Skinny Love escrita por Queen


Capítulo 28
The Call.


Notas iniciais do capítulo

HEY HO LET'S GO
GENTEY
OIN
TUDO BEM
GENTE
ME AJUDEM
LOGANDRA
GENTE EU SOU UMA LOGANDRA SHIPPER DE CORPO ALMA E CORAÇÃO E VOCES NÃO TEM NOÇÃO DO QUE EU TO SENTINDO NO MOMENTO
COF COF COF

ENTÃO
HOJE TEM MAZE RUNNER
ONTEM TEVE LOGANDRA
ENFIM
EU NÃO TO BEM!!!!
ASSIM
Pronto, to normal. Relax. Gentey, primeiramenteeeee, eu não postei PORQUE EU NÃO TAVA CONSEGUINDO ACESSAR MINHA CONTA NO NYAH!!!! ESSA DROGA DE reCAPTCHA ME TIRA DOS NERVOS, EU TO PRA CHORAR AQUI.
Mas calma, melhorei, to benhê, enfim, ufa, até me acalmei. Por algum milagre de Deus consegui finalmente acessar a conta, amém irmãos.
Amiguinhos do core!!! eu vou ler um livro chamado "Garotas de Vidro" QUE GENTE É SOBRE ANOREXIA E BULIMIA E SOS EU TO CHOROSA PQ EU AMO ESSE ASSUNTO.
Gente queria agradecer a Amia Mellark Everdeen MINHA LINDJA MIM BJA e a Connie QUE É SUMIDA MAS OK, PELAS RECOMENDAÇÕES. GENTE, SOS, EU NÃO TO BEM!!!!!
Cara, assim, se liguem, skinny love chegou a quatorze recomendações, estão ouvindo meus gritos? meu soluços? gente do céu, me socorre rosana;
ENTÃO CAPITULO LINDO MARAVILHOSO E AMANHÃ TEM MAIS UM. GENTE. AMANHÃ TEM CAPITULO DO LEO. GENTE GETE PREPAREM O CORE QUE EU AINDA TO ANGUSTIADA COM O FIM DO PROXIMO CAPITULO.

Sugiram musicas para eu colocar como titulo do proximo capitulo, algo que combine com o Leo, sla, tipo radioactive, tudo loko.



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A fila do banco estava grande e meu corpo pedia urgentemente por descanso. Já fazia algum tempinho que eu havia conseguido normalizar as dividas que minha mãe havia criado, mas infelizmente Tia Ártemis teve que me socorrer, o que fez e faz eu ter uma imensa dívida com ela, sou grata ela a diversas coisas. Ela parecia mais minha irmã do que minha tia, acho que pelo fato de que meu pai tratava ela de um jeito muito mais paternal do que fraternal, vai entender.

O coturno que eu usava estava começando a fazer calos em meus pés, eu queria urgentemente me sentar e massagear meus dedos, mas eu não podia. Antes de sair de casa tive uma discussão horrível com a minha mãe, ela havia pegado o dinheiro que Jason estava juntando para a convenção de animes para comprar bebidas! Quando encontrei Jason reclamando sobre ter perdido suas economias, logo deduzi ser a minha mãe e infelizmente eu estava certa. Isso me deixou magoada, porque Jolie sempre havia me ensinado que roubar é algo tremendamente feio e errado, ela dizia “Todo Asher ou Grace se envergonharia do ato de roubar. Roubar é um dos maiores pecados que existe, por isso, seja culta, seja altruísta, dê valor ao que você tem e nunca, em hipótese alguma, pegue algo que não é seu.” Pelo visto, ela havia se esquecido disso.

Quando finalmente chegou a minha vez, depositei todo o dinheiro que eu tinha em mãos, que foram diretamente desviados para todas as outras contas que ainda estavam pendentes. Soltei um longo suspiro e sorri de lado, tudo bem que eu havia gastado todo o meu dinheiro com isso, mas eu já era maior de idade, tinha de cumprir com as minhas responsabilidades, e talvez aquele pequeno ato pudesse ser interpretado como agradecimento por minha mãe ter me sustentado por toda a minha vida.

