Skinny Love escrita por Queen


Capítulo 27
You.


Notas iniciais do capítulo

HEY HO LET'S GO!
Quem ainda não superou o capitulo passado? Pois é, eu não.
Esse capitulo meigo vai ser destinado a Marie linda que recomendou a fic e a Tulipa (duda) que completou ano recentemente, aêêêêê!
Se der, comentem em ambos os capitulos, tá, eu sei que vocês são lindos e são capazes de fazer isso.
Gente do céu, meu sangue deveria estar com muita glicose quando escrevi esse capitulo, porque olha, o final %%%%

Mas tá, tamo aí na atividade, fic faltando dez capitulos, é, tudo bem, não vou chorar.



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Minha cabeça doía e eu não conseguia pensar direito. Eram tantos cálculos, tantas orações, tantas formulas. Tantas coisas. Provas, provas e mais provas. Minha cabeça estava para explodir, minhas mãos tremiam diante aquela folha em branco. Estudar demais cansa, meus neurônios estavam à flor da pele.

Suspirei e comecei a responder. Dessa vez Luke estava na mesma sala que eu, a quatro cadeiras a minha frente. Eu sabia que ele estava indo bem pelo fato de ele já estar quase no final da folha e eu ainda nem havia começado. Minha dor de cabeça estava de matar, eu precisava de algo para melhorar.

– Srta. Grace? – O professor perguntou quando levantei a mão, algumas pessoas ao meu redor olharam para mim rapidamente e depois voltaram a atenção para a prova.

– Preciso ir ao banheiro. Urgente.

– Sinto muito, acabei de aplicar a prova, você não pode sair assim e...

– Por favor – Insisti, com a voz declarando meu pânico. Uma garota ao meu lado batucava a ponta da caneta na cadeira, isso estava me deixando nervosa, fazendo minha cabeça doer ainda mais. O professor assentiu e eu levantei-me rapidamente.

Andei pelos corredores por um tempo, minha testa soando e minhas mãos tremendo. Sussurrei para mim mesma “Relaxa, você irá passar, você estudou para isso”. Não entendo porque estava tão nervosa, era uma das minhas ultimas provas, eu deveria estar calma, mas por algum motivo, eu estava agoniada. Bebi um pouco de água e tomei um comprimido na enfermaria, depois voltei para a sala e respondi a prova. No fim, foi fácil, caiu coisas que eu havia estudado, obviamente, e a sensação de agonia havia passado.

– Você está bem? – Luke perguntou assim que saí da sala, ele já havia saído fazia algum tempo. Assenti e caminhamos lado a lado até a saída, entrei na sua caminhonete e coloquei os pés em cima do porta luvas, como de costume. Ele não ligou a música, o que me fez olhar desconfiada para ele. – O que achou da prova?

– Normal, e você?

– Fácil.

– É, percebi.

– Como assim percebeu? – Luke perguntou com a atenção voltada para o transito.

– Eu estava nervosa no começo, minha cabeça estava doendo. E aí para, sei lá, relaxar, eu resolvi prestar atenção em você. E você estava super calmo respondendo as questões com um sorriso sacana no rosto, como se soubesse de tudo, como se estivesse tudo fácil demais. E estava mesmo. Mas era bom ver você assim, concentrado fazendo algo, você fica com o cenho franzido e um olhar semicerrado, uma gracinha.

Luke ficou vermelho e riu baixo.

– Por que você ficou nervosa?

– Não sei, eu só fiquei meio agoniada. Com um mau pressentimento.

– Sempre que você fica com algum mau pressentimento, coisa ruim acontecem. – Luke disse apreensivo desviando o olhar da estrada e olhando rapidamente para mim. – Mas acredito que hoje só irá acontecer coisas boas.

Havia um sorriso em seus lábios, que me deixou bastante curiosa em saber sobre o quê ele estava falando. Luke olhou para mim novamente e depois soltou um sorrisinho baixo, que fez com que eu arqueasse as sobrancelhas.

– O que você tá aprontando?

– Nada demais.

– Fala logo.

– Vai ser surpresa.

– Luke Castellan, fala logo!

