Our Peace, Their War escrita por somedayrobsten


Capítulo 11
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas, senti falta de vocês! Como estão?
Sem mais delongas, vamos à leitura!
PS: A música do capítulo anterior era "This Masquerade" e a desse é "Distance" da Christina Perri.
Beijocas e até as n/FS



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Capítulo XI

“E eu vou me certificar de manter minha distância. Dizer eu te amo quando você não estiver ouvindo. Quanto tempo podemos continuar com isso?”
(Christina Perri)

O pânico de Isabella era palpável. Ela estava prestes a perder a mãe e o amor de sua vida novamente, e ela não tinha escolha sobre isso. Ela não queria perder nenhum dos dois.

E também não podia escolher por quem lutar. Ela queria lutar pelos dois e sabia que era capaz, mas agora, com Irina como uma águia sobre seus próximos passos, ela não queria ter que arriscar nada.

Isabella precisava agora, de um apoio amigo, e sabia exatamente a quem recorrer. Ela desceu as escadas que davam ao porão com rapidez para uma manada e se jogou na cama de Victoria, as lágrimas quentes saindo em torrentes e Victoria de olhos arregalados com surpresa pelo gesto da menina.

— O que aconteceu? – Victoria perguntou, enquanto sentia Isabella ensopar sua saia com lágrimas. Acariciou os cabelos de Bella e esperou o momento em que a garota se sentisse confiante.

— Foi Irina, Vic! Foi Irina! – Isabella murmurava entre as lágrimas. – Agora eu não posso mais ter nenhum contato com ele, Victoria. Ela ameaçou minha mãe. Como eu me afasto, Vic? Eu o amo, eu estou magoada, mas eu o amo! – Isabella encolheu-se tanto que sentiu-se diminuir, a dor dilacerando seu peito.

Ela agora conhecia mais um pouco da crueldade a que estava submetida.

E Victoria não sabia o que dizer para confortar Bella. Não havia saída agora, a não ser o afastamento de Isabella e Edward.

Aquela guerra era desumana, Victoria sabia. Tanto falando-se em direitos humanos quanto em sentimentos. Mas Isabella pensava apenas nos sentimentos. Ela queria ser livre, queria amar intensamente e viver em harmonia com sua família. Queria unir sua família à de Edward, queria amor. Amor, era só o que queria. E amor foi o que, mais uma vez, estava sendo tirado de suas mãos.

— Bella... você precisa ser forte agora. – Victoria olhou nos olhos de Isabella enquanto a menina se sentava.

— Eu sei, Victoria. Mas agora eu o perdi. De vez. – ela encolheu os ombros. – Talvez eu não devesse ter perdido tempo, eu devia ter percebido e acreditado nele antes!

— Eu lhe falei, Bella... – Victoria sentia Isabella triste e amuada, mas agora ambas sabiam que Isabella não podia arriscar nada.

O tempo passou, o inverno chegou e as comemorações da família de Edward vieram também. No Natal, Alice e Jasper visitaram Edward. Alice não estava feliz por estar longe do irmão depois do que havia dito e em um lapso, percebeu que Edward amava sim Isabella. E que a partir do momento em que ele a beijou dentro de seu quarto, ele faria qualquer coisa por ela.

Esme ficou feliz de ver a barriga protuberante de Alice, que, depois de três meses já estava começando a despontar. Jasper era um bobo apaixonado pela criança que sua amada carregava no ventre, e ele passava horas falando de possíveis nomes para o bebê.

— Eu gostaria que, caso fosse menino, se chamasse Heinrich. – ele argumentou na mesa enquanto eles desfrutavam de um delicioso peru de Natal.

— É um nome lindo, mas não quero esse nome para o meu bebê. Você sabe... – Alice falou e encolheu os ombros.

Edward suspirou pesadamente. Heinrich Himmler, membro da Schutzstafell estava tornando-se conhecido por sua crueldade no campo onde era comandante e Edward já havia estado cara à cara com ele.

Edward era um soldado nazista alemão, estava junto aos ideais de Hitler – da forma mais torta que se podia imaginar: apaixonado por uma judia – e mesmo assim, seu sobrinho não se chamaria Heinrich. Ele não deixaria. Depois de perder Isabella, ele não queria mais infortúnios e mal entendidos com ninguém – muito menos com sua irmã e cunhado.