Já no lado de fora, acabei barrando com a diretora da minha escola, ela me dirigiu um sorriso e eu retribui. Segurei a língua para não perguntar quando os resultados iriam ser liberados, já que os dos primeiros anos já haviam saído. Eu queria saber logo as minhas notas, deveria passar com vários A’s, porque se eu passasse arrastada, nenhuma faculdade me aceitaria, independente de eu ter passado na prova ou não. Ela fez perguntas típicas de alguém que não tem assunto: Como eu estava, como minha família estava, se estava animada para sair da escola e blah blah blah, e tudo o que eu queria saber era sobre o resultado final, mas não fiz a pergunta que estava quase saltando da minha boca, soaria indelicado demais.

O aniversário de Jason seria em dois dias, ele estava animado, já que mamãe havia liberado a nossa casa para que pudéssemos fazer uma festa, porém Jason deixou claro que ela não iria, em hipótese alguma, beber, e em troca ela murmurou um “Tanto faz” e disse que não iria comemorar conosco. Isso magoou Jason, mas ele soube disfarçar bem. Fizemos uma lista de convidados e tudo o que iriamos precisar. Percy iria pôr todos os covers que nós havíamos gravado em um CD e então colocaríamos para tocar durante a festa, já que não tinhamos dinheiro suficiente para contratar um DJ. Reyna estava nos ajudando, ela era especialista nesse tipo de coisa. Tudo deveria sair perfeitamente bem.

Peguei um táxi e fui para casa. Eu estava um pouquinho nervosa, pois Luke havia dito que iria me ensinar a dirigir naquela tarde. Eu tinha medo de, sei lá, acabar nos matando. A caminhonete do Sr. Castellan estava intacta, e não seria nada legal se eu batesse em algum poste ou algo do tipo. Luke disse que eu deveria ficar calma, segundo ele, aquilo não era nada demais. Quando cheguei em casa, ele estava sentado na varanda segurando as chaves do carro, engoli em seco.

– Você demorou – Murmurou se levantando e me beijou rapidamente, sorri envergonhada. – Vamos?

– Não acho que isso seja uma boa ideia – Falei cruzando os braços e abaixando o olhar quando ele arqueou uma sobrancelha. Senti seu olhar sobre mim e fiquei vermelha, Luke riu baixo. – Sério, isso vai ser um desastre.

– Não vai não. – Luke segurou a minha mão e praticamente me arrastou até a caminhonete, sentei no lado de passageiro e passei o sinto, ele ligou o carro e olhou para mim. – Vamos para um lugar mais afastado, tudo bem? Para você se concentrar melhor.

Assenti e ele começou a dirigir. Liguei o som e a voz de Jake Bugg preencheu o carro, olhei rapidamente para Luke e ele apenas deu de ombros.

– Esse CD não é meu, é da Reyna. – Ele disse e automaticamente olhei para ele novamente, dessa vez o encarando intensamente exigindo uma explicação. – Eu encontrei ela em um pub e ofereci carona, aí ela pôs esse CD e esqueceu aí.

– E o que você estava fazendo lá?

– O que se faz em um pub além de beber ou encontrar amigos? – Ele perguntou divertido, mas eu não estava achando graça nenhuma.

– Sair com mulheres? – Sugeri cinicamente e ele apenas sorriu. – Quem sabe se encontrar com aquela loira oxigenada que pulou no seu colo para tirar uma foto, ou a Annabeth deu a louca e resolveu dar em cima de você novamente e você ter dado bola ou quem sabe a Clara apareceu e você foi à procura dela nesse pub. Ou pior, a Reyna estar envolvida nisso tudo.

Praticamente guinchei como um animal raivoso e Luke parou o carro. Eu, sem nem ao menos perceber, estava de braços cruzados e com uma careta no rosto. Luke começou a rir e eu apenas ignorei, mas aí ele tentou se aproximar e eu bati em seu ombro, tentou se aproximar novamente e eu comecei a xinga-lo.

– Sai de perto de mim! – Vociferei e Luke riu ainda mais, senti meu rosto ficar quente. – Estou começando a achar que passa mais garotas pelo seu carro do que eu imaginava.

– Thalia, não viaja. – Luke disse calmo e eu revirei os olhos.

