The Fallen Angel escrita por Beta23


Capítulo 8
Confuso, quem não estaria?


Notas iniciais do capítulo

Oi, demorei, to sabendo, foi mal. Aí está, aproveitem.



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POV Jensen

Eu ainda não entendi o que tinha acontecido, e, sinceramente, prefiro ficar sem entender.

Eu estava no meio de um sexo com minha ficante quando alguém gritou na minha janela, levantei o olhar, e não acreditei quando vi aqueles olhos violetas outra vez. Tive que mandar Jessica ir embora depois disso, ela foi, mas zombou bastante da minha vizinhança antes de sair pela porta. Para ser sincero, fiquei aliviado quando ela saiu, garota insuportável, só ficamos naquela festa porque eu queria me distrair.

Eu estava a exatamente doze dias sem tirar aquela garota da cabeça, não consigo pensar em outra coisa desde que a vi pela primeira vez naquele beco, junto ao corpo da uma senhora. A vi outra vez na festa de Maxwell Norman, um amigo da faculdade, novamente ao lado de um corpo, uma conhecida minha. Pensei que estava ficando doido, tentei ate mesmo um psicólogo, mesmo sabendo que era ridículo, mas minhas opções estavam se esgotando. E então, eu levei um tiro e fui para o hospital. Fiquei lá por três dias, e quando acordei, ela estava me olhando. Ai tivemos aquela discussão feia, até aquele namoradinho dela aparecer e me tratar como se fosse superior. Era de se esperar que eu relacionasse tudo de ruim que estava acontecendo á ela, já que não era muito comum ver garotas aladas por ai. Resolvi dar uma volta na praia para me acalmar, e é claro que eu tinha que encontrar com ela. Perguntei se ela estava bem, e ela começou á sangrar e soltar penas como uma ave morrendo. Ai, outro namoradinho dela apareceu e saiu voando com ela. Voltei para meu apartamento e tive uma briga feia com Claire, minha irmã caçula, por causa de algum motivo idiota. Fui aquela festa, fiquei com Jessica e a trouxe para meu apartamento. Ai, quando eu estava quase fazendo Jessica ter um orgasmo, Blair aparece na minha janela e grita. Resolvi dar uma passadinha no telhado depois disso, pegar um vento, olhar a cidade. Não esperava encontrar Blair lá, muito menos, encontra-la chorando sangue e gritando. Peguei-a no colo, não podia deixa-la ali, desmanchando-se em lagrimas. Ela apagou assim que eu a carreguei, soltei um suspiro pesado e desci as escadas. Cheguei no quarto andar e abri a porta do meu apartamento. Blair continuava desmaiada, seu rosto fino e gracioso estava manchado de lagrimas de sangue, assim como suas roupas.

– Claire! – chamei – vem aqui.

Depositei Blair no meu sofá, minha irmã apareceu. Seus cabelos loiros estavam bagunçados, os restos de sua maquiagem preta festiva manchavam seu rosto. Ela vestia um pijama azul, era baixinha e magrinha, mais parecia uma garota de treze em plenos quinze anos.

– o que é, Jensen? – perguntou, irritada – interrompeu meu sono, quase impossível, com tantos gemidos vindos do seu quarto.

Revirei os olhos, ela ainda não reparara em Blair.

– fica quieta garota – falei – preciso de ajuda.

Apontei para Blair, jogada no sofá, desmaiada e toda suja.

– ela tá bêbada? – perguntou Claire, ainda mais irritada – você trás suas vadias para casa e sobra para mim?

– ela não está bêbada, e nem é uma vadia – rosnei, não sei por que fiquei irritado – ela precisa se limpar.

Claire estreitou os olhos, bufei de irritação.

– e por que você mesmo não dá um banho nela? – perguntou

Olhei para Blair, não podia negar que ela era muito atraente, mas eu não ia tirar a roupa de uma garota assim, não desmaiada, eu tenho minha honra.

– eu não vou tirar a roupa dela – falei – você precisa, e vai me ajudar.

Ela estreitou os olhos e fez um bico irritante, as vezes era muito difícil resistir ao impulso de joga-la num vulcão.

– eu vou ajudar, por pena dessa garota – disse Claire – não se acostume.

Ela virou e voltou para o quarto, carreguei Blair e levei-a até meu quarto. Deitei-a na minha cama enquanto eu enchia a banheira, Claire apareceu com toalhas e roupas limpas dela.

– acho que essas roupas vão servir – disse Claire, jogando as roupas na cama – traga-a até aqui.

Peguei Blair nos braços outra vez, coloquei-a com cuidado dentro da banheira, já cheia da água.

– isso é sangue? – perguntou Claire, apontando para o vestido branco da garota desmaiada.

Dei de ombros, minha irmã estremeceu.

– essa ai passou por maus bocados – falou – o que houve?

