The Fallen Angel escrita por Beta23


Capítulo 9
Um beijo tem consequências


Notas iniciais do capítulo

Oie leitores amados e idolatrados do meu heart (coração). Desculpem a demora, meu notebook deu defeito, desculpem.
Agradecendo aqui ás fofas que comentaram e mudaram bruscamente meu dia, eu amo vocês, de verdade, e tudo que eu faço é pra vocês.
Espero que gostem desse capítulo, ele vai abrir a história para o próximos acontecimentos, eu o julgo crucial. Até as notas finais.



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– por favor, apareça – falei.

Olhei em volta do rochedo onde eu estava, nada do Thales. Eu já estava ficando preocupada, fazia horas que eu procurava por ele, e nada. Eu sabia que Spencer estava por perto, eu podia senti-lo, mas não me importei, precisava ver Thales.

– apareça, eu te peço – falei – sou eu, a tua Blair, quem te chama. Vais negar esse pedido?

Silencio, expirei de frustração.

– Blair – disse uma voz atrás de mim.

Virei com uma velocidade fora do comum, deveras, eu sou um anjo.

– Thales! – chamei

Corri e choquei-me contra ele, abraçando-o com os olhos fechados.

– eu fiquei tão preocupada, Thales – suspirei – achei que você não quisesse mais ser meu amigo.

Thales empurrou-me delicadamente, fiquei confusa, isso não foi nada comparado ao que eu senti quando olhei em seus olhos.

– o que houve com você? – perguntei, confusa e assustada.

Ele me encarou com aqueles olhos vermelhos, exato, eu disse vermelhos.

– seus olhos estão... – comecei

– vermelhos, eu sei – suspirou – eu sinto muito por isso.

Toquei seu rosto, Thales estava diferente. Seu nariz estava mais balanceado, sua boca mais equilibrada, seu corpo estava mais forte e definido, não que ele ligasse para isso. Era estranho para mim, mas Thales estava muito bonito.

– está tudo bem – falei – eu gosto assim.

Ele deu um pequeno sorriso, acariciei seu rosto, soltando um suspiro.

– o que está havendo com você? – perguntou – estou preocupada.

Ele baixou o olhar, esperei pela resposta, paciente.

– eu estou sendo corrompido – falou – corro o risco de ser expulso, ou pior, corro o risco de cair.

– oh – ofeguei, sentindo uma pontada no meu peito.

Thales levantou o olhar, tocou em meu rosto e suspirou.

– você está triste – reparou – seus olhos estão azuis, e não violetas.

Baixei a cabeça, ele me abraçou rapidamente, pois eu já tinha recomeçado á chorar.

– eu vi algo horrível – contei, com a voz fininha e embargada – uma coisa terrível e mundana.

– shiu, calma – falou, Thales ergueu meu rosto, pude olhar em seus olhos – me conte.

Neguei com a cabeça, não queria comentar nada daquilo com ninguém.

– me conte – insistiu – eu vou escutar.

Olhei no fundo de seus olhos, vermelhos como sangue.

– eu vi Jensen tendo relações sexuais – falei – eu o vi, com o peito desnudo.

Thales ofegou, fazendo uma careta e me puxando para seu peito.

– isso é horrível – falou – você viu tudo, poderia ter sido expulsa dos céus por presenciar tal ato.

– eu sei – funguei, enterrando o rosto em seu ombro – e isso não foi o pior. Eu regurgitei, chorei sangue, desmaiei e senti tanta dor em meu peito que pensei que estava sendo assada numa churrasqueira infernal.

– oh Blair – disse Thales – por que foi ver aquele humano?

– eu não sei, só não consigo ficar longe dele – respondi.

Thales suspirou, enterrei o rosto em seu ombro e fechei os olhos.

– por que você cortou nossa ligação? – perguntei, levemente magoada – não queria me ver?

Thales respirou fundo, olhei em seus olhos.

– doeu mais em mim do que em você – garantiu – mas eu precisava, ou não me controlaria.

– se controlar? – perguntei, com as sobrancelhas franzidas.

Thales assentiu, fiquei confusa.

– eu tenho tido desejos, vontades mundanas – esclareceu – sempre quando estou com você.

Parei de respirar por um segundo, ele baixou o olhar, para não me encarar.

– que desejos? – perguntei – que vontades mundanas?

Ele hesitou, como se tivesse medo de dizer.

– não posso nem pensar nisso – falou – não com você perto, ou posso acabar perdendo meu lugar no céu.