– Olha Thalia, não é nada demais. – Ele disse calmo e eu bufei, olhando para as pessoas que andavam na rua. Eram poucas, mas eu gostava de olhar para elas, observa-las. Luke diminuiu a velocidade quando passamos por um quebra mola, ele ainda falava algo, mas eu não prestava muita atenção. – Eu só estive pensando em finalmente...

E foi aí que eu a vi. Parada do outro lado da rua, uma bolsa berrante com estampa florida. As roupas parecidas com as que uma fiel defensora da natureza. O cabelo em um rabo de cavalo.

– Meu Deus! Para o carro Luke, agora! – Eu gritei e Luke automaticamente estacionou o carro. Calcei meus coturnos e desci, pulei na calçada e atravessei a rua correndo. Ela estava distraída olhando um panfleto, comecei a correr em sua direção. – Gardner!

Katie olhou para mim e apertou os olhos, depois abriu a boca e correu em minha direção também, com os braços abertos. Nos abraçamos e começamos a dar pulinhos, as pessoas olharam estranhamente para nós. Mas eu não ligava, não mesmo. Ela estava ali! Será que havia se curado? Estava bem? E onde estava o Travis? Meu Deus! Tantas perguntas rondavam a minha cabeça.

– O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou quando nos separamos, Luke estava atrás de mim nos observando.

– Eu moro aqui! Esqueceu? Não né? ?Idiota! Mas o que você está fazendo aqui?

– Eu fui liberada! Sim, finalmente! E meu pai está de férias, eu também, então resolvemos passar algum tempo aqui! Aí Thalia, me abrace novamente, estou morrendo de saudades.

Sorri e a abracei. Eu estava feliz por ela estar bem na minha frente, sorrindo e com seu costumeiro disfarce para se camuflar em uma mata atlântica. Esse pensamento me fez rir novamente e eu a apertei com força.

– E você e o Travis?

– Ele terminou com a Miranda! Ela o traia, dá para acreditar? Pois é! E como eu ganhei uma bolsa para terminar o ensino médio na Inglaterra, nós infelizmente não podemos ficar juntos, além da idade, ela é velho demais para mim, só tenho dezesseis e ele quase vinte, um fracasso total. Mas ele confessou gostar de mim, e nós nos beijamos no meu ultimo dia na clinica. Ele prometeu que iria ficar indo em Londres, só para me ver. Mas não acredito nisso, amores de verão passam, coisas rápidas.

Ela falou tudo isso muito rápido e eu só assentia com a cabeça, cada vez mais surpresa com as coisas que ela me falava. Luke havia se sentado em um banco ali próximo, mexendo no celular. Quando Katie terminou de falar, soltou um suspiro e olhou para mim. Eu estava antonita olhando para ela.

– Uau! Você irá para a Inglaterra? Que legal! Eu me inscrevi em Oxford, se eu passar, eu também irei. Nós podemos dividir um apartamento, que tal? Iria ser muito bom. E em relação ao Travis: Se você realmente o ama, vai dar certo, pode acreditar. Não importa a idade ou a distancia, se for verdadeiro irá durar. – Eu disse e ela assentiu. Sorrimos uma para a outra e então eu olhei para o meu relógio de pulso, já estava na hora de ir para o grupo de apoio, soltei um suspiro – Preciso ir agora. Nos vemos depois. Até mais. Estava com saudades de você, me ligue, okay?

Ela assentiu e eu me afastei. De fato, não iria vir coisas ruins. Não no momento, estava um dia maravilhoso demais, o que me deixava com medo de que algo podesse acontecer depois. Mas eu não era pessimista, então continuei com um sorriso nos lábios.

O dia mal havia começado.

***

Você já brincou de verdade ou desafio? Acredito que sim. Mas irei reformular a minha pergunta: Você já brincou de verdade ou desafio na companhia de malucos em um grupo de apoio para malucos? Acredito que não.

