Skinny Love escrita por Queen


Capítulo 29
Blackbird.


Notas iniciais do capítulo

Hey ho let's go!
Eu não estou tão animada quanto antes, talvez pelo fato de eu ter acabado de terminar de escrever um dos meus capitulos favoritos, e um dos mais dramaticos, adimito.
Foi uma expriencia maravilhosa escrever esse capitulo, talvez porque eu tenha ficado dias rolando pela cama pensando comigo mesma: Como faço para por em palavras tudo o que sei do Leo? Tudo o que eu CRIEI do Leo? Deus, como eu vou por no papel AQUILO?
Foi tão fácil eu criar a listinha de enredo ao escrever o prologo do capitulo:
Talia : PP problematica.
Reyna: suicida.
Luke: skatista sentimental liamdo cheroso gatoso.
Michele: Ex morta que cometeu suicidio, amiga da Rey,
Annabeth: Um amor, porém arrogante, mas um amor.
Leo: Criatura com um passado obscuro, esconde demonios dentro de si.
E só, em relação ao Leo, escrevi somente isso em uma folha. Mas desde o inicio, pensava nisso, uma criança com feições elfo latinas tendo uma infancia terrivel.
Cara, por isso no papel, deu trabalho, mecheu com meu psicologico. Tive que conversar com uns amigos sobre o assunto, pedir opiniões, pesquisar mais coisas na net.
Uma curiosidade: Vocês sabiam que mais do que a metade de pessoas que tem transtorno de personalidade já foram abusada sexualmente, fisicamente, moralmente e etc na infancia? Terrivel, não é?
É.

Esse capitulo será totalmente dedicado a Ághata, que desde o inicio, sabia que Leo escondia algo, que seu comportamento caótico tinha motivos. A Ághata que sempre acreditou que dentro do Leo havia um ser bom, um ser vivo, que tinha sentimentos. A Ághata que shippa um >>pouco



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/437252/chapter/29

Eu estava desconfortável diante do que estava acontecendo ali. Eu deveria estar ajudando meu irmão a limpar a casa, ou quem sabe estar com meu namorado o ajudando a não morrer sufocado com o próprio vomito. Mas eu estava ali, sentada naquela escada vendo as telhas de aranha que haviam se acumulado na parede enquanto Leo estava jogado em um sofá encardido jogando dardos em um alvo mal feito, aparentemente, ali era um lugar que ele e Jason costumavam ir, já que havia cobertores, um mine-frizer, jogos, uma TV velha e um Playstation quebrado. Pelo que parecia, eles não iam ao porão fazia um bom tempo.

Soltei um suspiro e juntei minhas pernas ao peito, colocando o queixo em meu joelho e fiquei olhando distraída para Leo, que ainda não havia decidido se fumava ou se atirava os dardos, por fim optou pelos dois. Depois de um tempo, ele disse:

– Sobre o que você quer saber? – Minha vontade era bate-lo, por estar usando um tom tão sarcástico perto de mim, logo eu, que nunca fizera nada de ruim para ele. Quero dizer, não corresponder a uma paixão é normal, certo? Isso não traz mal a ninguém, não é? Nunca aconteceu nada parecido comigo.

– Tudo.

– Tudo? Hum, vejamos, tudo é uma palavra muito exagerada, que tal: Uma parte?

– Anda logo.

