Nossas Crianças – Dramione / Capitulo

*-*

PO Draco

Por que as coisas funcionam assim eu nunca entendi. Se não fosse pelo sermão de Blás dizendo que eu tinha que concordar com tudo que ela dizia, eu poderia relaxar tranquilo no meu quarto sem remorsos.

O que no momento era quase impossível.

Quando o silêncio tomou conta da casa novamente eu quase acreditava que meus pensamentos estavam antes demais e que ela poderia ter pensado seriamente em ir embora.

Temeroso, de que a segunda alternativa estivesse certa, levantei-me o mais rápido que pude subindo as escadas com rapidez, batendo por fim na porta de se quarto.

–Herms?

Ela demorou a responder.

–Pois não?

–As crianças estão bem?

–Estão.

–Bom.

Percebi que estava sem assunto, e percebi também que ela não abriria a porta tão cedo.

Eu estava exausto, e não me encontrava em clima pra desculpas, mas Blás mesmo havia me dito que eu tinha que resolver nossas discussões na hora.

Escorreguei pela porta, sentando no chão, coisa que não era muito de meu feitio, mas o fiz mesmo assim.

–Ah Herms –Eu fechei os olhos sentindo o sono me dominar – Não quero brigas, nem discussões, isso não faz bem pra mim.

–Pra mim também não – Respondeu baixo do outro lado.

Suspirei cansado.

–Me desculpa vai. Às vezes eu exagero.

Ela não me respondeu.

Cerca de aproximadamente uns cinco minutos depois eu a ouço destrancar a porta.

–Draco eu...

Ela de vê ter olhado pra baixo.

–O que está fazendo ai no chão?

–Hum? – Eu se quer abri os olhos.

–Não vai dormir ao né?

–Humhum.

–Vamos, eu te ajudo.

Ela colocou um dos meus braços em volta do ombro me ajudando a levantar, eu estava tão bêbado de sono que ne sei se ela tinha me levado ao meu quarto ou havíamos entrado no dela mesmo.

–Deite-se. –Ela me colocou com dificuldade sobre a cama.

Deve ter tirado os meus sapatos, não me lembrava muito bem, me cobriu e a última coisa que escutei antes de pegar no sono foi:

–Durma bem. –Me beijou no topo da cabeça e eu peguei no sono.

*-*

POV Hermione

Na manhã seguinte, como de costume eu já havia levantado cedo, e ele desceu como um louco atrasado.

–Atrasado. Atrasado. Atrasado.

–Sábado. Sábado. Sábado. –Falei brincalhona e ele parou enquanto segurava a gravata no pescoço, virando lentamente na minha direção.

–Hoje é sábado?

–Não, sábado.

Ele deixou os ombros caírem.

–O que eu vou fazer hoje então?

Eu ri dando outra colher a Helena.

–E eu vou saber. –Dei de ombros.

Ele bufou e subiu as escadas de novo, dessa vez, lentamente.

*-*

POV Draco

Alguns minutos depois, eu já havia trocado de roupa – pra variar colocado o pijama prevendo que não faria absolutamente nada hoje – e desci as escadas na mais pura tranquilidade. E ela estava deitada no sofá da sala com um livro nas mãos.

E como o típico Draco Malfoy, eu tirei dá mão dela sem cerimônias.

–O que está lendo?

–não, me devolve! – Ela se levantou em um sobressalto com os braços esticados na minha direção.

Olhei-a de soslaio dando de ombros como quem não se importava, e sentando no sofá a sua frente.

–Não vejo utilidade em passar o dia lendo essas histórias. – Eu folheava sem nenhuma importância.

Ela arrancou das minhas mãos com brutalidade.

–Não é para ter utilidade. –Ela voltou a se sentar no sofá da frente enquanto o “averiguava”.

–É pra ser divertido, e de um modo que eu possa passar o tempo.

–Hum. –Bufei e coloquei as mãos de trás da cabeça.

