Skinny Love escrita por Queen


Capítulo 18
Breathe Me.


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEEEYYYY OIIII
CARACA QUE SAUDADES!
Olha, eu realmente achei que o Nyah! iria pifar ou sei lá e nunca mias voltar, mds.
Mas meu Jesus é bom e ele tá de volta! Maravilha!
Eu não iria postar esse capitulo agora porque a minha beta não me enviou o capitulo betado, então vou deixar pra ela betar o proximo, se não me engano ela está com um problema no pc, por isso não dá pra ela betar, o que significa que eu vou ter de postar ele do jeito que tá.

Entããããããooooooo, continuem enviando perguntas e aí no proximo att eu coloco aqui o link do video no youtube. Vamos lá gente! Perguntem pelo ask tmb: ask.fm/queenfanfics

Bom, é isso, amo vcs, tchau.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/437252/chapter/18

Eu nunca imaginei que passaria meu aniversario de dezoito anos presa dentro de uma clinica psiquiátrica a quilômetros de distancia da minha casa, longe da minha família e amigos. Não que eu quisesse uma festa ou algo do gênero, mas eu realmente não imaginava que iria passar meu aniversario ali, vestida de branco ao lado de vários pacientes com problemas psicológicos.

Minhas consultas tem se resumido em perguntas e respostas, e por mais que eu questionasse para a Dra. Jackson porque tantas perguntas ela nunca respondia, já Dr. Thomas apenas dizia que "perguntas são importantes para seu tratamento".

– Ela definitivamente não parece ser sua mãe – Travis comentou baixinho no ouvido de Katie, ele vestia um jaleco branco e estava com uma maleta cheia de seringas, já que em duas horas ele iria para a Ala D da clinica, a área dos pacientes que tinham de ficar dopados. A ordem das letras iam junto com a gravidade do problema da pessoa, eu estava na C, e descer para a D não estava nos meus planos. Nós estávamos sentados no auditório da clinica, Travis no meu lado direito e Katie no lado esquerdo, tínhamos ido para lá porque a nutricionista Demeter iria dar uma palestra, essa ao qual éramos obrigados a participar – Ela é muito mais bonita que você.

Hahahaha – Katie murmurou secamente em resposta, revirando os olhos. Cruzou os braços e fez uma careta engraçada, eu e Travis caímos na gargalhada e ela bufou – Babacas, qual a graça? Sei que sou ridícula e que qualquer pessoa pode pisar em mim quando se trata de beleza, mas não precisam jogar na minha cara.

– Para de drama, Katherine – Falei tentando parar de rir. Durante as três semanas que se passaram desde que eu estava ali nós havíamos se aproximado mais, e Travis andava conosco sempre que possível, ele dizia achar nossa presença agradável – Você é linda, sabe disso.

– É, eu estava brincando – Travis falou rapidamente como pedido de desculpas, completando logo em seguida: – Voce é bonitinha, não, bonitinha não, perfeita. Ai merda, perfeita é de mais, você é linda, bem linda mesmo.

– Você acha mesmo que eu sou linda? – Katie perguntou baixinho tentando não corar.

– Claro, você tem olhos bonitos e um cabelo bem legal, sua pele é macia e... Espera, eu disse isso? Esqueça sobre a pele, você é bonita.

– Você também é lindo, Travis. Obrigada.

Eu olhei para um lado depois para o outro, analisando o rosto dos dois. Ambos estavam meio vermelhos e não paravam de se encarar, as vezes davam sorrisinhos bobos do nada. Aquilo estava tão fofo e sentimental que eu não sabia se sentia nojo ou ria dos dois. Escolhi a segunda opção, falando bem auto: – Parem de flertar encubada-mente, odeio segurar vela!

– Não estamos flertando! - Katie e Travis falaram juntos, fazendo-me ter um ataque de risos. Os dois bufaram, Katie cruzou os braços e fez uma carranca, Travis fingiu que as seringas dentro da sua maleta fossem mais interessantes do que qualquer coisa. Eu fiquei mal por ter acabado com todo o clima legal e o tornado tenso, por isso falei "Eu estava brincando, seus bobos" mas eles ainda continuaram estranhos e assentiram minimamente.

Quando a palestra começou os enfermeiros desligaram todas as luzes, o auditório estava na metade, pois só participaria da palestra quem tinha problemas com a alimentação e tudo mais. Demeter falou sobre todos os alimentos ricos em nutrientes, ferro e etc e começou a dizer que a alimentação era muito importante para o corpo e etc. A todo momento eu revirava os olhos, ainda mais quando ela começava a falar que certas comidas que por mais que fossem um pouco gordurosas fazem bem para algo no corpo, como chocolate. Ela disse que chocolate pode aumentar o colesterol e engordar, mas é bom para o raciocínio e concentração. Para que eu vou querer esforçar meu raciocínio e ter muita concentração se posso estar magra? Eis a questão.

