Minecraft. A Origem Das Trevas escrita por Hermes JR


Capítulo 13
Luta na Praia


Notas iniciais do capítulo

"-Você a encontrou? Téfires?! –Nicko indagou animado.

-Encontrei, ela e mais uma centena de soldados armados preparados para não deixar nem uma mosca entrar lá."



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Steve não acordou ninguém, e passou a noite em claro. Quando todos acordaram, sem dúvidas, o repreenderam por seu ato, mas ele nem se deu ao trabalho de dar atenção. Nicko ficou falando que ele passaria o restante do dia como um trapo e que se ele precisasse dar o máximo de si em algum momento, não conseguiria. Stuart também o disse algumas coisas, ele também não se preocupou muito com o que ele dizia. Marty foi o único que não disse nada, como sempre. Era sempre o mais calado de todos, além de que ele cumprira o turno dele.

–É melhor pararem de reclamar e agir, daqui para frente será improvável que encontremos abrigo, o que significa que esse é o nosso último e temos que chegar a Téfires até o anoitecer se quisermos ficar em segurança.

Ninguém respondeu, Nicko o fitou durante muito tempo enquanto recolhia suas coisas, Stuart não fez nada mais do que dizer algumas palavras antes, na verdade ele estava achando bom não ter sido interrompido e dormido a noite inteira.

Enquanto todos catavam seus equipamentos, o único que não apresentava uma cara de sono era Steve. Marty era o melhor de todos depois deles, Nicko tinha os olhos inchados, mas não tanto quanto os de Stuart, que estavam num tom de vermelho sangue.

–Espero que lá em Téfires tenha um belo quarto com uma bela cama para eu passar a noite. –Disse.

–A melhor cama que você vai achar vai ser um montinho de palha. –Nicko respondeu.

–Já é melhor que esse chão duro.

–Eu dormiria na grama se pudesse. –Marty comentou estralando as costas.

Quando arrumaram tudo o que tinham para arrumar, pegaram os últimos pedaços de pão que tinham e as últimas gotas de água e foram comendo no caminho.

O ritmo que eles estavam seguindo naqueles três dias era extremamente exaustivo, e isso estava claramente estampado na cara de cada um, mesmo na de Steve, que procurava não mostrar um pingo de sono, apesar de ter.

Stuart andava praticamente se arrastando, seus pertences estavam todos mal organizados e de qualquer jeito, e pela primeira vez, ele não carregava em suas mãos sua espada. Marty tentava se manter melhor do que todos, apesar de suas pálpebras insistirem em pesar. Nicko deu uns tapas em sua própria cara para despertar, se funcionou ou não, pelo menos sabiam que foi engraçado e estranho.

O que eles basicamente estavam fazendo era ficar acordados até não muito tarde e acordar assim que o primeiro raio de sol pintasse no horizonte, e após isso já continuavam caminhando. Certamente não era uma tarefa para qualquer um, e um dia ou outro até o mais resistente dos homens cairia de cansaço.

–Essa tal de Esmeralda... –Stuart comentou num momento. –Ela é princesa, não é?

–É, por que a pergunta? –Steve respondeu.

–Será que ela não teria um quarto da realeza para emprestar para gente? Só por uma noite.

–Mesmo que ela quisesse, ela não poderia.

–E por que não? Ela é a filha do rei, simplesmente a filha do rei. Sabe o que eu faria se eu fosse príncipe, colega?

–Mataria seu pai para assumir o trono! –Marty gritou de algum lugar atrás deles.

–Cale a boca, imbecil! –Stuart gritou em resposta.

–Mas ele ia ter que matar a rainha também. –Nicko entrou no meio.

–E você acha que ele não ia pensar nisso? –Perguntou retoricamente.

–Realmente...

–Eu vou matar outras duas pessoas caso elas não calem a boca! –Stuart gritou.

–Você ouviu o príncipe. –Nicko disse. –Cuidado ou ele chama a guarda real.

–Que medo.

–Imbecis... –Stuart riu.

Eles caminharam um pouco dando algumas risadas daquilo tudo.

–E o que você faria de verdade se fosse príncipe? -Steve perguntou depois.

–Sei não, muita coisa... Matar meus pais não seria uma opção, ou quem sabe... –Steve lançou-lhe um olhar de desconfiança. –Claro que não! Você acreditou mesmo?

–Por um momento...

–Meu Deus... –Ele disse, sacudindo a cabeça negativamente. –E por que ela não pode nos receber num quarto da realeza?

–Simplesmente porque ela explodiu a cidade junto comigo e Bruce.

–Eu acho que o demônio teve uma participação também.

–Claro, mas ela nunca havia contado para o pai dela que era uma feiticeira, e na verdade o que o povo pensa dela é bem diferente.

–Uma... Bruxa? –Stuart perguntou e Steve assentiu. –Mas que palhaçada!

