Our Peace, Their War escrita por somedayrobsten


Capítulo 12
Capítulo XII


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem?
Bom, segue o capítulo doze... A música é "No Air" da Jordin Sparks com o Chris Brown!
Nos vemos lá embaixo!



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Capítulo XII

“Se eu morrer antes de acordar, isso foi porque você tirou meu ar. Perder você é como viver em um mundo sem ar.”
(Chris Brown e Jordin Sparks)

– Bella! Bellinha! – Victoria gritou na cozinha, descendo ao porão. A moça estava radiante e queria compartilhar toda sua felicidade com a amiga mais estimada. – Bella? Cadê você? – ela abriu a porta do banheiro que dividiam, não encontrando a menina. – Bella, pare de brincar comigo! Cadê você? - ela levantou os edredons e olhou debaixo das camas, mas nem sinal de Isabella.

Victoria sentiu as lágrimas se acumularem e tudo em sua volta escurecer. Para ela, a vida havia perdido o brilho no mesmo instante. Já havia perdido Aaron, e agora perdia Isabella. Duas das pessoas que ela mais amou. Aaron como cônjuge e Isabella como sua filha, como parte de si própria.

– Por que isso, Bella? Por que? – Victoria chorava e soluçava, gritando. Se jogou em sua cama e percebeu o bilhetinho embaixo do travesseiro.

“Eu nunca quis magoá-la, Vic. Eu sinto muito. Estou indo embora, e tenho certeza de que nunca mais voltarei. Não se esqueça que eu amo você, Edward, Alice e Jasper, o pontinho deles, e Esme.

Peça desculpas minhas a ele. Nunca quis feri-lo. Diga que o amo. Se um dia nos virmos novamente, eu prometo contar tudo o que aconteceu. No momento, só me resta o adeus.”

Victoria leu e releu as palavras, repetidas vezes, a grafia perfeita e delicada deixando seu último adeus. Em busca de algum consolo e na esperança de que poderia voltar a ver Isabella, Victoria chorava sobre o bilhete. No entanto, tudo que encontrou foi tristeza, amargura e um segredo obscuro, algo que envolvia sua partida repentina.

O grito que saiu de sua garganta no instante seguinte foi o suficiente para alarmar todos na casa. Carlisle havia partido logo depois que voltou do porão sem que ninguém percebesse, e desejou a todos feliz ano novo, mesmo sabendo que acabara de destruir qualquer perspectiva feliz de seu próprio filho.

Os passos de Edward, seguidos por Jasper, era a única coisa além do grito e do choro desesperado de Victoria que ouvia-se.

– Ela partiu! Eu não acredito que ela se foi, patrão. Ela se foi! – o lamento, as lágrimas, o grito, fizeram Edward paralisar na ponta da escada.

– Que foi, Edward? – Jasper perguntou. – Vamos! Não consigo ver nada.

– Ela o que? – Edward engoliu em seco e correu para o lado da cama de Victoria. As lágrimas começavam a se formar, o ardor do pinicar em seus olhos e narinas o incomodava.

– Ela partiu. Veja, veja só o que escreveu! – ela jogou o papel no peito de Edward. – Minha filha, Edward. Ela era como minha filha, minha melhor amiga. E ela se foi agora...

O peito de Victoria subia e descia freneticamente, e Jasper estava imóvel na porta, igualmente inconsolável. Querendo ou não, Jasper havia descoberto o quanto Edward amava Isabella quando cada centímetro de seu cunhado contorcia-se em dor pela falta de crença da moça diante das palavras de arrependimento dele. Quando Jasper viu com seus próprios olhos, a vida abrandar-se no corpo de Edward. Não havia brilho.

Edward leu as palavras, primeiro euforicamente. Depois, quando a dor e o entendimento pareciam se alastrar por seu peito dessa vez com mais intensidade, ele leu devagar, absorvendo tudo e completamente sem entendimento das razões de Isabella para fugir na noite escura.

Será que a culpa era dele? Ela não queria mais vê-lo? Não suportava mais cruzar com ele todas as manhãs? Será que ela, tanto quanto ele, estava sofrendo de uma dor tremenda e esse foi o único meio para se livrar de tudo?

Algumas lágrimas salpicaram seu rosto, mas a raiva que veio no instante seguinte foi maior. Ele empurrou Jasper para o lado, e correu escada acima, os passos duros, rápidos, carregados.