– O organismo humano é algo totalmente delicado e extraordinário, por isso precisa de muito cuidado – Demeter falou mostrando no seu Slide a ilustração de todos os órgãos no nosso organismo e ao lado um pequeno texto falando as doenças que podem ser geradas as esses órgãos se não tomarmos certos cuidados – Pequenos atos podem acabar com a sua vida.

Bufei e depois estalei a língua. Isso atraiu a atenção de Demeter, fazendo-a olhar para mim e depois para Katie. Ela nos encarou por um bom tempo antes de mudar o Slide com letras grandes e pretas com os dizeres "BULIMIA", fiquei estática.

– Como todos sabem eu sou a nutricionista da clinica e uma das minhas áreas também é distúrbios alimentares, me especializei em bulimia. Alguém aqui poderia me dar um conceito básico de bulimia?

– Vomitar tudo o que come – Um garoto mais novo que eu disse, do outro lado da sala. Ele tinha sardas no rosto e um horrível óculos fundo de garrafa. Demeter assentiu

– Alguém aqui se auto declara como uma pessoa que tem bulimia? – Demeter perguntou encarando o rosto de cada um de nós, éramos cerca de trinta pessoas e apenas três levantaram as mãos, eu não estava entre elas – As vitimas de Bulimia em sua maioria são garotas entre 13 e 20 anos, em 20% dos casos termina em morte. Os sinais e resultados de uma vida com bulimia são: Ardência nos outros, queda de cabelo, escassez na pele, falta de sangue, atraso na menstruação, dores constantes no estomago, estados anêmicos constantes, estresse, rachamento de unhas e fragilidade nos dentes. Se você está com um desses sintomas, e se forem em grande números, você tem sim bulimia. Na maioria das vezes começa quando você sente que esta acima do peso e decide colocar toda a comida para fora, fazendo assim esse habito de vomitar ficar mais constante ao perceber que ou você perde peso ou mantem ele. Só que, ao fazer isso você acaba com todo o seu corpo, seu organismo e estômago ficam frágil e debilitado, pois ele precisa de certos alimentos, ai ele se acostuma com essa rotina de que tudo, absolutamente tudo o que você come volte, por mais que você coma com a intenção de não vomitar você acaba vomitando, a comida não fica mais no seu estômago por muito tempo.

Isso explica muita coisa – Pensei.

– Qual a tratamento mais adequado? – Perguntei alto ao levantar a mão.

– O paciente deve se conscientizar de que seu corpo está frágil, que ele esta morrendo por causa desses pequenos atos. Deve começar a voltar a comer aos poucos, muitas frutas e vitaminas, depois ir para os nutrientes até que o organismo finalmente volte ao normal.

– Quanto tempo isso leva? – Travis perguntou olhando para Katie, talvez pensando o por que de ela estar ali a tanto tempo sem ter se curado.

– Depende de cada paciente, quando ele percebe que esta doente ele faz de tudo para melhorar, mas tem outros que não conseguem criar esse vinculo de conscientização de que precisa melhorar, ele acha que está tudo bem sendo que esta tudo péssimo.

Soltei um longo suspiro e abaixei aos olhos. Não sei o que me fez ser assim, mas o que é que tenha sido deixou um vazio. Ultimamente tenho pensado bastante sobre o que Dr. Thomas falou para mim, sobre eu me afastar das pessoas. A questão é que eu não me afasto, eu simplesmente enjoo. Eu enjoo fácil, de lugares, pessoas, coisas e sensações. Tudo é muito cansativo. Gostaria de não ser assim, eu juro. Em alguns minutos paro para imaginar porque eu sou assim, eu não sinto nada mesmo, e às vezes gosto de imaginar que eu estou afastando as pessoas por causa desse maldito mundo idiota, esse mundo sujo. Gosto de pensar que estou afastando-as de mim porque eu estou no meio da rua onde há merda, urina e vomito, gosto de imaginar que eu estou fazendo isso para que elas possam ir para um lugar mais limpo e gentil.

Sei que é um pensamento estranho, mas dentro da clinica comecei a perceber que minha cabeça é repleta de pensamentos, pensamentos aos quais eu simplesmente não consigo organizar. Sinto que estou só nessa bicicleta a dois, nessa canoa sem remo, sinto-me incompleta... E foi por isso que eu levantei os olhos novamente e levantei-me da minha cadeira, sem mais nem menos, e fui em direção a enorme mesa próxima de Demeter, onde estava repleta de alimentos. Sem me importar com os olhares de todos em cima de mim, eu abri a boca vagarosamente e comi, comi um pedaço de bolo e bebi um suco, logo depois mordi um pedaço de melancia. Aos poucos algumas pessoas também fizeram isso, inclusive Katie: Se juntaram a mim e comeram com a esperança de que tudo ficaria bem, que não importa se o peso estaria alto ou baixo, o que importava era que tudo estivesse em ordem.

Eu estava li, esforçando-me para comer, mastigando lentamente alguns cereais e estava decidida que, eu sairia daquela clinica o mais breve possível.

***

– Quero que você vista uma roupa bem bonita – Dra. Jackson declarou sorrindo, andado de um lado para o outro na sala. Eu apenas assenti minimamente – Dezoito anos é uma data muito especial, então faremos o possível para ser o melhor dia da sua vida.