– Não fala comigo.

– Qual é! O que diabos há com você? Nós estávamos aqui, na boa, e então você tem um chilique porque eu ofereci carona para a Reyna! A Reyna, Thalia! E sabe por que eu fui no pub? Para pegar o cachê do nosso último show – Ele começou a explicar e eu descruzei os braços, me sentindo envergonhada pelo que havia acontecido ali. – Só não entendo porque você achou que eu estava indo para lá para sair com mulheres, francamente Thalia. Eu nem ao menos sei o nome daquela garota, Annabeth está namorando com o Percy, Clara foi embora a muito tempo e a Reyna não tem nada haver, ou você tá ficando louca ou... – Ele parou de falar e olhou para mim sorrindo. – Está com ciúmes.

– Eu? Com ciúmes? Não me faça rir, Castellan.

– Então para de birra, olhe para mim e me beije.

– Não.

– Por que?

– Porque estou com raiva.

Luke parou de sorri e se aproximou, antes que eu pudesse escapar ele me beijou. Nem ousei tentar empurra-lo, já que meu corpo sofreu diversos tipos de sensações. Retribui, suas mãos em meu rosto e as minhas em seus ombros. Estávamos estacionados em um lugar pouco movimentado, realmente, por isso não me importei em aprofundar o beijo.

– Ainda está com raiva? – Luke perguntou quando nos separamos e eu neguei. – Ótimo. Chegamos.

– Posso mesmo dirigir? – Perguntei em dúvida.

– Contanto que você não nos mate... – Luke disse e eu fechei a cara, mas no fim acabei sorrindo junto a ele, que apontou para suas pernas. – Você é muito pequena, seus pés nem ao menos irão chegar nos pedais. Vamos, sente aqui.

Apenas dei de ombros e tirei o sinto de segurança, Luke se afastou um pouco para que eu pudesse sentar em seu colo. Ficamos em silêncio por um tempo, então virei a cabeça de lado:

– Castellan? – Chamei e ele riu.

– Ok... – Baixou o volume do rádio. – Coloque o pé na embreagem. – Ele pediu e eu fiquei olhando para os pedais abaixo do painel, não sabia nem ao menos onde estava o freio. Iriamos morrer. – O primeiro a esquerda. – Assenti e coloquei o pé sobre ele. – Pode pressionar. – Ele sussurrou e eu coloquei calmamente, fazendo-o com cuidado.

– E agora? – Perguntei agitada.

– Coloque o outro no freio, no meio. – Luke disse e eu fiz o que pediu. – Agora, gire a chave.

Me estiquei um pouco e senti Luke suspirar e colocar as mãos em meus ombros, me obrigando a voltar para a posição em que eu estava;

– Agora, você solta os freios aos poucos. – Pediu, colocando a primeira marcha e segurando a minha cintura com a mão livre. Assim que soltei o freio, o carro pulou para frente e o motor morreu. Fiquei tão envergonhada que coloquei a mão sobre a boca e Luke gargalhou. – Eu disse “aos poucos”.

Sua voz tinha um quê de repreensão e eu sussurrei um “desculpe”, voltando à posição inicial, organizei os pés nos pedais e dei partida em seguida, então, o carro começou a sair do lugar aos poucos e eu prendi os dedos firmemente no volante.

– Isso. – Ele disse e pude perceber que sorria, acabei sorrindo de volta.

Até que era fácil e notei depois de um tempo que eu já estava pegando a prática. Depois de várias voltas seguidas – Com Luke me ajudando a fazer curvas aqui e ali – freei o carro abaixo de um Ipê lilás, relaxei minhas costas sobre seu peitoral e fiquei naquela mesma posição durante um longo tempo, apenas encarando a estrada a nossa frente.

Não tocava mais nenhuma música e eu sentia que estava começando a ficar com sono, por isso me virei para frente de Luke, com ambas as minhas pernas em torno das suas. Era uma posição estranha de se estar dentro de um carro com uma pessoa do sexo oposto, mas eu não ligava, era Luke quem estava ali e eu estava naquele momento encarando seus olhos azuis, tão límpidos.