Estávamos todos em uma rodinha, menos Percy, que estava mais afastado escrevendo algumas coisas em um caderno. Nós brincávamos, fazíamos perguntas toscas e desafios mais toscos ainda. Como por exemplo, quando Octavian pediu para Rachel imitar algum animal e ela disse que iria imitar uma coruja. Ela estufou o peito e arregalou os olhos, pôs as mãos rentes a cintura e ficou imóvel, apenas piscando os olhos. Todos nós começamos a rir e acredito que ela levou isso como uma ofensa, pois fez um bico enorme e disse que não iria brincar mais, foi obrigado Will praticamente agarra-la (no bom sentindo, ele apenas passou os braços em sua cintura e não deixou ela sair do lugar) para que ela calasse a boca e ficasse quieta. Rachel era engraçada.

Rodei a garrafa de Coca-Cola e acabou batendo Octavian e Rachel, novamente, só que dessa vez a favor dela. Rachel deu um sorriso enorme na direção de Octavian, que engoliu em seco.

– Octavian meu amor! –Rachel disse manhosa e nós gargalhamos quando ele se afastou para trás. – Verdade ou desafio?

– Verdade.

– Você gosta da Rey -Rey?

Reyna automaticamente olhou para Octavian com uma careta. Ele começou a ficar vermelho igual um tomate e nós não conseguíamos parar de sorrir. Reyna e Leo não sorriam. Na verdade ambos estavam muito sérios, sérios mesmo. Havia algo de errado com os dois, já que eles não estavam participando muito da brincadeira e pareciam distraídos.

– Acho que sim. – Octavian confessou e Reyna apenas deu de ombros, como se aquilo não importasse muito. Frieza reina no sangue dela.

Foi a vez de Nico rodar a garrafa, que parou entre mim e Leo. Ele olhou para mim meio cauteloso.

– Verdade ou desafio? – Perguntei.

– Verdade.

– Quero primeiro fazer uma pergunta. – Eu disse e todos olharam curiosos para mim, então continuei: – Eu posso fazer uma pergunta, tipo, “qual foi” ou “o que” em vez de “É verdade que...” ?

– Claro. – Todos disseram.

– Valdez, qual foi a pior coisa que você já fez? – Perguntei temendo a resposta.

– Matei um homem. – Ele disse rapidamente, de forma simples e direta.

Todos pararam de respirar. Eu abri a boca para falar algo, mas nada saiu. Leo continuava olhando fixamente para mim, sem fazer nenhum movimento. Senti uma coisa estranha ali, naquele olhar sobre mim. Eu engoli em seco, tudo permaneceu quieto, estávamos aleio a tudo. Então Reyna falou:

– Leo, cala a boca. Você não matou ele, para de idiotice.

– Praticamente acabei com a vida dele, as chances dele ser uma pessoa normal, então sim, eu matei ele.

– Não seja dramático.

– Não tente amenizar as coisas, você nunca consegue amenizar nem os seus próprios problemas, imagine os meus. – Ele disse rude e Reyna respirou fundo.

– Cala a boca! Já disse que você não tem nada haver com o que aconteceu naquela noite!

– E se eu tiver? Hein?! Você não sabe, você não estava lá.

– Mas eu acredito em você – Ela disse segurando sua mão com força. Todos nós estávamos olhando para os dois. – Você não o matou.

– Que seja. – Leo disse se levantando e ajeitando o casaco de couro. – Bom, acho que está na hora de irmos, o horário já acabou, de qualquer maneira.

Ele saiu do porão e nós apenas continuamos sentados, olhando uns para os outros. Havia ficado um clima bastante tenso ali, eu odiava quando isso acontecia. Quando algo ficava tenso e eu não podia fazer nada, ou pior, quando a culpa disso tudo ser minha. Eu era um fracasso total quando se tratava de me comunicar realmente com alguém, sempre acabava estragando ou quebrando algo. Era inevitável.

Reyna se levantou e correu atrás dele, logo depois Octavian também fez o mesmo. Nos levantamos em silêncio e Percy perguntou o que havia acontecido, mas não dizemos nada a ele, mentimos sobre estar tudo bem. Era tão fácil mentir para Percy, ele nunca percebia quando mentíamos, porque ele confiava em nós, segundo Beckendorf ele era aquele tipo de cara que acredita que todos temos algo bom dentro de si, e ele estava certo, todos nós temos, apenas não sabemos disso.