– Não posso acreditar, não posso aceitar! – ele subiu para a cozinha, onde chutou uma cadeira que ficou sem dois pés. Abriu o armário atrás de um copo e jogou outros, caindo e se espedaçando no chão e na mesinha suporte. Ele estava anestesiado por uma dor inebriante e uma raiva de tirar os sentidos, que mal sentiu os cacos cortarem seus dedos ou qualquer outra dor que não a que ele sentia em seu coração. Ele empurrou Alice, que estava parada ao lado do batente. Pegou o copo, foi até a sala e despejou uma quantidade para três doses de uísque dentro do copo.

Chutou a mesinha de centro e tudo que havia em cima dela, sentiu o rosto molhado com suas lágrimas, os nós dos dedos e suas pontas avermelhados por conta do sangue. Mas ele nem se deu conta.

– Vocês estão vendo? – ele berrava, os dentes cerrados. Alice e Esme encaravam estarrecidas. – Isso que é o amor? Esta droga que nos faz sofrer? Ela se foi, porra! Ela se foi e eu sou obrigado a carregar toda essa maldita dor? Eu não aguento mais. – ele virou o líquido âmbar goela abaixo. – Se eu pudesse apenas morrer nesse instante e tudo ser culpa dela, para que se vangloriasse...

– Edward, por favor... – Alice protestou.

Riu de escárnio. Alice e Esme apenas assistiam em desespero.

– Não Alice, é minha vez! – ele bateu o copo na mesinha e se levantou. - De que vale toda essa merda onde eu vivo? De que vale tudo o que faço? – foi até as paredes, socou quadros, empurrou fotografias em cima de um móvel. – Talvez eu realmente mereça a morte. Talvez... e só talvez... – ele se aproximou do sobretudo que Esme havia pendurado no suporte de parede ao lado da porta. Ele pegou seu revólver.

– Edward, não! – Esme correu e as lágrimas que desciam rápidas encharcavam seu rosto. – Não faça isso comigo, Edward! Edward, por favor! – ele caiu no chão, levando Esme consigo, escorado na parede.

– Não é assim que todos querem? Que Isabella quer? – ele riu irônico de novo. – Será melhor para todos nós, mãe, pode ter certeza.

– Não, Edward! – Alice colocou-se no meio. Edward levou o cano da arma até sua cabeça. – Isabella não quer que isso seja assim, ela nunca quis. Ela o ama! O ama. – ajoelhou-se e as lágrimas molhavam o rosto do irmão enquanto ela segurava a lateral de sua cabeça.

– Edward, é o que o bilhete diz! – Jasper gritou e se aproximou. – Não faça isso, Edward. Se não escutará a nenhum de nós, então por favor, leia o bilhete novamente. Não acabe com todas as suas chances porque isso ainda não está certo. Ela voltará, Edward. Você vai encontrá-la. – ouvindo tudo o que todos diziam e vendo os olhos de Esme, verdes como os dele, cheios de uma dor cortante, ele soltou o revólver.

Então chorou. Chorou como um bebê recém-nascido. Chorou como nunca havia feito antes. Chorou tudo aquilo que acumulou em todas as noites de todos os meses anteriores.

Jasper pegou a arma e escondeu. Alice e Esme levaram-no escada acima, e o colocaram em sua cama. Enquanto ele chorava, elas o trocaram, limparam e fizeram curativos em seus dedos, molharam um pano e umedeceram seu rosto e pescoço, tentando causar a sensação de refresco.

Antes de Esme sair, Edward falou:

– Por que ela fez isso, mãe? Se o amor é sobre amar intensamente e saber a exata dose de dor que você pode causar a alguém, por que ela fez isso comigo? – Esme olhou de olhos arregalados.

– Pode ir, Alice. – falou e fez um gesto indicando que Alice podia ir deitar-se. Ela se aproximou da cama de Edward e sentou-se próxima ao seu peito. Entrelaçou os dedos em seus cabelos e secou a lágrima que lhe escorria do olho esquerdo. – Ela não fez isso para magoá-lo, Edward. Tampouco para vê-lo sentir dor. O amor, Edward, é tão complexo quanto todas as galáxias que existem no universo. E o instinto do amor, do amor verdadeiro é claro, é proteção. Isabella não fez por mal, ela fez tudo para protegê-lo. Outro dia eu lhe disse que vocês estão em guerra lá fora. Então pense nisso. Isabella não faria nada de mal a você. Pelo contrário, ela quer apenas o seu bem. – Edward assentiu. – Durma bem, meu querido. – ela beijou a testa do filho, levantou-se e saiu do quarto.