— Vocês podem colocar Albert, é tão lindo! Quem sabe Friedrich, que também é um nome maravilhoso... – Esme se pronunciou, tentando desfazer o clima pesado.

— Friedrich é lindo mesmo... Mas talvez seja cedo para pensar em um nome, não acham? – Alice argumentou e calou-se.

Edward passara os cinco dias seguintes controlando os campos e sentindo nenhuma melhora na dor psíquica que Isabella estava causando-lhe. Ele agora, mais que tudo, queria poder beijar-lhe na noite de ano novo e dizer-lhe quão especial ela era.

Mas ele não podia.

No mais, ainda teria que tolerar Carlisle. Ele ficou furioso quando Esme, enquanto conversavam sobre o jantar de Ano Novo, disse que Edward deveria convidar Carlisle. Seu pai era, evidentemente, a última pessoa que ele queria ver na face da terra, quem dirá convidá-lo para um jantar importante.

Esme tentou e tentou convencer o filho, até que conseguiu. Edward, no dia seguinte, convidou o pai.

— Pois então, Carlisle, Esme forçou-me a convidá-lo para o jantar de Ano Novo. Se quiser comparecer, infelizmente eu vou ter que manter portas abertas. – ele lamentou em frente à mesa do escritório do pai.

— Ótimo. Estarei lá então. – ele anotou alguma coisa no papel sobre a mesa e Edward virou as costas. Quando agarrou a maçaneta, Carlisle insinuou. – Tua mãe quer que eu esteja lá, Edward. É hora de rever os teus conceitos.

– Não, Carlisle. É você que precisa rever teus conceitos sobre o que é ser um homem de verdade. No mais, Esme quer apenas manter nossas tradições de família e eu tenho certeza que chamar-te foi a maior besteira que já ouvi sair da boca de minha mãe. – ele saiu da sala do pai, orgulhoso por demonstrar sua força e agora desgosto pela existência de Carlisle.

E naquele mesmo dia, após deixar o escritório do pai a quem odiava profundamente, ele fez a coisa mais terrível para um ser humano. A coisa mais cruel, desumana, torpe e horrível. Porque não existem outras palavras pra justificar e horrorizar o ato.

— Crianças, em fila. É hora de marchar! – Klaus berrou.

As crianças todas se levantaram do compartimento do campo que mais parecia um celeiro, onde foram enxotados após a exaustiva viagem dentro do caminhão. Podia-se dizer que a quantidade de crianças que estavam lá, quase ficavam sem ar. O lugar era apertado, fedido e escuro.

— Tio! – uma garotinha com cachos dourados e olhos chocolate se aproximou de Edward e puxou a manga de seu sobretudo. – Tio? Nós vamos comer agora? – ela apertou os olhinhos por conta da claridade de uma das luzes que iluminavam o campo. A noite estava um breu completo, bem como o lugar onde aquela pequena criança fora obrigada a ficar, desconfortável e faminta.

— Vá para a fila, menina. – respondeu. A garota não saiu do lugar, ficou olhando Edward.

— Mas tio, o senhor não respondeu minha pergunta. Nós vamos comer? Tomar banho? – a voz de garotinha daquela menina que deveria ter, no máximo, uns cinco anos aborrecia Edward. Fazia-o ver que tipo de monstro cruel ele era.

— Olha, menina. – ele se agachou para ficar da mesma altura que ela. – Você vai ver quando chegar lá. Agora vá para a fila! – ele gritou, amedrontando a garotinha, que derramou lágrimas ao longo do rostinho de porcelana. Ele engoliu em seco.

— Klaus, eu comando agora. – ele começou a marchar na frente de todas as crianças. – Me sigam! Não percam o foco nem saiam da fila. O primeiro que sair...

Em ordem, as crianças cochichavam suas expectativas na fila. Haviam os pessimistas – estes sabiam o que ia acontecer. Mas haviam as crianças ingênuas e esperançosas da bondade daqueles adultos, porque de tudo o que conheciam no mundo, sabiam que a função dos adultos era ser bonzinhos com as crianças.

Ledo engano.

— Vamos logo! – eles foram colocados dentro da câmara de gás. – É hora de tirarem os seus casaquinhos e sapatinhos. Hora do banho! – disse Klaus.

— Viu? Nós vamos tomar banho! – a menininha que perguntou a Edward o que iam fazer exclamou para um menininho mais velho que só sabia espalhar seu pessimismo entre as outras crianças. – E eles depois vão nos dar algo para comer. Eu aposto! Esses homens não podem ser maus...