Eu queria correr atrás de Reyna, Leo e Octavian e pedir desculpas. Mas eles já deveriam estar longe e estava tarde, eu precisava voltar para casa. Me despedi de todos e peguei um táxi. Durante o percurso até minha casa ouvi música, ela tinha um poder enorme de me acalmar, ainda mais quando eu fazia alguma bobagem. As ruas estavam desertas e eu apenas via algumas pessoas aqui e ali, entre sombras, conversando baixinho. Eu queria ser um pássaro, superar meu medo de altura e voar por aí, por diversos lugares. Queria ser livre, não ter um lugar fixo e estar sempre viajando. Acho que eu gostaria de ser uma águia, para lá do alto conseguir observar tudo o que estava ao meu redor, e me aproximar sorrateiramente das pessoas e ouvir sobre o que elas estavam falando. Sobre seus planos para o futuro, sobre as compras que haviam feito, sobre como havia sido seu longo dia.

Gosto de pessoas, gosto de observa-las, ver seu modo de vestir e falar, a forma de se comunicar. Gosto de cada detalhe, nada passa despercebido para mim. Consigo capitar em segundos manias e defeitos que uma pessoa tem, consigo perceber qual seu gosto musical, qual seu estilo de vida. Acho que é um dom, ou um defeito. Eu sou observadora. Eu gosto de pessoas, já disse isso antes, mas não gosto de estar entre elas. Gosto de ficar afastada, apenas observando.

Mas eu aprendi a ficar entre elas, se socializar com elas. E foi ali, dentro daquele táxi observando tudo ao meu redor, que eu parei para observar a mim mesma. A tudo o que eu havia feito e passado. Parei para me auto observar: Meu gosto musical, minhas manias e defeitos, o que amo e o que odeio. E me surpreendi comigo mesma. E então eu percebi um detalhe que estava oculto: Eu havia aprendido a me compreender, a me amar.

***

Quando cheguei em casa encontrei minha mãe sentada no sofá assistindo TV comendo pizza. Ela já devia ter engordado uns cinco quilos de tanto comer coisas gordurosas e beber cerveja barata. Sua aparência estava definitivamente horrível. Ela não parecia mais aquela mulher com pose de socialite de alguns meses atrás, ela estava mais para alguém do fundo do subúrbio, aqueles casos bem difíceis de lidar. Suspirei e fui até ela, que apenas desviou rapidamente o olhar da TV para mim e depois voltou novamente para o programa que estava passando. Sentei-me ao seu lado e pensei em pegar um pedaço da pizza, mas ela puxou a caixa para longe de mim. Revirei os olhos e vi o que ela estava assistindo: Crepúsculo.

Meu Deus, minha mãe precisa urgentemente de um psicólogo – Pensei.

Cruzei os braços ao ver aquela criatura tirar a camisa. Taylor até que é bonito, mas... não. E qual a necessidade de ele ficar tirando a blusa toda hora? Isso é algo que eu nunca compreendi durante a saga inteira. Minha mãe soltou um gritinho meio juvenil demais quando Edward beijou a Bela, então levantei-me do sofá, já não aguentando mais aquela babaquice e peguei um pedaço da pizza. Ela me olhou de forma ameaçadora e eu fingi que não havia visto. Subi as escadas e antes de sumir completamente, sussurrei:

– Se você quer mesmo se afundar nessa lama, por favor, não leve eu e o meu irmão junto.

Acho que ela escutou, pois olhou para mim e apenas deu de ombros. Suspirei derrotada e entrei no meu quarto. Coloquei uma música para tocar e fiquei deitada em minha cama, encarando aquela mancha de queijo tosca, pela primeira vez em anos não chorei ao observa-la, na verdade sorri, ao lembrar da cara de espanto que meu pai fez e o jeito raivoso que minha mãe ficou enquanto tentava – em vão – limpar. Eu tinha saudades disso, de quando era menor, desses momentos. Quanto mais você cresce, mas responsabilidades aparecem, e você nunca mais presencia tais momentos. Eles viram apenas memorias, e isso é um saco.

Meu celular começou a tocar e eu atendi sem dar muita importância, era Luke, talvez para me avisar sobre alguma coisa.

– Oi.

– Olá Thalia Grace. – Sua voz estava rouca, e isso fez todos os poros do meu corpo se arrepiarem.

– Hum?

O que você está fazendo agora?