Sorri um pouco e deitei-me no sofá, olhando para o forro de madeira. A única coisa que iluminava a sala era a luz do sol que vinha pela janela. Dra. Jackson estava muito animada, ficava falando sobre a roupa que eu iria usar, a forma como meu cabelo ficaria, a maquiagem e tudo mais. Parecia que ela era quem estava completando ano, e não eu. Soltei um suspiro e me sentei.

– Sally – Ela havia pedido há algumas horas atrás que eu parasse de chama-la de Dra. Jackson em vez de seu primeiro nome – Gostaria de conversar sobre ele.

– Ele quem, querida?

– Meu pai.

Dra. Jackson ficou estática e automaticamente sentou-se em sua poltrona, abrindo a palheta logo em seguida. Ela fez rápidas anotações e me deu alguns comprimidos, depois me analisou por cima dos óculos.

– Ele sempre foi muito cuidadoso comigo, sempre foi muito carinhoso. Ele era, sem duvida nenhuma, o melhor pai de todos. Ele me fazia se sentir alguém, me fazia se sentir especial. Ele simplesmente fazia eu... Sentir. Eu poderia muito bem ter sido uma criança triste e depressiva, por minha mãe me ignorar e amar mais ao meu irmão do que a mim, mas não, eu fui uma das crianças mais felizes que puderam existir, pois meu pai fez com que eu visse o mundo de outra maneira. Fez com que eu pudesse ver meu irmão como um melhor amigo em vez de guardar rancor, fez com que eu achasse sentido nas coisas, fez com que eu tivesse um lado verdadeiramente humano. Às vezes me pergunto por que eu fiquei e estou tão mal, tão afundada na lama desde que ele morreu, acho que é porque eu não estava preparada, entende? Eu não tinha parado para pensar na hipótese de ele morrer mais cedo do que o esperado. E, tem a questão da culpa. Por mais que as pessoas falem que eu não tenho nada haver, que foi apenas porque um caminhão decidiu ultrapassar o outro, e ambos estavam na contra mão, fazendo com que nosso carro se chocasse com eles. Mas eu acredito em outra coisa, acredito que se eu estivesse dentro de casa em vez de uma festa meu pai ainda estaria aqui e eu estaria bem. Acredito que se eu não tivesse andando com pessoas erradas e feito coisas absurdas eu seria uma pessoa melhor, feliz até. A vida é cheia de escolhas, escolhas aos quais se tem dois caminhos, o bom e o ruim, pena que ao fazer as minhas escolhas eu não percebi que estava no caminho errado. E o pior de tudo, além da culpa, é saber que eu não posso voltar atrás, não posso trazer meu pai de volta a vida. Simplesmente não posso.

Nunca pensei que eu fosse desabafar de tal forma com minha psicóloga. Eu a via como uma inimiga, mas nos dias em que estive na clinica percebi que ela estava dando o seu melhor para resolver o meu caso. Você sentiu a sensação de alivio logo após por para fora tudo o que estava sentindo? Tudo aquilo que você vem guardando dentro do peito durante um longo tempo? Foi assim que eu me senti, me senti aliviada.

Dra. Jackson olhou para mim e deu um sorriso triste.

– Thalia, você fala tanto que se sente culpada e que deveria estar no lugar dele, que deveria ter morrido no lugar dele e tudo mais. Agora eu pergunto, e se realmente fosse você? Se você tivesse morrido e ele sobrevivido, como acha que seu pai estaria?

– Eu... Não sei.

– Vou fazer algumas suposições e quero apenas que você me ouça, tudo bem? – Dra. Jackson perguntou e eu assenti, confusa – Imagine que quando houve o acidente você morreu e seu pai sobreviveu. Já parou para pensar em como seu irmão ficaria? Além de você tê-lo afastado você... Morre. Sua mãe, por mais que diga não conseguir te amar verdadeiramente, iria ficar abalada. Porque por mais que ela não queira admitir você veio de dentro dela, você foi fruto de um romance, um amor juvenil. Você foi fruto da felicidade. E, agora, imagina, o seu pai? Como ele reagiria a sua morte? A morte da filha dele, do orgulho dele? Acabado. Devastado. Horrível. Ele iria se culpar da mesma forma como você se culpa. E, agora, eu pergunto : E se você estivesse morrido, seu pai seria o culpado?

– Claro que não, estávamos apenas no lugar errado, na hora errada e a sorte não estava a nosso favor – Eu falei e a Dra. Jackson levantou uma sobrancelha, olhando diretamente para mim. Eu entendi o que ela quis dizer, que da mesma forma como eu acho que meu pau não seria o culpado ele poderia achar que eu não sou a culpada – Mas isso não vem ao caso, eu sou culpada e ponto final.

– Tudo bem. Você acredita em Deus?

– É meio complicado. Eu não cresci em uma família muito religiosa, ia para a igreja algumas vezes e tal. Mas de certa forma acredito, acredito que da mesma forma como existe o inferno pode existir o céu. Do mesmo modo como existe o mal pode existir o bem.