Ela sorria brilhante.

— Pobre coitada... Mal sabe que mais alguns minutos e estará morta, dando um fim à possível reprodução desses vermes judeus. – Klaus falou. Edward permaneceu calado pensando no irmãozinho menor de Isabella, de quem a garota havia perguntado uma vez. Tentou ver se encontrava, apenas com o olhar, algum garotinho que se assemelhasse ao que ele havia visto em seu colo.

O alívio foi maior quando, ali pelo menos, ele não viu Jacob.

Então as portas foram fechadas por outros dois guardas, a água ligada e fervente fazia com que gritinhos fossem ouvidos. Logo depois o gás foi liberado e alguns bons minutos depois não ouvia-se mais nada. Edward virou as costas e foi embora, não teria estômago nem força suficiente para encarar o que havia feito.

Ao voltar para casa, encarou seu prato por minutos depois de dar uma única garfada em seu jantar. Subiu mecanicamente para o quarto, tomou banho e sequer cogitou olhar-se no espelho. Estava amargurado e chateado consigo mesmo.

A mulher que amava era judia, e ele tinha acabado de matar centenas de inocentes crianças também judias. Tudo em sua vida parecia piorar gradativamente, cada parte de seu emocional destruído. Ele havia matado o futuro de uma religião, o futuro de um povo, o talvez, quem sabe, futuro da humanidade. O revés à toda crueldade daquele momento.

Ele estava concluindo que não queria ser como o pai – que largou a promissora carreira na advocacia para servir ao governo torpe de Adolf Hitler, obrigando-o a seguir os passos do pai, não suas escolhas.

Ele sabia que pelos próximos anos ainda teria muitas atrocidades para cometer, e não estava nada disposto a isso. Ele tinha um plano que poderia mudar todo o curso de sua vida, e que provavelmente poderia dar errado. Mas se Isabella concordasse, ele correria todo e qualquer perigo.

Depois de banhar-se, Edward virou uma garrafa inteira de uísque e foi deitar-se completamente bêbado e grogue, a ponto de deitar-se em posição fetal e chorar, chorar, chorar.

[...]

— Bom dia! – cantarolou Alice na cozinha.

— Bom dia, querida. – Victoria respondeu.

— Oi Alice. – foi a coisa mais útil em que Isabella conseguiu pensar.

Bella estava agora em um compasso de sofrimento que parecia sem fim. Não comia direito, tampouco bebia. Chorava todas as noites antes de dormir e a única pessoa com quem ela conseguia conversar normalmente era Victoria.

— Oh, Bella! Pelo amor de Deus, não aguento vê-la assim, sabia? – Victoria repreendeu depois que Alice saiu da cozinha.

— E como você quer me ver, Victoria? Feliz e rindo por aí como se tudo estivesse bem para mim? – ela também não estava mais controlando a medida exata de grosseria que podia ser cuspida a alguém que só quis ajuda-la o tempo todo. – Olha, Vic, me desculpe. Eu estou muito mal, eu não aguento mais essa desgraça que parece assolar-se cada vez mais em minha vida.

As lágrimas vieram de novo, e o consolo amigo também. Victoria abraçou Isabella o mais forte que seus finos braços permitiam.

— Eu não vou deixar que nada de mal aconteça a você, Bella. – Victoria jurou enquanto sentia as lágrimas de Bella ensoparem seu ombro, e os soluços frenéticos que a menina deixava escapar.

Edward desceu as escadas e encontrou Bella chorando ali, abraçada com Victoria. Seu primeiro impulso era tocá-la e abraça-la, mas assim que ela se desvencilhou do abraço de Victoria e o viu parado na soleira da porta, ele não teve tempo nem de se aproximar, e Isabella já estava descendo novamente ao porão.

Victoria olhou para Edward, que nutria uma triste e arrasada expressão. Ele se sentou, ela serviu o café e começou a limpar a pia, quando com um murro estrondoso, ele tirou a atenção da moça.

— Me diga, Victoria! Me diga o que diabos está acontecendo por aqui? Eu não aguento mais o que ela está fazendo, você compreende? Eu não aguento mais! – ele cerrou os dentes e bateu na mesa novamente, levantando-se e deixando tudo para trás.

Edward pegou o jipe e foi para a cidade, onde teria que colocar mais cartazes em lojas e parques onde judeus não eram aceitos.

