Affectum Serpentis escrita por Lady Holmes


Capítulo 9
Do que Amelia Gillian é verdadeiramente capaz?


Notas iniciais do capítulo

Não pirem com o capítulo okay? Sim ele é completamente doido HAHUAHUHU. E tem um final tão bonitinho gente!! Espero que gostem, Amy ainda está sentada no banquinho pra se acalmar um pouco. XO



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Amelia esperava o resto dos professores chegarem a sala de Marcus. Diferentemente do normal, ela se sentia furiosa com tudo e todos. Se pudesse, teria continuado a bater em Calli até ela virar uma gosma de bruxa. Seu ódio estava maior que o normal e, quando o diretor chegou, eles finalmente começaram.

– Que ultraje! - Disse Galatea. - Desde quando usamos socos para duelos? Algo tão primitivo e tão... Trouxa!

– Algum problema com isso professora?– Disse Gillian abrindo um sorriso sarcástico. A professora se surpreendeu com o tom da aluna.

– Amelia... - Disse Marcus se aproximando da garota. Ele percebeu que algo estava errado. Sim, a garota tinha uma fúria dentro de si, mas algo estava diferente do normal. - O que aconteceu com você?

– Nada. - Ela cuspiu a palavra secamente. - Nada aconteceu comigo. Ah, claro, a não ser que desde que cheguei ao castelo Callidora Black vem sendo uma completa vadia, vagabunda e puta comigo. Só Morgana sabe o que ela deseja de mim! - Ela não percebeu que havia usado o nome de Morgana e já havia sido avisada que aquilo não era normal. Falara o nome da bruxa das trevas não ajudava em nada o caso da garota.

Nenhum professor conseguia chegar ao um acordo. Slughorn e Galatea desejam que a garota fosse expulsa. Marcus e Dumbledore diziam que era um exagero. Dippet não parecia concordar com nada. Foi quando Galatea exclamou que Amelia era uma maluca que acabaria destruindo o castelo que a loira se exaltou.

– Ah claro! Nada que alguns alunos nesse maldito castelo não possam fazer sem minha ajuda. Sendo bem sincera, eu concordo que me mandem de volto do lugar que vim! ISSO SE ALGUM CERTO PROFESSOR BIRUTA FIZER O FAVOR DE ME AJUDAR! QUAL É O PROBLEMA DE VOCÊS BRUXOS? SINCERAMENTE! - Apenas Marcus e Alvo entenderam e, dessa vez, Alvo também percebeu que alguma coisa estava errada. Os professores se afastaram da jovem e Black disse:

– Proponho um teste. Amy tem sim um temperamento explosivo... Mas não chega a esse ponto! Eu sinto que há alguma coisa errada com a garota. - Dippet achou uma ótima ideia. Não só o teste de sangue que mandaria para St. Mungus, para que fosse imparcial, mas também as detenções com Marcus e o fato de que, se a garota não aparecesse no baile dia trinta e um, seria expulsa.

– Minha cara jovem, - começou o diretor - suas escolhas são o seguinte: Saia pelas portas do castelo e nunca retorne, deixando sua varinha conosco ou, se preferir, um mês de detenções com o professor Black, proverá uma ampola de seu sangue para testes e, caso não compareça a festa do dia das bruxas, seja expulsa imediatamente. - Amelia estava mais calma e racional depois que o diretor disse suas opções. Tremeu com a história do baile, mas para ser bem sincera, se fosse expulsa acabaria tendo que viver naquele tempo e sem magia ainda! Seria o inferno na terra multiplicado por vinte! Não disse nada, apenas acenou com a cabeça em concordância. - Depois da colheita do sangue, a senhoria pode voltar para seu dormitório. - Amy não reclamou quando lhe enfiaram a varinha para lhe sugar o sangue. Observou a bola, que deveria ter o tamanho de uma bolinha de golfe, sair de seu braço esquerdo e ir até uma ampola nas mãos de Slughorn. O professor fechou e entregou ao diretor que o colocou dentro de suas vestias púrpuras. Amelia não esperou que fosse dispensada. Apenas se levantou batendo a porta atrás de si.

Chegou ao salão da Grifinória quando já não havia quase ninguém. Os poucos que havia encaram Gillian temerosos. Amy subiu as escadas, indo em direção ao dormitório. Encontrou duas garotas sentadas sobre sua cama, ambas quietas e preocupadas.

– O que vocês querem comigo dessa vez? - Disse Amelia quando viu Dorea e Minerva em sua cama.