Ninguém, nem mesmo Edward, suspeitava de Carlisle. Edward mesmo estava muito abalado para sequer pensar em Carlisle. Ele só sentia que uma escuridão queria puxá-lo e que o mundo à sua volta parecia deslocado, feio e sem graça.

Ele não veria mais os lindos cachos que descansavam nas costas de Isabella antes que ele entrasse na cozinha para tomar o café; não veria mais o brilho daqueles lindos olhos castanhos quando conversava docemente com alguém; tampouco ouviria a voz de anjo que a menina possuía. Ele havia perdido Isabella para sempre, essa era sua única certeza.

Você alguma vez já perdeu algo que sabe que não poderá mais ver, saborear, ou até mesmo tocar? Os primeiros instintos de seu corpo são revolta. Você se revolta, protesta, e sofre. E o sofrimento perdura por um longo tempo. O aborrecimento também. Você forma certezas, previsões, reclamações, e sabe que nada, jamais, o fará tão feliz novamente como um dia havia feito.

Era como Edward se sentia. A vida estava tendo um gosto amargo horrível, e ele sentia-se a criança birrenta que não gosta do remédio ruim. Mesmo que tudo que tenha um gosto ruim sare logo nossas gripes ou feridas, Edward sabia que o gosto amargo de perder Isabella jamais curaria parte alguma de seu corpo – só abriria mais e mais feridas.

No entanto, Isabella, enquanto caminhava no escuro sem direção precisa a seguir, sentia que sua dor era muito maior do que qualquer outra que havia sentido um dia.

Cantarolando e cansada, Isabella seguia um caminho tortuoso em direção à sua morte. Ela esperava que sua Mutti estivesse viva, que pudesse encontrar Jake e seu Pappy.

Ela tivera uma bela infância e durante o tempo que passou na casa de Edward mal tinha tempo para pensar bem sobre isso. Mas agora ali, no meio do nada e da escuridão, tinha tempo suficiente para se lembrar de tudo.

FLASHBACK ON

– Hoje é dia de Sabá! – gritou Nanni, colega de classe de Isabella e vizinha da casa ao lado esquerdo. – Bella, que presente você acha que ganhará neste Sabá?

Bella deu de ombros. Estava cabisbaixa. Deveria ter uns dezesseis ou dezessete anos na ocasião. Havia acabado de se mudar, tinha amigos novos judeus e todos eram tão legais e receptivos!

Só que a tristeza de Bella era tão aparente por ter se mudado quando ela e Edward estavam tão próximos, que mal cabia dentro de si.

– Eu não sei. Por mim, qualquer coisa que Deus trouxer-me dos céus está ótimo. – ela esfregou o pé no chão, afastando algumas folhas.

– Bella, é hora de entrar! – gritou Renée.

– Tchau, Nanni. Lhe desejo paz neste Sabá! – Bella correu para dentro. Os candelabros da família já estavam todos postos, a comida toda pronta. Só faltava uma pessoa. – Mutti, onde está o Pappy?

No mesmo instante em que a pergunta foi feita, Charlie entrou na sala, trazendo um bebezinho minúsculo enrolado em alguns cobertores. A princípio, Bella não entendeu.

– Que tipo de brincadeira é essa, Pappy? Já temos que ir jantar. – ela arregalou os olhos quando Charlie colocou o pequeno menininho em seus braços.

– É o seu irmãozinho, Bella. O nome dele é Jacob. – ele sorriu, as bochechas coradas e o bigode de Charlie trêmulo de alegria. – Sua mãe e eu concordamos em adotá-lo logo que nascesse. A mãe não o queria.

Renée, do outro lado da sala, chorava em alegria. Caminhou até chegar onde a menina tinha o bebê nos braços.

– Acompanhamos tudo, Bella. Queríamos fazer uma surpresa para você neste Sabá. Este Sabá é tão especial! Nos indica recomeço! Jake é o recomeço de nossa nova vida. – ela acariciou o rosto de Bella.

– É o melhor Sabá de todos! Ah, Mutti! Pappy! Como estou feliz! – ela olhou o pequeno ser que estava em seus braços. – É um dia feliz para você também, não é garoto? – ela girou lentamente em seu próprio eixo junto com ele. O nenê, que ainda não estava totalmente pronto para a brincadeira, abriu a boca num ligeiro sorriso repleto de gengivas.

