Skinny Love escrita por Queen


Capítulo 17
People Help The People.


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIIIIIINNN
HEY HO LET'S GO
Pessoal estou tão animada! Skinny love recebeu mais duas recomendações! Wow!
Anna e Lily obrigada, amo vocês, esse capitulo é inteiramente dedicado a vocês duas! Wow!
Desculpem a demora! E obrigada aos 55 leitores, meta atingida! hehehe
Criei o grupo do whats, por enquanto tem nove pessoas, aí vcs vão me passando os numeros e eu vou colocando :)


LEIAM AS NOTAS FINAIS, TENHO UMA SURPRESA.



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A claridade do lugar fez com que eu fechasse os olhos instantaneamente. Durante duas horas de viagem de carro do apartamento da Tia Ártemis até a clinica tudo o que pude fazer foi ficar pensando na minha vida, nas minhas escolhas e no meu futuro. A prova para as universidades federais e internacionais iriam começar dali a dois meses e as inscrições seriam no mês seguinte. Eu estava dividida entre direito e medicina, se faria na Califórnia ou em Oxford, se conseguiria um bom emprego, se seria feliz, se conheceria alguém, eu estava simplesmente pensando no futuro, pensando no qfue iria acontecer com minha vidinha medíocre depois do tratamento. Quando chegamos eu fiquei ligeiramente espantada com a arquitetura medieval da clinica as inúmeras janelas, além do enorme jardim na entrada. Pude ver alguns pacientes vestidos de brancos sentados em alguns bancos, parecendo atônitos, em um estado vegetativo. De cara não gostei.

Como eu disse, a claridade ofuscava minha visão, fazendo com que de três em três segundos eu fechasse os olhos, não enxergando um palmo a frente, apenas o cabelo ruivo de Tia Ártemis.

Ao entrarmos senti aquele cheiro tão conhecido de lavanda e detergente de limão. Acho que toda clinica psiquiátrica é assim. Depois de assinar vários papeis tive de entrar em uma sala e tirar algumas fotos, depois fui para outra sala e um cara moreno e bem alto me obrigou a abrir minha mochila e esvaziar os bolsos. Ele tirou do fundo falso da minha bolsa todas as minhas pílulas de emagrecimento, laxantes e barras de cereais light, além dos meus cd's. Perguntou diversas vezes se eu tinha algo pontudo ou afiado, creio eu que ele pensava que eu me cortava, coisa que nunca havia se passado na minha cabeça, por mais que acho a vida uma droga e sem sentido não vejo suicídio como a solução para todos os problemas. Não tenho medo da morte, já disse isso, só tenho medo do que vem depois dela.

Tive que me despedir de Tia Ártemis com um simples abraço quando cheguei no quarto destinado para mim. Eu ficaria internada ali até quando meu psiquiatra e minha psicóloga decidissem que estava na gora de eu ser liberada, além de ter de ir para todas as palestras da nutricionista da clinica. Descobri que meu psiquiatra se chamava Thomas Martin e minha psicóloga seria a Dra. Jackson, ela foi designada para cuidar do meu caso e estava disposta a deixar a sua própria clinica, seu filho e a perfeita San Diego para cuidar de mim, chego a me sentir lisonjeada, e minha nutricionista seria Demeter Gardner.

O meu quarto era extremamente pequeno, uma simples cama de solteiro no canto, um minúsculo guarda roupa, um banheiro, uma janela repleta de grandes e uma prateleira. Eu poderia ter um momento claustrofóbico ali, mas me contive, respirei fundo e comecei a organizar minhas coisas. Havia recebido diversas roupas novas, todas brancas com tecido fino, o cara grandão havia dito que eu só poderia usar minhas próprias roupas nos finais de semana, que era o dia em que éramos livres para fazer o que quisermos, telefonar para parentes e amigos e receber visitas.

Depois de já vestida saí do quarto e me deparei com uma enfermeira na minha porta, ela avisou que estava na hora do "lanche das nove" e que vinte minutos depois eu teria minha primeira consulta. Perguntei se eu poderia pular o lanche, ela me olhou desconfiada, perguntou meu nome e depois de ler minha ficha disse um cruel e seco "não" fazendo com que obrigasse meus pés para ir ao refeitório da clinica.

Peguei uma bandeja com uma maça, purê de batata e suco de acerola. Eu fiquei encarando o purê por um bom tempo ao me sentar em uma mesa no centro, bufei diversas vezes antes de dar a primeira garfada.

– O purê tem 500 calorias, a maça 120 e o suco 250 pois eles enchem de açúcar. Isso resulta ao todo em 870 calorias, equivalente um hambúrguer e o mesmo que três gramas a mais no peso – Uma voz meio enevoada soou ao meu lado. Era uma garota de altura mediana, olhos verdes e lábios fartos, cabelos castanhos próximos a um mel bem amarrados em um rabo de cavalo. Ela trazia apenas a maça em sua bandeja – É um sacrifício comer isso, acredite, talvez você se acostume. Ah, e a proposito, sou Katie e você?

Senti-me enjoada. Olhei para o purê e tive uma imensa vontade de vomitar o que eu havia engolido, fiz uma careta e afastei a bandeja.

