Niraj acorda atordoado. Não fazia ideia de onde estava, porém, quando olhou em volta, percebeu que estava em um lugar belo e tranquilo, coberto por grama e flores roxas. Várias pétalas voam pelo ar formando uma “dança de pétalas” magnífica, e no centro do jardim se encontravam duas árvores exatamente iguais.

– " Onde estou? " - Pensou ele.

– Está no jardim das árvores salas gêmeas - Responde um homem de pele clara, cabelo curto na cor cinza, olhos heterocromáticos, o direito azul e o esquerdo amarelo e trajava uma armadura dourada.

– Você leu o meu pensamento?!

– Sim, eu sou Dean o cavaleiro de ouro de virgem e gostaria de conversar um pouco - Fala calmamente o dourado com um singelo sorriso no rosto.

– Conversar? Não entendo aonde quer chegar - Responde o moreno.

– Não quero chegar a lugar nenhum, apenas quero resolver este impasse de forma pacífica, sei que você também é um pacifista, Niraj.

– Não acredito em suas palavras! E você não sabe nada sobre mim! - Responde agressivamente o homem da seita.

– Não sei? Você nasceu em uma terra violenta e pobre, tendo que lutar todos os dias para ter o que comer. As oportunidades eram escassas e as pessoas sempre lhe viravam as costas, então decidiu que não viveria mais alí; Rodaria o mundo se preciso em busca de quem o aceita-se como você é. Foi quando encontrou a verdade do cosmo, que chegou para você com uma conversa de que Atena era a razão pela qual as guerras santas acontecem. Mesmo sendo inteligente, você ainda é inseguro e caiu facilmente na conversa deles. Mas as dúvidas ainda martelam sua cabeça e eu as resolverei agora - O mais jovem ficou impressionado com a naturalidade na qual falava o virginiano.

– Somos muito parecidos, meu caro, a diferença entre nós é que eu sou um tanto mais crítico que você. Antes de seguir este caminho eu o analisei, busquei outras alternativas e me dei conta que esta é a melhor, não sou como você que se apega ao caminho mais fácil. Eu sempre busco conhecer coisas diferentes, gente diferente, culturas diferentes. Se abrisse os olhos e enxergasse o que está bem em sua frente entenderá o que eu quero dizer.

– Eu entendo suas justificativas, entretanto não podemos negar quanta dor Atena já causou a humanidade, usando a nós como peões em suas picuinhas com os outros deuses. Não acha que para finalizar de vez com o ciclo das guerras santas temos que dar um fim na deusa da guerra?- Retruca o mais jovem, não estava mais acanhado, agora mostrava seriedade em suas palavras, pois se deu conta que o guardião da sexta casa queria persuadi-lo.

– Hum... Ponto de vista interessante o seu, mas se a deusa Atena se for, quem protegerá a terra da ira das outras divindades? Lurge? Serão essas mesmas suas reais intenções? Ou ele só quer se tornar o novo líder da raça humana? Como eu te disse antes: Será que vocês estão procurando a paz, ou tudo não passa de ganância? - Respondeu calmamente o santo da patente áurea, nada parecia abala-lo, tinha-se a impressão que ele sabia todas as respostas e aquilo deixava Niraj confuso.

– Essas questões só poderão ser resolvidas se estes fatos um dia vierem a acontecer, até lá, nós só podemos especular. Dean você fala com tanta convicção que me passa a impressão de ser a verdade absoluta, porém, mesmo com tantos argumentos não mudei minha opinião a respeito de sua senhora. Mesmo não querendo lutar, eu acho que o único jeito de resolvermos nosso conflito é através da força! - Exclama o guerreiro de patente mais baixa elevando seu cosmo.

– RESPLANDECER DA LÓTUS DOURADA!!!! – Repetindo o gesto que fez na casa de câncer, o guerreiro fecha suas mãos e as abre lentamente, fazendo aparecer a imagem de uma pequena flor de lótus, que emana um ofuscante e mortal brilho.

– KAHN!!!! – Grita o cavaleiro de Virgem criando uma poderosa parede esférica de cosmo-energia que envolve o seu corpo em todos os pontos, protegendo-o por inteiro do ataque inimigo.

– Eu preferia não optar por este caminho, entretanto você prefere assim, pois bem! Assim será! – Exclama o santo, lançando em seguida uma rajada cósmica contra o inimigo, que revida o golpe da mesma maneira. Os ataques se chocam, resultando em um ofuscante espetáculo luminoso, com faíscas e fagulhas sendo lançadas por toda parte.

