Eles escrita por ItS


Capítulo 1
Carrascos


Notas iniciais do capítulo

Pois bem, gente, uma nova Fic aqui. As fichas estão lá nas notas finais. Espero por comentários seus; críticas e whatever.



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1

Dia: 16 de março de 2047, às 11:18. Prefeitura.

Sr. Prefeito, o que você acha deles? O que acontecerá se eles quiserem se rebelar? – uma torrente de perguntas inundava a sala do prefeito Isaac. Ele tinha que responder a todos, como havia combinado com a imprensa; mas aquilo já estava ficando chato.

Volto a repetir que eles são pessoas comuns e que ainda temos registrados poucos casos sobre eles. É notável que estejam com medo, mas saiba que tudo ficará bem se todos ficarem sob as ordens da lei. – ele mesmo não acredita nisso; sabia que, algum dia, aqueles humanos poderiam causar uma verdadeira desordem. Talvez eles já tivessem começado. Olhe para isso agora – Nossos cientistas já estão à procura de uma cura e, se Deus quiser, logo tudo se normalizará.

Era o que ele pensava.

2

Dia: 16 de março de 2047, às 15:30. Casa de Luciana.

Luciana era um deles. Mas ninguém sabia. Também não precisavam; o poder dela não era tão destruidor quanto os de alguns. Ela só podia fazer aparecer luz. Ela não utilizava muito isso, mas, de vez em quando, iluminava as páginas de seu livro durante a noite. Ela gostava de ler; talvez a sua tarefa preferida. Sair era muito perigoso. Alguém poderia descobrir que ela era uma anormal. Ela tinha 16 anos e estudava na Escola Central 3, uma escola pública, assim como as diversas outras que seguiam do número 1 até o 16.

A cidade de Lago das Montanhas onde morava era grande e ladeada por crimes e banalidades. Ela não se orgulhava disso, mas não tinha vontade de sair daquela cidade. Afinal, o mar ficava bem ali. E ela adorava o mar. Adorava nadar nele e fitá-lo durante a maré baixa. Porém, sua psique introvertida causada pelo seu “dom natural” a fez reduzir sua assiduidade ao bem que ela amava.

Esse fator – o dom – a fizera uma garota isolada de tudo. Talvez muitos deles vivessem como pessoas normais, mas ela temia que o pior pudesse acontecer. Sua vida fora sempre assim. Devido a isso, ela ainda sonhava com seu primeiro beijo e com todo aquele romance que um namoro poderia providenciar. Mas esse era um sonho que ela julgara inalcançável, pois ela se achava muito feia. A prova disso era que muitas garotas zombavam de sua aparência. Mas, na verdade, o verdadeiro motivo para a zombaria não era esse. O verdadeiro motivo era que pessoas de sua idade não ligavam tanto para aparência, mas sim para a posição social e a típica fama – lê-se futilidade – adolescente.

Ela tinha poucas amigas (somente duas, sua irmã de 23 anos e sua vizinha de 10). Mas ela vivia bem. Ela preferia ter essas poucas amigas, do que ter aqueles zilhões que só ligavam para a aparência e que, se um dia precisasse de ajuda, iriam virar as costas. Ela odiava a maioria das pessoas de sua sala por causa disso e sempre recusara as festas de formatura e passeios para museus. Seus pais viviam falando para que ela saísse, mas ela sempre refutava. Tudo por causa daquele maldito dom; tudo por causa de ser um deles.

3

Dia: 05 de junho de 2014, às 14:24. Clínica.

Numa clínica localizada no centro da cidade de Lago das Montanhas, os médicos e cientistas procuravam algum meio para solucionar a anormalidade daqueles humanos. A “doença” não tinha uma lógica. Ela não era passada de pai para filho, e eles sabiam que, as pessoas que tinham os dons, os recebiam aleatoriamente. Isso era algo muito difícil de decifrar, mas eles sempre continuavam procurando por respostas.