– Acho melhor você comer, antes que aquele pessoal ali de preto – Ela apontou para duas mulheres e três homens de preto que estavam de braços cruzados olhando para quem comia e quem não comia – Venha te obrigar a comer. Você não vai querer encrenca logo no primeiro dia.

– Sou Thalia, e não vou comer, eles não podem me obrigar – Falei brincando com a maça, Katie deu um sorrisinho como se dissesse "Espere e verá" – Então, quem é você?

– Eu? Apenas uma garota estranha, quer dizer, eu comecei aqui como voluntaria, quando tinha apenas doze anos, e ano passado fui diagnosticada com bulimia, o que é uma droga. Ela disse calmamente encarando a maça – Segundo minha psicóloga, a Claire, eu estou bem melhor e talvez seja liberada no fim do mês. Mas acho que não, estou aqui a quatro anos e minha mãe, a nutricionista daqui acha que eu ainda não melhorei.

Quatro anos. Katie já estava há quatro anos naquela clinica. Ela tinha aparência de uma menina de 15 anos e falava com uma perfeita naturalidade. Senti um friozinho na barriga.

– Sua mãe é a Demeter Gardner?

– Sim! Isso não é irônico?! Minha mãe é nutricionista e eu tenho problemas alimentícios, haha, que cômico – Ela disse com um sorriso, mas ele se desmanchou quando viu uma das mulheres de preto vindo em nossa direção, mordeu um grande pedaço de sua maça e me encarou de olhos arregalados – Come logo algo! Ela esta vindo para cá!

Eu nada fiz, apenas esperei pacientemente a mulher que estava de cara amarrada vir em minha direção, ela ficou ao meu lado e olhou para mim e depois para minha bandeja.

– Posso saber porque você não está comendo?

– Porque eu não quero.

– Recomendo que coma, Grace, ou as coisas ficarão ruins. Você não quer melhorar? Fica curada? Então coma – Permaneci quieta, senti um aperto no meu braço e meu corpo sendo inclinado para frente – não me faça obrigar você a comer, Grace, estou tentando ser simpática.

– Me larga! Me solta! Me solta sua vadia! Tira as mãos de mim! – Gritei se remexendo e atraindo olhares curiosos em minha direção – Me larga!

– Não torne as coisas tão difíceis...

– Eu disse para você me soltar sua coisa! – Puxei meu braço com força e empurrei a bandeja da mesa, fazendo com que todo o meu lanche se espatifasse no chão – Eu não quero comer e não vou comer! Poderia me deixar em paz?!

A mulher me olhou com um ar de superioridade, afastou-se um pouco e disse algo por um desses walkie-talkies. Segundos depois a mesma enfermeira que estava na porta do meu quarto apareceu e me obrigou a tomar um comprido, avisando que minha consulta iria começar. Sai do refeitório sem me despedir de Katie, que parecia assustada com minha reação. Passei por diversos corredores ao lado da enfermeira e chegamos a uma porta com o nome "Sally Jackson" em cima, abrimos a porta e eu entrei, vendo a expressão decepcionada da Dra. Jackson, aquilo acabou comigo e com minha auto estima. Eu estava decepcionando-a, estava estragando tudo, sou uma completa idiota.

Sentei-me na poltrona de braços cruzados vendo Dra. Jackson suspirar e se sentar no pufe ao meu lado, ela usava óculos e um jaleco branco. A enfermeira nos deixou a sós e eu olhei para a janela que estava aberta, observando o jardim na porta de entrada.

– Feliz em me ver?

Apenas dei de ombros e continuei olhando para o jardim.

– Certo. Sei bem que ultimamente você tem falado bastante, então acho que você deveria conversar comigo, certo? – Ela perguntou e eu abaixei os olhos, assentindo minimamente – Por que não quis comer?

– Porque não, não estou com fome.

– Tem certeza, Thalia? Tem certeza disso?

– Tenho – Respondi friamente a encarando com uma carranca, dessa vez pouco me importando se estava decepcionando-a ou não – A proposito essa não é a sua área, distúrbio alimentar está na área do Dr. Thomas, por que fica se intrometendo no tratamento dele? não acha que deveria se preocupar com o seu cargo, com a sua área e cuidar logo do meu caso em vez de ser tão enxerida?

Eu juro que não queria ser tão mal, serio, mas desde que aquela imunda pôs as mãos em mim obrigando-me a comer eu simplesmente me revoltei e não estava conseguindo ser legal ou educada com ninguém. Eu não estava com o sangue frio a ponto de ser falsa, sim, falsa, pois de simpática eu não tenho nada, simpatia não tem nada haver comigo. Dra. Sally me olhou um tanto quanto magoada e apenas abaixou um pouco os ombros, afastou-se mais de mim e pegou uma palheta, fazendo umas anotações.

– Já que você quer ir pela parte difícil, então assim seja – ela disse calmamente, no mesmo tom sem emoção que usou quando falou com Reyna na clinica – Fiz uma lista de nomes com as pessoas mais próximas de você, e quero que me diga tudo, qualquer coisa sobre seus sentimentos sobre essas pessoas, quero que diga-me qual o significado delas na sua vida. Depois quero um pequeno resumo da sua parte relatando como percebeu que... Precisava de ajuda.