– E quanto a morte? Para onde você acha que nós somos designados como morremos?

– Eu tenho certo medo sobre isso, não gosto de pensar em como vai ser quando eu morrer. Tenho medo do que vem depois da morte, tem pessoas que acreditam que quando morremos nós morremos mesmo e fim, acabou, fim da linha. Como se fosse um jogo em que ao dar game over não se pode reiniciar ou ir para outra fase. Acabou e pronto. Tem outros que creem que podemos renascer, outros sobre termos um lugar reservado para depois do juízo final as almas serem designadas para o céu ou inferno. E assim vai.

– Okay. Vamos imaginar que quando morremos vamos para um lugar em que aguardamos o dia do juízo final, okay. Vamos imaginar que nesse lugar pode-se ver o que se passa aqui na Terra. Agora imagine que você morreu, e lá desse lugar você possa ver que seu pai virou um alcoólatra, perdeu o emprego, perdeu os amigos, o respeito, a vontade de viver. Que ele está no fundo do poço e entrando em uma depressão sem fim. Ele acha que a vida dele é sem propósitos e que o mundo é sem sentido. Ele sente-se como um zé ninguém. Tudo isso porque ele acredita que foi por culpa dele que você morreu. Agora, diga-me, já que você poderia ver tudo isso desse tal lugar, como você se sentiria?

– Ruim. Eu tentaria de alguma forma dizer para ele que esta tudo bem, que ele não tem nada haver. Que ele deve seguir em frente e deixar o passado para trás. Eu ficaria tremendamente triste.

– Agora vamos inverter as coisas. Você está aqui viva e seu pai morto, como é a realidade. Como você acha que ele está agora, observando você, que é a princesa dele, se afundando cada vez mais no poço?

– Péssimo. – Declarei olhando para o teto e realmente imaginando que isso poderia mesmo ser real – Desapontado, porque para ele o certo é que eu deva seguir em frente e aproveitar a vida da melhor forma possível.

Um grande sorriso iluminou o rosto da Dra. Jackson e ela veio em minha direção, de braços abertos. Meio receosa eu recuei, mas ela continuou vindo e então me abraçou. Ela tinha uma fragrância de baunilha bem reconfortante, seu cabelo era extremamente sedoso e ela tinha uma áurea tão... Doce. A abracei fortemente de olhos fechados e ela falou baixinho no meu ouvido:

– Você é tão linda, Thalia. E seu pai te ama tanto, mas tanto. Ele sente muito orgulho de você, da pessoa que você era e é, ele esta um pouco triste por você estar tão acabada, que tal faze-lo feliz provando que você é capaz? Hein? Você é uma pessoa tão especial – Abri os olhos lentamente e assenti minimamente, me afastei e encarei seus olhos – A culpa não foi sua, meu amor. Como você mesma disse, tudo estava errado. Vocês apenas não tiveram sorte. Não imagina como ele tenta te ajudar a sair dessa "merda" toda, porque ele não gosta de ver você triste, então sorria, viva, aproveite cada segundo da sua vida. Seja você mesma sempre. Nunca mude pelos outros, nunca mude o seu verdadeiro eu. Nunca.

– Obrigada – Minha voz saiu como um sussurro e eu senti todo o meu corpo esquentar, um calor se espalhando desde as pontas dos meus dedos ate meus calcanhares, uma sensação boa. Aquela sensação de alivio, de liberdade – Muito obrigada.

Eu sorri verdadeiramente e abri os braços, me jogando contra Dra. Jackson, ela deu um gritinho de surpresa e então começamos a gargalhar. Essa sessão foi sem duvidas uma das melhores, depois de nos abraçarmos começamos a falar sobre o que eu iria usar a noite, pois segundo ela iria ter uma comemoração no jardim juntando o meu aniversario com o de Katie, que seria em dois dias. Eu estava tão bem.

Eu estava tão... Viva.

***

O céu estrelado fez com que eu desse um pequeno sorriso. Nas ultimas horas eu vinha sorrindo por causa de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo. Eu comecei a levar sério o que a Dra. Jackson havia dito sobre sorrir, sobre aproveitar os mínimos detalhes da vida. Lá estava eu, calçando um coturno cor de vinho com spikes, vestido preto com bolinhas brancas de alças e o cabelo bem arrumado. Meu rosto estava meio corado pela maquiagem e eu usava um colar com um pássaro que eu havia ganhado do Dr. Thomas, pois ele achou os pequenos pássaros em minha tatoo na panturrilha bem interessante.

Me senti tão arrumada para uma ocasião tão simples, me senti fora do lugar. Por incrível que pareça eu preferia as simples vestimentas brancas da clinica, mas era meu aniversario de 18 anos, eu deveria estar apresentável.

Vi Travis vindo em minha direção e então voltei olhar para o céu, esperando os outros pacientes da clinica chegarem. A grama do jardim estava bem aparada e tudo estava bem iluminado, com uma mesa grande repleta de coisas e um grande "Feliz Aniversario" escrito em um quadro negro.