– Quem sabe queremos conversar com você! Amelia o que tinha em sua cabeça? - Minne disse apavorada.

– Vejamos... Eu diria que em minha cabeça a pergunta quantos socos até ela parar de respirar? Era o que mais passava. - E deu uma risada.

– Isso não é brincadeira! Você poderia realmente tê-la matado! - Dorea disse. - Eu não sou flores e amores com minha prima, mas realmente não gostaria de vê-la assassinada. - Amelia se sentou em sua cama, fazendo que a dupla se levantasse e ficasse de frente para loira.

– Eu poderia. Eu apenas não quis. Se eu tivesse vontade eu teria feito. E não há nada que seu querido irmão pudesse fazer. Ou que qualquer um pudesse. - Ela jogou seus sapatos sobre o chão e utilizou um feitiço para trocar de roupa e colocar o pijama.

– Você percebe o quão maluca você soa? - Disse McGonagall.

– Maluca? É isso que pensa de mim Minerva? - A ruiva não respondeu, por isso a loira invadiu a mente da amiga e abriu um sorriso sarcástico. - É exatamente o que pensa de mim. Inacreditável! E você Dorea? Também estou em sua lista de malucas perigosas? - Dorea desviou o olhar e corou, não era nem preciso invadir a mente da morena para saber que a resposta era sim. - Pelas barbas de Merlin e o cabelo desgrenhado de Morgana! Se acharem que sou uma maluca, façam o favor para ambas as partes e parem de fingir que são minhas amigas sim? Não preciso de pena e muito menos de medo. Eu já vivi sozinha minha vida toda, não é como se fosse doer mais alguns meses. É tudo temporário afinal!

Minerva percebeu o lapso na história de Amelia, mas nada disse. Apenas puxou Dorea pelo braço indicando que aquilo era o fim da discussão. Amelia Jessica Gillian era uma maluca e elas iriam se machucar caso ficassem muito perto. Amy fechou sua cortina, colocando inúmeros feitiços de proteção, tanto caso desejasse falar, quanto para manter os outros fora de sua visão. Não aguentava mais aquele papo de Callidora coitadinha. Callidora havia recebido o que merecia. O único arrependimento de Amelia era não ter apertado até o final o pescoço da morena. Contudo, aquilo poderia ser um estágio temporário. Amy sabia maneiras de matar um bruxo que nem mesmo o mais inteligente bruxo do mundo saberia que havia sido ela. Ela sabia muito bem que era apenas uma questão de vontade. De impulso.

*

Longe dali, em um dormitório da Sonserina, certo moreno tinha um sorriso nos lábios. Havia capturado poucas memórias da garota, mas algumas mostravam seus piores momentos. Callidora mereceria uma ótima noite após o que passou. Havia lhe sido tão útil, tanto preparando a poção quanto atacando Amelia.

O garoto não compreendia totalmente o que havia visto. Havia dois gêmeos ruivos como Weasleys lhe dando adeus. Uma mulher de cabelos grisalhos lhe dando um tapa na bochecha esquerda. Inúmeras crianças rindo de uma jovem Amelia. Mas a parte mais interessante foi a de uma batalha. Um homem loiro, muito parecido com a própria Amelia, e com Abraxas também, lhe lançava a maldição Cruciatus. Ela estava em algum lugar desconhecido para Riddle, e gritava como nunca. Tinha lágrimas sobre os olhos. Por muito tempo a visão se manteve ali, até que mudou para um homem com um rosto ofídico e olhos vermelhos. Ele sorria para Amelia e a garota sentiu um arrepio na espinha, temendo-o mais do que tudo. O final era ainda mais desconexo que o resto das memórias. Ela estava em Hogwarts, mas parecia uma Hogwarts diferente. Ela entrava em um guarda vassouras e, no chão, percebia algo brilhante. A visão terminou naquele momento. Por mais que não houvesse nenhuma informação de como Amelia sabia o que sabia, as informações lhe eram úteis. Daquela maneira ele poderia se aproximar da jovem. Quem sabe até mesmo manipulá-la. Ela tem poder e raiva dentro de si. Ela seria uma ótima aliada

Tom Riddle não percebeu naquele momento, mas diferente de Callidora Black, e de qualquer outro seguidor que tinha naquela escola, o moreno respeitava Amelia. Ele sabia do que ela parecia ser capaz. E além de temê-la, ele a queria para si. Como uma sócia. Uma arma secreta. A loira enganava qualquer um. Enganou ele.