Assenti e ela deu um pequeno sorriso, folheou a palheta e deu alguns clics na caneta para que esta pegasse, fez outra anotação e então começou:

– Zeus Grace, Julie Loüizie, Jason Grace, Annabeth Chase, Reyna Ramírez, Luke e Samantha Castellan, Charles Parker, Ártemis Grace,Rachel Dare e Dora Lancaster.

– Tá, por onde eu começo?

– Pode ser de trás para frente, você quem sabe.

– Vou tentar ser breve. Dora é uma senhora que perdeu o marido na guerra, ela se casou muito jovem e adotou um filho, esse que é um ingrato filho da puta que a deixou em um asilo, eu a conheci por meio da Rachel Dare que foi fazer um serviço comunitário comigo no lar de idosos, Dona Dora é um amor de pessoa, e Rachel por mais louca e bipolar que seja é melhor que muito gente por aí. Elas são importantes para mim, tanto a Dora quanto a Rachel, Dora tem o poder de me fazer bem e não sei o que seria um mundo sem pessoas como a Rachel, ela é diferente. É única, por mais que eu quase não fale com ela, mesmo antes de tudo acontecer. Elas são especiais – Eu soltei um suspiro quando terminei de falar e bebi um pouco da água, levantei-me e deitei no sofá no outro canto da sala – Charles Parker é meu ex-namorado. Ele é mais velho que eu e esta na faculdade, é bem bonito mas não muito interessante, ele foi meio que apenas um refúgio para mim quando as coisas ficaram difíceises, terminamos antes mesmo de eu realmente nutrir um sentimento forte por ele, não muito importante, ele é apenas como, sei lá, qualquer pessoa, um colega talvez, por mais que eu sinta saudades dele, talvez seja carência.

Dra. Sally pediu para que eu fizesse uma pausa enquanto ela escrevia loucamente em sua palheta, o barulho da ponta da caneta dançando sobre o papel era a única coisa que preenchia o vazio do quarto. Ela pediu para que eu continuasse, assim o fiz:

– Samantha Castellan, ou Sam, como preferir, é a criança mais fofa que tive o prazer de conhecer, ela tem cinco anos mas as vezes é esperta como uma pessoa adulta. Eu a amo tanto, porque ela me faz muito bem, muito bem mesmo, conheci ela porque cuidei dela por uma noite, longa historia, enfim, ela é muito importante para mim, muito mesmo. Luke Castellan é o irmão dela, que por acaso é meu vizinho e melhor amigo, ele me entende, faz com que eu possa ver o mundo de outra maneira, faz com que eu acredite que tudo na vida vale a pena, faz com que eu tenha forças para não desistir, ele é quase que um porto seguro, sabe? É... um grande porto seguro, não consigo imaginar o que será de mim quando não estivermos mais tão próximos e tudo mais, tipo quando realmente virarmos adultos, tenho que me preparar para conviver sem ele – Desviei o olhar para a barra da minha camisa e comecei a tirar os fios soltos, sabendo que Dra. Jackson me analisava – Ártemis é minha Tia, ela é quase que minha mãe, cuida bastante de mim e se importa comigo, é como se fosse minha irmã mais velha. Reyna é o que eu chamo de colega-amiga, ela é meio misteriosa e na dela, além de ser meio louca, mas ela é uma pessoa maravilhosa, porém não sabe disso, o que é uma pena.

– Hum... Annabeth, ela é meio que minha melhor amiga. Sempre que possível eu contava com ela, dizia tudo a ela, ela era como uma irmã para mim, mas eu simplesmente comecei a se afastar dela, e ela também, além de que ultimamente ela tem ficado bem mimada e hipócrita, ela não é mais a garota que eu conhecia, e eu cansei dela, é, cansei, abusei. – Falei rapidamente vendo Dra. Sally fazer algumas anotações e logo depois começar a me analisar – Jason. Então, ele é meu irmão e... Eu não tô preparada para falar dele agora. Julie é minha mãe, temos uma relação estável e tudo mais, não sei o que falar dela. E... Tem... Ele, meu pai, eu... Eu não posso... Falar dele entende? não agora.

Dra. Sally assentiu e se pronunciou com uma voz um tanto quanto dócil:

– Quer continuar ou sair? Se continuar vou fazer algumas perguntas e você não poderá fugir do assunto.

– Eu acho que vou sair, dar uma voltinha pela clinica, quem sabe. – Pronunciei me levantando e saindo pela porta de entrada – Falou.

