Amor às Avessas escrita por Samyni


Capítulo 2
Um Atalho no Destino.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que comentaram no prólogo, fiquei imensamente feliz!
Agora a história começa a acontecer ;)





Boa leitura! ♥



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"Muitas vezes encontramos o nosso destino nos caminhos que tomamos para evitá-lo." -Tipo Destino; Jean de La Fontair.

Eu havia acabado de chegar ao meu apartamento e mal pude acreditar quando verifiquei meu celular, já estava quase na hora de sair novamente.

–Kate! Onde está você? –gritei e minha voz ecoou pelos cômodos.

–No meu quarto. –ela gritou de volta.

Kate estava em sua cama, com o notebook no colo e digitando algo.

–O que você está fazendo? –perguntei.

–Vendo com a Emily umas coisas. –ela sorriu maliciosamente e eu ri.

–Entendi. Bem, estou atrasada para pegar a estrada. Vocês duas comportem-se e não se esqueça de dar comida para o Fumaça, por favor!

–Tudo bem, Rach.

O quarto de Kate mais parecia uma biblioteca. A parede esquerda era coberta por prateleiras cheias de livros - alguns de culinária e outros de ficção -, e logo acima da sua cama de casal, havia ainda mais prateleiras com ainda mais livros. Tudo bem que não eram todos seus - ela havia gentilmente liberado um espaço para os livros que eu tinha -, mas a maioria era. Ao lado da cama havia uma mesinha de cabeceira, e sob ela, uma gaveta com CDs e alguns documentos. As roupas de Kate ocupavam uma cômoda na parede direita, ao lado de alguns porta retratos com fotos dela e de Emily.

Fui andando para meu quarto, que estava um pouco bagunçado. A cama, encostada na parede esquerda, tinha meu notebook, o meu gatinho em cima da minha mala e um livro, que eu estava lendo para a faculdade. Nessa mesma parede, sobre a cama, haviam algumas fotos de lugares que eu visitara e um grande pôster, com uma imagem da Torre Eiffel. Motivo? Bom, eu realmente queria visitá-la um dia. Além daquilo, a parede esquerda ainda tinha uma pequena janela sobre as fotos e o pôster. Na outra parede, diante da cabeceira da cama, havia uma janela maior, que me dava uma vista bonita de NY. E entre essa parede e a cabeceira da cama, uma coluna, onde eu costumava colar alguns post-it notes com coisas importantes. Finalmente, na parede direita ficava o meu armário, organizadamente bagunçado.

–Lindinho, você não vai comigo. Talvez quando crescer ok? –falei pegando o pequeno gatinho meio acinzentado de cima da minha mala.

Ele miou em resposta.

–Entendi tudo. –respondi sarcasticamente para o felino.

Coloquei a pequena criatura em cima de minha cama e corri para o banho. Logo depois de escolher uma roupa quente e a vestir, caminhei rapidamente em direção a cozinha - especificamente para a geladeira- de lá tirei um sanduíche natural e um suco de goiaba, que eu comi sentada em cima da bancada.

–Kate, o sanduíche estava ótimo. Obrigada. –sorri.

–De nada, amiga hétero. A propósito, linda roupa.

–Bem, tenho que ir. Então tira essa bunda da cama e venha fechar a porta.

–Mas você tem a chave...

–Não importa. Anda logo.

Kate bufou, mas acabou levantando.

Parei na porta de entrada do nosso apartamento e Fumaça, meu gatinho carente, apareceu atrás de Kate.

–Esse bicho é sinistro. Aparece do nada. –ela comentou.

–Igual fumaça. –abri um sorriso gigante. –Cuida dele hein?

–Claro.

Coloquei Fumaça no colo de Kate e aprovei a oportunidade para lhe dar um breve abraço. Fumaça miou e eu passei a mão em sua cabeçinha.

✶ ✵ ✴

A estrada estava movimentada àquela hora, por consequência de minha demora. Eu conhecia um atalho, que meu pai pegava raras vezes em casos de emergência, ele era bem mais rápido, em contradição estreito e perigoso. Agarrei o volante com força. Trânsito me irritava e chegar atrasada em algum compromisso mais ainda. Por fim, resolvi pegar o bendito atalho.

Havia andado apenas alguns metros com o carro, quando percebi algo errado. Uma moto caída na beira da trilha, entre a terra batida e árvores. Diminuindo a velocidade mais ainda –se é que era possível- pude ver um monte de roupas pretas... Uma pessoa.

Parei o carro imediatamente e corri em direção à suposta pessoa. Era realmente uma pessoa. Um homem, na verdade. Ele estava bem machucado e pálido por conta da neve que caia. Nem sabia se possuía vida. Não aguentei olhar para o rapaz por muito tempo e logo liguei para minha mãe, que me esperavam.

–Mãe, sou eu.

–Oi Rachel. Está atrasada, aconteceu algo?

–Na verdade sim, mãe. Eu encontrei um rapaz no atalho e ele está bem ferido...

–Você pegou aquele atalho, Rachel? Quantas mil vezes já te falei que ele é altamente perigoso e...

Não importa sua idade, seus pais sempre lhe darão sermão.

–Mãe! O rapaz pode estar morto e você está preocupada em me xingar?

