Our Peace, Their War escrita por somedayrobsten


Capítulo 13
Capítulo XIII


Notas iniciais do capítulo

Meninas! Me perdoem pela demora!
Passei a usar o computador com menos frequência e ter lição de casa e estudar, acabei deixando a história para trás! Mas como vocês foram maravilhosas no capítulo passado, aqui está o décimo terceiro capítulo!
Espero que gostem e nos vemos nas notas finais!!!
EU TARDO MAS NÃO FALHO!!!!



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Capítulo XIII

“Apenas uma gota de água em um mar infinito. Tudo o que fazemos desaba sobre a terra, embora nos recusemos a ver. Poeira no vento. Tudo o que somos é poeira no vento.”
(Kansas)

Os dias que se passaram, transformaram-se no terceiro mês em que Edward estava sem Isabella e vice-versa.

E aqueles estavam sendo dias mais difíceis do que quando Isabella se mudou para longe.

Edward tentava voltar à sua rotina normal, mas cada mísera coisa que ele fazia, o lembrava de Isabella. Como quando tomava o café da manhã ou quando visitava algum campo, ele agora também pensava em Isabella nos jantares que participava.

Jantares regados a conversas políticas, assuntos sobre judeus e tantas outras coisas que, longe de Isabella tudo parecia insignificante. Seu trabalho e sua vida pareciam insignificantes, para ser franco. A verdade era que tudo que mais queria era Isabella ali, ao seu lado, acompanhando-o nos jantares e em todos os lugares que fosse para que nada parecesse tão ruim quanto era. E era terrível.

Mas ele precisava encarar a realidade: não podia. Ela era judia, em primeiro lugar – ambos acabariam mortos. E, em segundo lugar, ela estava em algum lugar longe dali. E ele não sabia nem se estava viva àquela altura...

[...]

– Vamos, menina! Termine com isso rápido! – um soldado alto e desconhecido fazia Isabella ficar de joelhos do lado de fora da casa de Mike enquanto a menina engraxava e lustrava sua bota.

Outros soldados, colegas de Mike, assistiam enquanto riam da atitude um tanto atrapalhada e envergonhada da moça.

– M-mas eu já estou term... – argumentou

– Cale a boca, menina, você está aqui para respeitar. – falou, chutando a lateral da cabeça de Isabella com o pé livre.

Engraxava daqui, lustrava de lá, repetidas vezes. Já havia até perdido as forças em relação a tudo. Se pudesse morrer ali, ficaria até mais contente.

As lágrimas forçaram seus olhos quando ela terminou de dar a última esfregada no sapato do soldado. Todos os outros haviam ido embora quando uma loira alta chegou, chamando-os para uma festa em um bar. Promíscuos, infantis e torpes como eram, foram todos.

O que para Isabella, tornava-se um alívio muito maior. Teria que envergonhar-se menos, não teria olhares sobre si mesma além do olhar daquele soldado maldito que a fazia engraxar seu sapato e nunca parecia satisfeito.

Não era melhor, mas era menos apavorante.

Ele olhou. Dobrou o pé para a esquerda, depois para a direita, milagrosamente apreciando o trabalho desta vez. Trabalho este que Isabella estava executando pela terceira vez seguida.

– Muito bem, mocinha. – ele olhou para ela e, com a ponta da bota, empurrou-a para o chão. Isabella agora trajava farrapos. O vestido que usava era acinzentado, de um tecido fino desconfortável. O ombro esquerdo ficava à mostra, pois estava evidente que o vestido era números maior que Isabella. Então, para que nada mostrasse mais, ela empurrava boa parte do tecido para trás, em suas costas, onde ficava largo. – Você merece um presentinho direto e pessoal de um soldado do Terceiro Reich, pelo seu trabalho... bem, um bom trabalho... – falou. O medo percorreu sua espinha, aqueles homens eram monstros! Ela não podia esperar piedade e conforto ou até mesmo um pedaço de pão pelo seu trabalho.

Nenhum deles era Edward. Nenhum deles a amava com intensidade e devoção, sem temer os perigos, amando com riscos.

– Por favor, não me machuque... – ela pediu em um sussurro, contraindo seu rosto e corpo enquanto o soldado fazia apoio com uma das mãos na lateral da cabeça de Isabella, o corpo dele sobre a delicada estrutura da menina.

– Ah, não vou machuca-la tanto assim, querida. Você vai gostar, é uma judia imbecil. – ele falou, montado sobre ela, sussurrando em seu ouvido. Uma mão começava a subir por entre as pernas de Isabella.