–Foi o que eu pensei, ora, ela salvou o reino de uma destruição maior ainda. –Steve disse. –E depois ela ainda me disse que duvidava das ações que o pai dela podia tomar quanto a ela.

–Que macabro, tenho certeza que o pai dela não seria tão bruto a ponto de fazer alguma besteira assim.

–Foi o que eu a disse, mas ela insistiu dizendo que tinha medo de voltar lá, apesar de saber que teria um dia. –Disse. –Aliás, duvido que tenha algum pai nesse mundo que vá fazer algo com o filho só por causa disso.

–Eu também, mas tem cada maluco no mundo que, sei não...

–A questão, no meu ponto de vista é a seguinte: Sei que ela e o rei vão se entender um dia, mas o problema da coisa ali é o povo do reino que pode ficar assustado... Mesmo que ela tenha salvado a todos, do jeito que o povo é ignorante e não consegue pensar além, vai ser difícil agradar a todos... A volta dela pode não ser muito bem aceita.

–É uma faca de dois gumes, mesmo que o pai dela esteja ao lado dela, tem mais uma população inteira indo contra.

–Mas eu acho que ela não se preocupa muito em voltar para lá agora, com tanta coisa acontecendo e ela sendo uma das poucas pessoas que sabe, duvido que vá se conter em ficar trancafiada em um castelo enquanto o mundo ao redor dela é uma bomba.

Stuart assentiu.

–Parece que ela é realmente poderosa. –Disse. –Mas uma coisa da sua história me ficou meio confusa, o que esse cara quer afinal? Criar monstrinhos e possuir pessoas? Como assim?

–Bem que eu queria saber. –Steve respondeu sério. –Ele me disse que o monstro não foi obra dele, duvido. Possuir pessoas acho que é mais por necessidade, se entendi bem, ele é um parasita que vai de corpo em corpo sugando toda a sua força vital até que não reste nada, e quando já não tem mais nada para ele, vai tomar o corpo de outra pessoa, e assim vai, num ciclo vicioso.

–Que sádico.

–Foi o que pensei também.

–E ele te possuiu mesmo? Como você está aqui ainda?

–Acho que você já sabe essa parte.

–Sim, talvez não nos mínimos detalhes, mas como aquilo foi acontecer?

–Nem eu sei. Esmeralda declarou como impossível, e é claro que Bruce não teve nada a ver com isso. Talvez sorte, ou o destino estava ao meu lado naquele momento.

–Tudo bem, mas e o que ele quer? Se ele está fazendo tudo isso, certamente não é por acaso, há algo bem grande por trás.

–Não tenha dúvidas. –Afirmou. –Enquanto estava acorrentado, Naum me disse algo sobre uma coisa chamada de A Reforma.

–A Reforma?

–Não sei, parece nomezinho de plano maligno de vilão de conto de fada.

–A diferença é que ele não tem nada a ver com uma fada.

–Com certeza não, e o que esperar de algo vindo dele? Possessão, demônios, monstros, mortes gratuitas e ainda tem mais? Seja o que for não parece nada muito agradável.

–O nome até que não incomoda tanto assim...

–Até hoje ainda não.

O dia seguiu como todos os anteriores, num tédio pleno e cansaço dominante. A comida já não estava em abundância como antes, apesar de terem o suficiente para outro dia ainda, o problema que tinham era conservá-la mais, estava praticamente perdida já.

Quando o Sol começou a desaparecer no horizonte e o céu começou a ficar negro, eles que já andavam praticamente a passos largos começaram quase que a correr. Téfires não estava tão próxima assim, e se a noite caísse e eles demorassem demais, ficaria tudo arriscado demais.

Outro problema que enfrentariam seria entrar em Téfires. Nicko, Marty e Stuart não teriam muitos problemas, somente Steve, que fora visto a última vez fugindo com a princesa, o que certamente não deixa uma boa imagem a ninguém.

–Se eu conseguir entrar lá vou ter que me manter bem escondido para não ser reconhecido. –Steve comentou com Nicko enquanto corriam.

–Você está ferrado. –Stuart disse. –Nesses reinos grandes só se pode entrar quando se é revistado, ainda mais com todos aqueles muros e proteção.

–Pelo menos a muralha agora foi abaixo. –Nicko disse. –Pode ser uma maneira mais fácil de entrarmos.

–Provavelmente, mas duvido que não vá ter guardas em cada canto possível.

–Isso vai ser moleza, não vão ser uns guardinhas que vão nos incomodar. –Steve disse.

Continuaram nesse ritmo mais rápido cerca de mais de uma hora, não pararam num instante sequer, somente diminuíram a velocidade.

A vegetação pelo qual eles atravessavam já havia mudado por completo desde que saíram de Colina Nevada, e daquela região mais fria partiram para uma praieira. Téfires não ficava numa região costeira das mais quentes, porém, já era bem mais do que Colina Nevada.