Bufei de frustração, fiz uma careta frustrada. Thales me olhou, deu um pequeno sorriso e segurou meu queixo com carinho.

– eu adoro quando você fica nervosa, você fica tão linda – falou, sua voz saiu macia e suave, era quase como se ele cantasse para mim.

– obrigada – falei, lentamente.

Thales esquadrilhou meu rosto com o olhar, puxou-me delicadamente para perto, passou os braços em volta da minha cintura devagar, como se estivesse indeciso. Não sei explicar como me senti, meu coração parado deu algumas batidinhas fracas, minhas pernas ficaram ligeiramente bambas, e Thales percebeu, pois me segurou contra seu peito, impedindo-me de cair. Comecei á ficar nervosa, Thales me encarava com aqueles olhos vermelhos e indecifráveis, sua expressão era quase a mesma de Jensen, quando estava com aquela humana.

– Thales... – comecei.

– não tenha medo – falou, calmo – eu não vou te deixar cair.

Dei um pequeno sorriso, Thales também, mas logo não estava mais sorrindo, porque seus lábios estavam colados aos meus. Foi apenas um encostar no inicio, sem muitos movimentos, mas me deixou ofegante, eu nunca fui beijada. Thales puxou um pouquinho meu lábio inferior com os dentes, meus olhos estavam fechados, nossos corpos estavam muito próximos, eu sentia o calor que emanava de Thales. Um impulso forte me atingiu, meu corpo agiu sem ao menos eu permitir, quando me dei conta, estava com a mão direita na nuca de Thales, entrelaçando meus dedos em seus cabelos. Ele ofegou em meio ao beijo, me acordando do entorpecimento temporário. Por que Thales me beijou? Por que eu gostei? Que calor no peito é esse que eu estou sentindo? Sentindo, sim, sentindo. A frieza habitual de minha pele fora substituída por um calor agradável, que logo foi crescendo, crescendo, até ficar levemente desconfortável. Puxei minha boca da de Thales, ele parecia estar sentindo tanta dor quanto eu, pois curvou-se para frente. Cai no chão, sem Thales para me segurar, minhas pernas bambas levavam a melhor. Senti alguém me levantando, agarrei-me a Thales, ele tentava levantar, mas caiu. Me apoiei em meus braços para não cair no chão, senti Thales atrás de mim, me abraçando, impedido-me de cair na beira do abismo. Um clarão rasgou o céu, e Samuel apareceu, tremendo de fúria.

– Thales! – gritou – Blair!

A dor cessou por tempo suficiente de eu ver a cara de Samuel, e eu senti medo dele naquela hora. Sua expressão era dura, ele segurava nas mãos o livro grosso e antigo, e eu já sabia o tinha escrito nele.

– não! – disse Thales – a culpa foi minha, eu fiz isso. Não puna Blair por meus atos, puna apenas á mim.

– calado! – disse Samuel, sua voz tremia.

– por favor, eu imploro – insistiu Thales, colocando-se á minha frente – me expulse, mas não faça nada á ela.

Pensei que ambos morríamos ali mesmo, mas Spencer apareceu, caindo com tudo bem na nossa frente, protegendo-nos da ira de Samuel.

– olá irmão – disse Spencer.

Thales se pôs na minha frente, me abraçou com força e beijou minha testa enquanto Spencer avançava para perto de Samuel, que ainda estava com raiva.

– estava prestes á expulsar esses dois – disse Samuel – ambos cometeram um crime contra as leis divinas, pecaram, cederam á luxuria humana.

– cederam á luxuria? – disse Spencer, sarcástico – usaram camisinha? – perguntou, olhando para nós.

– isso é serio, não tenho tempo para essas suas brincadeiras – vociferou Samuel – eu não sei como você nunca foi expulso.

– todos sabemos que eu não posso ser expulso – disse Spencer – nem mesmo você tem o poder de me fazer calar a boca.

Spencer deu um sorriso para Samuel, que ainda estava com raiva, mas não tanta, apenas das bobagens de Spencer.

– saia da frente, eu vou expulsar ambos – disse Samuel.

– não, você não vai – disse Spencer – eu não vou deixar.

Samuel expirou pesadamente, Spencer nos dirigiu um breve olhar, antes de encarar novamente o irmão.

– eles não podem sair impunes de um ato como esse, o castigo é expulsão – disse Samuel.

– não! Por favor – disse Thales – puna á mim, não faça nada á Blair.

– não está ajudando – disse Spencer – eu cuido disso, voem daqui.