– Uau – Travis falou quando se aproximou, o encarei envergonhada – Cadê a Thalia que eu conheço? O que você fez com ela?

– Ela foi dar uma voltinha, deixou-me livre por um tempo.

– Vamos rezar para que ela não volte tão cedo.

Gargalhamos e então ficamos lado a lado, encarando o céu noturno. Conseguia ver de longe varias constelações e estrelas. Fiz um desejo bobo ao ver uma estrela cadente e sorri novamente. Céus, eu estava começando a rir por causa de qualquer coisa.

– Olha ali a Katie – Travis disse baixinho e eu olhei na direção em que ele apontava. Katie estava com os cabelos soltos, sapatilha e um vestido verde. Os únicos vestígios de maquiagem que vi nela foram o lápis de olho e o batom, ela parecia uma boneca. – Já percebeu que ela só usa verde ou roupas com estampas de flor? Parece que, sei lá, ela está usando uma camuflagem para se esconder dentro de uma floresta.

– Pare de ser tão chato! – Exclamei sorrindo e empurrei um pouco seu ombro, ele assentiu – Guarde essa sua opinião tosca e diga que ela esta linda, é bem melhor.

Ele assentiu e Katie acenou, fomos até ela.

– Estou tão empolgada! – Ela disse dando pulinhos de alegria – Vou deixar de ter quinze anos no natal, sei que é estranho ficar feliz por estar ficando mais velha, só que você não imagina como eu estou saltitando! Ain! Dezesseis anos, porra!

– Calma flor – Falei em deboche e Travis sorriu. Katie odiava ser chamada de qualquer coisa em que tinha algo relacionado a natureza: Flor, Grama, Arvore, Natureba e etc. – Quem me dera ter ainda quinze anos ou menos, as responsabilidades eram tão poucas... Tsc.

– É, a gente começa a trabalhar ou frequentar uma faculdade e então não tem tempo pra porra nenhuma – Travis disse e eu assenti. Katie apenas revirou os olhos.

Ártemis não pôde vir, o que me deixou tremendamente triste. Mas ignorei isso durante a festa inteira, comi diversos salgadinhos, brigadeiros e o bolo em si, sem me importar com nada. Depois que bateram palmas eu e Katie fomos para o centro e começamos a dançar uma musica animada, depois Travis e os outros pacientes se juntaram a nós. Foi uma noite em tanto.

Saí mais cedo do que deveria, pois meus pés estavam acabados. Fui em direção ao meu quarto e entrei sem prestar atenção em nada, joguei meus coturnos em um canto qualquer, tirei meu vestido e tomei um banho. Não molhei o cabelo, apenas o corpo, vesti um pijama e joguei-me com tudo na cama.

E aí que estava o problema.

Tinha alguma coisa debaixo do lençol, era grande, quadrada e dura. Na verdade não era uma coisa, eram varias. Gemi e sai da cama, acendendo a luz e puxando vagarosamente o edredom.

Tinha uma caixa vermelha, um envelope, três caixas azuis, uma cinza, duas roxas e uma preta. Sorri abertamente e abri o envelope, sentando-me na quina da cama. Reconheci a letra da Tia Ártemis:

"Querida.

Sei que não pude comparecer em sua festa, pois recebi ordens de que deveria estar afastada durante o seu tratamento. Porém perguntei se eu poderia fazer alguma surpresa e eles disseram que sim. Todas essas caixas são os seus presentes, em cada um deve ter o bilhete de quem lhe deu. Espero que goste. O meu presente é o da caixa vermelha, o maior, abra-o primeiro. Abra-o agora e depois continue lendo...

Abri a caixa e me deparei com outra caixa, essa porem branca, abri novamente e me deparei com algo branco tendo do lado vários isopor protegendo. Tirei e me deparei com um MacBook branco, era muito foda. Eu me apertei contra o MacBook e quase chorei, dei um gritinho e me apertei contra ele novamente. Voltei a ler a carta.

"..... Gostou? Espero que sim. Ligue-o e vá em uma pasta com o seu nome, é a única pagina que tem aí no momento. Ao abrir, você vai encontrar vários vídeos, assista um de cada vez. Recomendo que você assista primeiro os vídeos e depois abra os presentes. Espero que goste. Amo você. Espero lhe ver em breve.

Com amor, Ártemis Grace. “

Abri e pasta indicada e sentei-me na cama, encostando-me no travesseiro. Cliquei no primeiro vídeo.

A câmera estava desfocada, mas segundos depois ela ganhou um ponto fixo legal. Annabeth estava sentada em uma cadeira e sorria, havia voltado a usar os óculos e suas antigas roupas, aquelas que eram verdadeiramente decentes. Fiquei feliz por ver que ela não estava com aquele mesmo modelo de vadia de antes.

