Amor às Avessas escrita por Samyni


Capítulo 23
"-...Aqui no sofá mesmo ou na sua cama?


Notas iniciais do capítulo

Oiiii gente!!! Título legal né :v

Bem vinda:
—Tha, que também saiu das sombras e veio para a luz! Que orgulho *-*

Voltemos com os capítulos narrados por Rachel, começa chatoooo e termina tenso, mas espero que gostem!

Boa leitura! *-*



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RACHEL CARELL’

"A gente nunca sabe quando nosso mundo está prestes a ser despedaçado"–O Mar de Monstros

Alguns dias depois, eu estava incrivelmente melhor. Levantei mais cedo do que o habitual, e tomei um banho demorado. De cabelos enrolados na toalha e vestida com o roupão verde, deixei duas fatias de pães na torradeira sob a bancada enquanto voltava para o quarto e selecionava minhas roupas.

A torradeira emitiu um “bipi” e tornei a cozinha, passei geleia nelas e as comi lentamente enquanto bebericava um copo de suco de goiaba –infelizmente laranja ainda estava proibido para mim– e terminava os últimos capítulos de “A Morte e Vida de Charlie St. Claud”. Simplesmente tinha acabado de entrar para os meus favoritos. Uma história bem diferente do habitual, falava sobre dois irmãos e um acidente de carro, em que o mais novo não sobrevivera e Charlie, o mais velho, prometera sempre permanecer ao seu lado mesmo após a morte. Charlie conseguia ver os que já se foram então manteve sua promessa. Aí surge Tess, uma mulher incrível que está treinando para velejar ao redor do mundo. O destino faz com que seu barco seja apanhado por uma violenta tempestade, trazendo-a assim para a vida de Charlie. Sua bela e incomum ligação os leva a uma corrida contra o tempo e a uma escolha entre a vida e a morte, entre o passado e o futuro, entre apegar-se ou deixar o passado para trás – e a descoberta que milagres podem acontecer se nós simplesmente abrirmos nossos corações. Com toda certeza, emocionante!

Desenrolei a toalha do meu cabelo e o enxuguei com o secador. Não sei porque, mas eu não acordava tão de bem com a vida há séculos. Coloquei a blusa mais nova que eu tinha, ela era de uma tonalidade entre o azul e o verde, talvez a mistura dos dois, era esvoaçante e um básico e delicado cinto de fita lhe fazia um charme especial. Depois um jeans comum e um salto magnífico quase da cor da blusa, que minha mãe havia me dado na última vez que nos vimos. Mexi nos cabelos e por um momento me senti uma estrela de cinema.

Pesquei a mochila no canto do quarto e andei a passos curtos até chegar à porta de entrada. O barulho do salto era irritante. Do fim do corredor, da última porta, uma ruiva com camisola curta lilás surgiu esfregando os olhos. Ela me olhou, franziu a testa, bocejou e entrou no banheiro.

Talvez eu estivesse exagerado para uma manhã de dia comum, mas eu achava do fundo do meu ser que merecia aquilo.

Fui à faculdade de carro e dei de cara com Missy saindo de seu carro.

Ela usava jeans escuro riscado, botas pretas até o tornozelo, camiseta preta e cardigã amarelo.

Rubia! Está tão hermosa hoje! Vai sair com um deus grego também?

–Hãm... Não. Só acordei super feliz hoje, não sei o porquê. Então vai sair com quem? –perguntei enquanto caminhávamos pelo campus.

–O nome dele é Paul, ele é tão...

✶✵✴

–E aquele tal de Luke?! Como assim você não me fala que ele é O DEUS GREGO?

–Paul não era um deus grego?

, mas em questão de poder... É como se Paul fosse Hermes e Luke fosse Zeus.

–Certo. Aonde vocês vão?

–Ah, tomar um café... Essas coisas.

Assenti.

–E você? Vai sair com o delicioso? –ela perguntou.

–Hãm... Para quê?

–Por Guadalupe! Você não notou como se olham, chica?

–Chi o quê? Francamente, Missy, você anda lendo Nicholas Sparks demais. Não existe essa coisa de olhos brilharem, horas iguais, cílios e almas gêmeas... São apenas coisas que o ser humano carente inventou para suprir sua necessidade do outro.

