Amor às Avessas escrita por Samyni


Capítulo 5
Um Canalha Fazendo Canalhices.


Notas iniciais do capítulo

Bem-vinda:
—ArayaN
E o capítulo é dedicado ao Relojoeiro, que mesmo nunca comentando, fez uma recomendação que me deixou saltitante por dias e dias.
Muiiitoooooo obrigada, lindo!



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"Fazer o que as pessoas esperam que você faça é sempre entendiante."Feios.

A Times Square estava simplesmente lotada. Havia pessoas andando, falando, correndo, se espremendo entre as outras...

–Isso parece um formigueiro humano! –disse Luke.

–Bem vindo à Nova Iorque. –respondi com tom de ironia.

Estávamos com o propósito de chegar o mais perto possível da bola.

–Nunca vi essa tal “descida da bola”, sabia? Nem na TV. –ele disse.

–Sério? O que você geralmente faz nas viradas de ano? –perguntei.

–Nem queira saber. –ele respondeu. –Você ficaria assustada, acredite.

Assenti e entrei em um momento de reflexão sem nem ao menos perceber. Pensar em... Luke. Não, não nesse sentido! Estava pensando em como ele era fechado, como ele gostava de manter sua vida só para si. Nunca falou dos pais, namorada, irmãos ou qualquer coisa do tipo. Luke era o tipo de pessoa que vivia a vida como se fosse o último minuto, que não ligava para a opinião dos outros e que fazia tudo que entendia na hora que bem quisesse. Pelo menos essa era a impressão que ele passava.

Acordei do “momento reflexão” e olhei para os lados. Onde diabos Luke havia se enfiado?!

–Luke! Luke! Onde você está? –gritei completamente em vão. –Que droga!

–Oi Rachel! –Richard disse tocando meu ombro.

O abracei com carinho e voltei a olhar em volta.

–O que está procurando? –ele perguntou.

–O Luke. Aquele menino que eu te falei que está morando comigo e com a Kate.

–O que você tirou da estrada?

–Esse mesmo. Bem, o fato é: ele sumiu! Luke parece criança na maior parte do tempo, mas essa foi a gota d’água. Não era para ele sair de perto de mim.

–Rach, quantos anos ele tem? –Richard perguntou arqueando uma sobrancelha.

–Sei lá. Acho que vinte e três se me lembro bem.

–Acho que ele não é um bebê para você se preocupar assim, não é?

–Mas...E se alguém sequestrou ele?

–Deixe de loucuras, Rach! Espere, o que você está fazendo? Ei, esse celular é meu! Você vai ler minhas mensagens? –Richard quase teve uma parada cardíaca na última frase.

–Não, não. –respondi rindo enquanto discava o número de Kate.

–Alô? –ouvi a voz irritada de Emily.

–Ham... Emily, é a Rachel. O Luke está aí?

–Não. Por quê?

–Porque ele simplesmente saiu de perto de mim e agora eu não o acho por nada desse mundo!

–Acalme-se, mulher! –agora ouvi a voz de Kate. –Ele provavelmente está com uma mulher agora ou correndo atrás de uma. Então deixa de estresse, curte a noite, compra uma cerveja –sei que você não bebe, mas só uma noite não vai te matar- , arranja um cara, o beije, faz o que quiser depois... Mas não gaste seu tempo se preocupando com o Luke ok? Ele já é marmanjo e se ele não voltar, melhor ainda.

–Kate! –a repreendi.

–Você sabe que estou certa, hetéra. Agora, vá se divertir. Aproveite.

–Tudo bem... Mas se ele chegar aí, me avise?

–Claro. –ela respondeu. –Tchau Rachel e ah, se chegar em casa antes das duas me avise, pois eu posso estar no meio de algo importante.

–Ok. Beijos. Tchau.

Desliguei o celular e o entreguei à Richard.

–Vem, vamos curtir os shows, as músicas... Ele vai aparecer, não se preocupe.

–Ele está com uma perna engessada, Richard! Não quero que algo aconteça de ruim a Luke. Eu ainda queria torturá-lo por mais um tempinho...

Richard riu e eu sorri de lado. Acabei seguindo seu exemplo e prestando atenção nos shows. Algumas músicas eu conhecia, então ia acompanhando o cantor e o público –inclusive Richard, claro- e por um momento, só um pequeno momento me perguntei o que Luke estaria fazendo naquela hora.

POV LUKE DEAN ROACH’

Rachel estava com o olhar fixo em algo que eu não sei, supôs que ela pensava na vida ou sei lá no que mulheres pensam além de homens, sapatos e chocolate. Olhei para os lados e vi uma mulher de vestido em pleno inverno. Ela era loira, tinha a pele bronzeada, um belo corpo e o melhor de tudo... Estava desacompanhada. Resolvi segui-la, afinal a pior coisa que poderia me acontecer seria ganhar um “não”.

–Oi. –falei.

–Ah... Olá. –ela respondeu. –Quem é você?