– Pare, pare por favor. Eu não quero isso. – ela pediu, implorou, as lágrimas começando a não poder serem controladas por mais nem um minuto.

O soldado por sua vez, apreciava aquele sofrimento e a deturpação emocional daquela frágil mulher. Era desumana sua atitude, muito embora, ele não estivesse se importando com os sentimentos de outra pessoa...

A verdade era que a maior parte dos soldados era egoísta, arrogante, prepotente. O seu ego era até mesmo maior que o próprio cérebro. Eram cães adestrados para matança, mas aparentemente nem sabiam o que estavam fazendo; apenas faziam. Não importava quem fosse ou o que fosse. Nada importava, desde que fossem judeus a quem pudessem ofender, massacrar e oprimir.

– Não, eu garanto que você com certeza apreciará. – ele atacou seu lábios enquanto subia a mão cada vez mais e esfregava os dedos na lateral do quadril de Isabella. O ataque nos lábios de Isabella foi duro, numa espécie de ‘beijo’ forte o suficiente para machuca-la.

Num súbito de coragem e defesa pessoal, ela mordeu o lábio dele com força e saiu debaixo do peso de seu corpo, começando a correr.

– Ah, sua puta! É isso que você é de verdade, uma puta! Judia desgraçada! – Ele começou a correr atrás dela, quando tirou a espingarda e mirou sua cabeça. – Você merece morrer, seu verme. – ele cuspia o sangue de sua boca enquanto falava. – Você merece morrer com essa porra dessa sua cabeça explodida. 3 balas e você está aniquilada, como nós queremos.

Ela respirou fundo. Tinha certeza que era sua hora.

– Edward. – ela inspirou e segurou. Se ia morrer, que seu último pensamento e desejo fosse estar com o homem a quem amava.

Mas quando viu Mike se aproximar, um súbito tremor de relaxamento perpassou seu corpo. Ele teria um ato de humanidade no profundo de seu ser?

– Que diabos é isso que está acontecendo, Eric? – Mike berrou enquanto caminhava na direção de Eric.

– Essa puta nojenta mordeu meu lábio e língua, e agora estou sangrando feito uma vaca! – ele falou, cuspindo mais sangue sobre o rosto da menina.

– E isso dá a você o direito de matar meus empregados? – Mike questionou. Eric abaixou a arma.

Isabella era “território” de Mike, e isso com certeza, entre eles, não dava a Eric o direito de tocar ou matar os empregados dele.

– Não.

– E isso dá a você, por ser um soldado, o direito de tocar em minha criada sem que eu ordene? – quando Isabella pensou que Mike podia ter um pouco de compaixão, ele disse isso.

– Também não.

– Então ótimo. – ele assentiu. – Você. – ele apontou o dedo para Isabella. – Vá para dentro, agora! E você, Eric, dê o fora daqui. Anda, vá! Você tem trabalho para fazer.

Bella se retirou correndo para dentro de casa, recusando-se a passar por mais um segundo qualquer que fosse de humilhação. Não teria a quem recorrer, no entanto. Rute a encarou com nojo e desprezo quando ela irrompeu a porta do dormitório sujo e fedido que compartilhavam e encolheu-se debaixo de seu feltro, fungando e desabando em lágrimas.

[...]

— Edward Cullen! – Alice batia violentamente na porta do quarto do irmão. – Você vai mofar aí dentro, saia desse quarto!

Contrariado, Edward levantou-se da cama e girou a chave do quarto e puxando o trinco com violência.

O queixo de Alice voou ao peito ao ver seu irmão detalhadamente. Edward tinha uma barba por fazer manchando seu rosto, olheiras debaixo dos olhos, e as costas estavam curvadas.

Em silêncio, ela se aproximou do irmão e tocou seu coração.

— Edward, eu não faço nem ideia do que você está sentindo, é verdade. – iniciou sua argumentação, chocada com o que o irmão estava parecendo. – Mas não me faz bem vê-lo assim. Não é novidade que o amor dói Edward, mas trancafiar-se aqui... – ela balançou a cabeça, em negação. – Não fará com que a dor cesse e você preci...

— Eu não preciso de nada! – ele gritou. – A única coisa que preciso está longe daqui. Muito longe. Pode estar morta.

— Não pense assim, Edward. Por favor. Bella vai voltar. – ela tocou o ombro do irmão, que se afastou. – Vamos ao jantar de gala que haverá antes da última sessão de cinema. Você vai apreciar estar entre os meus amigos e os seus. Jasper irá também.