– Apenas deitada de cabeça para baixo, encarando esse teto branco e sem graça. E você?

Estou desfrutando dos prazeres juvenis ao ouvir a sua voz.

– Qual é...

Estou falando sério. Sua voz fica sexy por telefone. Na verdade, sua voz fica sexy em por qualquer coisa, é difícil controlar.

– Luke, você está drogado?

Ouvi ele rir. Uma risada gostosa, daquelas que da vontade de gravar e ficar apertando o replay infinitas vezes, como se fosse uma melodia para calmar os ânimos.

– Estou drogado de amor, isso é normal?

– Acho que é baseado mesmo.

Não é não. Eu to sentado olhando para aquelas fotos suas que eu tenho, e você está tão linda nelas. E estou com uma imensa vontade de correr até a sua casa e te ver pessoalmente, só para constar se você é ou não fruto da minha imaginação.

– Tá certo, o que colocaram na sua bebida? Hein? Isso está tão gay, Luke. Ligeiramente meloso.

Eu tenho meus ataques de romântico as vezes, espero que se acostume. E acho que você deveria parar de ser mal e ficar um pouco melosa também, então ficaríamos tão melosos, mas tão melosos, que no fim iriamos parar no hospital por culpa de diabetes. Mas estaríamos feliz, apaixonados, loucos, insanos, se amando, mas feliz.

– É, quem sabe?

Pois é...

A linha ficou muda, eu não sabia o que falar, continuei na mesma posição que eu estava e passei a estalar os dedos diversas vezes, tentando controlar os meus batimentos cardíacos. Luke deveria estar fazendo alguma brincadeira sem graça, no dia seguinte ele apenas iria falar que estava mesmo drogado e que não acreditava nas bobagens que havia falado. Ouvi um suspiro do outro lado da linha:

Estou com sono, mas não quero ir dormir, quero continuar na linha conversando com você.

– Não... Vai dormir, amanhã temos provas.

Não me fale em provas, por favor. Eu estou detonado, você está sendo minha distração... – Ele parou de falar do nada e eu ouvi um chiado, fechei os oolhos e suspirei, até eu estava começando a ficar com sono, mas de qualquer forma, não queria desligar o celular. Percebi que o chiado havia parado e abri os olhos. – Desculpe, acabei deixando algumas fotos caírem.

– Você está mesmo vendo aquelas minhas fotos? Ai, Deus! Eu estou ridícula nelas, em todas elas, não sei por que você ainda as tem, Castellan.

– É porque é bom guardar fotos e qualquer outra coisa que seja relacionado a alguém que você ama. – Luke disse sério e meu coração bateu um pouquinho mais forte. Passei a roer as unhas, como uma distração para não parecer uma boba apaixonada ouvindo aquelas palavras. Eu tinha medo de o que eu sentia por ele ser passageiro, mas eu tinha absoluta certeza de que não era. – Olha, eu preciso te falar algo que eu não sei se teria coragem de dizer cara a cara.

– Não teria coragem? Sério isso? Ah, então eu não quero saber, cadê aquele seu jeito ‘Não estou nem aí, falo tudo na cara mesmo” ? Hein?

– Thalia...

– Não me faça te chamar de bundão, Castellan.

– Você é mal.

– Só com quem merece, e você está merecendo um pouco.

– Tudo bem, sei que está tarde e é perigoso nós sermos assaltados e tudo mais, porém, por favor, me encontrei no jardim da sua casa. Aliás, falando em jardim, sinto falta de quando você vestia roupas curtas para cuidas das plantas, eu conseguia uma visão ótima, sabe, para o foco da câmera e tudo mais...

– Tchau Castellan.

Desligou o celular e pulei da cama, fui até o espelho checar se meu cabelo estava legal e por instinto passei um pouco de colônia e desodorante. Me olhei mais uma vez e sorri para mim mesma, depois saí do quarto. Minha mãe não estava mais na sala, o que era um alivio. Peguei minhas chaves e saí de casa.