Quando Bella o trouxe ao peito novamente, ele regurgitou.

– Ah, não! – exclamou, vendo a borrinha branca e melecada em seu vestido.

Os três riram juntos, felizes, enquanto brincavam e riam das atitudes do menino que representava o recomeço da família Swan.

FLASHBACK OFF

Quando o corpo de Bella parecia gradativamente se tornar inapto para o restante de uma caminhada que não tinha destino, ela se enfiou no meio de alguns arbustos e adormeceu.

O cérebro antes inquieto e excitado pela adrenalina, agora queria apenas o seu merecido descanso.

No entanto, antes que o sono tomasse todo o corpo de Isabella, ela ainda viu o sorriso de Edward, tão doce, angelical e perfeito nos dois momentos mais marcantes de sua vida. Na cozinha, na manhã em que conversava com Alice e quando andaram de bicicleta um dia antes de sua partida.

Ela jamais conseguiria esquecer aquele sorriso, e doía tanto saber que agora ela teria que ficar longe dele para sempre.

Como se não bastasse este maldito destino separar-nos quando éramos apenas adolescentes, pensou, separa-nos agora, quando tudo parecia que ia funcionar.

E adormeceu profundamente.

Quando os primeiros indícios de que a manhã instalava-se cruzaram o horizonte, Isabella levantou-se, comeu seu pedaço de pão seco e continuou a caminhar.

– Senhor Deus que habita os céus acima, imploro que cuide e proteja todos aqueles que amo. Proteja-me também, senhor. – ela entrou através de um beco que levava à cidade. – Não estou salva agora, meu Deus, mas acredito em seu poder, acredito que você me ajudará a me manter salva. – continuou sua caminhada.

Foi quando, enquanto estava de cabeça baixa e com pensamentos longe dali, trombou em alguém. Ao ver as botas, ela manteve a cabeça abaixada.

– Nome e identidade. – disse friamente.

– É... Isabella. Isabella Swan. Eu saí de onde estava e... – o soldado agarrou seu queixo com os dedos longos e frios, levantando seu rosto para vê-la, causando um arrepio pelo corpo de Bella antes que ela pudesse justificar o porquê de não possuir um documento sequer.

O frio daquela época estava cortante, mas com o casaco que Isabella vestia e tão imersa em pensamentos, ela mal sentiu as baixíssimas temperaturas.

O choque foi quando encontrou os olhos azuis e sólidos do soldado à sua frente. Ela sabia quem era aquele.

– É bom vê-la novamente, Isabella. – ele abaixou-se e sussurrou em seu ouvido. Agarrou os pequenos pulsos da garota e puxou-a. – Você vem comigo. Edward roubou-a uma vez, mas agora que você está aqui, você é minha.

Deixando o trabalho para trás, Mike Newton jogou a garota dentro de seu jipe. Era tudo tão estranho, não era como com Edward. O jipe de Edward em algum momento tornou-se confortável e seguro, enquanto o de Mike estava longe de parecer pelo menos confortável.

– Para onde o senhor vai me levar? – Bella perguntou, amedrontada, do banco de trás.

Mike riu, debochado enquanto seguia caminho para sua casa.

– Olha querida, sei que você estava acostumada a ser tratada como uma empregada normal... Mas comigo as coisas são diferentes. Eu não sou um molenga piedoso como Edward, tampouco vou ajudá-la. Eu tenho meus próprios interesses aqui, e só eles contam. – ele fez silêncio por um tempo, antes de continuar. – Dito isso, acho importante que você saiba qual é o seu lugar.

– A dor, o sofrimento, a sujeira e a vala. – ela murmurou, extremamente baixo, repetindo as palavras que Carlisle dissera.

– O que você disse? – ele franziu o cenho sem tirar os olhos da rua.

– Nada, eu não disse absolutamente nada. – Bella murmurou novamente e suspirou.

– Tanto faz. – ele debochou novamente.

Isabella, no entanto, não estava debochando de nada. Estava com medo, muito medo. E não queria que isso transparecesse a Mike. Ela sabia que, a partir do momento em que ele tivesse as rédeas de seu medo, teria as rédeas de sua vida.

Quando Mike estacionou, Bella notou que o lugar em nada comparava-se à linda casa de Edward. Tudo era uma versão menor e feia, como uma cópia mal feita de Edward.

Era claro, pelo menos para ela, que Mike queria tentar ser em alguma coisa – e qualquer coisa – parecido com Edward.

