Jardim de Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 22
Você não me pega!


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a Juuhh que fez uma recomendação muito linda para a fic. Muito obrigada, sua linda, saiba que sua recomendação fez minha semana muito mais feliz!!!!



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― Esta é a oitava rodada! ― fala Jenny, após ganharmos mais uma vez. ― E vocês não ganharam nenhuma! É melhor vocês admitirem que nós somos muito melhores do que vocês!

― Ok ― se rende Sam.

― Vocês só ganharam, porque nós resolvemos ser cavalheiros ― tenta se justificar Alex, inconformado com sua derrota.

Eu e Jenny caímos na gargalha.

― Eu amo esta música! ― Jenny grita quando uma música começa a tocar e começa a cantar junto com a música.

ei
Vamos agora
Eu disse 1 2 3

Pare de pensar equivocadamente que
Eu ainda sou tua
Eu sou diferente de como eu era no passado
Todas as flores floresceram
Com o som da manhã
Mas você ainda não entende por que

― Vamos lá! ― grita ela. ― Cantem comigo.

Eu me junto a Jenny

Eu estou doente e cansado da sua hipocrisia
Mentiroso desajeitado

ooh você pode por favor cale-se agora
Eu acho que eu vou ficar louca ooh
Eu acho que eu vou ficar louca ooh

― Meninos! ― Jenny bate com as mãos em cima da mesa. Eu também me junta a ela.

Sam e Alex também começam a cantar.

Não aja miseravelmente por mais tempo
Desapareça para longe
no no Nananananana
Não chore pateticamente
Esqueça tudo isso para sempre, no no

― Katniss! ― Jenny aponta para mim. ― Só você agora!

Ouça
Não se preocupe com os outros,

apenas se meta com o quê é da sua conta
Eu não preciso de sua simpatia uh

Grito os versos da música. É tão bom gritar estas palavras! Empolgada com a música me levanto da mesa. Jenny também se levanta. Ela pega nas mãos de Alex e Sam e os obriga a levantar.

Eu disse 1 e 2 e 3 4 ooh
O tempo vai resolver tudo
1 e 2 e 3 4 ooh
Fim de jogo, fim de jogo, ooh
Fim de jogo

Nós quatro gritarmos os versos da música com toda a potência de nossos pulmões. Não há nada além da música, me esqueço de tudo que me rodea.

― Vem, vamos dançar! ― diz Jenny, pegando em minha mão e na de Josh e nos conduzindo até o meio da pista.

― Vamos! ― grito animada para Jenny, deixando ela me arrastar até a pista.

― Jennifer! ― Josh tenta chamar a atenção dela. Porém, nada consegue. Ela o ignora e continua nos puxando para a pista de dança.

Devo dizer que tudo ao meu redor está girando? E que o chão está estranho?

No entanto, eu não me importo.

Jenny começa a pular, movendo todos os seus membros de maneira um tanto descoordenada. Eu também danço assim. Me movimento ao acaso. Deixo que a música me mova. Não me importo com passos, sou eu e a música apenas. Tudo ao meu redor já não existe.

― Katniss, você está bem? ― pergunta Josh.

―É claro que estou! ― digo. ― Aqui está muito quente! ― começo a rir. – Ah, é verdade, sou uma girl on fire! ― praticamente grito.

― O quê? ― pergunta Josh, confuso.

― Uma girl on fire! Eu sou uma girl on fire! This girl is on fire ― começo a cantar.

― Katniss, você está bêbada. Melhor voltarmos para o hotel.

― Não, Josh! A diversão apenas começou! ― passo meus braços pelo pescoço de Josh, praticamente, me pendurando nele.

Começo a dançar de uma maneira estranha, enquanto fico cantando a música.

― Katniss! ― Josh tenta chamar minha atenção.