–E acho que você anda convivendo demais com aquele cara extranõ, o Richard. Está falando bizarro igual a ele.

–Ou talvez, só talvez eu não esteja com paciência para romances no momento.

Excusa! Quase havia me esquecido sobre o... Como que Luke o apelidou mesmo?

–Esquimó. Surfista esquimó também.

Missy riu e eu a acompanhei.

–Esse cara sim é bom para você! A faz rir, mira!

–Ver o quê? Nunca. Luke e eu, juntos? Sabe, Missy, você o acha engraçado, mas você é bem mais.

Despedi-me dela, desejando boa sorte com seu deus grego e caminhei rumo ao campus de Kate.

Essa ruiva estava sentada na grama, aproveitando os raios solares em seu rosto ao lado de Emily, como sempre.

–Uau! Arrasou hein? –Emily disse retendo um pouco da luz com a mão direita.

–Você vai a algum desfile ou algo assim? –Kate perguntou. –Eu vim com a primeira roupa que vi.

–Quis me arrumar hoje, não sei por quê. Apenas quis. –e dei de ombros. Já estava ficando cansada de repetir a mesma frase. O gesto imediatamente me lembrou a semelhante que Luke fazia.

–Okay. Eu vou para casa daqui a pouco, ok? Precisamos conversar. –Kate disse, séria.

–Luke? –adivinhei.

–Digamos que sim.

–Certo. –assenti. –Até mais tarde, então. Tchau para vocês casal.

E joguei-lhes um beijo de longe.

✶✵✴

Bati a porta de entrada com uma força maior do que deveria. Luke imediatamente levantou-se exaltado do sofá.

–Que susto, loira! Está de TPM, é?

–Quando você vai aprender que citar essa sigla só resultará em discórdia?

–Certo. Foi mal, moça.

–Tem comida hoje? –perguntei indo para a cozinha.

–Sim! –ele gritou da sala de estar.

Abri a geladeira e de lá tirei ratatoulli e o coloquei no microondas. Era melhor preparado na hora, claro. Mas ainda assim o sabor estava esplêndido, explosões deliciosas de berinjela, tomate e manjericão tomavam conta de meu paladar, como na noite anterior.

Luke entrou no cômodo apenas de calça de moletom cinza e nos braços trazia Fumaça. Tentei concentrar-me apenas em seu rosto cínico e no pequeno gatinho.

–Vamos fazer o que hoje? –ele perguntou acariciando “Deanzinho”.

–Que tal finalmente começar a assistir a série que Mike me deu?

–Tem certeza, Rachel?

–Sim. Estou bem, Luke.

Ele deu de ombros.

–Te encontramos na TV. –e sorriu de lado.

Passei em meu quarto e substituir aquelas roupas por outras mais confortáveis. Como calça de pijamas com estampas de gatinhos brincalhões e moletom do Patrick Estrela.

Luke olhou-me de cima a baixo quando sentei-me ao seu lado.

–Você tem quantos anos?

–Ei, eu adoro o Patrick!

Ele revirou os olhos.

–Criança.

–Mal humorado.

–Dramática.

–Ridículo.

–Magrela.

–Vagabundo!

–Ao menos tenho bunda para andar com ela por aí!

–Hãm?

–Esquece, você é loira.

–Você é moreno e é trezentas vezes mais burro do que o próprio Burro.

–Aquele do Skrek?

–Isso. –cruzei os braços.

–Ok. Chega, Fiona-Ogra. Vamos assistir a droga do seriado que seu namoradinho veado comprou para você.

–Invejoso.

–Moça, vai à puta que lhe pariu.

–Vai você!

–Certo. Sua mãe é gostosa?

Dei-lhe um tapa no braço. Aposto que não doeu nada.

–Vai se foder!

–Como quiser. Aqui no sofá mesmo ou na sua cama?

Senti meu rosto arder.

–Luke Dean Roach!

–Relaxa aí, moça. Não sou louco assim também não.

E ele olhou para o lado como se completasse algo em sua mente.

–Sei. Anda, Luke. Vamos assistir esse seriado de uma vez.