– Tá, então você quer saber sobre meu transtorno e sobre um pouco da minha vida, acho que vou começar pela parte que eu deixei de ser uma criança normal para ser o cara que sou hoje. – Eu ouvia tudo atentamente, Leo parou de jogar e agora estava deitado no sofá, de olhos fechados, as vezes esquecia que seu cigarro ainda estava aceso e quando percebia isso, dava longas tragadas. Pausas repentinas de suspiros, ele parecia tentar escolher as palavras certas. – Minha mãe é uma rainha. Sério, não estou falando isso porque sou um filho babão, mas é porque ela é realmente uma mulher encantadora. Ela sempre sorriu, sempre esteve presente, sempre foi aquelas mães que a gente vê em comercial de margarina, aqueles de família feliz. Ela adorava se comunicar. É, adorava, passado. Meus pais se separaram dois meses depois que eu nasci, ela descobriu que Hefesto a traia desde a época de namoro, minha mãe sempre foi leal a tudo e por isso não conseguiu suportar há traição dele. Minha mãe ficou com a guarda e tudo mais, eu só via meu pai de dois em dois meses, já que ele havia se mudado daqui para Santa Monica. Ao contrario do que muita gente imaginava, minha mãe não ficou depressiva nem nada disso, na verdade ela continuou sendo a pessoa maravilhosa que ela sempre foi, eu era feliz, eu era uma criança que sabia aproveitar a infância, ela me mimava, deixava eu concertar carros com ela, tínhamos até um código Morse para se comunicar, já que ela não tinha muito tempo para conversar por culpa do trabalho. Eu era feliz. Éramos felizes. Até que ela começou a se relacionar com outro cara.

Leo parou de falar e acendeu outro cigarro. Levantei-me e sentei ao seu lado no sofá, estava cheirando a mofo. Ficamos nos encarando brevemente, desviei o olhar para meus pés e ele voltou a falar, dessa vez mais rapidamente:

– Ele era legalzinho, mas eu nunca fui com a cara dele. As vezes ela me deixava com minha Tia Rosa, que é o diabo em pessoa, para ir a encontros com ele. Claro que eu ficava magoado, ainda mais pelo fato de que era justamente a noite o momento em que nós dois finalmente aproveitávamos algo, o momento em que entravamos na oficina dela e ficávamos ajeitando carros velhos, era meu hobbie favorito. Eles começaram a namorar e a coisa toda ficou séria, ele se mudou para a minha casa. Durante dois anos ele continuou sendo o que aparentava ser, mas aí ele começou a sair a noite para beber e quando chegava em casa ele e minha mãe discutiam. Eu tinha doze anos. E para não ouvir a briga deles, eu me trancava dentro da oficina e ficava brincando com as peças dos carros, depois eu acendia fósforos e ficava observando o fogo consumir todo o palito, fogo sempre me acalmou. Um dia, enquanto eles discutiam na sala eu saí da oficina e fui até a cozinha pegar algo para beber, e enquanto voltava ouvi uma parte da conversa deles. Era sobre ele estar muito irresponsável, sobre beber e tals, e ele dizia que ela estava muito feminista e que o lugar dela era na cozinha e não em uma oficina fazendo trabalho de homem. Ela começou a chamar ele de machista e xinga-lo, eu me aproximei e fiquei no canto da sala vendo a discussão, em determinado momento ele levantou a mão e começou a bater nela, eu comecei a gritar e fui tentar ajudar, mas ele acabou me batendo também. E isso ficou se repetindo, durante uma semana minha mãe ficou com hematomas roxos por ter sido espancada por aquele miserável, eu estava farto de vê-la chorando nos cantos, de vê-la sempre com um olhar vago, sem aquele brilho de felicidade que irradiava seu ser. Então, um dia, eu tirei a carteira do Shane, o tal cara, e coloquei dentro da oficina. Quando foi a noite ele ficou horas e horas procurando a carteira, entrou na oficina e eu fechei a porta. Ele começou a se aproximar de mim com uma cara vermelha, a mão levantada, e então eu ascendi o fosforo. – Eu prendi a respiração e senti Leo ficar tenso ao meu lado. Eu já imaginava o que havia acontecido, o pavor tomando conta do meu corpo, minhas mãos soaram e eu engoli em seco. Ele era apenas uma criança. – Naquele dia, antes de toda essa merda acontecer, a professora havia dado uma aula sobre ter cuidado com fogo, e aí ela falou sobre o álcool e gasolina e eu lembrei de que havia ambos dentro de um galão na oficina. Eu não sabia porque estava fazendo aquilo, só sei que eu queria que ele sentisse na pele o que era sentir dor, o que era ficar com machucados horríveis. Então, quando ele se aproximou e eu acendi o fosforo, joguei álcool no chão, próximo aos seus pés e em seguida o fosforo, ela apenas se afastou e ficou rindo de mim, como um idiota. Eu fiquei com tanto ódio dentro do peito que joguei em sua camisa, quando ele tentou tira-la, eu joguei outro fosforo aceso. Ele começou a gritar e se contorcer. Eu não sabia o que fazer, eu achei que... Sei lá, eu era uma criança, cara, eu achava que se eu assoprasse o fogo poderia apagar, mas não apagou. Minha mãe entrou na oficina e ficou horrorizada, começou a chorar e ligar para a ambulância, jogou diversas mantas molhadas em cima dele até o fogo cessar, e eu vi o que eu havia feito, vi a pele dele exposta, em carne viva. Então eu comecei a chorar. Chorar por ter feito aquilo, chorar por causa do olhar que minha mãe me direcionava, chorar pelas perguntas que os policiais começaram a fazer sobre aquilo, e chorar principalmente pelo fato de... Eu querer repetir o ato.