Feliz Aniversario meu amor! – Annabeth disse empolgada e começou a bater palmas, soltei um risinho fraco – Já está ficando velha, em gata? Haha, to de brincadeira, pois também tenho dezoito. Estou tão feliz por você, queria estar aí, mas não posso. Espero que você melhore rápido e venha logo para casa, por incrível que pareça San Diego fica terrivelmente sem graça sem você. Bleh. Bom, é isso, meu presente é o da embalagem cinza. Amo você, tchau!

Abri o presente e me deparei com o livro que eu ia comprar no dia em que eu estava no shopping com os meninos, o dia em que vi Luke e Annabeth se beijando. O tal Amada Imortal, de capa dura e tudo. Sorri. Tinha um pequeno bilhete.

"Estava em duvida no que comprar, mas não existe presente melhor do que um bom livro. Aproveite "

Coloquei o livro em cima da escrivaninha e abri o segundo vídeo. Nele mostrava Dra. Jackson, Percy e o grupo de apoio. Estava uma tremenda farra, e pude ouvir a voz abafada de Ártemis reclamando para eles falarem mais baixo.

Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida... – Todos cantaram de forma animada e desengonçada. Gargalhei. Dra. Jackson estava com a roupa da clinica de São Francisco, o que dignificava que ela havia ido para San Diego pouco tempo atrás – Thalia! Thalia! Thalia!

Sorri novamente e senti meu corpo ficar quente. Era tão bom essa sensação quente, pois normalmente tudo o que eu sentia era frio.

Oi gata da balada! – Rachel falou mais alto, fazendo todos se calarem – Aqui quem fala é a ruiva bipolar louca que sai pintando tudo o que vê, gostaria de informar, no nome de todo o grupo de apoio, inclusive a Reyna, que não esta aqui, que estamos com saudades de você. Por mais que você tenha faltado bastantes consultas era legal te ter aqui, então volta logo. E feliz aniversario, sua linda.

– Linda! – Will falou do fundo com um sorriso fofo, Leo lhe direcionou um olhar ameaçador mas também assentiu junto com o pessoal. Então Percy começou a falar:

– Não sabíamos o que iriamos comprar. Se seria algo simples ou algo muito foda e tudo mais, então decidimos juntar nossos dinheiros e contar, ver quanto é que deu e então comprar algo. E compremos, não sei se você vai gostar, é o da caixa preta e... É isso. Falou.

Todos deram tchau e então começaram a rir. Abri o presente deles e me deparei com uma jaqueta de couro preta incrivelmente linda. Arregalei os olhos, era de marca! Apertei contra o meu corpo e sorri, era couro de verdade. Ain.

Guardei no guarda roupa com um sorriso e me joguei na cama novamente.

No vídeo seguinte era Reyna. Ela não estava sorrindo sarcasticamente como eu era acostumada. Ela estava com uma pose séria, o que me deixou tremendamente preocupada. Engoli em seco e comecei a assistir.

– Então, Thalia. Conheci você pelo grupo de apoio e você me deu abrigo quando eu mais precisei ficar longe de casa. Não imagina como sou grata a você por isso. Sou grata porque tive o prazer de ver um pouco da sua vida, conhecer a sua mãe e se apaixonar pelo seu irmão. As vezes me pergunto como seria se nós duas nunca ao menos tivéssemos nos olhado. Por mais que quando a gente se conheceu você não falou comigo por motivos pessoais eu te considerei e considero uma amiga, porque você é. E eu espero que você fique bem, bem de verdade. Tosco isso, eu sei: Se importar mais com os outros do que com si mesmo. Infelizmente todo suicida é assim, ou eu creio que seja. Quero que você fique bem, princesa. Quero que você entenda que você é luz, que você é importante, que faz a diferença. Desejo-lhe um feliz aniversario. Beijos.

Ela beijou a câmera e deu um grande sorriso. Eu dei um sorriso fraco, segurando-me para não desabar. Reyna sempre fora muito distante e próxima ao mesmo tempo. Ela era um enigma pior que os olhos de Luke, ela tinha essa coisa toda de coisada. Alguns diziam que ela era louca. Já eu digo que ela era apenas uma pessoa que tinha muito amor para dar e precisava ser amada, precisava parar de ter tantas quedas. Porque ela era assim: Era a maia solitária do grupo de apoio, mas era a mais amável. Era a mais triste, mas tinha o sorriso mais bonito. A mais fria porem a mais sabia. Acho que isso acontece porque ela não desejava que as outras pessoas sofram da mesma forma que ela sofreu. Ela era magica. Ela era ela.

Procurei pelo seu presente e vi que era o roxo mais escuro, onde tinha rabiscado no canto seu nome. Abri e me deparei com um globo de neve, com um casal sentado em um banco. Balancei animada e vi a neve subindo, o casal estava abraçados e logo atrás deles estava o Big Ben. A neve caindo sobre eles. Balancei novamente, totalmente animada. Era tão fofo.

Tinha um bilhete: "Quando eu vi esse globo com esse casal eu lembrei do Luke e a Mason, mas parei por um momento e vi que ele me lembrou, na verdade, você e o Luke, achei incrivelmente fofo e comprei."

