The Legend of Anorle escrita por Guskey


Capítulo 7
• The mage's hut •


Notas iniciais do capítulo

♦ Em nossa vida sempre aparecerá alguém para nos abrigar no pior momento.

♦ Boa leitura!



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As retinas de Anorle vislumbrava apenas os vultos negros, verdes e marrons que passavam. Estava correndo há minutos e praticamente exausto, por carregar Laak nos braços. As árvores aumentavam seu tamanho e a escuridão ficava densa, diferente de instantes atrás quando conseguia ver completamente o sol brilhando no céu azulado. Ouviram o guinchado de corvos, e sorrateiramente começaram a caminhar pela relva alta, viram os pássaros voando por perto da neve sob as últimas galhas da árvores. Pofotta estava trás de Anorle, olhava para todos os cantos da floresta com seu óculos apoiado no nariz pequeno. Vanetac vinha atrás com sua espada apontado para a floresta, poderia ali dar um fim a uma criatura em qualquer momento, caso atacassem-os.

Ao longe o elfo encontrou uma luz no chão nevado, continuaram a caminhar e então conseguiu ver o sol, estavam numa clareira pequena com bastante neve, as árvores circulavam a orla como é contornado um desenho. Ouviram mais guinchos e então pararam por ali.

— Estas melhor? - Perguntou Anorle para Laak, visto que ela ainda dava alguns gemidos de dor. - É notável que não podemos ficar aqui muito tempo, nossa caminhada precisa ser retomada em minutos. - E agora dirigiu-se a Pofotta que estava sentado e ao Vanetac que estava dando uma ronda no perímetro. Laak respondeu um "Sim"

Anorle jogou sua trouxa para o anão e pediu-o para retirar um lençol que havia trago. Pofotta o encontrou, estendeu no chão e Anorle deitou a elfa sobre o tecido, evitando o contato com a neve.

— Você é mesmo um tolo Anorle, me puxou tão depressa que esqueci tudo lá naquela casa, óculos, roupas e agora só tenho essa lança. - Enraiveceu o anão chutando a neve para o lado de Anorle, depois deu sorriso amigável.

— Morto estaria se eu tivesse lhe deixado lá. - Finalizou o elfo sentando-se na neve e espalhando um pouco para os lados.

Vanetac chegou em seguida com algumas amoras em mãos, o elfo então ajudou Laak e ela degustou as poucas que dividiram. Ouviram mais guinchos da direção que tinham vindo, assustaram-se. Descansaram por alguns dez minutos e então Laak estava nos braços de Anorle, começaram a caminhar normalmente pela floresta, ali já era calmo e o que ouviam era apenas o vento combatendo com as folhas no alto das árvores.

— Tanzta está longe? - Perguntou o humano que agora estava na frente do grupo, com a espada armada.

— O mapa ficou na vila. Mas recordo-me bem os pontos importantes. Daqui em diante só teremos florestas, depois precisaremos dar um contorno, pegar a estrada e pronto, estaremos nos portões da cidade. - Disse o anão olhando atentamente para frente com sua lança em mãos. - Mas claro, se eu tivesse um seria facilitada nossa caminhada.

Andaram mais e mais, até que chegaram num lugar que não estava no mapa e que Pofotta não tinha dito, de acordo com sua recordação do pergaminho. Tinha um riacho estreito e longo, em frente tinha três tipos de plantações diferentes, trigo, tomate e cenoura. Havia uma cabana de madeira mais adiante, ao lado um moinho que girava todo momento gerando energia para a cabana. Ao fundo era o mesmo, árvores e mais árvores geladas e escuras.

— Achas mesmo que aqui era só arvores, anão? - Perguntou irônico o elfo que carregava a elfa de cabelos rosados. - Acho que não.

Pofotta inclinou seus óculos para a residência de madeira, depois para a plantação, parecia uma fazenda normal.

— Não tinha, eu tenho certeza. Mas vamos ver, talvez possamos passar a noite aqui. - Disse ele suspirando e sentindo um frio transcorrer pelo corpo.