A casa era a única naquele espaço, e era marrom e as paredes de tijolos. O telhado, onde parecia haver o sótão, era desnivelado com uma certa graciosidade do arquiteto. A chaminé ficava na parte mais baixa e tudo estava coberto de névoa branca. Em frente à casa havia uma árvore de onde pendia um balanço de pneu e uma mesinha para almoços ao ar livre.

De longe, parecia uma casa de pessoas normais, vivendo uma vida normal. Um casal feliz com uma criança para usar o balanço.

Mas não havia nada daquilo.

Era a casa de um soldado nazista do Terceiro Reich, que no máximo vivia com pai e mãe, e o balanço era apenas o charme para a paisagem que envolvia aquela habitação.

– Hora de entrar. – Mike sorriu, um sorriso cheio de dentes e completamente cheio de maldade. Ele segurou os bíceps da menina com força, puxando-a para fora do veículo. O rosto de Bella contorceu-se em dor. – Anda menina! Maldita judia... Vai obrigar-me a continuar aquilo que não terminei no dia em que capturamos você e o resto de seus vermes judeus a que você chama de família? – ele apertou os dentes e arregalou os olhos. Jogou-a no chão e deu-lhe um tapa no rosto. – Acho melhor você se acostumar... Porque aqui não há moleza para você. Há toda a dor que você merece. – ele segurou e emaranhou seus dedos entre os cabelos de Isabella, forçando-a, arrastando-a até à porta dos fundos de sua casa, que dava para a cozinha.

– Rute vai ensinar-lhe exatamente o que fazer. Tanto quanto você, essa gorda maluca é só mais um verme entre tantos outros que procuro eliminar. – ele a pôs em seus próprios pés. Enquanto suas lágrimas escorriam, ela viu a figura de uma mulher gordinha espantada, virada para a porta enquanto largava uma faca com que cortava algumas cenouras.

Ele saiu e bateu a porta, orgulhoso de seu feito cruel. Bella, pelo contrário, sentiu-se desabar em seus próprios joelhos e caiu, rendendo-se ao pranto, à autopiedade, à toda sua tristeza.

– Levante logo, menina. – disse Rute em hebraico. – Não vou proteger-lhe de nada quando minha própria cabeça está em questão.

Isabella levantou-se e tirou os cabelos do próprio rosto, colados em virtude de suas lágrimas.

– Mas eu pensei que... – respondeu em alemão. – pensei que você fosse me ajudar. Somos da mesma religião, do mesmo sangue.

– O mundo está contra nós. – Rute respondeu de novo, em alemão desta vez, apontando e gesticulando com a faca nas mãos. – Acha que vou protegê-la quando, como tanto quanto você posso morrer? Eu não ligo para nada que não sobreviver, menina. Anda, anda! Pegue o avental e comece a descascar e cortar estas batatas! – apontou o cesto que estava cheio de batatas. Pela primeira vez, sentiu seu estômago roncar e nada podia fazer a respeito.

Quando tentou pegar um pedaço de pão que estava sobre a mesa, Rute deu-lhe um tapa e xingou em alemão, dizendo que ela não podia tocar nada que estava ali.

Inconformada e pasma com o tratamento que recebia de alguém que devia, por ordem das coisas, ser sua amiga, ela continuou a preparar o jantar silenciosamente. Não haviam conversas animadas, sorrisos, e interação como havia com Victoria.

E o arrependimento pelos últimos meses em que ela não desfrutara do amor de Edward e tampouco da companhia de Victoria era o que mais esmagava o seu jovem coração.

Ela agora não temia apenas Mike, ou apenas Irina e o que ela podia fazer para sua mãe, ou apenas Carlisle, ou a dor de ficar longe de Edward sabe-se lá quanto tempo mais. Ela temia todos e tudo, inclusive Rute.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Queria dizer que estou chateada com os comentários de vocês, cadê vocês? Dessa forma, não fiz questão em me apressar com o capítulo!
Ninguém esperava isso que aconteceu, né? Mas tem muito mais coisa vindo por aí! Postei spoiler no grupo semana passada ou retrasada, mas acho que nem todas aqui estão por lá, então segue o link: https://www.facebook.com/groups/601419933212490/
Espero que vocês comentem mais, recomendem, indiquem! Porque acho que todos nós gostamos de OPTW, eu tanto quanto vocês quero ver mais capítulos e cada nova evolução dessa história! Beijocas e até o próximo!



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