— Eu não quero, Alice. Não consigo pensar em me divertir quando sei que Isabella, que era e ainda é parte do meu coração, está em algum lugar sofrendo por aí. Porque o mundo está contra ela, e porque eu não posso amá-la. Você não entende?

— Não estou obrigando você, irmão. Estou lhe pedindo que considere em meu favor. Por mim. Por favor. – ela implorou e lançou a ele seu olhar mais intenso e pedinte. – Eu tenho noção de como é, Edward. Embora não tenha sentido. Eu queria poder trazê-la de volta e ver a paz de espírito de vocês. Porque eu também amo Bella, Edward.

O amor entre Bella e Edward era o que a fazia sentir-se uma mulher plena, carregando em si uma nova vida. O amor, a compreensão, a parceira entre ela e Jasper era o que havia colocado aquela criança ali, e o que a sustentava era a luta pelo amor de seu irmão.

Edward sabia que ela falava sério. Sabia que não podia escolher ficar ali, porque tinha que cuidar de sua vida. Mas tudo parecia completamente e incrivelmente sem vida e sem humor se Isabella não estava por perto. E qual era o sentido de uma festa de gala antes de uma sessão de cinema?

Para ele, nenhuma.

Mas será que não valeria à pena apenas para satisfazer o desejo de sua irmã? Ele amava Alice e seu sobrinho com todo o seu coração, e por ela, concluiu então, que estava disposto a abrir uma exceção.

O silêncio pairou entre eles por mais alguns segundos.

— Tudo bem, Alice. Eu vou. – o brilho nos olhos de Alice foi imediato. Ela soltou um gritinho e comemorou, dando diversos beijos no rosto e cabelos do irmão.

— Vamos fazer essa barba então! – ela o empurrou até o banheiro e lá, ele começou a tirar sua barba enquanto Alice olhava admirada e eles conversavam sobre o bebê.

A barriga de Alice crescia cada vez mais, e a alegria dela e de Jasper, também era notória. E até mesmo invejável. O bebê estava saudável, e logo logo, estaria ali, para indicar um recomeço, uma nova fase na vida de Alice.

[...]

—Viu? – Alice cutucou as costelas do irmão com o cotovelo. – Não está tão ruim assim.

Edward deu um gole em sua taça de vinho, ajeitou-se na cadeira e olhou ao redor.

— Não, mas eu apreciaria estar em casa. – ele pousou os olhos do outro lado do salão. – Agora, eu realmente apreciaria.

Irina, do outro lado do salão, esbanjava um vestido longo e vermelho, colado ao seu corpo. O sorriso tinha tanto veneno que mataria uma legião, e o aceno a Edward era completamente desconfortável.

Alice seguiu o olhar do irmão e rapidamente arrependeu-se de convencê-lo a ir àquele jantar.

— Edward, eu... me desculpe... Eu não sabia... – Alice começou. Jasper passou a mão sobre a mesa e apertou a mão da amada, como que para acalmá-la antes que o desespero viesse a se formar.

— Está tudo bem, Alice. – Edward falou, tirando os olhos de Irina e olhando para a irmã. – Já superei coisas o suficiente para não superar Irina agora.

Os saltos de Irina faziam um som seco enquanto ela atravessava o salão com piso de madeira, decorado com mesas redondas ao redor e com quadros Italianos adornando as paredes. Ela caminhava em direção a Edward, que conversava com Alice sobre amenidades e tentava dizer que estava tudo bem, e que ela não podia culpar-se por não adivinhar que Irina estaria na festa.

— Edward, querido! – Irina envolveu os braços ao redor do pescoço dele atrás da cadeira e pousou um beijo em sua bochecha. – Como você está?

— Estou bem. – respondeu, indiferente.

— Isso é ótimo, querido! O que acha de termos uma conversa... – ela começou, e Edward apontou uma cadeira livre. – em particular.

— Irina, você está em um evento aberto. Privacidade aqui não é uma coisa muito fácil de se ter.

—Realmente, Edward. Devo concordar com você. – ela abaixou os lábios aos ouvidos dele, e Alice, furiosa, queria explodir a mulher suntuosa com o olhar. – Mas acho que temos um assunto que lhe interessa bastante.

Cada pelo do corpo de Edward se eriçou. Que assunto poderia ser esse? Estar na presença de Irina havia se tornado um fardo, mas se este assunto poderia lhe interessar, então pensou que podia ter algo a ver com Isabella. Irina era má, e fora a ruína do relacionamento de Edward, mas o coração é bobo. Sempre espera demais, de quem pode dar só de menos.

– Vamos lá então. – ele levantou-se da cadeira e fechou o paletó bege que usava.

