Amor às Avessas escrita por Samyni


Capítulo 42
A História de Amor de Plutão


Notas iniciais do capítulo

OPA OPA OPA

Voltei com "AQUELE" capítulo.

Surtem, é totalmente permitido.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/433660/chapter/42

LUKE DEAN'

        "Não era isso que significava ser adulto, agir?" -Como Dizer Adeus em Robô

Nova York continuava com suas manhãs e noites chuvosas combinando com o emocional de Rachel. Ela faltara alguns dias da faculdade, recuperando-se do ocorrido com Benjamin-o-Psicopata-Cretino e, eu aproveitei para tirar uma folga do emprego com o propósito de lhe fazer companhia. Miranda havia sido completamente compreensiva e avisou aos seguranças do pub que caso Ben fosse visto, deveria ser mantido em uma sala trancado e a polícia avisada.

   Nossos lentos dias, passaram-se com a ajuda de séries, filmes da TV à cabo e Deanzinho, claro.

   -Você precisa ser muito bonzinho com sua dona, parceirinho. Ela passou por maus bocados essa semana e precisa de todo o carinho do mundo.

   Ele entendeu, pois era inteligente igual a mim e mais do que nunca, seguia Rachel por toda a casa; miava pedindo atenção e deitava-se em cima da loira quando desejava dormir.

   Eu não fiquei com ciúmes. Ordens são ordens. Prioridade era prioridade. E a Rachel era a minha. Quero dizer, a nossa. Ela sempre foi uma espécie de raio de sol do apartamento e vê-la triste, culpando-se por algo que ela jamais poderia ter culpa nesse mundo, incomodava todos nós.

   -Você já parou para pensar que foi muita sacanagem a NASA decidir que Plutão não era grande o suficiente? Ele deve ficar sozinho no frio do universo. –ela disse, mergulhando a mão no balde de pipoca e jogando uma a uma na boca.

   -Ele foi banido da Sociedade dos Planetas Interligados da Via Lactea?

   -Sim! Não é sacanagem?

   Enfiei minha mão no balde de pipoca e com a outra mão fui pegando uma a uma também, enquanto ponderava sobre.

   -Não acho. Acho que Plutão está muito bem onde ele está. Está no friozinho, no escuro dormindo, ao redor de um monte de estrelas lindas. Aposto que os outros planetas são uns cuzões, no fim das contas. –joguei uma pipoca nela.

   -Você tem razão.

   -O que? Eu, Luke-Delícia-Roach tenho razão? O que está acontecendo? Você não está em órbita?

   Ela jogou uma pipoca em mim.

   -Shhh... Quieto.

   -Quieto uma ova! Você falou que eu tenho razão! –ri alto.

   Rachel revirou os olhos e encostou sua cabeça na almofada que estava em cima do meu colo.

   -Abre. –falei.

   Ela abriu a boca e joguei uma pipoca lá dentro.

   -Qual planeta Kate seria?

   -Marte. –respondi.

    -Por que?

   -Ela é bem laranja, você tem que concordar. Além disso, é quente, bem temperamental. Sempre imaginei o interior de Marte como sendo um mundo de vulcões em erupção. E a Kate é assim. Principalmente na TPM.

    Ela riu.

   -Mary Emily seria júpiter.

   -Mas por que?

   -Gosto da pronúncia, combina com ela.

   Rachel riu mais ainda.

   -Quem eu seria? –ela perguntou.

   Na hora eu lembrei do sol, mas não falaria aquilo.

   -Mercúrio.

   -Hmm... Motivo?

   -É o mais próximo do sol. O mais iluminado. Pessoas regidas por mercúrio são inteligentes também...

   Rachel sorriu e olhou-me longamente.

  -Você seria plutão.

  Assenti. O frio? O renegado? O que preferia a solidão? Bom...

   -Ele é o mais misterioso. –ela continuou. –Ele devia de ter um grande potencial, por isso a NASA o baniu. Foi pura inveja. Plutão é um ótimo planeta e eu digo que ele é bom o suficiente para ser considerado um!

   Sorri de lado.