–Tem razão. Isso pode ficar para depois. Boa sorte então, bebê.

–Obrigada.

–Filha, você chegará a tempo para o Natal?

–Não sei, espero que sim.

Desliguei o celular e comecei a pensar no que iria fazer. Uma ambulância demoraria a chegar, não passaria pela trilha e causaria mais problemas no transito, então com muita relutância e dificuldade arrastei o rapaz inconsciente até o banco de passageiro.

Tirei meu casaco, ficando apenas com uma blusa de mangas compridas e o coloquei no rapaz. Dei marcha ré até estar de volta à estrada, pegando o retorno em direção a cidade de Nova York.

✶ ✵ ✴

Já no hospital mais próximo, o garoto passava por uma bateria de exames. Eu estava esperando na sala de espera, com a cabeça baixa e pensativa.

–Rachel Carell? –uma médica morena chamou meu nome.

–Sim?

–Qual seu grau de relação com o senhor Roach?

–Roach? Quem?

–O rapaz que você trouxe.

–Ah, sim! Nenhuma. Bem, eu o encontrei ferido em um atalho.

–Entendo. Pelo visto que ele não possui parentes e nem nada do tipo, então a responsável pode ser você? Afinal de contas, você está aqui até agora esperando notícias.

–Claro!

–O senhor Roach quebrou a perna direita, pois a moto caiu em cima dela; ele também possui hematomas pelo corpo e é provável que perdeu a consciência com a queda.

–Eu... eu posso vê-lo?

–Sim. Venha comigo, Carell.

Andamos pelo corredor branco e entramos em uma sala da mesma cor. O local exalava um odor de antisséptico. A médica me indicou para que eu entrasse.

–Vou te deixar a sós com ele, daqui a pouco eu volto.

–Tudo bem.

Parei o lado da cama. Foi nesta hora que finalmente olhei para o rapaz com...outros olhos. Ele era bonito, claro, dos cabelos castanhos meio bagunçados e possuía uma tatuagem de âncora no braço esquerdo.

–Acorda. Eu salvei você, mereço ver seus olhos. –falei.

Roach piscou os olhos acordando.

–Olá. –falei.

–Quem é você?

–Rachel Carell. E você?

–Luke. Luke Dean Roach.

–Bonito nome. Como se sente?

–Estou com dor de cabeça. O que aconteceu comigo?

–Bem, eu encontrei você em um atalho. Você estava ferido, desacordado e da cor de um fantasma por conta do frio.

–Ah, então você não é a enfermeira. –ele sorriu maliciosamente.

–Eu tenho cara de enfermeira por acaso?

–Sim e está com uma blusa branca...

–Deve ser porque eu tirei meu casaco e coloquei em você.

–É, mas eu não pedi para você fazer isso.

–Garoto, você quer um tapa nessa sua cara?

–Você não teria coragem...

Luke nem havia terminado de falar e seu rosto já estava com uma marca vermelha, onde se podia ver nitidamente meus dedos.

–Não duvide de mim, Roach. Eu surpreendo. –sorri ironicamente.

Ele ficou calado e eu me sentei na cadeira ao lado em silêncio.

–Meus olhos são castanhos. –ele anunciou e eu fiquei sem graça por algum tempo.

–Eu já havia visto. –respondi relutante. 

Longos minutos haviam se passado e nenhuma palavra tinha sido pronunciada entre nós. A doutora adentrou o quarto nos olhando com reprovação.

–Mal se conhecessem e já estão brigando?

–A culpa é dela. –ele disse.

–Quanta maturidade, Luke! –revirei os olhos.

–Vocês não são crianças e nem adolescentes para estarem de guerrinha besta. –a doutora falou ríspida.

–Quantos anos você tem? –perguntei a Luke.

–Vinte e três e você?

–Vinte e um.

–Deixem para se conhecer depois, pois preciso trabalhar. Luke, você quebrou uma perna, tem hematomas pelo corpo inteiro, mas está saudável então não existe um porquê para te mantermos no hospital por muito tempo. Você tem lugar para ir?

Luke pensou por um tempo e balançou a cabeça negativamente.

–Não possui nenhum parente ou amigo?

–Não.

–Já que você não tem família e amigos onde irá ficar? –perguntei a Luke, intrometendo-me na conversa.

–Não sei, eu me viro. –ele deu de ombros.

–Mas é praticamente véspera de natal!

–E daí?

–E daí que eu não deixarei você na rua na véspera de natal, ora.

–Olha moça, eu não quero incomodar ninguém.

–Ora, ora... O bad boy não pensa apenas em si mesmo. Quem diria.

Ele revirou os olhos vestindo sua jaqueta escura.

–Mas não se preocupe, moço. Não incomodará coisa alguma- completei sorrindo.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Luke e Rachel são bem infantis quando tratam um do outro mesmo, é normal...
E quem zoar o nome "Fumaça" vai se ver comigo u_u
Me dizem o que acharam tá bem?! Fred gosta :3
Bjinhosssssssssssssssssssssssssssssssss
~Samyni, Saah, Sah, Velha, Sarethe, Flor de Minas, Mineira.
Ps: quarto da Rachel: http://25.media.tumblr.com/2cad95bf7cdc08f734e92c3929f06de3/tumblr_mvp137h94L1r018smo1_500.jpg



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