Thales assentiu, levantou e me puxou para seu peito. Abrimos nossas asas, Samuel nem tentou contrariar-nos, alçamos voo antes que ele se arrependesse.

***

Pousamos no céu, depois de quase sermos atingidos por raios no caminho, tive a impressão de que alguém lá em cima estava com muita raiva. Thales não soltou minha mão, agradeci mentalmente o gesto, desde o beijo, eu me senti muito estranha, e Thales me fazia sentir bem.

– essa foi por pouco – falou

– não devíamos ter feito isso, agimos como mundanos – falei, desesperada e dando círculos em volta de Thales – podemos ser expulsos, ou melhor, vamos ser expulsos.

– Blair – chamou-me Thales.

Continuei á andar em círculos, me sentindo mal, me sentindo impura.

– isso não podia ter acontecido – falei, sem encarar Thales – estamos corrompidos.

– Blair, fica calma – disse Thales, um pouco mais impaciente.

Ignorei-o, continuei dando círculos e círculos, sacudindo as asas e balançando as mãos.

– você devia estar arrependido, podemos cair – falei – vamos cair, e podemos não sobreviver.

– Blair! – gritou.

Thales segurou meus pulsos, impedindo-me de continuar andando em círculos. Seus olhos focaram-se nos meus, fiquei mais calmas, apenas com esse gesto.

– eu não me arrependo – falou – mesmo podendo ser expulso, eu não me arrependo.

Pisquei, lagrimas rosadas começaram á cair de meus olhos. Thales as enxugou com os dedos antes de beijar minha testa, acomodei-me em seu peito, sentindo aquele calor agradável que ele exalava.

– eu sinto muito – falei – desculpe.

– shiu, não chore – falou, baixinho – não chore.

Eu fungava um pouco enquanto Thales acariciava meus cabelos, enterrei o rosto em seu peito, sentindo seu coração batendo.

– seu coração está batendo – falei, achando estranho.

– acontece quando eu estou com você – revelou, beijando minha testa – ele não para de bater quando eu te vejo.

Respirei fundo, parando de chorar. Fechei os olhos, apenas aproveitando o contato agradável entre o corpo de Thales e o meu.

– por que fez aquilo? – perguntei – era esse seu desejo mundano?

– sim – respondeu – eu fiz aquilo porque eu criei sentimentos.

Levantei minha cabeça rapidamente, encarando aqueles olhos, maravilhada.

– você desenvolveu sentimentos? – perguntei – como é? Como é sentir?

– é muito bom, eu me sinto quase humano – respondeu, sorrindo para mim – é ótimo sentir, é ainda melhor do que achávamos que seria.

– eu queria sentir também – falei – queria sentir o que você sente.

Thales sorriu para mim, sorri de volta, e então me ocorreu algo.

– o que você sentiu? – perguntei

Ele hesitou, seu sorriso foi reduzindo-se aos poucos, era quase como se ele tivesse medo de me falar, ou medo da minha reação.

– eu senti... – começou – senti...

E então, não estávamos mais sozinhos. Samuel estava mais calmo, porem continuava com aquela expressão severa.

– Thales, venha comigo – chamou.

Olhei para Thales, ele me tranquilizou com um olhar.

– venha logo – apressou Samuel

– posso me despedir? – perguntou Thales.

Samuel hesitou, estava claramente surpreso pela reação de Thales.

– pode – cedeu – não demore-se, estou no salão do julgamento.

Thales assentiu, Samuel desapareceu por entre as nuvens do céu. Fiquei apreensiva e nervosa, mas Thales estava tranquilo, como se não pudesse adiar o inevitável. Porem, seu olhar revelava tristeza, e por um milésimo de segundo, seus olhos ficaram violetas, a mistura de dois sentimentos, tristeza e outro, um vermelho, que eu nunca tinha visto.

– temo que esse seja nosso fim – falou, tristemente.

Acariciei seu rosto, Thales fechou os olhos.

– não diga isso – falei – por favor.

– acho que nunca teria dado certo, sendo quem somos – falou, ainda de olhos fechados.

– calado, não diga mais nada – falei.

Thales abriu os olhos, que estavam completamente azuis agora.

– seus olhos... – comecei, parei de falar e soltei um suspiro – tristeza.