O garoto caiu finalmente no sono, dormindo mais um sono sem sonho, como era de costume. A hora de começar a erguer seu império se aproximava. Mas antes disso ele precisava ou trazer Amelia para seu lado, ou descobrir tudo que a garota sabia sobre ele e matá-la.

*

Na manhã seguinte ninguém acordou Amelia. Quando ela percebeu já havia passado do horário do almoço. Deveria ir para suas aulas da tarde, mas era última coisa que desejava. Naquela manhã sua cabeça parecia que iria explodir. Parecia que um obelisco havia lhe apertado até que fosse possível. Levantou-se da cama e caminhou até a cozinha, desejando um pedaço de uma torta de abóbora e um bom café. Quando convenceu um elfo a lhe dar um pouco de comida, caminhou até a torre de astronomia e se sentou lá até o anoitecer. Aquilo lhe parecia tão mais tranquilo. Porque não viver o resto do tempo que tinha naquela época dessa maneira? Não é como se as aulas de Galatea, por exemplo, fossem lhe servir de alguma coisa. Ela teria mais chances se aprendesse a lutar com Neville.

Quando o pôr do sol terminou, Amelia se levantou e começou a caminhada até a sala de Marcus. Chegou lá quando a última turma, um quinto ano da Grifinória de Lufa-Lufa, se retirava da sala. O grupo todo, quando viu Amy parada ao lado da porta, começou a murmurar coisas sobre a garota. Muitos chegaram a mudar de caminho apenas para não passarem perto da maluca de Hogwarts.

– Os nomes que eu recebo nessa escola... Cada um pior que o outro. - Disse a loira pra si mesma, entrando para a sala de Marcus.

– Olá Amy. - Disse o professor. Amelia sorriu para o amigo e acenou com o dedo indicador, como se desse uma saudação militar.

– Qual será a tortura que passarei o mês fazendo? Isso fora o baile! Eu pretendia ficar doente nesse maldito baile! Agora eu preciso de uma fantasia. - Ela se sentou a frente do professor que lhe entregou uma pilha gigantesca de pergaminhos.

– Vamos corrigi-los. Bem, você vai. Eu tenho essa pilha de pergaminhos do sétimo para corrigir. - Amelia percebeu que seria uma longa noite, mas não reclamou. Pelo menos Marcus ainda olhava em sua cara e conversava com ela. Se fosse para janta sentaria na ponta da mesa, excluída de todos e em silêncio. Preferia desaparecer ao dar prazer à Callidora e Tom.

– Pelo menos não preciso ir para o Salão. Acho que as pessoas meio que me odeiam agora. - Amy disse, começando a corrigir o pergaminho de um Rory Willians. O coitado do garoto acabaria com uma péssima nota pelo número de erros do primeiro parágrafo.

– Até Dorea e Minerva? - Ele perguntou curioso.

– Eu discuti com elas quando cheguei ao dormitório. Aparentemente elas acreditam que seu uma maluca perigosa. E eu não dei motivos para que pensassem diferente disso... - Amy soltou um suspiro e circulou mais um erro no pergaminho do garoto. - O mais estranho é que me lembro de tudo que aconteceu, mas não parece que fui eu que fiz. É quase como tivesse assistido aquilo em um filme. Não era eu Marcus. Alguma coisa aconteceu.

– Eu e Alvo pensamos a mesma coisa. O que você pensa que pode ser?

– Um feitiço? Uma poção? Má sorte? Alguma coisa aconteceu e eu acabei quase matando Callidora e agora todos me odeiam ou tem medo de mim. Se não é um pouco dos dois. - Amy trocou de pergaminho e continuou dizendo:

– Poderia Callidora ter feito isso? - Marcus tirou os olhos do pergaminho e encarou a loira. Ela o olhava ansiosa pela resposta. Ela estava com medo de que fosse realmente capaz de tudo aquilo. De todo aquele ódio.

– Não com um feitiço. Mas uma poção sim. - Amelia entristeceu um pouco, não tinha como a morena tê-la feito beber uma poção. Era impossível. - O teste irá nos dizer Amy. E eu sei que você não é uma completa maluca... Isso ajuda, não é? - Gillian sorriu concordando.

– É. Mais ou menos! - E ambos deram risada.

A noite foi passando. Quando estava um pouco passado da metade dos pergaminhos, dois elfos trouxeram bandejas com comida e uma jarra de suco de abóbora. Amy torceu o nariz e transfigurou a bebida em água.