–Prefiro muito mais o frio a esse calor. –Marty disse enquanto corriam todos suados.

Quando avistaram a praia, não viram nenhum sinal de Téfires, chegaram à beira do mar e olharam de um lado para o outro, somente escuridão.

–Mas que droga! –Stuart praguejou. –Viemos parar no meio do nada!

–Isso só pode ser brincadeira! –Marty também exclamou fincando sua espada na areia.

–Não entrem em pânico! Podemos resolver isso. –Nicko disse. Olhou então para a esquerda e para a direita e logo depois perguntou: - Steve, alguma ideia?

–Não entrem em pânico! –Stuart o imitou com uma voz de desdém.

Steve também ficou sua espada na areia e correu então para a esquerda, até sumir de vista.

–Aonde ele pensa que está indo? –Stuart indagou.

–Espero que ele tenha alguma ideia. –Nicko disse.

–Isso não me parece uma ideia. –Marty comentou.

Steve logo voltou e passou peles três correndo, somente teve tempo de dizer:

–Temos que ser rápidos, as criaturas já começaram a aparecer!

–E você está fugindo?! –Marty gritou enquanto ele sumia na escuridão.

–Eu acho que ele é mais corajoso do que isso... –Nicko disse.

Dessa vez ele demorou bem mais do que antes. Passaram-se alguns minutos e Stuart disse:

–É melhor irmos atrás dele, alguma coisa aconteceu, não tem sentindo ele demorar tanto.

–Verdade... –Nicko assentiu. –Vamos logo.

–É... Gente, acho que vocês vão querer ver isso aqui. –Marty disse tirando sua espada da areia e apontando para longe.

Algumas dezenas de Aranhas vinham se rastejando na direção deles, ferozmente.

–Estava bom demais! –Stuart gritou irônico. –Venham logo suas bestas! Já tem tempo que eu não derramo sangue de monstro!

Marty embainhou sua espada e pegou o arco, já que ele tinha mais segurança com essa arma. Nicko não demorou e sacou sua espada.

–Não podemos nos atrasar muito aqui, Steve pode estar em perigo! –Nicko disse com a espada empunhada.

–Ele também teve a atitude muito genial de sair correndo por aí que nem um cavalo louco! –Stuart respondeu.

Então ele partiu para o primeiro ataque, uma das criaturas pulou em sua direção e ele não fez nada mais do que um movimento e a partiu em dois em pleno ar.

Nicko avançou e saiu da defensiva, cortou o ar num rápido golpe e fincou sua lâmina no corpo de uma dessas criaturas. Marty atirou duas flechas atrás dele, acertando duas delas em cheio, elas não morreram, mas fugiram feridas.

–isso está fácil demais! –Stuart gritou louco partindo outra criatura violentamente.

O sangue do monstro foi lançado em seu rosto. Um pouco entrou em sua boca e ele cuspiu em cima do cadáver do monstro.

–Mas que...

–Cuidado! –Marty gritou.

Uma flecha foi atirada contra uma Aranha que vinha tão rápido como um raio. A flecha foi presa bem no meio da cara dela, e caiu no chão, rolando descontroladamente. Stuart limpou o sangue pastoso em sua cara e fincou sua espada na parte debaixo da Aranha que vinha rolando. Ela morreu no mesmo instante.

–Fico te devendo uma! –Disse.

–Acho que vou começar a contar quantas já foram!

Nicko deu um último ataque, matando outra criatura, e gritou, apontando para o lado que Steve fora.

–Ele está voltando! É o Steve!

Steve chegou até onde eles estavam, pegou sua espada e se uniu à batalha.

–Temos que ir logo! –Ele gritou, já decepando um monstro.

–Ah, não me diga! –Stuart respondeu com desdém.

–A situação está pior do que imaginam. –Ele disse.

–E por quê? Até que estou achando bom. –Stuart matou a última criatura que se ousou se aproximar deles.

Agora a praia estava cheia de corpos e de sangue dos monstros mortos, inclusive ainda havia muito na cara de Stuart, mas ele parecia não ligar.

–Foi fácil demais.

–Quero ver entrarmos em Téfires. –Steve disse.

–Você a encontrou? Téfires?! –Nicko indagou animado.

–Encontrei, ela e mais uma centena de soldados armados preparados para não deixar nem uma mosca entrar lá.

–A situação está tão critica assim? –Marty disse perguntou contando suas flechas.

–Eu preferia a muralha de pedra. –Respondeu.

–Nada que a gente não dê conta. –Stuart disse.

–São centenas de soldados, você me ouviu?

–Com certeza, e estou adorando um pouco de adrenalina.

Eles foram correndo na direção em que Steve fora antes, e correram muito mais rápido do que antes, a ansiedade era alta demais.

Nicko que ia mais a frente com Steve disse enquanto corriam:

–Sabe o que me passa na cabeça num momento desses?

–O quê?

–E se ela não estiver lá?


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