  -São planetas bem distantes... Mercúrio e Plutão são, respectivamente, o planeta mais perto e o mais longe do sol.

   -Bem distantes. –ela concordou.

                                                     ✶ ✵ ✴

   Uma parte do sistema solar resolveu ir ao pub na quinta-feira à noite. Rachel estava muito melhor, praticamente como antes.

   -Ela precisa é de uma boa farra! –essa era a opinião da Mary.

   -Talvez uma boa companhia para esquecer... –Kate murmurou.

  -Alguém bonito... –Mary cantarolou.

  -Farei a minha parte. –pisquei à elas.

   Rachel usava um vestido rosa e preto bem justo ao corpo, bolsa e sapatos combinando e nos cabelos uma trança de lado. Eu sabia que era uma trança especial, pois as meninas estavam comentando tal feito, mas eu esqueci o nome. Ficou bonito e isso é tudo o que preciso comentar.

   Kate e Mary também estavam bonitas em seu vestido azul e shorts e blusa, respectivamente.

   Eu estava um máximo –para variar –vestido com blusa branca e jeans claro.

   Homens são tão mais práticos...

  -Vamos! –Mary convocou.

   Todos nós despedimos de Deanzinho que no momento distraia-se com um ratinho de borracha e fomos embora.

                                                        ✶ ✵ ✴

       O pub, para variar, estava cheio de gente dançando e rindo enquanto o palco não era aberto para as apresentações do dia.

    -O que acontecerá aqui hoje, Luke? –Rachel perguntou segurando em meu braço a fim de ser guiada.

   -Sabe como é... Deve ser alguma banda indie bem alternativa ou um comediante. Eu não sei, para ser sincero. Não venho há alguns dias, lembra-se?

   Ela sorriu.

   -Perfeitamente. Muito obrigada, a próposito.

   -Disponha, Rach.

   A loira sorriu e fomos todos para uma das mesas altas mais distantes do palco.

   -Caraca, você está muito gata, Rach. –Mary disse gargalhando, com seu humor maravilhoso de sempre.

   -Caprichou hein, lerdinha? –Kate cutucou a amiga e a abraçou logo em seguida. –O que você acha, Animal de Estimação?

   Eu ri de canto e não respondi, virando-me para o palco, onde um homem negro e com aparência de nerd arrumava o microfone para se apresentar.

   -(...) quero dizer, vocês realmente já namoraram alguém? Quem não? Levante a mão, por favor. –algumas pessoas levantaram as mãos na nossa frente, mas eu continuei com as minhas na garrafa de cerveja. –Sorte a suas! –a plateia riu. –Falando sério agora... Namorar é muito bom, eu gosto muito. É tipo um videogame. Sabem aqueles jogos desconhecidos criados sabe Deus por quem? Sem pé ou cabeça e com os personagens mais aleatórios? Você fica com raiva porque pensa que não existe nenhum personagem que ao mesmo tempo que está correndo a toda velocidade, simplesmente para e espera o inimigo chegar perto por mais você o comande para o contrário, mas na verdade, meus caros... Esse jogo foi criado por mulheres. Sim, mulheres. Aqueles seres com seios que não sabem o que quer da vida! Namorar é muito bom, porque é uma espécie de adrenalina. Do nada ela está muito feliz ao teu lado, postando foto com legenda do Ed Sheraan e no minuto seguinte, ela está no carro, do teu lado, mas olhando para a janela e fazendo um bico enorme com a boca. Você não sabe o motivo, meu caro e nem vai saber. Na verdade, você tem medo de perguntar, não é? Pois sabe que após o “nada” em resposta, virá um testamento de “engraçado que...” desenterrando coisas que você fez quando nem sabia como colocar a ferramenta para funcionar!

   Todos riram e eu não pude evitar em cutucar a Rachel, que volta e meia, emburrava com algo e simplesmente virava a cara.

   Ela ria. Ria mesmo. Com vontade.

  Aproximei-me de seu ouvido e falei o mais claro possível:

    -Você está muito... diferente.

     Ela sorriu, tombando a cabeça.

    -Diferente como? –ela quase sussurra no pé da minha orelha.

    -Diferente... –dei de ombros. Era péssimo com elogios.