― Não seja chato, Josh! ― rio. ― Eu sou uma girl on fire, cuidado comigo ― faço com que Josh se abaixe um pouco, trazendo seu pescoço para baixo, me aproximo de sua orelha. ― Eu posso te queimar! Eu vou te queimar!

― Katniss? ― Josh me olha interrogativo.

― Ei, Josh, sabia que todas as garotas caem por você? Qual é o seu segredo, hein? ― sussurro em seu ouvido em um tom sexy. ― Quero descobrir este segredo!

Solto o pescoço de Josh e pisco para ele, rindo.

― Me conta! ― abraço Josh.

― Katniss ― ele ri. ― Vamos voltar para o hotel!

― Não! ― protesto. ― Não vou voltar! Eu sou uma girl on fire, se voltar para o hotel vou incendiar tudo!

― Não, não vai! Eu sou um bombeiro nas minhas horas vagas... ― diz rindo.

Passo meus braços pelo pescoço de Josh novamente.

― É melhor que você seja um bom bombeiro! Porque eu sou uma girl on fire pronta para incendiar tudo.

Josh ri.

― Josh! ― Peeta o chama, e coloca a mão em seu ombro, obrigando-o a se virar para ele. Nem havia notado que ele também está na pista de dança. – Você pode levar a Jenny para o hotel? ― diz apontando para ela, que dança loucamente no meio da pista. ― Seria um problema se alguém da mídia a visse neste estado... Jenny é uma atriz internacional.

Josh olha indeciso para Peeta e em seguida para mim.

― Eu cuido da Katniss, não se preocupe. Jenny não quer me ouvir, acho que você pode convencê-la a ir embora. Se Jenny não ir embora agora, causara um grande problema para ela.

Josh ainda está indeciso entre mim e Jenny. Neste instante, Jenny dá sinais que irá iniciar um pequeno strip-tease.

― Jennifer! ― Josh praticamente grita, indo até onde ela está.

Peeta me olha.

― Katniss, acho melhor te levar para o hotel! ― diz ele, pegando em meu braço.

― Me solta, seu idiota! ― digo, retirando meu braço de sua mão.

― Katniss, vamos logo!

― Eu não vou! ― grito.

― Katniss, por favor! Vem! ― ele tenta pegar em minha mão. Mas fica só na tentativa. ― Katniss!

― Seu idiota! ― falo me afastando de Peeta.

Meus passos são difíceis, tudo se move ao meu redor. Com muita dificuldade consigo sair do bar. Praticamente, tenho que me escorar nas paredes para me manter em pé.

Sinto o ar gelado da noite me atingir, estou completamente desorientada e com frio. Sinto que vou ao chão.

No entanto, eu não sinto o chão, em vez disso, sinto algo quente me envolver. São os braços de Peeta. Ele me abraça por trás.

― Vamos voltar para o hotel, sim? ― pede com uma voz suave.

― Não! ― reluto, tentado sair dos braços dele. Porém, ele é bem mais forte do que eu, e não me solta. ― Eu não vou voltar para aquele hotel! ― consigo sair dos braços de Peeta. ― Eu vou ficar aqui! Não se aproxime de mim ― falo ao ver Peeta tentando me pegar.

Começo a correr.

― Katniss! Pare com isso!

― Você não vai me pegar! ― tento correr mais rápido. ― Eu não vou deixar! Você não me pega!

Corro ainda mais rápido (no limite das minhas possiblidades, claro).

― Você não me pega! Sou uma girl on fire!

Peeta se aproxima de mim. Por que ele é tão rápido?

― Cansei disso! ― diz, soltando um longo suspiro.

Em um instante, sinto que meu mundo se inverteu. Estou vendo tudo de cabeça para baixo. Peeta me ergueu em seus ombros.

― Não disse que iria te pegar?

Começo a me debater em suas costas. No entanto, ele imobiliza minhas pernas. Só me resta, dar socos em suas costas. Mas, ele não diz nada, nem mesmo reclama da dor. Será que meus socos estão leves demais?