– eu não sei, encontrei ela no telhado – respondi

Minha irmã me encarou, desviei o olhar para Blair.

– como ela se chama? – perguntou

– Blair – respondi.

Assim que eu pronunciei aquele nome, os olhos de Blair se abriram, o tom Violeta não era mais visível, seus olhos estavam tremendamente azuis, um azul elétrico e forte. Ela gritou, um grito agudo e cheio de medo. Dei um pulo de susto, Claire me empurrou para fora do banheiro e fechou a porta. Encostei minha orelha na fechadura, os gritos de Blair cessaram, mas meu coração ainda não tinha se recuperado daquele susto.

– fica calma, está tudo bem – disse Claire, sua voz acalmou até a mim – eu sou Claire e não vou te machucar.

– onde eu estou? – perguntou Blair, sua voz ainda me provocava aquele frio no estomago.

– está na minha casa – respondeu Claire – está tudo bem, eu sou irmã do Jensen.

– Jensen! – guinchou Blair – eu não posso ficar perto dele!

– calma, calma! – disse Claire – se acalma, eu não vou deixar ele tocar em você.

Ouvi a água parar de sacudir, Blair devia ter se acalmado.

– o que ele te fez? – perguntou minha irmã.

– nada – gaguejou Blair – ele não fez nada comigo.

– sei – disse Claire, desconfiada – deixe-me te ajudar, tira esse vestido sujo.

Resolvi parar de tentar escutar atrás da porta, devia deixar elas em paz. Fui para a sala e me joguei no sofá, peguei o controle da TV e mudei os canais rapidamente, sem paciência para ver o telejornal. Bufei de frustração, aquele grito tinha realmente me assustado, e o pior, ela gritara por me ver, eu me sentia um mostro.

– Jensen – ouvi a voz de Claire.

Vire para vê-la, minha irmã segurava o vestido sujo de Blair nas mãos e tinha uma expressão dura no rosto.

– cadê a Blair? – perguntei.

– está dormindo, na sua cama – respondeu.

Soltei um suspiro aliviado, tinha ficado um pouco preocupado com ela. Claire sentou ao meu lado no sofá, desligou a TV e me encarou.

– o que fez com aquela garota? – perguntou, acusadora e irritada.

Pisquei, ela bufava de raiva.

– nada – falei

– não mente para mim – ela falou, com raiva – eu sei que fez algo á ela, aquela garota morre de medo de você.

– mas, eu não fiz nada – falei.

– Jensen! – chiou Claire – você não tem cabeça? Acha que eu sou idiota?

– não enche! – resmunguei.

Ignorei-a enquanto levantava, ela me chamou duas vezes, mas eu não liguei. Abri a porta do meu quarto, Blair dormia calmamente, sua respiração estava tranquila e seu rosto estava sereno. Caminhei lentamente em sua direção, sem fazer barulho ou movimentos bruscos, sentei em seu lado na minha cama.

Ela era baixa, um pouco maior que Claire, que era uma anã. Seus cabelos pretos e ondulados estava penteados e moldavam seu rosto, com graça e delicadeza. Ela tinha lábios vermelhos e perfeitos, seu nariz era fino e gracioso, seu rosto era belo e perfeito. Ela era magra, mas tinha seios bonitos e cintura fina, como uma escultura da época do renascimento.

– você é tão linda – deixei escapar – parece um anjo.

– ironia – disse alguém, na minha janela.

Olhei na direção do som da voz, era o segundo namoradinho dela, o que apareceu na praia e saiu voando com ela.

– quem é você? – perguntei

– meu chamo Spencer, mas nem tente o lance da conexão comigo, não vai rolar – falou.

– conexão? – perguntei

Ele deu de ombros, pulando a janela e entrando no quarto.

– como acha que pode chamar ela? – perguntou – Blair te disse o nome dela, formou a conexão, mesmo sem querer.

Encarei a garota adormecida, Blair respirava fundo com graciosidade. Fiquei perguntando á mim mesmo o que faria quando ela acordasse, eu queria pergunta-la o que perguntei no hospital naquele dia, mas tinha receio de exalta-la demais.

– tem razão, não diga nada á ela – disse Spencer – vocês não podem conversar, não sobre isso. Ela negaria tudo mesmo, nem perca seu tempo.

Encarei ele, Spencer sorria, mesmo sem humor.

– enfim, eu vim aqui para busca-la – falou, escorando-se na minha cômoda – eu preciso falar com ela.

– sabe eu não posso deixar você levar ela assim, não sabe? – perguntei

Ele deu um sorriso irônico e encarou Blair.

– você não sabe o que eu fiz por ela – falou

– diga – induzi

Ele riu baixo, eu estava começando á ficar irritado.

– digamos apenas que ela é importante para mim, assim como eu sou para ela – respondeu – mas, não perca as esperanças, humano, ela não me vê dessa forma, e nem eu a vejo dessa forma.

