Amor às Avessas escrita por Samyni


Capítulo 43
No Canadá faz frio, definitivamente


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiiii ser viventes respiradores de oxigênio!!!!

Mais um capítulo u.u

Um bem-vindo especial à Letícia Miranda :3

Boa leitura! ♥



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RACHEL CARELL

"-Tem vezes que não dá pra deixar a coisa certa ficar no meio do caminho." —Forrest Gump

Eu poderia dizer que os planetas se alinharam, os pássaros cantaram Mozart, uma nascente brotou no jardim do condomínio e, Luke e eu viramos o melhor casal de todos.

Mas isso seria forçar a barra.

Muito.

Afinal, algumas coisas nunca mudam...

—Cabelo de capim!

—Seu ogro!

—Qual é, palito de dente... –Luke jogou os braços para o ar, bufando e logo em seguida, caindo na minha cama como se fosse uma bomba.

—Já falei que não, cretino pegador.

Luke sorriu de lado, rendido.

—Nem tão pegador, vai.

Revirei os olhos.

—Não importa, Luke. Eu quase tive desidratação com o último burrito!

—Meu Deus. Eu não sabia que você ia passar tão mal daquela vez.

Fechei a cara, encarando-o. Luke segurou o riso e aproximou-se, ficando bem perto.

—Confie em mim, moça.  –ele sussurrou.

Suspirei.

—Tudo bem, tudo bem. Vamos comer burrito, então.

Luke pegou Fumaça no colo e balançou o pobre gatinho no alto:

—Há! Viu só, meu companheiro de crime? Meus poderes de persuasão telepática funcionaram mais uma vez.

Soltei um riso.

—Me dá meu gato, Roach!

Peguei meu peludo cinzento nos braços e o abracei.

Luke segurou meu rosto e beijou-me, coisa que ainda paralisava-me.

—Te dou dez minutos, loira. –e deu as contas, indo se arrumar na sala de estar.

Tudo ainda era novidade para mim. O beijo havia sido duas semanas anteriores em um banheiro de funcionários cheirando a mofo e, volta e meia, eu me teletransportava para o momento, sentindo o cheiro do ambiente e a umidade das paredes nas minhas costas. Não sei quando tempo ficamos lá dentro, reclusos do mundo exterior e principalmente das luzes. Tive receio de sair e as coisas continuarem como eram ou pior, tinha medo que mudasse...

Após mais algumas sessões consecutivas de beijos, Luke fechou a velha porta de madeira atrás de nós, e finalmente, estávamos em um corredor, onde era possível enxergar as luzes avermelhadas do pub. Então, ele perguntara:

—Tudo bem?

Eu assenti, mas não sabia se estava sendo sincera com ele.

—Vamos devagar, ok? Acho melhor conversamos com as meninas sobre isso depois. Em casa. Pode ser?

Eu assenti.

Luke passou uma mecha do meu cabelo para atrás da orelha e puxou-me para um beijo na testa.

—Fica calma, Rach.

Voltei para a mesa onde o casal estava e junto delas, haviam mais duas mulheres e um homem. Cumprimentei-os e apresentei-me. No restante da noite, distribui sorrisos e assenti incontáveis vezes, como se tivesse prestando atenção em algum assunto.

—Bom, eu juro que levaria vocês, mas não há espaço no carro... –Kate disse para os novos amigos, que estavam claramente muito bêbados.

Aproveitei da situação para fugir da conversa com Kate e Emily:

—Eu posso ir a pé... O apartamento não está longe. Desse modo, caberão todos. –sorri, simpática.

Pretendia estar “pulando carneirinhos” quando o casal chegasse no apartamento.

—A pé? A essa hora? –Kate repreendeu-me. Às vezes, parecia que ela era a mais velha.

—Eu resolvo isso, baby. –Emily pronunciou-se, entre um gole de gim e outro. A morena assoviou alto e fez sinal para um garçom aproximar-se.

Era Luke Dean Roach.

Respirei fundo, mantendo a calma.

—Homem Fogo, le-leva a... a.... a moça beijoqueira para a casa... Okay?

Luke olhou da Emily para mim, provavelmente indagando o “beijoqueira” e depois para a morena novamente.

—Certo.

Okay. Use sua capa de heroi... Okay? Está frio... no Canadá... Okay?

—Chega, baby. Hora de ir dormir. –Kate ajudou Emily a ficar de pé.

—Se cuide, Rach.