"Idiota. Idiota. Idiota! Por que falou tanto?! Idiota!" – Pensei andando pelos corredores me amaldiçoando por ter abrido a boca – "Agora ela vai fazer diversas perguntas! Idiota! "

***

– Ele não é lindo? Ai, queria tanto que olhasse para mim de outra forma – Katie disse colocando a mão sobre o peito e soltando um suspiro com um grande sorriso no rosto. Era sábado, o que significava que poderíamos fazer o que quiséssemos. Estávamos sentadas na grama do jardim, eu poderia estar vestida com minhas roupas mas ao ver que a maioria dos pacientes estavam com a roupa da clinica eu decidi continuar também. Nos últimos dias eu tive apenas mais duas consultas, ambas com Dra. Jackson, Katie havia me informado que ouviu sua mãe dizendo que meu tratamento era delicado e que demoraria mais do que o normal, isso fez eu ficar apavorada com a possibilidade de eu ficar na clinica por um longo tempo, talvez até mesmo anos, mas Katie me acalmou. De certa forma, viramos amigas, ela era totalmente simpática, quando digo simpática quero dizer simpática mesmo, e sempre tínhamos um assunto para conversar. – Olha lá, ele está cuidando da Andrea, que fofinho.

– Katie, você tem de parar com isso. Sei que prometi não ser grossa e tentar ser mais legal, mas, ouça-me: Você tem quinze anos, ele tem vinte, ele é filho da sua psicóloga e tem namorada – Falei e ela fingiu estar mais interessada na grama do que no que eu estava falando. Estávamos sentadas de pernas cruzadas, abaixo de um pé de manga olhando os pacientes se divertindo – Qual parte do "Vocês não vão dar certo" voce não entendeu?

– Qual a parte de "Nós poderemos dar certo" você não entendeu, Tha? – Ela disse olhando para mim com seus olhos esmeraldas, eles estavam um tanto quanto decepcionados –Ele entrou aqui ano passado como enfermeiro, mas nunca nos falamos, a única coisa que sei sobre ele é que o nome dele é Travis, tem 20 anos, vai completar 21, se formou em uma área da medicina que estuda o psicológico das pessoas, é lindo, tem namorada que por acaso descobri ser minha prima e... Eu estou apaixonada por ele, acho.

– Isso mesmo, você acha que está apaixonada por ele, talvez seja só uma pequena queda! Acorda Katie!

Katie olhou para Travis por um bom tempo, esse que estava concentrado encaixando soro no paciente ao lado de Andrea, ele vestia uma roupa comum e não os jalecos que os enfermeiros costumam usar e parecia totalmente confortável no meio de tantos pacientes loucos e psicóticos. Tinha de concordar com Katie: o cara era mesmo gato. Cabelo bem arrumado, estilo legal, sorriso branquinho e alinhado. Um cara dos sonhos para qualquer garota.

– Eu estava decidida a falar com ele hoje... – Katie disse baixinho apertando seu braço fino e encarando a maçã que estava em cima da cestinha com frutas que ela havia trazido – Mas agora que você falou isso eu acho que, não sei, talvez devo desistir.

Ela disso e depois levantou o olhar para mim, esperando eu me pronunciar positivamente ou negativamente. Tudo o que fiz foi soltar um suspiro e tentar ser legal, dizendo:

– Tá, não disse para você desistir, então vai lá, tenta falar com ele. – Murmurei vendo-a ficar animada e começar a arrumar seu cabelo, ela nunca tirava o rabo de cavalo, mas dessa vez ela fez isso. Tirou e eu fiquei com uma louca inveja dos seus cabelos longos caindo como cascatas em suas costas – Mas é o seguinte: se você quebrar a cara eu não tenho culpa!

– Tá, tá, tá! – Ela disse rapidamente e depois mordeu um pedaço da maça – Agora como vou ir lá?

– Que tal ele vir aqui? – Perguntei com um sorriso malicioso e engraçado, vendo Katie arregalar os olhos e dizer "Oh, merda" – Ei! Você! É, você mesmo, de blusa vermelha, chega mais!

Travis deixou os pacientes que ele estava conversando e veio em nossa direção com a cara meio espantada, talvez estivesse com medo de sermos duas loucas que iriamos atacar ele, parou a meio metro de distancia e colocou as mãos no bolso.

– Pois não? – A respiração de Katie ficou mais rápida e eu me segurei para não rir.

– Qual seu nome? – Perguntei na maior cara de pau, qual é! Eu estava voltando a ser quem eu realmente sou, e essa sou eu, uma garota que não tem medo de coisas toscas, que gosta de arriscar.

– Travis... – Ele disse semicerrando os olhos, até aquele momento ele ainda não tinha olhado para Katie, apenas para mim, o que era uma pena já que ela estava começando a fazer alguns gestos com as mãos para chamar a atenção dele – O que deseja?

– Você – Mantive a pose séria enquanto por dentro ria feito uma condenada. Katie soltou um pequeno gritinho e abafou a boca com a mão, olhando para mim espantada. Seu olhar dizia claramente" Eu vou te matar! " e Travis apenas revirou os olhos e começou a se afastar – Ei, estou brincando! Relaxa, volta aqui! Isso Travis, volta, estava com brincadeira, iria perguntar se você não quer se sentar aqui com a gente, estamos tão sozinhas e sei lá, você parece amigo de todos, hum, que tal?