– Não esperava que eu tivesse tanta força, não é Dean? Por isso veio você com aquela conversa afiada de certo ou errado, só que como disse antes minhas convicções seguem as mesmas. Hoje será o inicio de uma nova era! Sem guerras, morte, fome ou pobreza! Hoje o reino do demônio de cabelos lilazes cairá! - Grita o servo do terrível grupo, aumentando a intensidade de seu ataque.

– Eu achei que você era inteligente a ponto de entender que esses ideais que seu grupo prega são distorcidos, porém, você está iludido demais para perceber isto. Já que fecha seus olhos para a verdade, eu os abrirei a força! – Responde o combatente de olhos avulsos, saltando para trás e atirando inúmeras esferas cósmicas contra o inimigo. Este, desvia-se delas com uma destreza impressionante, em seguida ele pula para cima, elevando sua cosmo energia a níveis absurdos e materializando atrás de si uma bestial criatura, com o corpo semelhante ao de uma mulher, seis braços, três cabeças, cabelos de serpente, olhos de fogo e empunhando seis espadas.

– RESSUREIÇÃO DA DAMA DA MORTE !!!! Prepare-se para receber o julgamento divino da poderosa senhora das trevas! - Exclama o jovem de cabelos negros fazendo sincronizados movimentos, e a fera os repetia, desferindo vário ataques com suas armas em direção ao áureo, que esquivava-se dos golpes com imensa facilidade.

– O que foi Dean? irá ficar só fugindo? Onde está toda aquela perseverança agora? Admita que a causa de Atena é errada e una-se a nós! A queda do santuário é inevitável! - Neste momento a gigante fecha os braços e forma uma gigantesca esfera negra e a arremessa contra o protetor do sexto templo. A massa sombria destrói parte do local, entretanto, o jovem que está prestes a receber o impacto fica imóvel, apenas recita um pequeno mantra:

– OHM!!! - Uma grande quantidade de energia luminosa e expelida do corpo do dourado e entra em choque com a bola escura. A colisão das duas forças faz grande parte do chão da mansão zodiacal em pedaços.

O corpo redondo de energia negativa, tem seu tamanho muito reduzido, só que não é completamente anulado, e alveja seu alvo bem peito, jogando o mesmo contra a parede. Menos de um milésimo de segundo depois, as seis espadas são cravadas próximas ao pescoço e aos membros do protegido pela constelação de virgem, que aumenta sua energia no intuito de impedir que as lâminas o dilacerem.

– Te darei uma última chance! Renda- se! - Fala o moreno, porém o virginiano não responde, apenas diz:

– INVOCAÇÃO DOS ESPÍRITOS MALIGNOS!!! - Centenas de pequenos fantasmas são materializados e seguem em forma espectral avançando rapidamente contra a gigante, perfurando sua pele e a explodindo. Neste momento o cavaleiro ataca o inimigo e desfere contra ele uma saraivada de socos , que destroem o elmo do adversário, soltando seu longos cabelos negros, em sequencia, dá uma joelhada em seu estômago, um chute em seu maxilar e finaliza com um raio cósmico, o jogando em direção a alguns escombros.

Nos arredores de Rodório, onde soldados do temível grupo e cavaleiros de bronze e prata lutavam; Taka de fênix olhava os corpos desmaiados de Dickens de cisne e Kyoga de pegaso, e então ele indagou:

– Será que devo leva-los ou deixa-los ai? Se forma derrotados por um inútil com aquele cara, é porque são mais inúteis que ele. Que se virem sozinhos! - O portador da indumentária de fênix da as costas e se prepara para deixar o local, no entanto só pode dar dois passos e sente um poderoso cosmo se aproximando.

– Isso é jeito de tratar seus companheiros? E aquela velha conversa de que os cavaleiros estão juntos em todas as situações? - O rapaz era magro, tinha a pele pálida, cabelos e olhos castanhos e vestia uma adama rubra, com a imagem de uma lua crescente no peito.

No instante que percebeu o tamanho da cosmo-energia do tal sujeito, o guerreiro tido como imortal suou frio, nunca tinha sentido algo tão poderoso, aquela energia podia ser comparada a dos cavaleiros de ouro. Para ele era a oportunidade perfeita.