–Meu nome é Luke. E o seu?

–Mia.

–Você está sozinha, Mia?

–Na verdade não, mas eu perdi minha amiga.

–Eu também perdi a minha! –perdi uma ova.

–Como é sua amiga? –ela perguntou. –Quem sabe eu não tenha a visto?

–Ela é meio loira, mas o loiro dela não é tão amarelo quanto o seu. É tipo um loiro escuro, ou sei lá. Ela é menor que eu, gosta de dar uma de adulta, ela é bonita, mas sem seios, estressada e tem olhos cor de amêndoas.

–Eu acho que a vi bem pertinho de onde a bola desce! Ela está com um casaco, jeans e botas não é?

–Sim, sim. –respondi. –Mas ela não precisa de mim. Não deve estar sozinha, agora você...

–Vai cuidar de mim é? –ela perguntou sorrindo. Percebi que ela gostava de fofuras e atenção. Iria usar isso ao meu favor.

–Claro. Onde já se viu uma princesa sozinha em plena Times Square?! Existe muitos homens canalhas, sabia? Não quero que nada de ruim aconteça com você.

Ela abriu um sorriso de orelha a orelha e olhou para o chão evidentemente tímida.

–Uma curiosidade... Você parece ser toda tímida e reservada, então por que está de vestido nesse inverno?

–A Brianna que me fez vestir isso. Estou morrendo de frio! Acho que vou ao meu apartamento trocar de roupa.

–Tudo bem. Eu vou te acompanhar, você querendo ou não. Como disse antes: não vou deixar uma princesa como você andando por aí sozinha e sem proteção.

Ela sorriu encantada e fomos andando até seu apartamento. Era um edifício comum, de tijolinhos vermelhos e uma escada de incêndio na sua lateral. O tipo de lugar que eu ia adorar morar, tive de admitir. Subimos dois lances de escada e ela abriu o apartamento número 16. Ele era...agradável. Meio bagunçado em comparação ao apartamento de Rachel e Kate, mas eu poderia me virar naquele espaço sem problema algum.

–Vou trocar de roupa e já volto, está bem? Pode comer alguma coisa enquanto isso, se quiser.

Assenti e fui me equilibrando nas muletas até a cozinha. Estava louco para me livrar delas! Eram desconfortáveis e esperava do fundo do meu estomago que a perna quebrada não me atrapalhasse na hora de... Enfim, ninguém é criança aqui. Mas sim, é esse ato que com muito azar pode trazer outros seres humanos ao mundo. Sou homem, ora! Tenho minhas necessidades e sim, vou usar isso como desculpa.

Peguei uma cerveja na geladeira e a abri com o dente, depois peguei um copo e o preenchi com o liquido e me escorei nos armários esperando... Qual era o nome dela mesmo? Maya, Melanie... Mia! Ela apareceu logo depois vestida com um jeans claro, uma blusa de manga cor de rosa e salto alto.

–Por que essa cara? Não gostou da roupa? –ela perguntou preocupada.

–Na verdade eu preferia o vestido. –dei de ombros.

–Está muito gelado lá fora. Eu ia acabar adoecendo.

–Tudo bem. Toma uma cerveja para esquentar. –falei lhe entregando o copo.

Ela bebeu aos poucos e eu fui virando a garrafa. Minutos depois nos sentamos no sofá e começamos a conversar e conversar mais e a beber mais, é claro. Cerca de uma hora depois ouvimos os fogos do lado de fora.

–Feliz ano novo. –ela disse com um pouco do efeito do álcool.

–Feliz ano novo para você também, Mia. –respondi e a beijei.

Ela correspondeu e segundos depois passei a mão em suas pernas e as puxei para perto. Continuei a beijar Mia enquanto me livrava daquela roupa sem graça que escondia tudo que eu gostaria de ver.

–Ei Luke, você promete que não vai sumir se eu...fizer sexo com você?

–Porque eu sumiria, Mia? Vou estar aqui quando você acordar e você tem meu número lembra? –sorri de canto e ela voltou a me beijar.

Havia passado um número falso a ela e o verdadeiro dela estava gravado em meu celular, mas eu sabia –diferentemente dela- que só a ligaria quando não tivesse absolutamente nada melhor para fazer.

Ela foi rápida e sútil. Tirou minhas roupas sem que eu nem ao menos percebesse e cochichou em meu ouvido:

–Onde? Aqui no sofá ou na cama?

–Por que não nos dois? –sorri malicioso e a puxei de volta.

✶✵✴

Um sol fraco entrava pela janela. Passei a mão nos olhos em uma tentativa -falha- de me acordar. Aquela menina dormia ao meu lado. Era Maya ou Mia o nome dela? Levantei da cama bagunçada de lençóis brancos e catei minhas roupas pelo apartamento. Passei pelo outro quarto e uma morena incrivelmente gost... linda dormia jogada na cama enquanto um loiro se encontrava nas mesmas condições que eu –catando suas roupas-

–E aí? –ele cumprimentou.