Ele me leva até seu carro. Abre a porta de carona e me deposita no banco. Coloca o cinto de segurança em mim. Tento tirar o cinto de segurança. Enquanto faço isso, ele já entrou no carro e deu a partida.

Bufo, com raiva.

― Idiota! ― grito.

Peeta nada fala, apenas dirige silenciosamente.

― Imbecil! Cretino! Babaca! Estúpido! ― devo ter gritado todos os nomes que conheço e mais alguns, já que quando chegamos ao hotel, estou quase rouca.

― Chegamos ― fala Peeta, abrindo a porta para mim.

Tento retirar meu cinto de segurança, porém falho miseravelmente. Peeta se aproxima de mim, fico tensa. Ele me olha curioso, mas acaba retirando o cinto de segurança.

― Vai sair sozinha ou precisa de ajuda? ― fala de uma maneira um tanto divertida.

― Eu não preciso de sua ajuda!

Me apresso em sair do carro. Tento andar sem precisar me apoiar em nada. Com algum esforço consigo, e acredite, é um grande feito!

Vamos até o elevador. Ficamos em silêncio.

― Onde é seu quarto? ― pergunta, quando saímos do elevador.

― Eu não vou te falar, seu idiota!

― Ok!

Peeta começa a abrir um dos quartos.

― Ei, o que você está fazendo? Você está entrando na minha suíte! ― falo.

― Esta é a minha!

― Não, não é! ― digo, empurrando Peeta e entrando na suíte. ― Esta é a minha suíte!

Peeta entra na suíte.

Começo a me desfazer de meus sapatos na sala.

― Esta é a minha suíte! ― reclama.

― Já disse que é a minha! Sai daqui! ― vou até o quarto da suíte. Quer dizer, praticamente tropeço até ele.

Peeta vem atrás de mim.

Subo em cima da cama.

― Katniss, desce dai!

― Eu não vou descer! ― começo a pular.

― Você vai cair ― adverte, tentando me pegar.

Como protesto pulo ainda mais alto.

― Sou uma girl on fire e vou incendiar tudo!

― É, eu sei.

― Sou uma girl on fire, This girl is on fire, she’s walking on fire ― canto.

― Girl on fire, desce dai! ― pede ainda tentando me pegar.

– Já disse, você não me pega!

– Katniss! Desce dai, antes que você caia!

Não ouço Peeta e continuo a pular em cima da cama, cada vez mais alto e mais rápido. Até que o inevitável acontece. Começo a cair. Estou certa que lá vem uma queda. Mas eu não me importo, até abro os braços.

― Quero voar! Sou um sinsajo ― falo com os olhos fechados, esperando atingir o chão.

No entanto, eu não atinjo o chão. Caio em cima de outra coisa, nos braços de Peeta. Abro vagarosamente os olhos. Seus olhos azuis, que tantas vezes já me hipnotizaram, me observam, percorrendo cada centímetro de meu rosto. Estou envolvida em seus braços, que me apertam forte.

― Katniss ― sua voz é apenas um sussurro.

― Peeta... ― imito seu tom, que por alguma razão me soa engraçado. Rio.

― Não faz isso ― sua voz me soa como uma súplica. ― Se você continuar assim, eu...

Continuo rindo, levo minha mão até seu rosto.

― Katniss ― sua voz é apenas um sopro.

Deslizo lentamente minha mão por seu rosto, contornando cada centímetro. Seus olhos, seu nariz e finalmente seus lábios.

Ele me olha e por um segundo fecha os olhos. No entanto, novamente os abre, quando me detenho e retiro minha mão de seu rosto.

Peeta aproxima seu rosto de mim, lentamente. Estamos muito perto. Sinto sua respiração acelerada em meu rosto, seus lábios roçam nos meus...

Rapidamente, me afasto de Peeta e lhe dou um sonoro tapa em sua face.