– Amy, eu realmente não queria lhe pergunta isso. Depois que tudo que você me contou, sobre seu futuro e sobre como alguns bruxos serão... Como Riddle irá ser, eu não posso deixar de lembrar o que Callidora lhe disse no tablado. Sobre você estar apaixonada por ele. Você sabe que é loucura, certo?

– Marcus... As coisas sobre o futuro que sei são complicadas. Qualquer passo em falos eu posso criar paradoxos. Quem sabe nunca ter nascido. Por isso que tento me afastar das pessoas daqui. É perigoso que eu acabe me apaixonando ou fazendo que alguém se apaixone. Só que é como há um doce e você está de dieta. Você sabe que é proibido, sabe que vai dar errado e o que você faz?

– Você come. - O homem lhe olhou tristemente. - Eu te entendo. Porém, se metade do que me disse se tornará verdade, se ele fizer só um pouco do que me contou... Você sabendo disso, como consegue sentir alguma coisa por ele?

– Como é que eu vou saber! Se soubesse dava um jeito de concertar! Eu só sei que Tom Riddle é um mistério para mim, ao mesmo tempo em que eu sei tanto sobre ele. Sei o que ele fará com os Potters no futuro, com Hogwarts, com o mundo bruxo. O que seus seguidores farão com meus amigos e comigo mesma. Mas quando estou ao seu lado, eu não sinto o pavor que deveria. Sim, sinto um frio na barriga. Um temor. Só que a adrenalina é maior. A paixão, a dopamina. E quando me percebo estou muito perto para recusar o doce. É quase como uma droga... Tom Riddle vicia. - Marcus riu.

– Sabe, você acabou de descrever o que sentia perto de minha mulher. - Amelia deixou o copo parar na boca e olhar Black surpresa.

– Achei que você queria me tranqüilizar Marcus. Não me apavorar mais ainda! - A dupla gargalhou por alguns minutos e então terminou o jantar sem muito mais papo. Os pergaminhos, infelizmente, não iriam se corrigir sozinhos.

Quando Amelia terminou, jurou que sua mão continuaria a dar P’s e E’s sozinha à noite. A maioria dos alunos havia recebido a nota Passável e Excede as Expectativas. Amy terminou de escrever um passável no pergaminho de uma Martha Jones e sorriu, finalmente colocando a pena sobre a mesa.

– Terminei! Por Merlin! - Marcus sorriu, ele estava terminando o penúltimo pergaminho do sétimo ano. Amélia até o ajudaria, mas como era do sétimo ela não poderia corrigir o trabalho de um colega.

– Você pode ir indo. Amanhã no mesmo horário. Mesmo trabalho, apenas outro grupo. - Amy revirou os olhos e encarou a mão direita.

– Em um mês estarei escrevendo as notas sem mesmo perceber. Vão pedir que assine meu nome será algo como Amelia Passável Jessica Excede Expectativas Gillian.– O professor riu e abraçou a loira.

– Você deveria tentar dormir essa noite e, quem sabe, só uma ideia, aparecer nas aulas de amanhã. - Gillian revirou os olhos encarando o amigo.

– Amanhã é sexta. Tenho a maioria dos períodos livres. Não vejo o porquê de levantar da cama antes do meio dia. Não é como se as notas que tivesse aqui fossem realmente valer para meus NIEM’S.

– Mas elas podem ajudar. - Amy gargalhou e parou na porta, virando-se para encarar o professor:

– É, acho que não hein! - E, ainda rindo, fechou a porta atrás de si.

*

Como Amelia disse para Black, ela nem tentou levantar-se antes do meio dia. A tarde fez o mesmo que na quinta, passou deitada na torre de astronomia. Na sexta a noite pediu que Marcus a liberasse para ir a Hogsmeade. Se ela seria obrigada a ir a esse maldito baile precisava de um vestido e de sapatos. Ela estava em duvida de comprar um vestido pronto ou de fazê-lo ela mesma. Sabia que se o fizesse ele seria algo nunca visto naquele tempo. Mas como não havia mais ninguém que ela precisasse se importar com a opinião, curto ou não, sexy ou não, ela faria uma fantasia inesquecível!

– Eu vou com você Amelia! - Disse Marcus para uma Gillian furiosa. - Eu prometi para Alvo. E para o Diretor Dippet.

– Você um segurança para mim ou para que eu não ataque os outros? - Black sorriu.