Ergui uma sobrancelha, Spencer riu novamente e pôs a mão na testa de Blair.

– deves acordar, estarei contigo – disse em voz baixa – venha comigo, te reclamo como minha.

– depois diz que não a vê dessa forma – resmunguei

Ele me olhou, depois riu outra vez. As pálpebras de Blair tremeram, ela estava acordando. Fiquei um pouco apreensivo, nossos encontros anteriores não foram os melhores, e eu não queria que ela gritasse de novo.

– er... Acho melhor você não falar com ela – disse Spencer – não estou brincando.

Pisquei, Blair finalmente acordou, focou em meu rosto com aquele olhos azuis. Achei isso estranho, seus olhos eram violetas, ficavam muito mais bonitos assim. Spencer estalou os dedos na frente do rosto de Blair, atraindo sua atenção, ele sorria para ela com um q de adoração.

– ei – chamou Spencer – acorde.

Ela piscou, um pouco confusa.

– eu dormi? – perguntou

Spencer assentiu, ela continuou confusa.

– mas, eu não durmo – falou.

– não quando está nos salões do julgamento, ou no céu em si – disse Spencer – você está na terra.

Ela assentiu, depois olhou para mim e sua expressão mudou, de confusão, para tristeza e magoa. Fiquei confuso, eu não tinha feito nada á ela, mas ela parecia estar chateada comigo.

– me leva embora Spencer – pediu, me encarando com aqueles olhos azuis vividos e fortes – me leve, por favor.

Uma lagrima desceu em seu rosto, uma lagrima branca. Estranhei, Spencer limpou a lagrima que já estava na bochecha de Blair com um toque leve.

– eu vou – ele disse com a voz firme e calma ao mesmo tempo – eu faço o que pediu, levante-se.

Ela sentou na cama, olhou para baixo e analisou suas roupas. Minha irmã tinha vestido ela com um vestido seu, nela ficava terrível, mas não na Blair, ele estava linda. Um cordão pendia de seu pescoço, o pingente era um crucifixo trabalhado em prata, combinando com os brincos que Claire tinha dado-lhe. ( http://www.polyvore.com/blair_look/set?id=104348072 )

– estou parecendo uma mundana – comentou – Samuel não pode me ver dessa forma.

– Samuel é seu namorado do hospital? – perguntei

Ela virou para mim, seus olhos estavam levemente arregalados, sua expressão ficou estranha, era quase como se ela tivesse medo de mim. Eu perguntaria o que houve, mas sua expressão voltou á ser aquela mesma de antes, triste.

– Samuel é o superior dela – explicou Spencer, afagando o ombro de Blair – não se preocupe querida, ele não vai fazer nada, se não te ver.

Blair assentiu, depois analisou suas próprias roupas outra vez, fechando os olhos, como se estivesse se concentrando. Esperei por um segundo, nada aconteceu, nada visível, pelo menos.

– não consigo senti-lo – ela disse, sua voz mostrava duvida.

– quem? – perguntei

Ela me ignorou, levantou e encarou a janela, como se cogitasse a hipótese de sair correndo do meu quarto.

– não consigo sentir Thales – disse, lançando um olhar preocupado para Spencer – eu sempre consegui senti-lo, por que não consigo mais?

Spencer soltou um suspiro pesado, Blair, respirou fundo, um pouco impaciente.

– responda Spencer – pediu – por favor.

– ele bloqueou sua ligação – respondeu Spencer – Thales não quer te ver.

Blair ficou chorosa, seus olhos ainda estavam azuis.

– mas, eu preciso dele – protestou – Spencer, onde ele está?

– eu não sei, e não diria, mesmo se soubesse – disse Spencer – você sabe que ele pode ser corrompido.

– o que eu fiz de errado? – perguntou, desesperada – eu juro pelas minhas asas que eu não fiz nada.

– não foi você – disse Spencer – foi ele.

Confesso, eu estava muito confuso ouvindo aquilo tudo. Blair colocou as mãos no rosto, seus dedos puxaram seus cabelos, quase com raiva.

– eu não ligo, eu preciso vê-lo – disse – eu vou acha-lo.

– Blair... – começou Spencer.

– diga á Claire que eu agradeço por tudo – disse Blair, sem olhar para mim – eu já vou.

Fiquei sem reação, ela pulou a janela e alçou voo. Olhei para Spencer, procurando respostas. Ele estava inexpressivo, quase irritado.

– pode me explicar? – perguntei

Ele também saiu pela janela, mas virou para mim.

– em uma outra oportunidade – respondeu – agora, preciso cuidar para que esse encontro não aconteça.

E então, Spencer abriu as asas, e saiu voando.


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Notas finais do capítulo

Tá curtinho, o próximo vai ser maior, esse foi só para narrar o que aconteceu enquanto a Blair estava desmaiada, e é claro que ela não poderia narrar nesse estado. Bjs...