escuros, mal iluminado e fedido, eles pararam para conversar. Estavam correndo já havia bastante tempo e achavam que estavam bem escondidos e afastados já, e estavam certos.

–Acho que escapamos... Por pouco. –Stuart disse, segurando a barriga, como se ela fosse cair. Estava ofegante.

–Por muito pouco... Pouco mesmo. –Respondeu ofegando.

Estavam apoiados numa parede quando ouviram ao longe um estrondo. Era o telhado desabando enquanto os homens perseguiam Marty e Steve, porém, Nicko e Stuart não tinham ideia disso ainda.

–O que foi isso? –Nicko perguntou.

–Como se eu soubesse... Mas não pode ser outra coisa alem de nossos amigos.

Os dois se entreolharam e, mesmo quase mortos de cansaço, correram juntos de até onde achavam que o barulho tinha vindo.

Chegaram até um ponto da cidade, minutos mais tarde, onde eles conseguiam avistar os dois. Estavam pulando e correndo pelos telhados das casas enquanto flechas eram disparadas contra eles.

–Alguma ideia de como ajudá-los? –Nicko estava desesperado.

–Aqui de longe não podemos fazer nada.

Nicko seguiu Stuart.

Haviam dois cavalos amarrados num canto, estavam feridos, mas para o que Stuart queria, eles já eram o bastante. Montaram. Nicko não perguntou nada, só fez o que lhe era pedido.

Avançando montados a cavalo, não tardou a serem percebidos, e já havia dezenas de homens atrás deles.

Costurando o caminho no meio das pessoas e dos caminhos que encontravam, se desviavam e faziam o possível para não serem pegos, obviamente.

Ao alcançarem Steve e Marty, os cavalos começaram a correr ao lado das casas que eles saltavam, o plano era claro.

–Não podemos pular! –Steve gritou, não parando de correr. –É muito arriscado!

–Mais do que isso que está passando é impossível! –Stuart respondeu aos gritos também. –Pule logo!

Eles não iam ter muito tempo, estavam prestes a serem cercados e certamente não aguentariam correr nem mais um minuto. Não tinham muito ao lado deles, parecia o fim certo.


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