Então ela saiu do pub com seus amigos de copo.

—Não vou demorar muito. –Luke disse e eu assenti.

Precisava urgentemente manifestar meus pensamentos em palavras.

Sentei-me no bar, pensando. Algum tempo depois, um copo baixo e largo deslizou até minha mão, seu conteúdo tinha maracujá e uma sombrinha de drink, da cor azul.

Olhei para Miranda, a mulher de cabelos em corte channel negros como um corvo e olhos de amêndoas.

—Eu não...

—Relaxa, garota. Essa é por conta da casa! –e com uma piscada de olho, voltou aos seus afazeres.

Tomei lentamente o conteúdo doce –era uma espécie de coquetel ou algo do gênero –enquanto observava o fluxo constante de pessoas que atravessavam a pesada porta de ferro. Acima dela, havia um letreiro vermelho brilhante, a palavra “saída” podia ser vista de qualquer ponto do pub, estrategicamente, para que todos pudessem ter noção de onde ir, caso houvessem acidentes.

Senti uma mão nas minhas costas e virei-me.

Luke sorria de lado.

—Vamos?

—Vamos!

Acenei para Miranda e ela arqueou uma sobrancelha para nós, rindo enquanto enxugava um copo gigante de cerveja.

Na moto, fomos em silêncio. Estava sonolenta e escorei nas costas de Luke, quase adormecendo. Ele pilotava bem mais devagar que o normal...

Estávamos esperando o elevador na garagem e, assim que a caixa claustrofóbica e bem iluminada parou no subsolo, Luke adentrou e puxou-me pela cintura, colocando-me contra a parede fria de granito. Passando a mão pela minha cintura, seus dedos tamborilaram nos números de andares até finalmente apertar o “13”, suponho eu. Assim que as portas fecharam, ele riu baixinho contra meu pescoço e subiu seu rosto sem disfarçar a pressa que sentia.

—Não está pronta ainda, Rachel?!

—Meu Deus! Esqueci... Eu me distrai, na verdade.

Luke estava parado no batente da porta com os braços cruzados. Usava uma blusa preta lisa e jeans e no rosto, carregava um sorriso presunçoso.

—Precisa de ajuda para tirar a roupa, Carell?

Eu ri e ele arqueou as sobrancelhas, desafiando-me.

Dei pequenos passos em sua direção e o beijei de leve. Um beijo simbólico, eu diria.

—Ainda não. –falei.

—Vou te fazer mudar de ideia, cabelo-de-capim.

—Veremos. Agora chispa, moço! Preciso me trocar.

✶ ✵ ✴

O elevador chegou ao décimo terceiro andar do gigante prédio que morávamos.

—E aí? –Luke perguntou. Seu corpo ainda segurava o meu contra a parede de granito.

—Elas devem estar dormindo, algo assim.

—Ou não...

—Você quer? –perguntei a ele.

—Depende do que... –senti suas mãos apertarem mais a minha cintura.

—Concentra, Luke! Você quer onversar com elas? Quero dizer, não há o que falar. Ainda... Nós... Não... Você sabe.

—Como assim você põem a língua dentro da minha garganta e depois fala que não temos nada? Francamente, Rachel, você acabou de quebrar meu coração em mais pedaços do que eu consigo contar.

Eu ri e lhe dei um tapa de “concentre-se, porra!”

—É, eu concordo com você. Não tem necessidade. Talvez elas até já saibam... –Luke refletiu se afastando, finalmente saindo do elevador e parando em frente a nossa porta.

—Emily?

—Sim, ela te chamou de beijoqueira.

—Ela estava bêbada de tudo, Dean.

—O que é dito bêbado, é pensado –no caso, visto–sóbrio, Rachel. Nunca ouviu falar?

—Isso é filosofia de barman?

—É um fato, minha cara!

—Certo. E ela também disse para você usar sua capa de super heroi, pois estava frio no Canadá! CANADÁ!

—O que não deixa de ser verdade. Lá é realmente muito frio e uma capa cairia bem em mim, não? –ele revidou.

—Luke....

—Sabe onde não está frio?

Estávamos saindo totalmente do assunto para nunca mais voltar, eu tinha consciência disso.

—Diga.

—No seu quarto.

Luke não tinha jeito mesmo.


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Notas finais do capítulo

Nem todos os jardins são compostos de flores, meus amores.

Lembrem-se disso MUAHAHAHAHHAHAHA

Fica a reflexão

Beijossssss

~Samyni



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