Ele assentiu e sentou-se ao lado de Katie, parecendo finalmente nota-la. Os dois se encararam por um tempo, ela tentava parar de arregalar os olhos, se afastar ou ter um ataque e ele lhe direcionou um sorriso, olhando para seu cabelo – não falei que era lindo?! – e para seus olhos. Senti-me como se segurasse vela, por mais que eles estivessem apenas se encarando.

– Ei, eu conheço você! – Travis falou se aproximando mais de Katie e ela se afastou, ela parecia que iria ter um AVC – Você é a Katherine, não é? Eu namoro a sua prima, a Miranda.

– Ah... É-é... Sim! E-eu sou a Katherine – O nervosismo dela chegava a ser fofo, eu tinha plena certeza que Katie nunca havia tido um namorado, nunca havia sido beijada, que aquilo era tudo muito novo para ela – Sou prima dela, ela nunca me falou de v-você.

– E nem ela sobre você, eu só sei quem é você porque vi uma foto sua no apartamento dela – Travis falou, dessa vez olhando para a maçã nas mãos de Katie, ele olhou para a cesta e pegou uma para ele – Ela não é de falar muito sobre a família. Então, porque estão aqui?

– Sou voluntaria. Tenho certeza que tenho algum problema, mas não sei qual. – Isso é o que ela achava quando chegou aqui, acho que ela não queria ir logo dizendo de cara que a mãe dele havia diagnosticado ela com um problema sério.

– Fui diagnosticada com psicose, distúrbio alimentar e minha psicóloga acha que sou antissocial, mas ela está errada, estou aqui falando com vocês normalmente, então...

– Mas antes de vir para cá você se socializava?

– Não muito.

– Então, sim, você é antissocial – Travis disse descascando a maçã com uma faca – Alias, qual seu nome?

– Thalia, Thalia Grace – Falei estendendo uma mão e ele apertou logo em seguida – Desculpe pelo que aconteceu a minutos atrás, eu estava de brincadeira. Tipo, puf, eu nunca me interessaria por você, não faz meu tipo.

– Digo o mesmo, meu interesse é por certos tipos de pessoas – ele olhou rapidamente para Katie, essa que parecia estar sobe analgéticos, totalmente anestesiada – E como eu disse, eu tenho namorada.

– Sua namorada tem quantos anos?

– Vai completar 19.

– Namoraria com uma menina bem mais nova? Não, melhor, quantos anos você tem?

– Eu tenho 19 também, completei faz pouco tempo, mas as pessoas costumam achar que eu tenho 20 ou 21 então...

– Namoraria com uma garota mais nova? De 15 que vai completar 16?

– E você ainda diz que não está interessada...

– E não estou! Eu tenho 17 anos, tá querido, para a sua informação, vou completar 18 daqui a duas semanas. Eu estou apenas curiosa.

– Hum, tá, sim, acho que sim, depende de quem for. Po rque?

– Curiosidade. É que eu tenho uma amiga que...

– Eu acho melhor eu ir embora. Tenho umas coisas para fazer e... Tenho que ir – Katie disse rapidamente se levantando e refazendo o seu rabo de cavalo, vi que ela tremia levemente e estava muito nervosa, seus olhos não paravam de arregalar, sua respiração estava acelerada e percebi que toda vez que os braços dela e de Travis se tocavam seus poros se arrepiavam – Foi legal falar com vocês, agora eu tenho de ir.

– Espera – Travis falou quando ela começou a se afastar, Katie parou e girou o corpo lentamente, encarando-nos. – O que mais importante você tem para fazer além de ficar conosco?

– É mesmo Katie, hoje é sábado! Sem consultas, sem enfermeiras, sem nada! Dia de descansar, de ser livre – Falei risonha e vi ela assentir minimamente e começar a voltar, ela estava nervosa, eu deveria pegar leve com ela – Vamos continuar conversando, o papo estava bom.

– O papo de vocês estava bom – Ela disse friamente se sentando no mesmo local de antes – Eu estava apenas observando vocês conversarem e acabei me sentindo excluída.

– É só conversar com a gente também – Travis disse e sem pedir permissão tirou a liga dos cabelos de Katie, soltando-o. Ela olhou interrogativamente para ele – Seu cabelo fica melhor assim, acredite.

– Sobre o que estávamos falando mesmo? – Perguntei quebrando o clima tenso que havia se instalado entre nós – Ah sim, idades e tudo mais.

– Você tem quantos anos, Katie? – Travis perguntou.

– Tenho quinze, completo dezesseis no natal – Ela respondeu, não parecendo mais intimidada com a presença dele – De onde vocês são?

– Bevely Hills.

– San Diego.

– Ah... Eu vi de Los Angeles . – Ela falou como se fosse a coisa mais normal do mundo, tipo, "hellou" Los Angeles, uma das melhores cidades da Califórnia!

– O que vocês mais gostam de fazer? – Perguntei.

– Cuidar da natureza e dos animais – Katie falou sorrindo docilmente – Eu amo tudo o que esteja relacionado à agricultura, plantas, animais, tudo isso. A biosfera e si, ecossistema... Amo.

– Interessante. O que eu mais gosto de fazer pregar peças.