Luke colocou as mãos ao redor da minha cintura e então nos beijamos. Não foi um beijo ao qual normalmente dávamos, era mais rápido, intenso e extremamente prazeroso. Não que os outros não tivessem sido, mas aquele estava diferente, uma urgência ao qual eu não conseguiria explicar nunca.

Tirei meus braços da curva de seu pescoço quando ele começou a levantar minha blusa, nos interrompendo. Ele estava ofegante, já eu, vermelha. Seus olhos passaram rapidamente pelo meu busto descoberto antes de me beijar novamente, eu tentava a todo custo conseguir desabotoar sua camisa.

“Por que ele não vestiu uma blusa polo como normalmente faz?” – Perguntei a mim mesma.

Senti seus dedos quentes deslizando pelas minhas costas e arfei quando ele passou a beijar meu pescoço, seus indícios de barba por fazer roçando sobre a minha pele, antes que eu pudesse processar algo, meu celular começou a tocar. Tentei ignorar a todo custo, mas o som irritante não estava me deixando mais focar em nada. Luke soltou um resmungo e escondeu o rosto em meu pescoço quando atendi o telefone.

Era Jason declarando que eu deveria voltar para casa, pois iriamos organizar os últimos detalhes da festa, não fiquei brava, na verdade nem tanto, mas era seu aniversario e eu não podia fazer nada. Depois de ouvi-lo falar sobre várias coisas, finalmente pude desligar o telefone e tentar vestir minha blusa novamente, porém Luke ainda continuava com o rosto no mesmo lugar.

– Temos que ir.

– Não quero. – Ele sussurrou, sua respiração se chocando contra a minha pele. Mordi o lábio inferior.

– Mas nós temos que ir.

– Argh. – Ele grunhiu e eu ri quando mordeu meu ombro. O empurrei e vesti minha blusa, arrumei meu cabelo e sai do seu colo, voltando para o meu lugar. Quando Luke começou a dirigir de volta para casa, me dei conta do que havia acabado de acontecer e por isso soltei um barulho estranho pela boca, fazendo-o olhar curioso para mim. – O que foi?

– Que agarração foi essa? – Perguntei e cruzei os braços, não havia me dado conta do que estava fazendo. – Por Deus, Luke, desculpa, eu não sou assim. Sério, eu não sou de transar dentro de carro, por mais que você seja meu namorado. Não sou atirada a esse ponto, e céus, o que diabos eu estava pensando?

– Relaxa. – Ele disse simplesmente e deu de ombros. – Para a sua informação, eu gostei disso, mostrou-me que você não é o monstro frio que dizem ser. Na verdade, você pode até ser bem quente quando quer.

Luke sorriu malicioso e eu bati em seu ombro. As vezes ele ficava tão cafajeste que eu me perguntava se era mesmo o meu Luke que estava ali na minha frente. Ele começou a rir e eu o acompanhei.

Gosto de lembrar desses momentos, desses pequenos detalhes, dessas coisas todas antes de tudo ir por água a baixo.

(N/A: Olha o drama gente! Olha o drama! Sos, Skinny Love é, sem duvida, uma coisa que é tão dramática que chega a dar medo, se preparem amorecos.)

***

A música alta fazia-me se encolher diversas vezes. Luzes fantasmagóricas decoravam a minha sala de estar, adolescentes passando despercebido – ou quase – uns pelos outros e eu tentava ao máximo possível me divertir, porém alguma coisa estava me incomodando. Talvez o fato de que Luke havia tomado o primeiro porre de sua vida e estava dormindo de boca aberta no sofá ou minha mãe estar sentada em uma cadeira conversando com um barman, enquanto bebia uma grande garrafa de wiski. Ou talvez, só talvez, pelo fato de Leo e Reyna estarem mais afastados de todos do que o normal, Jason estar feliz demais para perceber isso e aquela sensação de angústia no peito.

Alguma coisa de ruim iria acontecer. Eu pressentia isso. Eu já estava cansada de tanto drama na minha vida, sofrimento e perdas. Rachel uma vez me dissera que achava irônico pessoas acharem que conseguem pressentir algo que ainda vai acontecer, mas eu estava sentido aquilo, eu, de vestido preto e coturnos, com a cabeça do meu namorado em meu colo sujando a bainha de baba e cheiro de álcool, tinha certeza de que algo iria acontecer.