O frio bateu contra a minha pele e eu sorri. Às vezes ficava bastante frio a noite em San Diego, e eu ficava feliz e triste quando isso acontecia. Feliz porque finalmente estava fazendo frio, e triste pelo fato de ser muito tarde e eu não poder aproveitar. Desci as escadas da varanda e atravessei o jardim, encontrando Luke perto da cerca. Ele estava sentado perto de um pinheiro, o que me fez rir já que ele olhou para o pinheiro e para mim, como se dissesse “vocês são idênticos!” e sentei ao seu lado.

– Espero que você não tenha me feito sair da minha cama confortável por besteira.

– Não foi, eu acho.

– Fala logo, está me deixando curiosa!

Luke sorriu e ficou de pé. Ele olhou rapidamente para o céu e depois para mim, mordeu a bochecha algumas vezes – essa era uma de suas manias horrendas – e começou a falar:

– Hoje a tarde enquanto você estava na clínica eu fui para a casa de alguns garotos da nossa sala, fazer um trabalho. Não me pergunte como, o assunto foi desviado para nós dois. Eles falaram “Luke, é verdade que você está pegando a Thalia” e “Vocês vão ficar até quando?” E eu fiquei apenas calado, sem saber o que responder. Quer dizer, nossa, eu gosto de você, você sabe disso, e eu acho que você gosta de mim. E eu não quero só apenas ficar com você nem nada disso, eu quero namorar com você. No sério, oficialmente. Eu quero poder te abraçar e esse abraço ser interpretado tanto pela nossa amizade quanto pelo nosso relacionamento. Quero poder te chamar de minha, só minha. Não no sentido de posse, mas no sentido bom, o sentido saudável. Quero poder acordar ao seu lado, ver o sol atravessar a janela e iluminar o seu rosto e esse sua pele branca leitosa, e mesmo que seu cabeço esteja bagunçado eu vou te chamar de linda, e nos dias que você acordar primeiro e se arrumar, eu irei dizer que você está feia só para puxar o saco. Quero ouvir Do I Wanna Know? Naqueles momentos, quero sempre estar ao seu lado, mais do que já estou. Quero fazer planos idiotas para o futuro, como ter filhos e uma casa imensa. Então, quer namorar comigo?

Eu fiquei quieta, apenas olhando para ele. A luz da lua batia em seu rosto, fazendo ele ter uma aparência diferente da que ele tinha. Eu ainda estava processando diversas palavras perdidas. Linda. Minha. Namorar. Abraços. Beijos. Do I Wanna Know?. Filhos. Casa. Meu Deus, o que estava acontecendo?

Eu não sabia o que responder. Comecei a gaguejar um sim, mas acabei calando a boca e engolindo as palavras. Luke estava olhando ansioso para mim. Meu Deus, ele era tão lindo, como era possível um cara tão lindo estar gostando de mim? Justo, de mim? Não estava sendo insegura com esses pensamentos, longe disso, eu tinha exatas noções do que estava acontecendo ali. Eu sabia que estávamos no lugar certo, na hora certa, e que ele havia usado as palavras certas. Suspirei fundo e tudo o que fui capaz de dizer foi:

– Esse foi o pedido de namoro mais estranho que eu já vi, mas considerando que você não é um cara muito normal e eu muito menos, sim, eu aceito namorar com você. Só que, abaixe a bola, cara, estou muito nova para pensar em filhos e casa.

Luke sorriu e eu fiquei de pé. Nos abraçamos e depois nos beijamos. Várias e várias vezes, repentinas vezes. Eu não estava me importando com as horas, só queria estar ali, ao lado dele. Por toda a eternidade.


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Notas finais do capítulo

Escrevi esse capitulo bebendo chá, um chá mesmo natural, okay? aqui no Maranhão quem toma cházinho de caixinha/pacotinho de supermercado é gente rica fresca, pronto, falei.
Enfim, eu amo chá, e escrevi esse capitulo bebendo chá, e eu to bebendo chá agora, porque chá >>> café.

Eu shippo fortemente Will e Rachel. Nunca li nenhuma fanfic em que eles são citados como se fossem um casal, pois é, mas eu shippo porque... sei lá velho, eu shippo.

Katie linda *o*
Tá, quem gostou? Eu gostei de escrever, mas quase me enforquei quando terminei, gente do céu, que melosidade, cof cof cof

Mas tá, comentem, se der ( e quiser ) recomende, awnt.

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