    -Diferente bom? –ela arqueou uma sobrancelha.

   -Diferente ótimo.

   Rachel aproximou-se mais e me olhou diferente. Um diferente ótimo!

   Então a loira sorriu e abriu a boca para dizer algo, quando alguém me cutucou no ombro. Virei-me amaldiçoando o ser mentalmente, até ver que se tratava da Miranda.

   -Preciso de você, Roach. A van da banda cover está nos fundos e estão com dificuldade em descarregar. Além do que, já era para estarem quase entrando e eu não posso abandar o bar. Por favor?

    Olhei para Rachel, me desculpando por interromper logo aquele momento.

    Ela assentiu e eu andei o mais rápido possível, em direção a banda, nos fundos.

    Enquanto carregava os amplificadores para fora da van, recordava repetidas vezes os momentos anteriores com Rachel. O que ela queria me dizer? Eu precisava saber, mas tinha receio que fosse uma daquelas “coisas de momento” e que a loira simplesmente não voltasse no assunto depois. Ela estava tão perto... Foi possível sentir o cheiro de cacau que emanava da sua pele.

    Outros minutos mais tarde, mesmo parecendo horas, levei os microfones da banda para o palco.

   -Muito obrigada, irmão. –um cara de touca cumprimentou-me.

   -Ei, você é o vocalista?

   -Sou, parceiro.

    -Olha, eu geralmente não peço coisas em troca, mas você poderia me fazer um favor? É uma questão muito séria de momento.

   O vocalista riu, juntando as mãos como se dissesse “O que posso fazer por você, meu caro?”.

   Rachel não estava na mesa, quando consegui chegar nela.

   -Aonde ela foi? –perguntei.

   -Banheiro. –o casal respondeu, em uníssono.

   A banda se aquecia e eu corri para o banheiro feminino.

   Lá dentro, duas meninas me olharam com feições bem assustadas.

   -Rachel?! –mas não obtive resposta.

   Atravessei o corredor dos banheiros ao passos largos e depois corri até o bar.

   -Cadê? –gritei para Miranda.

   Ela apontou para o banheiro dos funcionários.

   Rachel me esperava no banheiro dos funcionários, onde várias coisas quase aconteceram mais de uma vez.

   A banda começou a tocar e eu fui em direção à porta velha.

  O banheiro, como sempre, cheirava a mofo e a sensação que emanava era de umidade.

   Tateei as paredes sem reboco no escurando, até encontrar esbarrar com alguém.

   Não apenas alguém, mas Rachel.

   Finalmente parei a sua frente, escutando meus batimentos cardíacos.

   -(...) Se eu te dissesse o que eu era

           Você viraria as costas para mim?

           E mesmo se eu parece perigoso

           Você ficaria com medo? (...)* –cantei baixinho, junto com o vocalista, torcendo para o meu plano dar certo.

    Encostei então, minha testa na sua.

   -Eu sinto um monte de coisas... em relação a você, Luke. Mas medo... medo nunca foi uma delas. –ela murmurou.

   -Eu não consigo mais. Não aguento mais, Rachel –falei, por fim, a apertando de encontro a parede e a beijando.

    Em milésimos de segundos, nada mudou fora daquele banheiro. A banda continuou a tocar, os clientes continuaram com suas vidas e os funcionários em seus ritmos. Contudo, dentro daquele cubículo mal cheiroso e nada romântico, mãos haviam tomado conta da nuca de Rachel, bagunçando seu penteado e, outras mãos memores, envolviam-me, apertando-me, puxando-me para mais perto, cada vez mais.

   E foi assim, que Plutão se apaixonou pelo Sol.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*Tradução de uma partizinha da música "Monster" da banda "Imagine Dragons"

CES TÃO DESMAIADOS? PQ EU TÔ VIU.

Não sei se ficou da maneira que eu qria, algo num lugar bem escuro, bem diferente do comum e cheia das respirações ofegante, mas é isso ai kkkk

ME DIGAM ALGUMA COISA, PF PF PF POR FAVOR

Beijo de estrelas ~essa é para entenderedores

~Samyni



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor às Avessas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.