Já eram três da madrugada e ainda haviam pessoas ali, Luke continuava a dormir e minha mãe continuava a beber. Em determinado momento, enquanto estava um pouco mais confortável no sofá presentando atenção nas pessoas que estavam lá fora pela janela, eu juro que, por Deus, eu vi Eme parada ali. O vestido longo preto cobrindo sua pele branca, os cabelos e olhos negros se misturando com a escuridão. Eu fiquei estática, porque primeiramente, segundo a Dra. Jackson Eme era coisa da minha imaginação, um leve delírio, psicose. Mas naquele momento, Eme era real.

– Eu devo ter bebido demais. – Sussurrei para mim mesma e passei as mãos pelos fios louros de Luke, ele ainda dormia tranquilamente, mesmo com todo o barulho. Olhei novamente para a janela e vi que não havia nada ali, suspirei. – Ela foi embora.

– Falando sozinha, Grace? – Uma voz grossa falou em meu ouvido, senti sua respiração pesada se chocar em meu pescoço. Eu engoli em seco e arregalei os olhos, quando olhei para o lado e vi Leo, acabei soltando um gritinho e ele riu.

– Puta merda cara! Você me assuntou!

– Que se foda. – Ele disse simplesmente e sentou-se no sofá ao meu lado. Analisou rapidamente Luke e tirou uma foto, eu deixei, já que várias pessoas que passaram por ali fizeram o mesmo, afinal, não mandei ele beber demais. – Seu príncipe encantado é um fracote em relação a bebida, uh?

– É a primeira vez dele. – Eu disse dando de ombros, acho que todo mundo já passou por isso ao menos uma vez na vida, até mesmo alguém como o Valdez. Vi que ele encarava o movimento que minhas mãos faziam na nuca de Luke e parei, então ele subiu o olhar e encarou-me nos olhos. Os olhos de Leo eram de uma cor avelã, como fogo, chegava a dar medo. – Então, aproveitando a festa?

– É, tem um baseado de qualidade e a bebida não é ruim. Jason está feliz. Piper está feliz. Reyna tá como sempre e eu to aqui, normal. – Leo disse como se não se importasse, ele as vezes tinha um comportamento muito infantil para alguém de dezessete anos. – E você?

– Eu não bebi muito porque... sei lá, não quis. Parei de fumar faz um tempinho, não to com fome, trocaram a música dos The Demigods por uma eletrônica péssima que só esses adolescentes de quinze anos gostam, minha mãe tá bebendo demais, meu namorado capotou depois de algumas cervejas e eu estou com um pressentimento ruim, fora isso, tá tudo bem. – Fui sincera e Leo assentiu, com a mão no queixo olhando as pessoas pela janela assim como eu fazia, mas eu estava o encarando, a luz do luar refletindo seu rosto lhe dando um ar de bad-boy ainda maior.

– Pressentimento ruim?

– É, alguma coisa trágica vai acontecer, sabe? – Perguntei e ele negou, confuso. Bufei e revirei os olhos. – Esquece, talvez seja só...

Fui interrompida por uma risada histérica na sala, ainda mais alta que a música, algumas pessoas pararam de fazer o que estavam fazendo só para ver o que estava acontecendo ali. Era a minha mãe, com um sorriso enorme, a pele meio encardida por culpa dos inúmeros dias sem tomar banho deitada no sofá bebendo cerveja barata assistindo filme clichê, os dentes amarelos ressaltados e uma garrafa de vinho na mão. Deuses, aquela não era a minha mãe, a Sra. Grace/Asher que usava vestidos longos de socialite, saltos altíssimos, joias raras e maquiagens pesadas. Aquilo era o que restou dela.

– Uh! O que é isso? Uma orgia no meu sofá? – Ela perguntou olhando para Luke, Leo e eu. Permaneci estática a encarando, a boca aberta sem saber o que dizer, Leo parecia tentar não rir da situação. – Estou brincando! Quem quer vinho? É de péssima qualidade, em comparação aos que meu falecido marido comprava, mas dá pro gasto! Céus, está tão doce! Quem quer?