Ele assentiu, suas mãos seguraram meu rosto como se eu fosse uma boneca de porcelana, que poderia quebrar á qualquer segundo. Thales não hesitou, colou nossos lábios outra vez, com algo mais desta vez, algo tão intenso que não consegui detectar. Meu ar faltou, mas não podíamos morrer, portanto nem tentamos nos separar. Thales me puxou para seu peito tão rápido que eu me assustei, mas ele não me deixou terminar o beijo, e tinha algo urgente em seus lábios, era quase como se ele sentisse dor ao me beijar, mas o fazia mesmo assim. Separei nossos lábios, Thales beijou minha testa, senti um calor percorrer meu corpo, ele tinha me dado uma benção.

– adeus Blair – falou.

– não diga adeus – falei

Thales suspirou e segurou meu rosto, roçando nossos lábios, sua respiração quente banhava meu rosto frio, seus olhos estavam fechados. Thales apertou os lábios contra os meus uma ultima vez, puxou meu lábio inferior com os dentes, fazendo-me ficar toda arrepiada. Ele parou de me beijar, olhou em meus olhos, roçou nossos narizes e respirou fundo, como se estivesse prestes á fazer algo desagradável.

– eu te amo, Blair – falou, sua voz saiu baixa, mas muito firme.

Já se sentiu como se estivesse flutuando, as cores e os sons ficam tão indistintos que você chega á pensar que está sonhando? Então, foi exatamente o que eu senti. Nem sei quanto tempo passou, ou se passou realmente algum tempo, anjos tinham velocidade, não pude reparar o momento em que Thales sumiu, deixando-me estática, confusa, parada, boquiaberta, lerda e triste.

Pisquei, tentado evitar as lagrimas azuis que saiam de meus olhos, mas nada me faria ficar bem agora. Meu melhor amigo seria expulso do céu, apenas por ter um sentimento, um sentimento lindo, que muitos lutam para ter, porem poucos conseguem.

– não fique assim – disse uma voz familiar atrás de mim.

Nem precisei olhar para trás, em dois segundos, Spencer me abraçava, enquanto eu estava virando um poça de lagrimas azuis.

– ele vai cair – falei.

– sinto muito – disse Spencer, baixinho.

– é tudo minha culpa – funguei – minha culpa.

– não, não é sua culpa – disse Spencer – Thales já estava predestinado á amar.

– ninguém está predestinado á isso – falei.

Spencer suspirou, fechei os olhos, enterrando meu rosto em seu peito aconchegante.

– o amor é como uma bomba, todos sabem que vai explodir e levar tudo consigo, mas ninguém sabe quando, ou onde – disse Spencer – o amor é como um terremoto, devasta, muda tudo, mas é algo natural, algo que ninguém pode impedir, ou presumir quando ou onde vai aparecer, ele simplesmente ocorre.

– terremotos e bombas matam pessoas – falei

Spencer deu um pequeno sorriso, fiquei confusa.

– não se preocupe, Blair – falou – Thales vai ficar bem.

– não, ele não vai – falei – ele vai perder sua graça, vai cair do céu, vai ser expulso da ordem do senhor.

Spencer beijou minha cabeça, fechei os olhos por um momento, apenas desejando não ter existido, assim, eu não tiraria tudo de Thales.

Vários outros anjos saíram em disparada, todos correndo para a praça central. Franzi as sobrancelhas, Spencer bufou.

– eu soube que vai ter uma expulsão – disse um anjo, conversando com outro.

– quem será? – perguntou um cupido, voando em disparada, bagunçando meus cabelos.

– Spencer? – falei.

Olhei para ele, Spencer mostrava irritação.

– esses anjos são todos uns curiosos – falou – é melhor ficar preparada, os próximos dias serão péssimos para você.

Ouvi o som da harpa, a harpa tocada em dia de expulsão, era como um ritual sagrado. Primeiro as harpas, depois os tambores, e aí, o anjo era chutado do céu, enquanto todos os outros cantavam.

– é o Thales! – disse Miranda, uma guerreira – Blair, é o Thales!

Ofeguei, arregalando os olhos. Soltei-me de Spencer, desatei á correr, abri minhas asas, fiz toda a força que consegui. As harpas pararam, os tambores soaram.

– Blair! – gritou Spencer.

Ignorei-o, estava quase chegando á praça central, pude ouvir os gritos de Thales. Pousei com tudo, tropecei e quase caí no buraco. Sim, tinha um buraco ali, onde todos os anjos que caiam iam parar, através desse buraco, eles caiam na terra. Escritas em aramaico rodeavam o buraco, ou poço, como nós chamávamos, aquelas escritas eram sagradas, impediam que demônios, anjos caídos, ou humanos perdidos (já aconteceu, para onde acha que vão os helicópteros?) de entrarem no céu. Era por lá que as almas passavam quando eram recolhidas, era por lá que os anjos entravam, era por lá eu passavam os pequenos anjos, quando voavam pela primeira vez. Era um lugar muito sagrado para nós, e estava prestes á ser a sentença de Thales. Samuel estava perto, segurava o livro sagrado dos anjos, lia em aramaico, os rituais sagrados para expulsão, que logo seria o destino de Thales.