Algumas pessoas dali julgavam que eles poderiam ajudar a humanidade, como se fossem heróis; mas a maioria afirmava que não: “Eles só irão causar mais desigualdade na sociedade. E de desigualdade já basta.” Muitos criavam em redes sociais pedindo para que os testes fossem acabados e que deixassem tudo ocorrer naturalmente. Outros diziam que tudo aquilo era obra divina.

Porém, a verdade parecia ser algo além da pequena compreensão humana.

4

Dia: 19 de março de 2047, às 12:14. Em frente a uma escola.

Um homem de cabelos grisalhos que vendia picolé passava em frente a uma escola. Já havia dado o sinal para os alunos saírem. Mas alguns ainda estavam ali. Esses eram os possíveis fregueses do homem de idade avançada.

Subiu a rampa, empurrando o carrinho com os picolés que já estavam um pouco derretidos devido a ação daquele sol que resplandecia sobre o mar. Três rapazes e três moças eram os alunos que ainda estavam ali. Trajavam o típico uniforme das escolas públicas e pareciam conversar sobre a festa que teria a maior orgia que eles já participaram.

Olá, crianças, vocês querem comprar picolés? – perguntou, amistoso.

Os jovens o olharam, admirando aquele traje surrado e sujo do batalhador. Negaram com a cabeça, afirmando que aqueles picolés deveriam feder a esgoto. O homem dissera que asseio era a base de seu trabalho e que isso não poderia ser, em hipótese alguma, verdade. Os jovens riram.

Você acha mesmo que devíamos acreditar em você, outro porco imundo? – indagou um deles, empurrando o caminho rampa abaixo; os picolés, agora, sobre o chão.

O velho saíra correndo tentando segurar os picolés, em vão. Ele começou a chorar. Os jovens riram. Aquilo não podia estar acontecendo. O homem, de nome Raimundo, precisava do dinheiro que aqueles picolés renderiam. Ele precisava comprar comida para sustentar suas três filhas e o filhinho mais novo. Mas aqueles malditos fizeram isso.

Vou chamar a polícia! – bramiu.

Acha mesmo que a polícia vá acreditar num mendigo feito você? – era sempre o mesmo que falava.

Vocês não merecem viver. Vocês são uns carrascos. – foi o que o homem dissera enquanto juntava os picolés sujos de terra.

Ele os colocava na cesta que trazia consigo, mas foi surpreendido quando dois dos rapazes o agarrou. O terceiro – o que falava – começou a socar sua barriga, afirmando que o errado ali era ele; afinal, Raimundo xingara eles de Carrascos. Agora ele tinha de pagar, certo? Os socos vinham numa velocidade impressionante. A força era assustadora. Houve o som de costelas quebradas. O homem começou a ofegar no chão. Ele tinha problemas cardíacos e toda aquela situação parecia tê-lo feito piorar. Ele cuspiu sangue, a barriga salpicada de hematomas.

Todos aqueles socos o fizeram ficar num estado deplorável. Sua mandíbula pendia, seus órgãos deviam estar esmagados, sua costela estava triturada. Tudo somente com alguns poucos socos. Aquele cara não poderia ser normal. Ele era magrelo e de membros débeis. Não poderia ter força suficiente para aquilo. Não havia outra explicação. Ele era um deles.


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Notas finais do capítulo

Nome: (Brasileiro, de preferência)
Idade: (Pode ser qualquer idade, desde que seja acima de cinco anos)
Aparência: (Descrição e foto)
História: (Evitem clichês)
Personalidade: (Evitem Clichês)
Qualidades e Defeitos:
Medos:
Poderes: (NÃO coloquem clichês, como por exemplo, telecinese + telepatia; e tenham em mente que haverá lutas, portanto, uma mera empatia não ajuda em quase nada.)
Algo a acrescentar:
Farei modificações se necessário.