Ela levantou a taça de vinho e todos na sala apenas continuaram a olhando e ela sorrindo feito uma retardada. Como ninguém se manifestou ela apenas deu de ombros e bebeu o vinho goela a baixo, sem parar uma única vez. Eu fiquei zonza quando vi algumas gotículas descerem no canto de sua boca, sujando seu vestido amarelo. Ela afastou a garrafa da boca de repente e acabou derramando sobre o seu rosto, vestido e carpete. As pessoas começaram a rir, Leo também. Eu queria bater em todos, principalmente nele e acredito que Luke me ajudaria nesse quesito, ou será que também riria? Não sabia ao certo o que dizer, apenas sei que minha garganta fechou e eu me levantei subitamente do sofá, coloquei a cabeça de Luke em uma almofada e segurei o braço da minha mãe com força.

– Chega.

– Quê? – Ela perguntou piscando os olhos, tentando focar em mim.

– Chega de escândalo. – Sussurrei baixinho, mas ela apenas puxou o braço e riu.

– A festa mal começou, querida.

– A festa do seu filho – Ralhei com a voz gélida segurando seu pulso. – Não acabe com isso também, ele te ama, okay? Não faça isso consigo mesma. – Ela tentou se afastar, mas acabei a puxando de volta e arrastando escada acima, seus protestos altos me faziam fraquejas algumas vezes. Ela era bem maior que eu, se por algum acaso pela primeira vez na vida ela levantasse a mão para me bater, eu não teria vez. Abri a porta do seu quarto e a joguei na cama, fechei a porta rapidamente e coloquei a chave no bolço. – Qual é o seu problema? Meu Deus! Você tem quarenta e cinco anos! Quarenta e cinco! Você não tem vergonha? Hein? Ficar bêbada e falar barbaridades na frente de todo mundo e...

Shii, abaixe o tom, cara de pinheiro, estou tentando dormir. – Ela disse se deitado na cama, manchando-a de vermelho por culpa do vinho, meu rosto ficou quente. Gritei. – NAÕ GRITA SUA FILHA DA PUTA, EU TO TENTANDO DORMIR.

– VOCÊ ACABOU DE AUTO SE CHAMAR DE PUTA.

– NÃO TO NEM AÍ.

– LOUCA.

– MAGRELA.

– GORDA.

– PROBLEMATICA.

– ALCOÓLATRA.

– ASSASSINA.

– ASSASSINA? EU? SÉRIO? – Gritei com todo o ar que havia em meus pulmões, minha mãe estava agora sentada na cama, uma careta me encarando, parecia que queria se levantar mas não tinha sanidade para tal ato. – VOCÊ TÁ SE MATANDO, VOCÊ TÁ SE ASSASSINANDO. VOCÊ ASSASSINOU A CHANCE DO SEU FILHO TER UMA LEMBRAÇA BOA DE VOCÊ NESSES ULTIMOS DIAS. ASSASSINOU MINHA CONFIANÇA. ASSSASSINOU SEU EMPREGO, SUA DIGINIDADE. ASSASSINA!

Minha mãe começou a chorar, se contorcer e praguejar. Eu continuei a encarando, vendo-a ter um conflito interno. Eu estava com tanto ódio, mas não dela e sim de como a vida é injusta, uma vida muito filha da puta que só serve para lhe dar pouquíssimos momentos de felicidade e muitos de angustia. Ela parou de chorar e sussurrou:

– Desculpa.