Ele apenas me olha sem dizer uma única palavra. Minha mão novamente vai parar em sua face, outro tapa e mais outro.

Não sei quantos tapas lhe dou. Só sei que paro, quando sinto seus braços me envolverem, em um abraço forte e ao mesmo tempo delicado.

― Isso mesmo, Katniss, me odeie, me odeie, me odeie ― sussurra. ― Será mais fácil para nós dois ― sua voz é tão triste. — Farei de tudo para você me odiar, se for necessário. Você não pode ficar comigo, eu não... eu não posso ser egoísta. Por mais que doa, eu não serei egoísta.

Sinto sua respiração em meu pescoço. Ele me abraça ainda mais forte.

― Eu quero apenas me contentar em te ver ― murmura. ― Não sofra por nós, não sofra... Eu já estou o sofrendo o suficiente por nós dois. Então, não sofra por nós ― sinto uma leve carícia em meu cabelo. — Me perdoa — sua voz é quase inaudível.

Algo quente escorre por meu pescoço, são as lágrimas de Peeta.

Me afasto dele, e olho para ele. Seus olhos são tão tristes. Limpo com meu polegar uma de suas lágrimas, que não cessam de escorrer por seu belo rosto. Peeta coloca sua mão sobre a minha mão que está em seu rosto.

Ficamos assim, por um instante, nos olhando. Até que meu estômago dá sinais que quer sair pela boca.

Peeta me olha assustado e me pega em seus braços. Ele me leva correndo até o banheiro. É o tempo suficiente para eu chegar até a privada e vomitar todo o meu estômago.

Peeta segura meu cabelo e massageia as minhas costas. Estou perdendo cada vez mais minha consciência.

Sinto algo molhado em meu rosto. É uma toalha molhada, que Peeta passa por meu rosto para limpar o meu vômito.

Tudo está se transformando em um enorme borrão. As coisas ao meu redor girão. Não sei onde é o chão, ou o teto. Tudo se mistura e se confunde.

Mas ainda com toda esta confusão, consigo distinguir o cheiro da colônia de Peeta e o calor de seus braços. Sei que estou sendo levada por ele até a cama. Ele me carrega com uma tal delicadeza que sinto que estou flutuando.

Neste momento, adormeço.

Minha cabeça dói, meu corpo dói. Por que sinto tantas dores? Abro meus olhos lentamente, porém torno a fechá-los ao notar a claridade.

Lentamente, minha consciência vai voltando. Abro meus olhos com cuidado e vejo Peeta ao meu lado, dormindo. Ah, é verdade, ontem, sai com Jenny, os rapazes da banda e Peeta. Por isso estou assim, bebi muito. E eu não posso beber...

Espera! Peeta? Volto a olhar para ele.

O que foi que eu fiz?

Olho ao meu redor. Este não é meu quarto. Como eu vim parar aqui?

Tento me lembrar de ontem. Mas tudo é um enorme borrão, não consigo me lembrar de absolutamente nada. Minha cabeça dói muito. Olho outro vez para Peeta.

Droga! Droga! Droga! Não, não, não! Calma, Katniss! Tente se lembrar de ontem! Anda, vamos!

Faço um enorme esforço. Mas a última lembrança que tenho é de Jenny me puxando, juntamente com Josh, para a pista de dança.

Peeta começa a se mexer do meu lado.

Eu estou em Paris, há apenas um dia. E olha só o que já aconteceu! O que mais falta acontecer? Melhor não perguntar.


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Notas finais do capítulo

Odiaram? Gostaram? O que vocês acharam destas palavras do Peeta, hein? Por que será que ele disse que o melhor para a Katniss é ela se manter longe dele? Mas a Katniss esqueceu de toda a noite anterior, será que ela vai se lembrar destas palavras?
E a música que eles cantam se chama 1234 é da Lee Hi, link para ouvir a música:
http://www.youtube.com/watch?v=1AI7UP1iRAU