O seriado começou chato, mas a história era bem legal. Falava sobre a vida de Ryan Atwood, um adolescente que vivia no subúrbio com sua mãe problemática que um dia fora acolhido por um advogado importante de Orange Country, uma espécie de feudo elite do sul da Califórnia. Esse advogado, Sr. Cohen tem um filho, Seth que vira amigo de Ryan. Ryan é o típico bad boy que teve uma vida difícil, mas ainda assim não resiste aos encantos de Marissa Cooper, sua vizinha.

Nos episódios que vimos, Ryan se meteu em brigas, e pensou em abandonar a família Cohen várias vezes. A série era bem adolescente, com triângulos, patricinhas e pessoas riquinhas, mas o personagem Ryan me fazia continuar cada capítulo. Luke via tudo também, sem fazer muitos comentários e por um momento, assim como Marissa, eu me perguntei de aonde havia vindo esse homem e qual era sua misteriosa história e quão parecida poderia ser com a de Ryan Atwood.

Kate entrou em casa e olhou Luke com algo misturado com raiva e pena.

–Eu vou ter que pregar uma placa aqui na sala de estar com uma regra?

–Que regra, ruiva? –ele perguntou apoiando o queixo em uma das mãos, pouco interessado em Kate. Que milagre!

–PROIBIDO PERMANECER SEM CAMISA NESSA CASA! Veste sua blusa logo, rato pelado. Está queimando meus olhos!

✶✵✴

Era tarde, por volta de meia noite e pouco. Apenas uma hora atrás que havíamos parado de assistir The O.C e Luke após o banho, desmaiara no sofá. Sem blusa de novo.

Kate estava na bancada da cozinha com diversos papéis ao seu redor. Eram as contas de água, luz, telefone, aluguel e etc...

–Rachel, precisamos conversar. –ela disse mexendo freneticamente em um lápis que havia feito diversas contas a mão.

Sentei-me no banco alto ao lado.

–Que houve?

–Estamos com problemas. Do tipo financeiro. Não estamos dando conta de pagar mais as contas.

Congelei.

–Não dá para usar o fundo de emergências? Quero dizer, isso é uma emergência. Podemos pensar em algo até o mês que vem, talvez eu possa falar com meu pai e...

–Rachel, eu já usei o fundo de emergências. O estou usando há dois meses. Daqui a outros dois meses não vamos ter dinheiro nem para pagar as contas, imagine livros, roupas e comida! Seremos despejadas com dívidas.

–Mas... Sempre deu. Sempre foi o suficiente.

–Sim, até alguns meses atrás.

Olhei em direção a sala de estar.

–Luke?

–Sim. Ele aumentou nossas despesas. Uma boca a mais para alimentar, uma pessoa a mais para consumir energia e água e sejamos francas, ele fica aqui o dia inteiro com a TV ligada.

–Mas...

–Rachel. Olha para mim. Eu também me apeguei a ele. Também gosto de certa forma do Luke, por mais que eu não admita na frente dele, mas se ele não arranjar um emprego, ele terá de ir embora.

–Luke trabalhando, Kate? -perguntei incrédula.

Ela deu de ombros tristemente.

–Eu sinto muito.

E então, meus olhos encheram d’água.


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Notas finais do capítulo

Aí esse final regaçou com meu coração, mas... É algo mais do que necessário e real né? Só alguém muito bem de vida pra manter alguém como Luke em casa e ainda assim não ter lá muita diferença no salto bancário

Frase do Percy Jackson gente *----------------------------------------------------------*

Certo, to viciada, então me ignorem u.u

Me digam o que acharam, sim?

E sobre minha viagem para Ibertioga... Talvez eu fique sozinha de novo!!!!!!!!!!!!!!!! Mas n sei se vai dá pra escrever, pq... é, deixa pra lá u.u

Fred ta com tanta fome da falta de review de ultimamente, que tá comendo meu útero nesse exato momento e dando muita cólica pra mamãe aqui. Então, socorro '-'

Bjinhosssssssssss
~Samyni

PS. se acham erros me digam, pq fiquei com preguiça de revisar. Tava vendo o jogo e sentindo pena dos chilenos chorando :(



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