Irina enroscou seu braço com o dele e caminharam até o outro lado do salão, onde Irina sorria e fazia cena, enquanto sentava-se em uma mesa, tentando atrair a atenção de Edward de maneira vulgar. Contudo, Edward estava preocupado era com o que ela diria. Irina pediu vinho para si e para Edward, que logo foi trazido.

— Gostaria que você fosse breve, Irina. Estou aqui com a minha irmã. – Edward deu um gole em sua nova taça, olhando firmemente para Irina.

— Oh, mas é claro! Então, Edward, você sabe que sei o seu segredo, não sabe? – Irina sussurrou.

— Que segredo? – indagou. Precisava se fazer de bobo.

– Eu sei que você é apaixonado pela moça judia que trabalha em sua casa. – falou e Irina bebeu mais um gole de seu vinho. O silêncio de Edward deu margem a Irina para continuar. – Acontece, é claro, que eu poderia... hum, bem, prejudicar você só um pouquinho, usando o seu segredo contra você. Uma espécie de vingança por aquilo que você não quer me dar.

— E o que você quer dizer com isso? – Edward franziu o cenho e fitou os olhos azuis de Irina, carregados de uma expressão vingativa.

– Não se faça de bobo, Sr. Cullen. Eu posso sair daqui e ir denunciá-lo por infidelidade ao fürher... E aí você sabe o que acontecerá com você. E com ela. – Antes que ela pudesse completar com mais alguma coisa, Edward antecedeu-se.

— Ela já foi embora, Irina. Ela sumiu. Vai ser um milagre se estiver viva.

— Não seja frio, Edward. Sua vida é o que está em jogo. Mas existe um lado nesta história que favorece a nós dois. É simples. – ela esboçou um sorriso malicioso.

— Então me diga qual é o seu preço, eu pago. No entanto, você não poderá ir atrás de Isabella e nem trair o seu acordo. Estamos combinados? – perguntou.

— Mas é claro que estamos. Bem... sem rodeios, vamos lá. O meu preço é: case-se comigo.

A boca de Edward abriu-se no formato de um “O” e o seu coração parou de bater por segundos. O choque era tremendo. Ele manteve-se em silêncio, processando cada palavra de Irina.

— Mas, se você não aceitar, então nada feito. Vou contar que você estava tendo um relacionamento amoroso com uma judia e então...

Ela deu de ombros antes de completar a frase. Edward olhou para ela, depois olhou para Alice que sorria e olhava sua própria barriga, certamente vivenciando mais um mágico momento da gestação, e voltou seu olhar para Irina novamente.

— Tudo bem, eu me caso com você. – inclinou-se sobre a mesa e então sussurrou – Mas quero que você esteja ciente de que nada disso é por você. Eu não amo você, Irina.

— Mas terá que fingir que assim é, se quiser poupar sua vida. E a da menina. – ela disse e sorriu mostrando os dentes, emoldurados pelos lábios carnudos pintados de vermelho. Aproximou os lábios dos dele e deu-lhe um beijo, deixando-o um tanto perplexo.

Um casamento forçado, era algo a que ele teria que se acostumar agora.

Pensando bem, de que valia sofrer pro resto de sua vida? Ele não amava Irina, é claro. E sabia que nem se vivessem mil anos juntos, ele não poderia, não seria capaz de amá-la. Seu coração pertencia a Isabella.

Contudo, aquela atitude seria apenas mais uma das coisas que não valeriam de nada em sua vida. Todo o bem que ele tinha feito e todo o amor que tinha guardado para Isabella não valia de nada. Tudo era como uma gota de água no oceano que estava cheio. Como um grão de areia, numa praia que já estava cheia de areia.

Ele fazendo aquilo ou não, não mudava nada.

Mas de uma coisa ele sabia: precisava poupar a vida de Isabella, mesmo sem saber se ela estava viva, pois em seu íntimo, tinha um fio de esperança que o sustentava.

E lutaria por isso.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Irina venenosa tramando mais uma vez... Tanta coisa pra se desenrolar!!! Fiquei muito feliz pelos comentários do capítulo anterior, então, comentem nesse também! Sei que atrasei a postagem, mas sinceramente, esqueci de postar... Faz umas duas ou três semanas que não acesso o Nyah! (VERGONHAAAAAAA!!!!!)
Bom, pretendo seriamente postar o capítulo próximo na semana que vem, então estejam preparadíssimas!!!!
Muitas coisas precisam ser reveladas...
PS: Vou responder os comentários de vocês hoje mesmo, então, qualquer comentário do capítulo anterior será respondido agorinha!
Aguardo vocês! Mil beijosss!



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