As pessoas nunca souberam que eu havia feito aquilo, sempre foi visto como um acidente. Acreditavam que como eu havia presenciado aquela cena, poderia ter ficado com algum transtorno. Me encaminharam para diversos psicólogos, mas meu caso somente agravava. Ninguém nunca sabia o que esperar de mim, eu poderia a qualquer momento matar alguém. Fiquei dois anos em um insanatório, especialistas me observando, para ver se eu não iria fazer nenhuma barbaridade. Comecei a aparentar mudanças, mas juro, as vezes eu queria socar uma pessoa até ela morrer, ou enforcar alguém, ou sei lá. Eu ficava as vezes imaginando como seria se eu arrancasse a cabeça de todos os outros pacientes, mas eu nunca disse isso para ninguém. Sobre esse meu lado escuro. Sobre o que realmente aconteceu ali. As únicas pessoas que sabem sobre isso é Jason, Reyna e... bom, agora você. – Ele deu um sorriso irônico de lado e eu não consegui retribuir, não com aquele clima pesado. Leo percebeu aquilo, pois sorriu, pegou minha mão e disse: – Mas calma, eu sei me controlar, okay? Eu nunca faria mal a ninguém que eu gosto, até mesmo quem eu não gosto. Deixo essas coisas para a minha mente perturbada. Gosto de beber porque me faz se sentir mais normal e eu não penso nessas coisas todas, meus pensamentos são bagunçados, são confusos. Fumo porque tornou-se um vicio, e como a Dra. Jackson sempre diz: As vezes, nem toda ajuda do mundo, pode salvar alguém. Não tente me ajudar, sério, Sally já me ajuda muito. Eu amo você, não se esqueça disso, e eu nunca, em hipótese alguma, faria mal a você. Sinto que talvez eu nunca se recupere, mas, por favor, não se afaste ou afaste Jason de mim, sério, eu não conseguiria suportar se...

Não o deixei terminar e o abracei. O abracei com força, sem medo de que ele pudesse tentar algo. Só percebi que Leo estava chorando quando senti as suas lagrimas quentes encharcarem a minha camisa, a cada vez que ele fungava em meu ombro eu o apertava e o trazia mais para perto de mim. Aquilo era tão cômico, mas eu sentia de que deveria continuar naquela posição até ele finalmente se acalmar. Leo tremia e quando se afastou, vi que seus olhos estavam intensamente vermelhos. E aí, percebi que quando o vi pela primeira vez no grupo de apoio seus olhos não estavam vermelhos por ter fumado alguma droga, eles estavam vermelhos por ter chorado.