Então todos deram um passo, foram cuidadosos ao passar pelo riacho congelado, se Anorle caísse ali poderia prejudicar mais ainda o pé pálido da elfa. Então todos abaixaram quando viram um rosto na janela, estavam atrás dos enormes trigos, dali seriam impossíveis de vê-los.

— O que estas acontecendo, elfo? - Perguntou Laak com seu rosto tapada de trigo. - Tiras-me daqui, estou sufocando com os malditos trigos. - Disse num tom engraçado. Anorle levantou-se ao ver que nada ali tinha, era apenas um rosto feito de barro, percebeu isso ao ver que não piscava e nem mexia, os cabelos não esvoaçavam e a pele não movia-se.

Pofotta foi na frente desta vez, sua lança estava apontada para frente. Ouviram um ruído sair do telhado da casa, gritou como um alarme: "Intrusos. Bandidos. Aniquiladores." E então com seus dedos pequenos jogou uma pluma branca que fez com que todos os quatro ficassem imóveis, estavam parados e não se mexiam, pareciam ser estátuas. A pequena criatura era uma fada, suas asas azuladas estavam abertas e seus olhos castanhos olhava para os "bandidos", vestia uma roupinha de boneca de cor verde.

De dentro da casa saiu uma idosa apoiada numa bengala de madeira, tinha os cabelos grisalhos e logo abaixo um óculos de meia-lua, tinha a pele empalecida e usava um suéter de couro, abaixo uma saia confortável mostrando suas finas pernas. Usava um chinelo preto que evitava tocar na neve fria.

— Ohh, não, não. Solte-os agora Ane. - Ordenou a idosa e então fora ao encontro das visitas.

Anorle sentiu um pulso forte no corpo, e isso tudo aconteceu com os demais. A espada, a lança, o arco e aljava de flechas e a flauta estavam flutuando por conta da magia de Ane, a fada.

— Devolva o que é nossa sua velha maluca. - Insultou-a pulando para tentar pegar sua espada de luta.

— Vanetac, Anorle, Laak, Pofotta, sejam bem vindos. Acho que está escurecendo, é melhor vocês entrarem. - Disse a velha entrando no seu barraco de madeira e esperando que todos entrassem. - Ane, dê isso a eles. - E então os instrumentos soltaram-se do ar e caíram, a espada e a lança quase afundaram na cabeça de Pofotta e Vanetac. A flauta caiu na cabeça de Laak, Anorle desviou-se das flechas pontudas que enfiaram no chão e depois o arco e alajava.

— Desculpa. - Disse com suas bochechas vermelhas.

— Mais atenção Ane, não tratamos nossos convidados assim. - E esta olhou para o anão, de algum modo que só ele entendia, ela estava esperando algo dele.

Todos entraram, o interior da casa era linda, toda revestida (o chão) por carpete vermelho escuro um pouco desbotado. Nas paredes tinham quadros de gatos, cães, lebres e raposas. Tinha uma luminária enfeitiçada que ficava flutuando no teto da sala, esta seguia para onde a idosa ia. Estavam no hall, portando a luminária lá estava. Tinha dois sofás super confortáveis, dois vasos de plantas numa pequena estantes centralizada. Anorle colocou Laak no sofá e depois sentou-se, olhando o cômodo. Pofotta e Vanetac ficaram de pé, mas depois sentaram ao ver uma bandeja de chocolate quente passear pelo ar e ser distribuído entre eles. A fada fazia todo o trabalho, levitou uma poltrona e colocou no sofá para que a idosa sentasse.

— Bom. Eu esperava-os, e meus pesamos pelo Valuge, pobrezinho, deve estar vivo ainda, torço por ele. - E então deixou todos curiosos, Anorle parou de beber o chocolate quente, Pofotta parecia saber de tudo, Valuge chegou a abrir a boca e Laak adormecia no sofá quando a fada nela colocou um pano quente na testa, perto de suas orelhas pontudas.

— Como sabes nosso nome? Vossa pessoa é alguma leitora de mente? - Disse Anorle enquanto bebia mais um pouco do chocolate, mas estava assustado.

— Elfos e seus linguajares, parece que você esta vivo à séculos, falando dessa maneira. Não importa, meu nome é... - E foi interrompida pelo anão.