Balancei novamente, dessa vez analisando o casal de bonecos. Depois coloquei em cima da escrivaninha, ao lado do livro, e assisti o outro vídeo.

– Tá gravando? – Samantha perguntou sentando-se no sofá da casa de May, Tia Ártemis disse sim – Tá, tá gravando, né? Okay. Oiiiiiiiiiiiiiiii Tathá! Você está bem? Bem mesmo? Por favor, diga que sim! Eu estou com tantas saudades suas, saudades de abraçar você, beijar seu rosto branquinho e fofo, mexer no seu cabelo curtinho e segurar na sua perna e nunca mais soltar. Volte a ser minha babá, por favor! Ontem eu sonhei que eu estava em um casamento, e adivinha?! Era o casamento da Cah, minha boneca, com o Fran. Aí ela jogou o buque e você pegou e então foi seu casamento com meu irmão. Estranho, eu sei, mas vocês ate se beijaram! Foi nojento, mas foi fofo.

Ouvi Ártemis falar um "eca" e Samantha assentir, sua cabeleira loira balançando de lá para cá, ela tinha uma garrafinha de suco na mão e as vezes parava de falar para poder beber.

– Então, é seu aniversario, não é? E bem perto do natal, então eu escrevi uma carta para o papai Noel pedindo para você voltar logo! Quem sabe no ano novo! Pse! – Ela iria começar a falar algo quando a porta da sala foi aberta e uma garota loira muito bonita que parecia ter a minha idade apareceu, ela sentou-se no sofá ao lado de Samantha e olhou interrogativamente para a câmara – Clara, sai daqui!

– E se eu não quiser?

– Ei Lukeeeeeeeee. Lukitooooo - Samantha começou a falar com a voz chorosa e insinuou que iria gritar, a garota arregalou os olhos e então saiu do sofá – Isso, vai embora!

Não. O que é que você tá fazendo?

Estamos gravando um vídeo para a minha sobrinha Thalia – Tia Ártemis falou, pelo que entendi ela era quem estava gravando tudo. A menina soltou um "Aaaaaah então vocês estão gravando um vídeo pra tal Thailine, amiguinha do Luke?" e Samantha gritou " É Thalia" e então a garota deu um sorriso debochado e saiu, dando tchauzinho para a câmera. Fiquei me perguntando quem era essa Clara.

Continuando. Eu não pude comprar um pônei magico para você, fui na loja e a mulher disse que não existia pôneis mágicos, aí eu comecei a chorar e então o Luke me levou para outra loja, onde tinha um pônei, mas ele não era mágico, ele cheirava a cocô! Então comprei algo que eu achei lindo! Luke não queria comprar, mas eu obriguei ele. Disse que ia bater nele e aí ele comprou, ele tem medo de mim, pse! Tenho que ir agora, beijos, saudades de você! Tchau, eu, Cah e Brabuleta estamos te esperando. Beijinho.

Sorri e balancei a cabeça diversas vezes, pegando o presente de embalagem azul mais clara, abrindo-o. Tinha um papel com um desenho que se não fosse pela legenda com letras de forma eu não iria saber o que significava. Estava escrito, com a letra desengonçada da Samantha: Eu, Thalia, Cah e Borboleta bebendo chocolate quente. Sorri. Tirei o resto da embalagem e me deparei com uma caixa de sapato. Estranhei e abri, encontrando ali um coturno de cano longo, parecendo quase uma bota, mas eu reconheceria aquele coturno. Estava babando por ele a um bom tempo, era preto e muito sofisticado, sorri.

Faltava apenas um vídeo, então cliquei e estiquei-me mais na cama. Era o vídeo de Luke, ele estava com os cabelos desarrumados, uma camisa polo meio desgastada e o mesmo sorriso sacana. Quando o vídeo começou, ele ficou olhando para a câmera por um tempo, até se tocar de que já estava gravando. Ele deu um suspiro.

Eu... Não sei o que falar – Ele declarou envergonhado e eu ri, Tia Ártemis falou que ele poderia ir falando coisas sobre mim, para ter inspiração – Tudo bem. A Thalia é uma pessoa muito birrenta. E quando digo birrenta é birrenta mesmo, ela é cheia de marra. Enjoa fácil, acha tudo cansativo. Ela tem um olhar hipnotizante e diabólico ao mesmo tempo, hipnotizante porque ele é um azul meio elétrico, da aquela sensação de que em um piscar de olhos você pode virar pó, e diabólico porque ela fica olhando tudo o que acontece ao redor e quando te encara não desvia, parece que, sei lá, ela consegue ver a sua alma. Ela tem umas manias estranhas, além de ser uma magrela chata e punk nerd do satã. Ela me surpreende de várias maneiras, desde seu jeito corajoso espontâneo até sua preocupação por coisas bobas. Ela é muito interessante e tem um olhar fantástico. Ela é linda. Ela é especial. Ela é diferente. Ela é tudo. Ela é Thalia Grace, porra, a menina que pode ser bonita sem esforços, que é inteligente da sua própria maneira. Ela é do tipo que tem seu próprio jeito de ser, ela é do tipo que não tem friscura, ela é do tipo que faz drama, do tipo que não demonstra. Ela é do tipo única. Ela é do tipo perfeita. Do tipo que eu poderia dizer perfeita pra mim. Ela é tudo. Concordo com o que as pessoas dizem que algumas pessoas são especiais não por causa de roupas de marcas, jeito de falar ou forma de se comportar. Elas são especiais só pelo que são. E esse é o caso da Thalia.

