– É só nos seguirem que vocês vão saber rapidinho onde cada um vai ficar – Alex falou indo na frente ao lado de Anne.

Passamos pela porta e nos deparamos com um corredor completamente branco e com algumas portas.

– Este aqui é o corredor da lamentação, se tem uma coisa que vocês devem ter certeza é que não devem entrar nestas salas, ou talvez nunca poderão sair de novo – Anne fala apontando para as salas de uma maneira calma, como se o que ela acabara de falar não fosse nada sinistro.

– E por qual razão vocês teriam salas deste tipo aqui? – Dante pergunta com um timbre um pouco baixo, ele ainda parecia com um pouco de medo.

– Por três motivos, o primeiro é pra prendermos aqueles que vão contra a AH e segundo é para treinar aqueles que precisam de uma aprendizagem mais severa ou também aqueles que precisam melhorar seus instintos ficando perdido.

– Mas isto não é meio arriscado? Sabe, eles podem se perder pra sempre como você já disse... – Iara comenta seriamente.

– Na verdade, nem tanto. Um instrutor treinado vai com eles nestes dois últimos casos, mas ele não ajuda o estudante em nada, só está lá para tira-lo caso algo de ruim ocorra ou o tempo de espera se esgote.

– Acho que entendi... espera, seria possível usar estas salas como meio de esconderijo caso algo aconteça aqui? Sabe, já que é difícil de se encontrar a saída, se alguém entrar e invadir, talvez poderíamos usar para refúgio ou coisa parecida – Depois de eu fazer este comentário, todos olham para mim como se eu tivesse dito algo impressionante...

– A-acho que talvez seja possível... – Anne parece que está constrangida por eu ter dito isto.

– Como eu imaginei, você é realmente um garoto de outro mundo Marco - Alex diz com um sorriso de orelha a orelha e fazendo um sinal de positivo com o polegar.

– Vamos seguir logo! Temo muita coisa para vermos aqui! – Anne começou a caminhar com passos firmes... parece que o que eu disse deve ter ofendido...

Continuamos caminhando, viramos à direita e caminhamos mais um pouco pelo corredor branco, até que chegamos a um tipo de Hall, lá tinham muitas pessoas, eu fiquei impressionado, tinha umas que estavam voando, outras estavam acho que treinando algum tipo de artes marciais, algumas estavam apenas conversando, tinham algumas andando pelas paredes. Até parecia um refeitório de uma escola para mutantes.

– Bem, aqui pessoal é o meu lugar preferido, é a Ala do faz o que quiser! E como o próprio nome diz, você faz o que quiser aqui. Sem regras, sem aborrecimento, só diversão! – Alex diz animado por estar ali.

– Não é bem assim Alex! – Anne puxa a orelha dele – Aqui é o Hall do descanso, depois de um dia de treino, escola e tudo mais, os protegidos vem aqui para relaxar, cada um tem sua maneira de relaxar. Uns apenas socam coisas, outros brincam por aí, alguns jogam jogos, cada um tem sua maneira de relaxamento que usa aqui ou em seu quarto. Mas temos um limite para tudo, por exemplo, se caso for ocorrer alguma briga, será tudo controlado e com um instrutor para impedir que alguém morra. Mas claro que acontecerão hematomas graves e tudo mais.

– Sim, e esta é a parte mais interessante! Ver a cara de podre do perdedor! Ele fica se sentindo tão mal que treina mais e mais para poder voltar, e arrebentar a cara da do outro que o bateu. Isto me diverte demais, ainda mais quando sou eu quem estou lutando! – Alex muitas vezes parece um psicopata louco. Mas ele também é divertido

– Agora, seguindo. Já que ainda temos mais lugares para ir e ainda teremos o treinamento inicial de vocês.

– Treinamento inicial? O que é isso exatamente tia? – Anna pergunta para Anne se aproximando dela.

– Não me chame de tia! Meu nome é Anne! – Anne parece que está um pouco brava.