– Esse... Esse cara, ficou com queimaduras graves e tudo mais. De alguma forma, quando ele caiu no chão em agonia bateu sua cabeça em uma peça de carro velho que minha mãe estava concertando, e ele acabou ficando inconsciente. Quando acordou, havia perdido uma parte de sua memoria e não se, lembrava do que havia acontecido. Só que eu acho que minha mãe sempre soube o que eu havia feito, por isso ele é sempre tão preocupada comigo, vigiando, querendo controlar as pessoas as quais quero fazer amizade. Conheci a Reyna em uma festa, e por ela conheci o grupo de apoio, que bem, tem me ajudado. – Ele fungou e passou as mãos pelos olhos, continuei apenas quieta, o encarando. Ainda não havia dito nada em relação a isso, a verdade é que eu nem ao menos sabia o que falar a ele. – Esse meu jeito fútil e sarcástico, esse jeito de quem não se importa, foda-se o mundo, essa coisa toda de badboy, de que as pessoas devem se manter longe de mim é para que... Elas fiquem bem, sério, eu as afasto com esse meu jeito hipoctra para que elas fiquem protegidas, porque não sei o que pode acontecer se eu tiver algum ataque ou algo do tipo. Quanto mais longe elas ficarem, melhor. Quanto menos saberem, melhor. No fim, não me importo se estou sozinho, apenas me importo com o fato de que as pessoas ao meu redor, possam ficar bem.

Eu sei que deveria ter feito um discurso enorme, sobre como ele foi corajoso, como saber o que era ter uma infância arruinada e etc. Sei que deveria falar mais do que essa mísera fala:

– Você é uma boa pessoa, Leo.

Pode ter parecido monótono.

Pode ter parecido algo simples demais.

Algo frio demais.

Mas para Leo, foi algo bom.

Ele sorriu. Um sorriso lindo de canto, como se não sorrisse verdadeiramente a dias. E aquilo fez tudo valer a pena.

Ficamos nos encarando e Leo começou a chorar novamente e de alguma forma eu também comecei a chorar, lagrimas curtas, porém grossas. Ele começou a balbuciar coisas desconexas e puxar os próprios fios de cabelo, era uma cena deplorável. Tentei acalma-lo, mas ele se afastou.

– Por que não posso ser normal? Me diz, por que logo eu? Eu sou um cara como qualquer outro, um rosto comum, sem procurar exatamente me destacar, mas eu só queria, ao menos por um segundo, conseguir me encaixar. Por que eu tenho isso, Thalia? Por que? Eu só queria ser um cara normal, que não sentisse raiva do nada, que não tivesse duas faces. Eu só queria poder amar livremente alguém, sem ela ter medo de mim, ter medo de amar também. Eu só queria não ter pensamentos homicidas, querer matar as pessoas. Eu queria ser normal, por que não posso ser um cara normal? Por Deus, eu me odeio tanto, me desprezo tanto. Dra. Jackson tenta me ajudar, mas ela sabe, ela sabe que irei morrer sozinho, na lama, na miséria, com cheiro de álcool e cigarro, talvez por overdose ou algo pior que isso. Que escolha eu tenho? Já que estou em um navio sofrendo um naufrágio, minha escolha é afundar. *

– Não. Isso depende totalmente de você, você não pode mudar quem você é, mas pode melhorar, Valdez. Pense positivo, pense em fazer uma faculdade, pense um pouquinho no futuro. Sonhe, não existe coisa melhor do que sonhar. Porém não sonhe alto demais, não fuja da realidade, viva também. As coisas podem molharar, basta você acreditar. E lá, bem no fundo do navio, quando suas esperanças estiverem esgotadas mas você continuar acreditando, você encontrará um salva dias, e então, tudo mudará. Para a melhor.

Ele assentiu, limpando o rosto. Respirou fundo algumas vezes. Nos abraçamos novamente e ele ficou repetindo que me amava, e eu devolvia sempre a mesma coisa: Como ele pode amar alguém se não consegue nem amar a si próprio? Mas ele ignorava, e continuava a me abraçar profundamente, me apertando de uma forma confortável. Leonardo Valdez tinha um dos melhores abraços do mundo.

Saímos do porão e encontramos a casa em um silêncio obscuro. Achei estranho, já que naquele momento talvez Jason estaria ao lado de Reyna limpando a casa ou se despedindo dos convidados. No corredor, nos deparamos com duas garotas cochichando baixinho, elas olharam rapidamente para mim e uma delas disse:

– Sinto muito.