– Você não deve se desculpar a mim. Você deve desculpas a Tia Ártemis por nós termos de pedir dinheiro emprestado a ela para pagar suas dividas, você deve pedir desculpas a Jason que ficou noites em claro preocupado com você, você deve pedir desculpas a Sra. Chase por tê-la xingado dentro da empresa e ter sido demitida por culpa disso, você deve desculpas ao meu pai por ter praticamente me abandonado com Jason, nos últimos dias ele só teve a mim e eu só tive a ele, você deve pedir desculpas a Jason por tê-lo roubado, desculpas a Reyna por ter passado uma imagem tão negativa que ela acabou preferindo voltar para casa. Mas não deve desculpas a mim. Sabe por quê? Porque eu tenho pena de você, Jolie Asher Grace, pena. Pena por você não ter sabido levantar a cabeça e recolher os próprios cacos, cuidar dos seus filhos quando eles mais precisaram de você. Sei que não tenho moral para falar isso, pois durante dois anos vivi em recluso, mas ninguém dependia de mim, já você, bem, muitas pessoas dependiam de você e eu era uma delas. Eu te agradeço Jolie, sério, porque eu aprendi a trabalhar e ter meu próprio dinheiro, minha própria vida. Se eu passar na faculdade de Oxford eu vou sumir do mapa e se Jason quiser vir junto, ele que venha, se quiser ficar, eu venho visita-lo. Mas não peça desculpas a mim, nunca mais, pois “Desculpada” ou “Perdoada” ou qualquer coisa do tipo, não faz parte do meu vocabulário quando o assunto é você.

Sei que fui dura. Que fui egoísta e que aquilo talvez pudesse ser interpretado como algo desrespeitoso, mas ela precisava daquilo, precisava daquele choc de realidade. Nos encaramos por breves minutos antes de ela começa a chorar novamente. Engoli em seco, reprimindo a vontade de abraça-la e chorar junto a ela. Respirei fundo, lhe lancei um último olhar e disse baixinho antes de sair:

– Eu te amo, apesar de tudo. Jason também. Você não pode mudar essas merdas que você fez nas ultimas semanas, mas pode mudar as próximas e fazer tudo ficar mais suportável, mais agradável até.

Fechei a porta e fiquei um tempo parada no lado de fora. Ouvi um grunhido e um som de choro estridente, meu coração batendo rapidamente. O corredor estava vazio, fechei os olhos e encostei minha cabeça na parede. Ouvi passos, mas continuei na mesma posição. Depois ouvi um barulhinho chato e abri os olhos, era Leo, novamente, dessa vez brincando com o seu velho e amável isqueiro. Antes que eu pudesse conter a língua, falei:

– Engraçado. Você sabe muitas coisas sobre mim, sabe sobre a doença ao qual tive de enfrentar, quem são meus pais, meu namorado, meus amigos, as pessoas com quem convivo. Se estou triste ou feliz e etc, mas eu... eu não sei absolutamente nada sobre você.

– Melhor assim.

– Qual é! – Minha voz saiu pidona e Leo sorriu de lado, não pude retribuir. – Vamos lá, qual a sua história?

– Meu nome é Leonardo, tenho dezessete anos, estou no ensino mé...

– Não. – Interrompi e Leo me olhou curioso. – Sua verdadeira história, a sua história por trás de festas, cigarros, sexo e bebidas. A sua história no grupo de apoio, a sua real história. A história sobre os seus problemas.

Fui tão direta que Leo até mesmo se assustou e se hesitou um pouco antes de falar, ele olhou para um lado e para o outro.

– Aqui não, vamos para um lugar mais reservado.

E fomos juntos ao porão. Descendo degrau por degrau. Meu coração saltitando. Leo brincando com fogo. E a velha sensação de ter visto Eme, voltando.


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Notas finais do capítulo

Reclamaram que skinny love tem drama demais, sinto muito, eu sou assim, da licença, se for pra esse shipper sofrer ele vai sofrer, que que tem.
Gente, o mais hot que eu cheguei em toda a minha vida foi isso, isso nem é hot, encchi, acho, enfim, foi uns amaços engra que se meu amigo Daniel estivesse lendo ele olharia pra mim e perguntaria se eu to com coco de galinha no cerebro.
LEO LEO LEO.
PROXIMO CAPITULO.
LEO LEO LEO.
QUEM QUER SPOILER? CHAMA NO DIRECT OU NO GRUPO DO WPP DE SKINNY LOVE E EU DOU. BJO.
Amiguinhos, assim, eu vou viajar terça e voltar apenas daqui a duas semanas, que signifca que irão ficar co capitulos progamados, sinto muito.
AMANHÃ: ARABELLA, SKINNY LOVE E CARTAS PARA HOPE. cHOREMOS AMIGOS.
(Vou responder os comentarios hoje quando chegar do cursinho, me aguardem)
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