Ela se deitou de novo, e quando estava prestes a voltar pro seu “momento leitura” voltou sua atenção a mim.

–O que ainda está fazendo ai? Não existe nenhuma utilidade em ficar sentado com as mãos atrás da cabeça feito refém.

Sorri sarcástico.

–Não é para ser útil. É pra ser divertido, de um modo que eu possa passar o tempo.

Ela reirou os olhos, deitada, voltou sua atenção ao livro.

Bufei, passei atrás do sofá que ela se encontrava e tirei o livro de suas mãos outra vez.

–Não pretende mesmo passar o tempo aqui assim? Né? Eu não aguentaria!

Ela estreitou os olhos e pegou o livro de volta.

–E o que teria em mente? Eu não trabalho, você está de folga e as crianças dormindo, não há nada pra se fazer. –Ela se sentou, passou a mão no queixo com cara de pensativa por alguns minutos e depois sorriu sarcástica – Ah não ser que queira fazer faxina.

Foi a minha vez de estreitar os olhos.

–Não querida, acho que não. Apesar, de que a coisa que eu realmente queria fazer você não concordaria – Falei dando ênfase ao realmente – Por que não me dá outra opção.

Seu sorriso sumiu e ela sentou-se de costas pra mim, e pude sentir que ela ficou vermelha.

–Não sei. Cabeça foi feita pra pensar.

Bufei e sai.

*-*

POV Hermione

Assim que ele saiu, voltei a deitar, e quando abri meu livro, minha mente entrou em alerta.

“Ele não vai deixar as coisas simples assim” “Ele vai aprontar com certeza”.

No exato minuto que eu abri a porta pra ver o que ele estava fazendo no quintal, uma enxurrada de água gelada me atingiu, e ao fundo, uma risada masculina.

Eu me encontrava completamente molhada. Com a roupa completamente grudada no corpo.

–MALFOY!

Ele riu mais alto, e só então vi que ele estava com uma mangueira em mãos.

–Eu sabia. Sabia que viria atrás de mim para saber o que eu estava fazendo! – Ele fez força pra respirar – Está calor, mas acho que você não está sentindo.

Ele riu de novo, e antes que se tocasse, tirei a mangueira de suas mãos.

Ligando-a.

E apontando em sua direção.

Foi a minha vez de rir.

Ele ria também, tentando se defender do inimigo, tentando se esquivar, o que era quase impossível. Quando eu desliguei, eu mal consiga respirar, minha barriga doía de tanto rir.

–Sua pilantrinha, não pense que isso vai ficar barato não.

–Não, não – Tentei dizer entre risos – Olho por olho, dente por dente! – Ele tirou a mangueira das minhas mãos e se preparava pra ligar.

Eu me encolhi com um sorriso no rosto e ele estreitou os olhos.

–Tá, tá. –Ele balançou o braço para a direção oposta – Pode passar.

–Tem certeza?

–Tenho.

Caminhei a passos lentos passando do seu lado, alerta a todo instante em direção a porta da casa, e depois que esse processo lento acabou e eu endireitei a postura prestes a entrar ele riu.

–Quando via aprender que não se confia 100% em sonserinos querida?

E o jato d’água gelada veio. Contra as minhas costas. Com tudo.

Com ela as minhas risadas e as dele também.

*-*

POV Draco

Quando enfim cansamos, e eu tinha 90% de certeza de que acordaríamos na manhã seguinte com dores de cabeça e gargantas inflamadas, deitamos na grama mesmo, tentando fazer com que nossas respirações voltassem ao normal.

Eu olhei pra ela que sorria pro nada.

–Fala a verdade. É bem mais divertido do que ler um livro.

Ela virou a cabeça pra mim ainda sorrindo.

–Vou pensar no seu caso.

Eu ri e ela também, ainda sem quebrar o contato visual.

E é claro, como já era de se esperar, com aquele sol, o céu sem se quer uma única nuvem, ela com a roupa quase transparente deitada ao meu lado rindo.

Eu a beijei.