–Oi. Sou o Luke e você? –cochichei.

–James. –ele cochichou de volta. –Caçando suas roupas para dar o fora?

–Sim. To fugindo de mulher grudenta.

–Eu também. A maioria delas não entendem o que é “lance de uma noite só” então somos obrigados a sair escondidos. –ele deu de ombros.

–E dar números telefônicos errados. –pisquei.

–Com certeza. –ele riu baixo e fomos andando em direção a porta de saída.

–Foi um prazer. –eu disse abrindo a porta e saindo.

James a fechou, riu e disse:

–Idem. Te vejo por aí, cara.

–Em uma outra fugida de “lance de uma noite só”. Tchau, James.

Tomamos caminhos opostos e já que eu não tinha dinheiro, resolvi voltar para a casa de Rachel a pé mesmo.

POV RACHEL CARELL’’

Fiquei preocupada com Luke a noite inteira, foi inevitável. Mas lá pelas três da manhã comecei a ficar com muita raiva. Raiva por ele ter me deixado lá sozinha e ter ido atrás de mulher. Eu dei moradia, comida, roupas e ele não se mostrava grato por nada disso. Respirei fundo e levantei da cama e me arrastei até a cozinha. Peguei um leite na geladeira e biscoitos em seu devido pote. Comi os biscoitos primeiros e resolvi por fim ver um pouco de TV, já que naquela hora da manhã não tinha nada de melhor para fazer. Ao entrar na sala de estar deparei com Luke fechando a porta tentando não fazer barulho.

–Ah... Oi Rachel. –ele disse, colocou as mãos no bolso do casaco e voltou a andar.

–Oi? É só isso que você tem para me dizer, Luke Dean? –gritei furiosa.

Ele voltou andando lentamente, me encarou e disse:

–O que você quer que eu diga, Rachel?

–Um desculpa soaria bem, sabia?

–Por que eu pediria desculpas?

–Sei lá. Talvez por me abandonar na Times Square. Talvez por sumir com uma vadia qualquer e não avisar, fazendo com que eu me preocupasse com você. Não sei, Roach! Se você tivesse um pingo de gratidão faria ao menos isso.

–Hm, ta. Desculpa então. –ele deu de ombros.

–Argh! Você é o idiota dos idiotas! –joguei o copo de leite em cima dele. –E limpa essa porcaria! –acrescentei.

Tranquei a porta do meu quarto e fiquei por lá com a cara enfiada em um livro até Kate quase espancar a porta.

–Que foi, Kate? –perguntei de mau humor.

–Calma que eu só vim tentar ajudar, hétera. O que houve? Luke falou que você se irritou, jogou leite nele e depois se trancou aqui.

–É. Foi. Fiquei morrendo de ódio depois do que ele fez ontem a noite.

–Ah sim... Ele errou, apesar de não ter consciência disso.

–Ele pelo menos limpou o chão? –perguntei.

–Sim. Ele disse que ficou com medo de você expulsá-lo daqui. –ela deu de ombros, mas diferente de Luke, que geralmente dava de ombros com quase movimentos nenhum.

–Eu sinceramente cheguei a pensar nisso, mas como minha mãe sempre diz que a raiva é uma péssima conselheira, não farei nada.

–Ok. Se quiser expulsá-lo daqui é só me avisar que te ajudo a dar uma surra nele antes.

Ri. Eu e Kate nem éramos violentas, imagina.

–Mas falando sério agora, Rach... Você está mesmo gostando do Luke?

–Gostando do Luke? Não! Claro que não!

–Se você diz... –ela deu de ombros. Sabia que ela não havia acreditado totalmente em mim.

Mas eu falei a verdade, poxa! Eu realmente não gostava do Luke! É SÉRIO!


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Notas finais do capítulo

E ai, gente?! Móh puto o Luke né u.u
Aí se fosse meu bofe... EU MATAVA!
Mas eu particularmente adoro esse capítulo, apesar da Rachel n poder aproveitar sua virada de ano :(
—--
A frase é do meu livro favorito: Feios. Alguém já leu?
—---
Mas realmente, a Rachel NÃO gosta do Luke. Por enquanto ao menos, eu juro pra vocês. Amor a primeira vista o ca**lho, eles têm muito a aprender ainda, acreditem!
Genteeeeeeeeeee, olhem a recomendação do Relojoeiro:
"História: Amor às Avessas
Amor às Avessas parecia para mim mais um como tantos romances escritos por aí, no entanto, acabo sempre sendo surpreendido a cada capítulo, com a dose de humor, de intensidade e de paixão que cada fragmento da história nos traz. Para mim, Amor às Avessas é certamente, a minha melhor companhia para um bom final de tarde. "
Sério. Chorei demais *-------------------* mandei uma MP pra esse cara surtando pakas, falando q amava ele, se ele qria uma bala e tal '-' ér.. Normal eu né ^^
Mandei reviews, pq Fred tá com fominha e sigam o exemplo do Relojoeiro lindo



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