– O que eu mais gosto de fazer é ouvir música – Eu disse lembrando-me do que eu mais fazia no meu tempo livre e sorri – Estou com saudades do meu Ipad, do meu celular, do meu Ipod com todas as minhas listas de reproduções. Ain.

Travis e Katie sorriram, era algo legal de se ouvir, a junção da risada de ambos.

***

Estava frio, meu corpo tremia levemente e tudo o que eu queria era ter um agasalho próximo de mim, por um momento pensei em pedir para que Dr. Thomas desligasse o ar condicionado, mas ele parecia tão confortável que eu resolvi ficar quieta.

Era fim da tarde, uma segunda feira um tanto quanto triste. Os pacientes não estavam nos jardins como de costume e desde o sábado em que eu e Katie conversamos com Travis eu não havia mais visto-a. Eu sabia que ela estava muito constrangida, mas ela mesma confessou que precisava de um empurrãozinho. Eu não havia ligado para ninguém, nem parentes ou amigos, pois Dra. Jackson havia sugerido que eu devesse dar um tempo a tudo lá fora.

– Bem... – Dr. Thomas começou, cruzando as pernas e encarando-me – Que é que te passas hoje?

O Dr. Thomas era um cara baixinho mas muito bonito, tinha olhos azuis e uma barbicha ao qual eu não conseguia desviar os olhos, pele branca e cabelos claros. Ele deveria ter cerca de 40 anos, mas estava em perfeita forma, por mais que ele fosse um tanto quanto... Pequeno. Falava de um jeito engraçado e carismático, tentando deixar os pacientes confortáveis, mas era em vão pois aquilo tornava tudo bem mais cômico.

– Não sei dizer. O céu esta nublado e tudo muito quieto, deixando tudo em um completo tédio. As vezes o clima afeta meu humor. – Falei dando de ombros encarando-o, era nossa primeira sessão – Mas está tudo em perfeita ordem.

– Certo... Vou fazer uma pergunta e você responde a primeira resposta que vir em mente. Ok?

Porque todo psicólogo ou psiquiatra faz isso? Essas perguntas? Será que eles no veem o quanto é difícil e constrangedor ser pressionado?

Assenti e ele abriu um sorriso, abrindo um caderno de couro e colocando os óculos de graus com armação grossa.

– Fiquei sabendo que você participava do grupo de lideres de torcida da sua escola – Ele disse esperando uma reação minha, tudo o que fiz assentir – Por que saiu?

– Eu fui expulsa.

– Por quê?

– Elas disseram que... Elas meio que jogaram na minha cara que eu estava... – Eu respirei fundo antes de continuar, encarando minhas unhas pretas – Que eu estava acima do peso.

– E você acha que estava acima do peso?

– Sim. Lideres de torcida sempre são sinceras quando é algo relacionado a beleza, e eu estava mesmo gorda, tinha quinze anos e pesava quase setenta quilos, então vi que elas estavam certas.

– Você acha que ainda está gorda?

– Sim, a cada dia parece que eu estou engordando ainda mais. Por mais que as pessoas dizem que não, que é loucura minha e que eu estou magra eu não sinto isso, entende? Eu sinto que estou terrivelmente redonda e inchada, por isso tomo certas medidas para controlar o peso.

– E quais seriam essas medidas?

– Comer menos, quando comer de mais colocar para fora, fazer caminhadas durante quatro horas seguidas sem pausa, comer cereais, frutas, pouca água e... É, é isso, uma perfeita dieta, não sei por que as pessoas acham meus métodos meio loucos, eu acho completamente normal. Acho normal dar socos no estomago para ficar mais magra, acho normal evitar ao máximo comer, acho normal tomar banhos gelados para estabilizar o corpo, acho normal tudo isso.

Dr. Thom me analisou seriamente antes de estalar a língua e apertar um botão verde em um controle, sem desviar os olhos de mim. Minutos depois a porta foi aberta e aquela mesma enfermeira que ficava indo na porta do meu quarto apareceu, trazendo uma bandeja com varias frutas, bolo de chocolate e refrigerante. Colocou em cima da mesa e saiu sem falar nada, olhei interrogativamente para Dr. Thomas.

– Imagino que esteja com fome, recebi noticias de que não come desde ontem.

– É, faz parte da minha dieta, entende? Pois é.

– Que tal comer ao menos um pouquinho, hum? Você está quase abaixo do peso normal para uma garota da sua idade, sua menstruação está vindo muito atrasada, você está fraca e desidratada. Precisa tomar cuidado, Thalia.

Eu estava quase abaixo do peso, porque eu simplesmente não estava logo? Sempre tinha esse quase atrapalhando tudo, essas gramas e quilos extras que me afastam da perfeição.

– Acho melhor não...

– Qual é..

– não da, mesmo que eu tentasse não daria certo.

– Mas você nem ao menos tentou.

– Você não está entendendo, Doutor, simplesmente não dá – eu falei com um bolo na garganta olhando para o bolo de chocolate desejável e os morangos bem fartos a minha frente – Ultimamente por mais que eu coma eu vomito. Eu como e ai do nada eu vomito tudo, é instantâneo, eu não forço nada. É como se a comida simplesmente não ficasse mais no meu estomago por mais de cinco minutos.