— Reddra, uma desertora da cidade de Tanzta. Estamos perto da cidade como um cão está atrás de um gato. Possui o dom da vidência e é uma maga. Previa os acontecimentos em Tanzta, porém não contou que vinha um bela multidão de criaturas poderosas para a cidade, graças a ela muitos dragões, humanos, até mesmo crianças morreram. Expulsaram depois de vencerem a batalha. Se arrependeu, agora vive por conta de visitas que não sabem a respeito dela. Ela era como uma... defesa antecipada? Sei que ela não é confiável, mas sim, ela é uma boa pessoa, que eu saiba. - Finalizou o anão colocando sua xícara de chocolate quente na mesinha centralizada.

Todos ficaram espantados. A velinha balangou em sua poltrona, sorriu delicadamente e então se pronunciou:

— Jovem esperto você. Agora é minha vez. Você é Pofotta, um anão que brincava com seu falcão no quintal, sua mãe lhe chamou para o almoço, depois vira seu pai morto numa cama, fugiram para a floresta pois sua vila estava sendo atacada, sua mãe morreu ao tentar levar comida para você, fora abrigado em Drohat e agora está aqui, na casa de uma maga chamada Renddra. - E então disse, deixando o anão entristecido. - Não fale do problema dos outros a não ser que esteja a sós com ela. Eu me arrependi muito e você deve saber isso, pois leu em vários artigo de livros velhos e mofados da biblioteca de sua cidade, onde quatro espíritos tomam conta de lá. - E finalizou chamando sua fada, cochichou no ouvido dela e em seguida trouxa uma nova bandeja, cheia de biscoitos.

Sim, todos espantaram-se tanto que comeram pouquíssimos dos biscoitos.

— Podes ajudá-la? Deve ter quebrado o pé. - E então viu a velha sentar perto do pé da elfa.

— Não, só torceu. - E colocou as mãos no tornozelo da elfa de cabelos rosados. Torce uma vez, torceu outra vez, estava perfeitamente bem. - O pano que Ane colocou na testa dela era apenas para deixá-la dormir profundamente, seria doloroso se ela estivesse acordada. Vai emendar com a noite e acordará amanhã cedo. - E então a maga comeu um biscoito e bebeu um pouco de chocolate quente. - Tanzta está bem perto, lá vão encontrar o oráculo e daí já não conto. - Disse ela.

— Teremos sucesso na missão? Tudo voltará em paz? - Perguntou o humano.

— Se você confiar no seu esforço e no de seu grupo, vão ver como será boa as coisas. O que Shanza disse ao Anorle ficou perfeitamente claro para ele. Vá para a missão, pense que não tens família, pense que mora no mundo e não tem casa, e se for ansioso para chegar em casa, lá não terás ninguém a sua espera. - E então Anorle espantou-se mais ainda.

— Você conheceu-a? - Perguntou o elfo para a maga, via que a fada levava Laak, o anão e Vanetac para o cômodo cheio de camas confortáveis.

— E seu pai também. - Disse. - Ela era uma ótima amiga quando foi escolhida para uma missão, junto com seu pai. - Disse ela.

— Como dizeis isso? Ela nunca saiu de Drohat, meu pai que foi escolhido, e ela ficou na cidade. - Disse ele com raiva.

— Pois ela mentiu para você querido. Sua mãe e seu pai foram escolhidos, e no grupo eram dois elfos, uma fada, um espírito e um ogro. - Disse então Reddra.

— Minha mãe, meu pai... a preceptora. - Então disse Anorle juntando as coisas. - Por isso que ela tinha aquele jeito de durona, ela quis repor meu treinamento, tudo isso pois sabia que eu seria escolhido para a missão.

— O pai de Valuge era o ogro, a fada era Ane. - Disse então a maga. - Tudo faz sentido? - Perguntou.


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Notas finais do capítulo

♦ Então os últimos Cinco Expedidores estavam tão próximos assim? Deles apenas três sobreviveram? Escolheram Anorle por sua "maldição" ou por ser filho de dois dos últimos Cinco? Como o elfo carregará esta notícia até chegar em casa e querer satisfação de sua mãe? Como seu pai morreu?