Ele disse que eu sou linda.

Que eu sou diferente.

Que eu sou perfeita, perfeita pra ele.

Que eu sou especial.

Que eu sou única.

Dei um sorriso fraco dando uma pausa no vídeo. O riso acabou se transformando em um choro, um choro de felicidade. Solucei um pouco e cobri a boca, fechando os olhos. Ele havia me chamando de linda, ninguém nunca havia dito que eu sou linda antes. Só meus pais, mas eles já nascem com a obrigação de me chamarem de linda. Mas ele não.

Limpei as lagrimas e sorri novamente, dando play.

– Thalia, você perdeu uma parte de sua essência na guerra contra si mesmo. Você perdeu uma parte de si nos seus diálogos toscos, e aí eu pergunto: Quem disse que você não é perfeita? O seu lado destruído, o seu lado negativo. Mas quero que saiba que você é perfeita, que por mais que você negue muitas pessoas te amam. Às vezes eu só quero saber como é que tá seu coração, e se ele estiver bem eu fico bem também, mas se não eu também fico no chão, é automático, como se fosse telepatia ou sei lá o que. Sinto que eu preciso te ajudar a resgatar esse seu lado destruído, e espero que eu consiga. Gostaria de desejar um feliz aniversario e espero que tudo fique ok, que você chegue aqui e me surpreenda. Sei que é difícil, sei como é isso de estar morto por dentro, de se sentir imprestável. Sei como é olhar para o espelho e odiar o que vê, sei como é essa sensação de achar que o mundo seria melhor se você estivesse morta, sei bem como é isso. Mas tudo tem salvação, fazes na vida são assim, difíceis.– Ele deu um suspiro e passou os dedos pelos cabelos, desarrumando-o mais que o normal, abaixou os olhos e continuou: – Porque no final, quando você perde alguém, todas as velas e orações, todas essas porcarias todas não vão mudar o fato de que a única coisa que restou na sua vida é um buraco onde aquela pessoa costumava estar. Bom, é isso, feliz aniversario, Grace.

A tela do MacBook ficou escura, respirei um pouco com dificuldade e procurei então pelo seu presente, seria um dos três, estava na embalagem azul mais escura. Abri e vi que tinha um fino papel cobrindo, tirei.

Quando meus olhos bateram naquelas três camisetas femininas do Green Day, os cd's sendo um deles autografados, posters, bottons e um colar com “GD” preto eu soltei um grito que poderia se ouvir na China. Meus olhos se arregalaram e eu pulei da cama, gritando o mais alto possível. Peguei a camiseta e vesti por cima do meu pijama, ela era linda. Segurei as lagrimas e sorri, peguei o bilhete e li atentamente: "Sei que não é a melhor coleção do mundo, mas fiz o possível. Espero que tenha gostado :] "

– Ain – Murmurei olhando para o bilhete e apertei-o contra o peito, sorrindo – Obrigada!

Desliguei o MacBook e abri o outro presente, havia sobrado dois. O primeiro era da Dona Dora, era um anel de ouro com uma pequena perola em cima, coube perfeitamente em meu dedo. E por ultimo foi o da minha mãe, era um Iphone novo com varias capas diferentes, seu bilhete dizia que meu celular era muito fora de moda, então me deu um Iphone, fiquei feliz até.

Depois que ajeitei todos os presentes na escrivaninha e na prateleira eu desliguei as luzes e deitei na minha cama. Alguns minutos depois, antes de cair no completo sono, Katie apareceu. Ela bateu vagarosamente na porta e esperou que eu abrisse. Abri um pouco e ela entrou, com um presente na mão. Agradeci e lamentei por não ter nada, mas ela apenas riu e me entregou. Era um pinheiro de enfeite, olhei estranhamente para ela.

– Não me olhe assim. Você mesma disse que te chamam de cara de pinheiro e tudo mais, aí decidi comprar um de mentirinha para fingir ser de verdade e tal. Gostou?

– Claro – A abracei e ela deu um sorriso torto. – Obrigada. Vou dormir agora, boa noite.

– Tchau.

E aquele foi, sem duvidas, um dos melhores dias da minha vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sou apaixonada por esse capitulo, apaixonada mesmo. Vocês também gostaram? Eu espero realmente que sim.

Não esqueçam de enviar as perguntas e deixar esses recadinhos divos chamados de reviews, amo vcs, e prometo postar logo já que eu tenha quatro capitulos prontos! hehehe
ask.fm/queenfanfics

Reviews? Favorits? Criticas? Elogios? Recomendações? Let's go!