– Um pouco dos dois. Para controlar qualquer piada que possa vim e, caso alguma venha, para que você não perca a cabeça. Eu e você concordamos com a teoria de uma poção, mas não sabemos qual e nem se ela tem um efeito há longo prazo.

– Tudo bem. Só não quero ninguém me dizendo o que posso ou não comprar. Eu não vou escutar sua opinião, fique avisado. A não ser que ela seja boa. - Marcus concordou e a dupla se pôs a caminho de Hogsmeade.

Entraram em uma loja onde várias garotas estavam. Amy viu Minne e Dorea rindo sobre alguma coisa que Lysandra havia dito. Quando o trio percebeu que a loira havia entrado se silenciou. O grupo de garotas barulhentas foi se silenciando cada vez mais enquanto Amelia ia em direção ao um grupo de vestidos pretos.

– O que os estilistas acham que somos? - Amy perguntou encarando os vestidos pretos da loja. Olhou por cima os outros e viu que a única diferença era a cor mesmo. - Beatas? Freiras? Merlin! Não vou usar algo assim nem em um milhão de anos! - Marcus olhou a garota que tinha o rosto apavorado. - O que?

– Você precisa lembrar em que tempo está. As garotas não são como você. - Amy riu concordando.

– Disso eu já sabia. Mas elas precisam usar isso? - Amy soltou o último vestido e olhou para porta. - Não mesmo. Eu vou fazer um vestido sozinha. - Marcus não gostou da ideia, mas começou a seguir a amiga até a saída quando um grupo de Sonserinas que estavam perto da porta, fez Amelia cair. Gillian caiu e todo o silêncio da loja foi quebrado por um monte de risadas. Amelia levantou-se furiosa. Seus olhos cinza estavam quase vermelhos de ódio e sua mão correu até a varinha. Por pouco a loira não amaldiçoou as meninas ali. Marcus correu e segurou o braço direito da loira e empurrou a amiga para fora da loja.

– Aquelas... Aquelas... Deveria ter me deixado atacá-las Black!

– E assim seria expulsa! Deseja passar o resto dos dias presa nessa época e sem magia? Se sim eu não irei impedi-la de voltar à loja. - Amelia respirou fundo indo em direção ao uma loja pequena de tecidos mágicos.

Na loja não havia quase ninguém. Nenhum aluno de Hogwarts estava ali, isso era certo. Era uma loja escura e empoeirada que a lembrava o Olivaras. Uma medonha senhora de cabelos negros chegou ao balcão e pediu para Gillian:

– No que posso ajudá-los? - Amy parou por um minuto. Ela precisava de uma ideia para o vestido antes de saber o que comprar para fazê-lo. Pensou por alguns instantes e pediu:

– Gostaria de dois metros de uma seda negra. - A mulher concordou e foi em busca. Voltou entregando para a Amelia uma sacola com o tecido.

– Apenas isso querida? - Amy negou e apontou para um tecido ao fundo. Era um tecido perolado coberto com pedras pretas. Pouco do perolado aparecia, dando vez ao um ar mais negro. Amy começou a explicar o que desejava fazer a bruxa lhe entregou os tecidos e objetos necessários. A única coisa que a bruxa não conseguia entender era que o vestido era mesmo para Amy. Mas a loira estava levando tão pouco tecido que parecia para uma criança.

– É para uma fantasia. - Ela respondeu. A bruxa não pareceu convencida, mas aceitou. Entregou os tecidos para a jovem e disse a Marcus o preço. O professor pagou a mulher e Amy disse que precisavam passar em algum lugar que pudesse comprar um sapato.

Quando saíram da loja, o inferno estava na terra. Bruxos vestidos de negro e peles estavam caminhando por Hogsmeade, lançando maldições da morte por todos os lados. Amy agarrou a varinha e usou um feitiço para diminuir a sacola e guardá-la no bolso. Depois disso, percebeu que Marcus já lutava com os homens e não era o único. Alguns alunos do sétimo também o faziam. Amy percebeu Tom no meio e viu um bruxo indo atacá-lo pelas costas. Correndo em sua direção gritou:

– Riddle cuidado! - O garoto se virou e atacou o bruxo, mas foi derrubado por outro.

– Que tipo de sobrenome é esse? - Disse um deles. O sotaque russo era muito forte e tinha uma longa barba negra. - Um trouxa? - Disse o outro. Riddle estava no chão e longe de sua varinha. Amy congelou. Ela poderia deixar que fizessem o trabalho. Isso significava nada mais de Tom Riddle. Nada mais de Lord Voldemort. Mas porque seu coração ficava dizendo que isso era uma coisa ruim?