— Ei, Edward. – Mike Newton se aproximou do jipe enquanto Edward estacionava no meio da rua. – Quanto tempo não o vejo!

— Hm, é. – Edward respondeu e saiu do veículo. Foi em direção a um grupo de soldados que estava distribuindo cartazes, e Mike continuava ao seu lado, como uma sombra. Pegou quatro cartazes e foi em direção ao primeiro estabelecimento.

— O que diabos vocês estão... – o dono do local apareceu na porta berrando. Mike tirou sua espingarda da lateral do uniforme e apontou para o senhor.

— Normas do Terceiro Reich, o Reich que pretende acabar com todos os judeus que prejudicam nosso trabalho e mancham nossa raça. – Mike respondeu sorrindo, como se o que fizessem fosse motivo de orgulho. – Volte ao seu trabalho, senhor. – ele abaixou a arma e seguiram para outro estabelecimento.

— E aí, Edward, e aquela garota judia que você levou para sua casa e para nossas festas? – Mike perguntou. – Eu nem tive a chance de vê-la mais de perto ou...

— Não teve e tampouco terá. – Edward respondeu ríspido, não queria ouvir ninguém falando qualquer merda sobre Isabella. Não na sua frente.

Só que Edward havia acabado de plantar a semente da suspeita em Mike.

[...]

Enquanto a família toda chegava para o jantar de Ano Novo, Isabella e Victoria preparavam o jantar.

— Tomara que nesse novo ano essa guerra idiota possa acabar. – Victoria murmurou.

— Gostaria de poder pensar e torcer para que isso termine esse ano, Vic. Mas meus instintos dizem que Hitler não fez tudo o que queria ainda. – Bella respondeu, citando o nome que causou um arrepio em sua espinha, enquanto decorava um prato com batatas.

Victoria lhe deu um peteleco.

— Pare, pare já de falar bobagens!

Elas começaram a servir o jantar e mais uma vez, Isabella teve que encarar Carlisle. Só que dessa vez tudo estava diferente. O olhar de ira e malícia de Carlisle amedrontava Bella de uma forma que era inexplicável. Daquela vez, ele parecia saber exatamente quem ela era.

— Estou tão feliz pelo próximo raça-pura da família Cullen! – Carlisle falou, tocando a barriga de Alice que estava crescendo cada dia mais.

— Ótimo! Mas é uma pena ter que informa-lo que ele não vai seguir seus preceitos, Carlisle. – Alice respondeu, tirando a mão do pai de sua barriga.

Os olhos de Carlisle se arregalaram o suficiente para saírem das órbitas oculares.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo, mocinha? – Carlisle se levantou e foi atrás de Alice.

— Sou mulher. Mãe do meu próprio filho, casada, jovem e vacinada. Não dependo mais de você e tampouco fico de castigo se você mandar. – ela riu irônica.

Edward atravessou as portas de entrada antes que Carlisle pudesse dizer alguma coisa.

— Carlisle, você está na minha casa. Aqui você respeita, você não manda. Alice é independente e vai criar um bom filho, diferentemente de você. – Carlisle ficou perplexo com a coragem de Edward.

— Edward, querido! Que bom que chegou! – Esme atravessou a sala correndo para abraçar o filho, a fim de amenizar o clima. – Tudo está quase pronto. Venha, tire esse sobretudo e sente-se.

Depois do momento de tensão o ar ficou leve e tranquilo, a conversa amena na mesa era saudável e o jantar foi servido às oito e meia.

— Que tal jogarmos algum jogo de baralho? – perguntou Alice, sorridente. – Vamos chamar as meninas da cozinha também!

Todos concordaram com o jogo, exceto Carlisle, que sentou-se no sofá enquanto lia Mein Kampf pela décima terceira vez.

E Bella, porque precisava ficar longe das vistas e da mente de Edward.

[...]

— Você está roubando! – Alice gritou para Edward, que gargalhou. – Você está roubando seu babaca! Victoria, faça alguma coisa!

Àquela altura do jogo, eles estavam todos concentrados, o que dava a Carlisle a vantagem de se infiltrar na cozinha atrás de Isabella. Ele já havia bebido três ou quatro doses de uísque e sabia muito bem o que queria fazer.

Na ocasião em que Edward entrou em seu escritório dizendo que ele batia em Esme, tudo ficou claro. Ele lembrou-se da tal Elza, que na verdade era Isabella e resolveu que tinha que dar um jeito de afastar a garota da vida de Edward, antes que as coisas acabassem mal.