– Ah quanto tempo isso acontece? Quando percebeu isso?

– Eu não sei dizer. A primeira vez eu almocei, fui lavar as louças e ai do nada vomitei, a segunda foi na escola, eu comi apenas duas barras de cereal e também vomitei, tudo o que eu como tem voltado do nada. Minhas unhas estão quebrando, se rachando do nada, meu cabelo está um completo ninho de rato, duro e desidratado. Minha pele está amarela, meus dentes estão sensíveis, minha língua áspera, meus olhos ardem a cada dez minutos e ficam lacrimejando. Eu não sei o que está acontecendo comigo, e há também os surtos. Ás vezes eu consigo controlar, mas as vezes não. Eles aparecem do nada, ate mesmo nos meus sonhos.

– Você tem tido sonhos estranhos?

– Sim, ontem eu tive um horrível.

– Continue.

Fechei os olhos e apertei minha cintura, se encolhendo um pouco. O frio estava mais intenso, fazendo com que meus dedos e boa parte do meu corpo tremessem.

– Eu estava em um parque aquático com varias crianças, todos nós estávamos felizes e brincando no tobogã. Eu era a única que não se divertia, porque eu estava achando a água estranha e vários corvos ficavam circulando pelo céu, me deixando com uma sensação desconfortável. Então, lembro-me no sonho que meu irmão em uma versão bem jovem, aproximadamente doze ou treze anos implorou para que eu descesse o tobogã com ele, e assim eu o fiz. Nós subimos as escadas rindo, no sonho eu não tinha medo de altura, e eu se posicionei e desci, com os olhos fechados. Lembro-me de se sentir caindo, caindo, caindo... Então eu abri os olhos e a água do parque aquático estava escura, praticamente preta, e meu irmão estava se afogando nela, e eu queria logo chegar lá embaixo mas pareceu que o tobogã não tinha fim, e eu começava a gritar e então os corvos vinham com os bicos em minha direção, então eu gritei e acordei, soando frio e a enfermeira encarando-me estranhamente. O pior de tudo é que parecia que eu já tinha vivenciado aquilo, era como um déjà vu.

Dr. Thomas encarou-me estranhamente e logo depois suavizou o rosto, abaixou os olhos e parecia que não queria me encarar quando falou:

– Você poderia me dizer qual a sua relação com seu irmão?

– Estranha. Ele e eu éramos tão próximos e depois nos afastamos.

– Já parou para pensar que foi você quem o afastou? – Dr. Thomas falou se aproximando e puxando a cadeira junto consigo – Você simplesmente se afastou dele sem mais nem menos?

– Não é possível, eu não iria me afastar assim do nada do meu irmão, sem motivos algum. - Exclamei ofendida e sentei-me no divã – Ele era meu bebê, meu príncipe, meu pequeno, meu molengo, porque eu iria simplesmente se afastar dele?

– Não seria para poder não prejudica-lo quando você começasse sua fase de rebeldia? Ou porque enjoou dele? – Dr. Thomas estava sério e eu me encolhi um pouco com seu olhar, ele estava começando a me dar medo – Thalia, será que você ainda não percebeu que é você quem afasta as pessoas? Que é você quem se esconde? Estive conversando com a Sally e chegamos a conclusão de que o enigma da questão toda sempre volta para você, você se exclui, você se auto põe para baixo, você é quem se subestima, você é negativa. Você, Thalia, você.

– Isso é mentira! – Gritei levantando-me, Dr. Thomas continuou quieto, como se nada estivesse acontecendo – Eu sei que é difícil ter problemas, agora imagine ser um! Você não sabe o que é desejar ter o peso mais baixo que a própria auto estima. Não sabe o que é sorrir estando desmoronando por dentro, eu estou morta por dentro, Doutor, morta. Eu estou incapaz de sentir algo. É, é exatamente isso que eu acabei de dizer: Eu não sinto nada, mas ainda sim é doloroso. Eu estou cansada, cansada de pessoas hipócritas nesse mundo idiota. E é por isso, é por isso que eu me afasto, que eu me excluo, porque eu estou cansada, eu estou cansada de decepções.

– Thalia, você tem que tentar...

– Eu tentei, eu juro que tentei, mas não posso continuar fingindo que está tudo bem. Não tenho mais forças para isso, eu estou desmoronando, Dr. Thomas, uma semana, eu estou aqui a uma semana e tudo o que eu consigo sentir é um vazio, por mais que a Dr. Jackson diga que eu estou melhorando eu sei que não estou, eu me odeio, odeio ser uma garota problemática, odeio.

Sentei-me no divã e comecei a chorar. Sim, chorar, todas aquelas lagrimas que eu vinha segurando simplesmente caíram. Quando meu pai morreu minha alma secou, não derramei uma lagrima sequer além daquelas que surgiram do nada, e agora eu estava ali, chorando como nunca tinha chorado antes. Na frente de um cara ao qual estava estudando meu psicológico, pois já que ele era psiquiatra significava que eu era realmente louca. E não havia nenhum comprido tarja preta que me fizesse me sentir melhor, que me fizesse se sentir sã. Meus soluços foram se intensificando e eu queria tanto ter alguém do meu lado, falando que estava tudo bem, que ficaria sempre comigo, que tudo iria passar, que eu ficaria bem, eu precisava de Luke.

