Pan, the Devil escrita por Lu Falleiros


Capítulo 21
Cap. 20 - Ventilando a dor.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, este é o penúltimo capítulo, eu postarei os próximos dois capítulos agora, eu espero que gostem. Eu poderia postar tudo em um só, mas queria prolongar a nossa história!



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Uma lâmpada irradiava contra meus olhos, obrigando-me a abri-los, ou, ao menos, tentar. Um apito baixo e irritante tocava repetidas vezes, fazendo meus ouvidos arderem. Era como o batimento de um coração, minha cabeça ardia, e minha mão esquerda estava suada. Tentei olhar para o meu lado, e dei de frente com a cabeça de minha mãe, abaixada como se tivesse dormido.

Eu não estava em casa, um quarto branco se estendia na minha frente, com todas as características de um hospital, uma TV, uma mesinha, um sofá e uma poltrona, um pequeno armário e um banheiro.

O barulho irritante era realmente de um coração, do meu coração.

Minha mãe se mexeu, erguendo o olhar para mim, seus olhos estavam inchados e ela parecia não ter comido ou dormido por algum tempo.

– Lucy? – Ela parecia em dúvida, como se ainda estivesse sonhando. – Você está mesmo de olhos abertos? – Perguntou colocando ambas as mãos sobre o meu rosto e puxando-me para perto dela, abraçando-me.

– Mãe... O que houve? – Perguntei um tanto atordoada. Eu lembrava de ter sido raptada, de Pan, dos garotos, da Rainha, como eu fui parar no hospital? Tentava deduzir.

– Você estava em coma fazia quase uma semana. – Minha mãe ria de estresse, com lágrimas no olho, ela estava ao mesmo tempo feliz... Sentia eu.

– Mãe, não se preocupe... – A abracei de volta.

– Lucy! – Gritaram Diana e Daniel ao passarem pela porta tomando sorvetes, acompanhados de Amanda.

– Ammy? – Perguntei.

– Acha que eu não ficaria preocupada. Tomei conta dos seus irmãos, agora entendo porque fica tão estressada, sempre... – Minha amiga riu, eu ri com ela.

Tudo parecia tão normal, será que realmente nada daquilo aconteceu... Ou melhor, será que algo como... Pan, Sininho... Nunca existiram?

Em cerca de três semanas minha vida já havia voltado ao normal, eu tentava esquecer os ruídos que todos os dias assolavam minha mente, desta vez, tanto em sonho quanto em realidade.

Fora em um dia, quando, como sempre, eu não havia como fazer minha lição de biologia. Quem dera Aramis esti... Impedi-me de completar o que pensava. NÃO NÃO NÃO! NADA DISSO É VERDADE! Gritei batendo a caneta contra o caderno, já tão rabiscado.

Toquei meu pescoço, irritada, e senti algo ali.

– Um colar? – Olhei para o pingente. – É verdade... – Suspirei, já sentindo meus olhos cheios de lágrimas, de novo. Aquilo havia se tornado rotina no meu dia-a-dia.

– Maninha? – Perguntou Diana enquanto descia a escada com pressa.

– Oi? – Sequei as lágrimas rapidamente e forcei um sorriso.

– Você têm chorado muito... – Ela assentiu para mim.

– Mas eu... Eu não... – Assenti, tentando impedir o acúmulo de lágrimas que novamente umedecia meus olhos.

– Alguém está aqui para falar com você... – Minha irmã falou, novamente voltando ao normal, o que quer dizer, me ignorando completamente.

Apesar disso, nada mais poderia me fazer mais feliz. De traz dela saiu uma garotinha, de olhos verdes e cabelos nem claros nem escuros, ela sorria para mim animadamente, era quase do meu tamanho.

– Sininho? – Meu olho brilhou. – Mas...

– Já tava se convencendo de que nada disso é verdade, né? – Ela piscou um dos olhos fazendo uma pose linda e diva. – Você é sempre um exagero.

Eu estava chorando mesmo, mas não especificamente algo ruim, só uma surpresa. Eu não estava tão louca assim.

Nós não conversamos muito. Ela estava vivendo no campus da minha escola como intercambista, de onde... Eu ficava a imaginar.

Ela acabou indo embora depois da janta, e eu consegui descobrir que estudaríamos juntas. Aquilo seria... Divertido? Revirei os olhos ao perceber que ela era tão velha quanto eu. Estávamos no terceiro colegial.

Na mesma semana eu tive uma festa de aniversário atrasado. Animador. E finalmente, eu comecei a me acostumar com a minha rotina, tentando esquecer do que, apesar de tudo, de todas as dificuldades, era mesmo a verdade.

A única parte da qual eu não gostava era o estranho aperto no peito que sentia toda noite antes de dormir. Em mais um dia comum, com a estranha dor, caminhei até a janela, fechada e coberta como sempre. A abri e deixei a luz da lua passar pelo quarto escuro. Aspirei o ar puro, eu aspirava ao som da voz de Pan, que quem sabe, seria audível ao vento.

É claro que eu estava errada.

Neguei algumas vezes com a cabeça, um tanto chateada, a dor, infelizmente, não diminuíra. Fechei os olhos e com as mãos, ainda nas janelas, as fechei. Olhei para o quarto, ainda iluminado, e hoje, não fechei as cortinas, esperava que algo pudesse acontecer.

Em vão, fechei os olhos, e sonhei com aquela voz aveludada, que realmente, só permanecia nas minhas memórias.


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Notas finais do capítulo

Vamos ver o próximo capítulo?
:3 Hehehe~~



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