Falando em Thales, ele estava na beira do poço, olhando para baixo. Lagrimas vermelhas saiam de seus olhos, ele gritava de dor, suas asas começaram á desfazer-se, as penas caiam, saia sangue. Eu estava muito horrorizada, Thales engolia em seco, esperando pelo fim. Os tambores estavam parando, os anjos começaram á cantar, todos de olhos dourados, exalando o poder dos anjos.

– Thales! – gritei.

Ele abriu os olhos, procurou em todas os anjos, e quando me achou, respirou fundo, como se não se importasse com o fato de que estava condenado á vagar na terra.

– é por você – falou, de onde eu estava, precisei ler seus lábios.

– não! – gritei.

– Expulso! – gritou Samuel, em aramaico.

Thales gritou, eu também. Seu corpo vergou para frente, fazendo-o cair no buraco.

– Thales! – gritei, usando todo o ar em meus pulmões para fazê-lo.

Corri, desvencilhei-me dos milhares de anjos que estavam no meu caminho e pulei no buraco, ouvindo os gritos dos demais. Abri minhas asas enquanto caia, procurei por Thales em todo o céu, tudo que pude ver foram suas penas ensanguentadas, soltando-se de suas asas.

– Thales! – chamei.

– Blair? – respondeu, em algum lugar á minha esquerda.

Parei de respirar, olhei em volta, achando-o despencando ao meu lado.

– Thales – falei.

Agarrei-o, suas asas já não podiam suporta-lo, mas as minhas podiam, minhas asas eram fortes, e eu muito leve, eu podia carrega-lo. Thales abraçou-se á mim, senti suas lagrimas molharem meu vestido, manchando-o de sangue.

– vai ficar tudo bem – falei – eu não vou te deixar cair.

– Blair – disse, sua voz quase não saia, devido á dor da queda.

– shiu – falei.

Comecei á planar, não sabia para onde levaria Thales, mas não podia deixa-lo á mercê da gravidade.

As nuvens ficaram mais densas, escuras, como se toda a ordem dos anjos estivesse furiosa por minhas ações. Eu ignoraria, se um trovão não cortasse o céu, atingindo á mim e á Thales, separando-nos. Minha visão escureceu, senti o corpo de Thales cair, assim como o meu, já que minhas asas não me faziam voar. Eu estava caindo, ouvindo um zumbido nos ouvidos, quase sem movimentos, devido ao choque do trovão.

Não sei quanto tempo passou, ou o quanto eu me afastei, só senti o impacto. Eu aterrissei no telhado de um celeiro, espantando os animais que ali viviam. Gemi de dor, mas não consegui me mexer, meus músculos estavam rígidos por causa do trovão.

– o que aconteceu aqui? – disse uma voz.

Vi uma sombra se aproximar, uma silhueta grande e disforme. A pessoas curvou-se sobre mim, minhas pálpebras fechavam-se sozinhas, o efeito do trovão me fazia sentir todas as partículas do meu corpo. Senti dedos quentes e calejados tocarem meu rosto, arfei, em busca de ar.

– Thales – sussurrei.

A pessoa estancou, devia ter visto minhas asas, mas não teve medo. Senti que era erguida em braços, senti cheiro de terra limpa, arvores.

– Thales – sussurrei novamente.

– fique quieta, menina – mandou.

Era uma voz grave, madura, e eu soube que tratava-se de um homem. Não resisti, minhas forcas esgotaram-se, minhas pálpebras deram seu golpe final. Senti o sol nascente esquentar minhas pele, foi tudo o que consegui registrar antes de desmaiar por completo nos braços daquele estranho.


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Notas finais do capítulo

Não odeiem o Thales, ele não tem culpa por minha vontade enorme de botar lenha na fogueira, não me matem.
O que acham de imagens dos personagens? Eu já tenho o Thales, o Jensen, o Spencer e o Samuel aqui, posso postar as fotos?
Quanto aos looks, eu gosto de criar com as características dos personagens, posso colocar isso também?
Vocês sabem que eu faço tudo por vocês, e á meu ver, isso vai acrescentar veracidade á história. Beijos, até o próximo capítulo.



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