– Quando... Quando eu comecei a ver que eu poderia farrear, fazer o que quiser, viver um momento livre igual um episodio de skins sem se preocupar com o amanhã eu realmente me afastei de Jason. Por que eu não queria ser má influencia para ele – Falei baixinho quando meus soluços começaram a diminuir – Éramos tão unidos, nos fazíamos tudo juntos, nós éramos como.. Sei lá, aqueles irmãos que não se desgrudam, ele sempre me entendia e adorava sair comigo, eu o arrastava para todo lugar. E ai quando eu me afastei dele ele mudou comigo... Ele meio que também se afastou, não entendi bem o que aconteceu.

– Quer saber o que aconteceu? – Dr. Thomas perguntou calmamente e eu assenti – Quando você se afastou do seu irmão ele estava entrando para a adolescência, e era tudo muito novo para ele, ele precisava de você, Thalia. Precisava de você para dar conselhos a ele, para apresenta-lo a novas amizades e vivenciar novos momentos, ele se apaixonou pela primeira vez e quebrou a cara, não conseguia se enturmar na escola, era um fracasso, e aí ele foi a sua procura, porque ele estava realmente precisando de você, mas você não estava lá. Você estava em festas, trancada no quarto ou fazendo besteiras por ai. Então ele teve que se virar sozinho, dar o seu próprio jeito para não ficar para trás, e quando seu pai morreu ele não ficou tão abalado pois ele havia crescido, ele havia amadurecido, enquanto você estava atrasa, você estava presa no passado. Ele começou a se relacionar com novas pessoas e a sua presença foi ficando insignificante para ele, então no fim ambos se afastaram. Mas, você nunca deve se esquecer de que foi a partir de você, das suas atitudes e escolhas que as coisas começaram a desandar.

Eu sempre acreditei que no fim tudo na minha vida era culpa de alguma coisa. Eu sempre tinha a desculpa de "Ah foi por causa disso ou daquilo. Por causa de fulano ou ciclano. " e nunca tinha parado par apensar que no fim a culpa de tudo era minha, eu havia causado muitas coisas. Isso chegava a ser irônico, eu estar tão obcecada em culpar os outros e não perceber que o problema era eu.

–Mas.. Doutor... Mas.. – Respirei fundo antes de continuar, ele me olhou esperando que fazer alguma divergência, mas tudo o que fiz foi suspirar e assentir – Eu nunca pensei em dizer isso mas... Você está certo.

– Eu sempre estou, querida. – Ele falou calmamente e anotou algumas coisas em seu caderno – Atéquarta feira, você esta liberada agora.

Levantei e sai da sua sala. Caminhei calmamente pelos corredores e topei novamente com a enfermeira, ela me deu alguns comprimidos e perguntou se eu havia visto novamente a Eme. Pois no domingo anterior eu havia tido um surto, pois quando entrei no meu quarto Eme estava sentada de pernas cruzadas sorrindo para mim, dizendo que em breve ela pegaria mais uma alma leve, uma alma sofredora que eu conhecia. Disse um belo "Nos vemos no enterro dela" e saiu, fazendo com que eu começasse a gritar e ter ataques, tive mais três surtos seguidos, antes do sonho. Em todos eles alguma força estranha e preta sugava todo o meu ser, como se fosse dementadores puxando toda a minha essência. Quando os médicos chegaram eu estava encolhida no canto do quarto falando coisas sem sentido, eles me doparam e prenderam-me em uma camisa de força.

Eu nunca imaginei que aquilo poderia acontecer comigo, que eu seria mandada para uma ala mais isolada da clinica ode tinha diversas câmeras e meu quarto seria todo branco com apenas uma cama minúscula. Sem janelas, sem tv, sem nada. Apenas um lugar branco e vazio.

Eu estava sozinha nessa novamente, mas iria sair dela da melhor forma possível. Iria provar o meu valor, iria provar que eu sou capaz.


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Notas finais do capítulo

Então, alguém aqui tem dúvidas sobre a fic? Perguntas aos quais se seguram para me perguntar? Sobre o fim de certo personagem, ou o destino de certo casal, ou etc? Então, pensando nisso, eu resolvi que vou gravar um video respondendo todas as perguntas que vocês enviarem! Siiim, basta apenas você fazer qualquer pergunta relacionada a fic ou sobre minha vida pessoal e eu responderei!!
Não me deixem no vacuo, sério, perguntem! Qualquer coisa mesmo, meu verdadeiro nome, ou com quem fulano ou ciclano vai ficar, please!!!
Vou postar o proximo cap sexta feira, e aí digo quando vou gravar o video, enquanto isso vocês mandem várias perguntas

Bom, é isso, beijos, amo vocês e vou responder os reviews de vocês em breve, sério, é pq estou sem tempo e minha mãe ta um saco, enfim, tchau

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~Queen