Olhei para Leo a procura de respostas mas ele parecia tão mais confuso quanto eu. Quando cheguei na sala encontrei Reyna bebendo chá, olheiras fundas em seus olhos. Ao seu lado Jason estava com a cabeça tombada no colo de Piper, e elas duas pareciam ter uma conversa civilizada, Luke não estava ali.

– A festa acabou? – Minha voz fez um oco estranho e eu me sentei no outro sofá. Reyna deu três longos goles em sua xícara sem tirar os olhos de mim e Piper parecia estar mais concentrada checando se Jason estava dormindo ou não. – Cadê o Luke?

– Thalia. – A voz de Reyna era calma, calculada e tremendamente fria. Ela deixou a xícara de lado e se levantou, se ajoelhou na minha frente segurando minhas mãos e continuou: – Algo gravíssimo aconteceu. Mas, primeiro: Onde você estava?

– No porão com o Leo. Estavamos conversando sobre algumas coisas e...

– Certo, tudo bem. Suponho que vocês não ouviram a gritaria, o som sendo desligado e policia aqui na porta, não é?

– Como assim?

Ela e Leo trocaram um olhar estranho, ele deu de ombros e saiu da sala. Reyna apertou minha mão com força e eu continuei encarando seus grandes olhos cor de âmbar.

– Quando você terminou aquela discussão com a sua mãe e sumiu, ela trocou de roupa e saiu pela porta da frente sem dizer nada. Então, Jason notou que o carro não estava na garagem e começou a ligar para você, para saber se você havia saído no carro, mas ia para a caixa postal. Nós procuramos pela sua mãe e por você, como ambas sumiram, achamos que vocês estavam juntas. Mas Luke, ainda meio grogue, ficou te procurando por horas a fio. E então, quando a festa já estava no fim e eu e Annabeth começamos a limpar as coisas... A policia apareceu. – Ela parou de falar. Eu ouvia tudo atentamente, sem perder nenhum detalhe. Meu celular havia ficado no meu quarto, e por Deus, onde minha mãe poderia ter ido? Beber mais? Tantas coisas se passavam pela minha cabeça. Eu não conseguia pensar direito. – Nós achamos que era por culpa do horário, ou por ter bebidas alcoólicas e tudo mais, porém, não era nada disso. Eles vieram, para comunicar, que sua mãe dirigia pela avenida bêbada. Eles acreditam que ela pode ter dormido no volante, não sabe-se detalhadamente como o carro capotou e...

– Não.

– O que?

Puxei minhas mãos com força. Eu estava atônita. Não. Não era possível.

– Por favor, não.

– Thalia... eu sinto muito. Ela sangrou muito, tentaram socorre-la, mas a ambulância não chegou a tempo, eu sinto muitíssimo, ela estava com a carteira de emprego em mãos, acho que... Sei lá, não consigo imaginar o que se passava na cabeça dela. O carro ficou irreconhecível, ela não conseguiu resistir e...

– Por favor, pare. Não continue. Eu só posso estar tendo um pesadelo.

– O velório é amanhã a tarde. Vai ser na igreja próximo ao SeaWord, Jason já resolveu tudo. Luke foi para a casa da mãe dele, então não adianta ir na casa do Hermes agora. Annabeth está comunicando a todos que eram próximos, vocês vão receber documentos para receber a herança daqui a duas semanas....

Antes que ela continuasse, levantei-me e saí da sala. As lagrimas atrapalhando a minha visão. Ela estava morta, e mais uma vez, me senti culpada.

***

Há muito tempo atrás, todas as vezes que eu decepcionava meus pais de alguma forma, eu me sentia tão envergonhada e impura que eu entrava no banheiro e tomava um longo banho. Eu tinha a ingenuidade de achar que a água podia lavar minha alma, levar todas as lembranças ruins, me separar de meus atos. Quando o caso era algo realmente grave, eu enchia a banheira até acima do limite com água gelada, depois me despia e ficava boiando por um tempo, para longo em seguida, afundar.