– Wow! Parece que a TPM chegou pra alguém... – Alex faz uma brincadeira com Anne.

– Não amola Alex! E o treinamento inicial, é um o treinamento que fazemos para saber o quanto das habilidades dos seus antepassados vocês dominam sem saber. Como Escalar paredes, força maior do que o normal, e estas coisas.

– Entendi tia! – Anna mais uma vez fala isso.

– NÃO ME CHAME DE TIA! – Anne gritou furiosa.

– Ei Mari, quem é a tia e do que ela está falando? – Fe cochichou no meu ouvido.

– Felipe Vladir! Pode parar de me chamar de tia?

– T-tudo bem... eu paro... e desculpa... – Fe é mesmo um cara muito lerdo...

– Vamos seguir, já tivemos comédia demais pra um capítulo só não acham? Se continuar assim vamos perder o foco do capítulo e vai ficar estranho – Alex fala de uma maneira estranha... como se isto aqui não fosse a vida real e apenas uma história.

– Certo, vamos seguir então.

Continuamos andando até chegarmos em um corredor rustico todo feito de madeira com números nas portas.

– Aqui são os dormitórios, vocês vão ficar em seus quartos como duplas.

– Espere... mas e as nossas malas? Onde elas estão? Vocês não acham mesmo que vamos viver aqui sem roupa nenhuma não é? – Iara pergunta duvidosa

– Claro que não, em quanto estavam esperando na Casa, mandamos um dos nossos buscar as malas de todos com suas roupas, utensílios que usam normalmente, e tudo mais.

– Se é assim então tudo bem...

– Bem as duplas são o seguinte: No quarto 300 ficam Felipe e Iara; No 301 ficam AnnaSophia e Kirah; No 302 ficam Dante e Marco; No 303 ficam Eu e Katarina.

– Que? Mas quem são estas duas outras pessoas? Kirah e Katarina? – Pergunto confuso.

– São colegas de quarto, estão aqui a três dias a mais, já tem uma pequena experiência maior.

– Ei Alex, mas e você? Você não mora aqui também? – Fe perguntou com uma certa tristeza na sua voz, acho que ele estava começando a gostar do Alex.

– Não, eu sou só o cara que reúne vocês, não faço parte da AH, mas ainda vão me ver de vez em quando. Gosto de vir pra cá me divertir – Alex fala sorrindo, acho que ele tinha sacado o que eu também saquei e estava tentando consolar o Fe.

– Ah... então tudo bem... Até mais Alex – Fe acena, em seguida todos fazem o mesmo.

– Até mais pessoal, até a próxima, se eu não morrer antes! – Alex da um salto e some.

Depois disto cada um entrou para seu quarto, eu e Dante entramos para o nosso e nos deparamos com um quarto rústico com uma cama paralela a outra encostada na parede, duas cômodas, encostadas na parede da porta e uma porta que levava ao banheiro.

– Que bom que ficamos no mesmo quarto não Dante?

– Sim, assim eu fico um pouco mais aliviado, já que você é o único que eu confio neste lugar.

– Acho que a gente pode ir dormir não? Já está tarde, acho que vamos fazer este “treino inicial” só amanhã.

– Sim você está certa, vamos pegar nossos pijamas e dormir – Fui em direção às cômodas e abri primeiro a da direita, vi que eram roupas dele e então fechei rapidamente, em seguida fui na da esquerda e peguei meu pijama.

– Eu não uso pijama – Dante retirou os fones, então tirou a camisa. Eu pude ver seu corpo, ele tem um físico atlético excepcional... me deu até vergonha ao ver ele assim. Em seguida, tirou a calça e os sapatos ficando apenas com a cueca box e o colar – Boa noite – Dante pulou na cama e começou a dormir.

– B-boa noite... – Me troquei e também fui dormir.

Amanhã, as coisas vão mudar de uma maneira que eu nunca pensei que pudesse acontecer...