– Porque fui nascer tão altruísta... Por Merlin! - Amy lançou uma maldição no barbudo e no companheiro careca, indo a frente de Riddle como um escudo.

– Não preciso de sua ajuda Gillian. - O garoto disse. A loira riu.

– É eu vejo. Pegue a varinha e duele como um homem Riddle. - Não foi preciso dizer duas vezes. Tom já estava de pé ao lado de Amy com a varinha em punho. Muito dos homens já estavam caídos ou haviam sumido. Amelia escutou Marcus a chamar, porém ela ignorou. Ela tinha um duelo para lutar. E dessa vez seria sem os punhos.

Avadas quase acertaram a dupla, mais do que seria saudável dizer. Porém Amelia havia acertado um deles com o Sectumsempra e ele estava perdendo muito sangue.

– O que fez com ele sua sangue ruim nojenta? - Disse o barbudo que olhava o companheiro apavorado.

– É o que vou fazer com você se não se afastar. - Amelia respondeu. Olhando para o lado percebeu que o grupo de homens vestidos de negro estava cercando ela e Tom.

– Não vem coisa boa por aí. - Amy disse para Tom. O garoto não respondeu. Amelia sabia aparatar, contudo ela não sabia para onde. Para Hogwarts ela não poderia e não sabia se a casa dos gritos já existia naquela época. Não queria acabar sem uma perna por alguns minutos.

– Qual é seu grande plano Gillian? - Amy deu uma risadinha e olhando Tom disse:

– Vencer! - E o inferno partiu ao meio.

Quando o casal conseguiu abrir uma brecha entre os atacantes, Tom puxou a loira para longe. Ela já não escutava Marcus. Ela não escutava ninguém. Ela só escutava o coração que batia forte pela adrenalina e medo do momento. Ela quase havia sido morta. E agora estava fugindo com outro assassino.

– Acho que estamos longe o bastante. - Tom respondeu puxando Amy para algumas árvores e mandando que se abaixasse. Amy se sentou e respirou fundo.

– O que são eles?

– Seguidores de Grindelwald. - Amelia entendeu. E não gostou. Mas sabia que em seu tempo apenas mudava o nome. E seu líder.

– Acho que já podemos voltar. - Amy disse se levantando. O moreno o puxou de volta.

– Eles não irão desistir facilmente. Acho que você matou o careca. Não irão aceitar que uma sangue ruim tenha matado um deles. - Amy riu.

– Eu não sou uma sangue ruim. Uma mestiça talvez. E não faria diferença se fosse nascida trouxa também.

– Você é muito liberal Amelia. Vai acabar morta pela boca. - A loira riu.

– Onde foi que escutei isso antes? Ah, Callidora coitadinha Black me disse. - Tom deu risada. E o casal escutou passos por perto.

– Você mostrou quem manda. Mais de uma vez. - Tom disse, se aproximando de Amelia mais do que deveria.

– Tom... - Amy disse tentando se afastar. - Não podemos. Você sabe disso.

– Não, não sei. Não podemos apenas ser jovens inconseqüentes? Foi isso que me disse uma vez pelo menos.

– E você me respondeu que não. E agora eu compreendo o porquê. Não podemos. Nunca. Somos mais diferentes e luz e trevas Riddle.

– Não pelo que vejo. - Ele disse, aproximando-se cada vez mais dos lábios da garota. - O que vejo são dois jovens que estão próximos de se beijarem. - Amelia ia se afastar mais uma vez, agora que os passos haviam se silenciado, mas não conseguiu. Ao invés disso o puxou para finalmente selarem os lábios, pouco se importava que estivessem sendo perseguidos. Tudo que ela queria era senti-lo perto dela. Sentir o beijo, sentir a dança que as línguas faziam dentro de sua boca. Sentir os braços lhe envolverem. Sentir a adrenalina subir e lhe deixar eufórica. Sentir o proibido entre os lábios.

– Não! - Ela disse quebrando o beijo e empurrando Tom para longe. - Não posso. Não você. - E sem esperar que Tom falasse algo, sem se importar que os seguidores de Grindelwald pudessem a encontrar, ela correu de volta a Hogsmeade. Precisava ficar o mais longe de Tom Riddle que conseguisse. E não parecia que o garoto estava com vontade de deixar isso acontecer.


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