Minhas roupas estão encharcadas e meu corpo treme dos pés a cabeça. Sinto cada parte implorando por calor, e mesmo que eu possa pegar uma hipotermia, não ligo. Meus olhos ardem e sei que meu rosto deve estar manchado de preto por culpa do delineador. Estico as pernas, até toparem no porcelanato que rodeia a banheira. Então, sem tomar folego, afundo. Não fecho os olhos, continuo encarando o forro branco, o listre enorme, que eu desejo loucamente que caia em cima de mim. Ar, preciso de ar, mas não quero subir. Quero continuar aqui, afundando.

Eu matei a minha mãe.

Aquilo ficou rondando os meus pensamentos por hora, até eu concluir que no fim, eu apenar colaborei para a morte dela. Estava cansada de me culpar por tudo.

Estou chorando. Mas não sinto as lagrimas escorrendo pelo meu rosto. Será que é porque estou debaixo d’gua? Não devo estar chorando, não tem como chorar sem estar submerso, ou tem? Não quero pensar nisso, quero continuar sentindo essa dor rasgando no meu peito. Ar. Preciso de ar.

Submergi e soltei um longo suspiro, meus lábios estavam sem cor e tremendo. Escutei vozes e afundei novamente. Duas cabeças loiras surgiram na minha visão embaçada por culpa da água, mas pelas vozes distantes sabia que era Luke e Annabeth. Eles estavam chamando meu nome e como não subi para cima, Luke me puxou.

– Você está aí já faz duas horas. Já são oito e meia, você precisa...

Me desvencilhei de seus braços e afundei novamente, o impacto do meu corpo rígido na água a fez respingar em suas roupas. Annabeth saiu, mas Luke continuou sentado próximo a banheira. Todas as vezes que eu precisava de ar e subia para dar longos suspiros, sentia seu olhar sobre mim. Pude notar algumas vezes que outras pessoas entraram ali tentando me convencer a sair: Reyna, Katie, Leo e Jason.

Somente quando Tia Ártemis apareceu e praticamente me enxotou do banheiro, sem eu dizer uma única palavra, finalmente parei de sentir o frio em minhas veias. Luke me enrolou em toalhas diversas vezes, não pronunciei uma silába sequer. Eu queria voltar para dentro da banheira novamente, sentir o frio, tentando aliviar a minha alma.

Mas eu não podia. E por mais que tentasse, a água não poderia levar meus problemas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

nota inicial foi cortada, sinto muito.
***Eu chorei enquanto escrevia essa parte, imaginei um adolescente problematico sentado em um sofá fedendo a mofo puxando os proprios cabelo, chorando desesperado querendo ser normal, em um navio ao qual a cada segundo afundava mais.
Querem me matar pela morte da mãe da Thals, sinto muito, isso esteve desde o inicio do cronograma, a morte dela. Podem perguntar pra Angel (Jubs), e caso não saibam e me acham cruel, espero que vocês tenham ideia de que quando tive a ideia de fazer a fic, a Thalia iria morrer no ultimo capitulo, chorem, mas ela não vai mais, amém irmãos.

Assim, não sei mais o que falar, socorro. Amo vocês.
E AGHATA EU QUERO UM COMENTARIO ENROME.
E AMIGUINHAS DO CORE ENTREM NO GRUPO DO WPP PQ A FIC TA ACABANDO MAS EU NÃO QUERO DEIXAR DE FALAR COM VOCÊS, POIS VOU SENTIR SDDS, PRINCIPALMENTE DAQUELAS QUE FIZ AMIZADE E SIMPATIA.
COMENTEM MT MT MT MT MT QUE EU VOU TENTAR DEIXAR TUDO PROGRAMADO.
Quando eu voltar dia três eu posto um capitulo e nas notas aviso sobre como foi a viagem, amém.
Tchauzinho. Vou ali beber chá pq eu amo chá amém.


Se alguém estiver disposto a orar ou fazer uma macumba p´ra mãe Diná para que minha mãe pare de encher o saco e deixe eu escrever os capitulos, seria de bom agrado, porque puxa, todas as vezes que estou inspirada ela não me deixa escrever, caralho.