— Isso não é justo, Edward. Não mesmo. – Alice bufou.

— Vamos poupá-la, Edward. – Jasper riu. – Ela está grávida.

— Mas nós não estamos roubando nada, Jasper! – Edward riu de volta, —encarando incrédulo o amigo.

Carlisle, a passos leves e despercebidos entrou na cozinha.

Nada de Isabella.

Ele resolveu descer ao porão, onde encontrou Bella deitada olhando fixamente para o teto e cantarolando uma música que provavelmente a fazia pensar em sua família. Ela nem ouviu Carlisle chegar.

Ele lentamente se aproximou da cama dela e ficou sobre ela, uma mão tapando a boca de Isabella para que ela não gritasse e o outro braço fixo e apertado em sua garganta. Os quadris dele bloqueavam a cintura de Isabella, impedindo qualquer fuga.

— Você vai me escutar, sua vadiazinha judia. – Carlisle começou, os dentes cerrados e olhos esbugalhados. – Quanto tempo você imaginou que Edward podia escondê-la de mim, hein? – ele apertou o pescoço dela com mais força.

— P-p-por favor, solte-me! – ela tossiu. – O s-s-senhor está me machucando.

— Olha aqui, sua imunda! Olha para mim! – ele puxou o rosto de Isabella fazendo-a olhar em seus olhos. Desferiu um forte tapa no rosto dela e puxou a cabeça dela novamente. – Suma da vida de Edward, entendeu? Desapareça. Faça o seu melhor e deixe Edward em paz! Em paz com a mente dele! Mantenha distância da porra vida dele! Eu não vou deixar você destruir a grande carreira dele, a grandiosidade dele como parte do exército. Ele nasceu para servir a Alemanha e lutar contra vocês, judeus, pedras em nossas botas! – lágrimas inundaram os olhos da menina enquanto Carlisle apertava seu pescoço com mais força. O suor começava a se formar e o rosto dele a ficar vermelho.

Ele, tanto quanto ela, tinha a certeza de que ia mata-la. Ele apertava o pescoço dela com uma força tremenda enquanto ela tentava sacudir os pés.

E foi quando, de repente, ele soltou.

— Eu não vou mata-la. Isso seria privilégio demais para você. Você merece a dor, o sofrimento, a sujeira e a vala. Morrer seria muito vantajoso. – ele saiu de cima dela e então, olhou-a mais uma vez, cuspindo em seu rosto. – E eu gostaria que não fizesse alarde de sua partida. Suma. Apenas. - depois saiu do porão como se nada estivesse acontecendo.

Bella puxou as mangas até o dedão e limpou o rosto onde Carlisle havia cuspido. Chorava com tanta intensidade que pensou que poderia acabar sem lágrimas. Ela estava destruída, cansada, magoada, humilhada, e agora, precisava sumir.

Quando o relógio bateu meia-noite e o novo ano iniciava-se, Isabella teve a sua ideia, que a princípio parecia cumprir com tudo que o pai de Edward queria. Arrumou uma pequena trouxinha com duas mudas de roupa e um pão velho e deu adeus, mentalmente, ao homem que mais amava.

Escreveu um bilhete com um pedaço de papel que achara na mesinha de cabeceira que dividia com Victoria e colocou debaixo do travesseiro dela. E então, depois, saiu pela porta de trás da casa ouvindo as comemorações de Ano Novo e risadas de pessoas cheias de felicidade. Felicidade essa da qual ela não fazia parte agora.

E também não faria nunca mais. Sua única certeza, no entanto, era a morte, era o campo, era a dor. E era exatamente o que Carlisle havia dito que ela merecia.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Capítulo terrível, não? Mas por enquanto, a maioria deles será assim :(
Espero que tenham gostado, apesar de tudo! Comentem, recomendem, indiquem, mais comentários me fariam muito feliz! Vocês nem têm noção do que vem por aí, mas posso garantir, apesar de tudo, Bella e Edward ficarão juntos.
Hoje não tenho nada de notas longas ou quilométricas, apenas peço que me digam se gostaram ou não, comentem, enfim... É isso.
Vou demorar um pouquinho mais pra voltar, PORÉM, vou voltar sempre que eu puder! Até lá, vocês podem conversar comigo sobre a história no facebook ou participar do grupo Fics da Lets!
Beijinhoooooos! ♥



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