Affectum Serpentis escrita por Lady Holmes


Capítulo 7
Todo leão tem seu lado sombrio


Notas iniciais do capítulo

Gente, Nyah ficou todo esse tempo sem poder postar! Então agora voltei minhas bruxinhas! Eu não vou fazer muito texto aqui. Boa leitura para todas! E todos!



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Amelia não conseguiu dormir naquela noite. E nem nas próximas que vieram. A ideia de viver no mesmo castelo sentar-se ao lado, na mesma mesa, que o Lord das Trevas, aquele que destruiria inúmeras vidas no futuro, e não fazer nada era muito para ela. O resto da semana passou com a utilização de muito café e alguns feitiços para ficar acordada.

Já era sábado e Amy não conseguia esconder de ninguém que ela não estava bem, contudo, nenhum Grifinório tinha coragem de perguntar o que havia de errado. Ela não esperou, naquele dia, todo o grupo se levantar. Ela acordou cedo e foi até a torre onde se sentou olhando para o céu que ainda possuía algumas estrelas teimosas, que não queriam apagar. Era um bonito amanhecer de um morno sábado. Amy apenas desejava que o professor Dumbledore deixasse de ser tão incomodativamente teimoso e lhe mandasse de volta para casa. Para sua Hogwarts, para seu tempo.

Onde odiar Tom Marvolo Riddle se tornaria muito mais fácil, afinal, ele não tinha aquela beleza toda no futuro. Estaria no lucro se ao menos tivesse um nariz, imagine toda a beleza que teve um dia no passado. Amelia deu uma risada baixinha, enquanto tentava imaginar como seria se ele nunca tivesse tornando o monstruoso bruxo que virou. Se alguém tivesse o salvado.

– Mas ele não pode ser salvo. Ele é um monstro. Ele matou pessoas que eu gosto. Eu vi, eu fui torturada pelo seus servos... Ele não tem salvação alguma. - Gillian balançou a cabeça, jogando os pensamentos para longe e fechando os olhos de maneira confortável pela primeira vez na semana. Ela pode escutar, não muito longe dali, uma ave cantando e, abrindo um sorriso, finalmente adormeceu.

*

Amy acordou horas depois, quando o sol já estava alto. Não fazia ideia se era manhã ou tarde ou exatamente quanto tempo havia se passado. O que sabia era que se sentia melhor. Mais calma e descansada, como se tivesse dormido anos. Levantou-se em um pulo e esfregou os olhos. Pegando a varinha e fazendo um pequeno aceno, fez sua juba loira ficar presa em um rabo alto, e suas abarrotadas roupas ficarem normais mais uma vez. Dando uma última olhada para o sol, que brilhava intensamente naquele dia, abriu um pequeno sorriso e saiu em direção à torre da Grifinória em busca de informações mais precisas de que horas eram afinal.

– Amelia! - Escutou Minne gritando quando ela colocou os pés dentro da Sala Comunal. - Onde você se meteu?

– Hãn... Eu estava na torre de astronomia. Eu acabei caindo no sono. Já passou do almoço? - No exato momento que ela perguntou à ruiva, sua barriga se manifestou, fazendo a amiga dar risada.

– Se já passou do almoço? Amy é quase cinco da tarde! - Amelia arregalou os olhos e depois gargalhou.

– Okay! Acho que terei que esperar a janta, de qualquer maneira. - A ruiva a puxou pelo braço para saírem de dentro da torre.

– Eu estava indo encontrar os meninos no campo. Eles estão terminando os testes para o time da Grifinória! Eu nem precisei fazer o teste, já faço parte do time oficial. - Amy deu risada, nunca imaginará Minerva McGonagall, sua professora severa de Transfiguração, uma jogadora de Quadriboll.

– Você joga em qual posição, exatamente? - Amy perguntou, abrindo um sorriso.

– Goleira! Charlus é artilheiro, como você já sabe e Sep é um dos batedores. - Amy sorriu

– Bons? Não sou daquelas que torce pelo time que irá perder Minne. - A ruiva estancou e encarou a loira que abriu um sorriso típico de quando estava brincando.

– Você é uma completa idiota, sabia?! - A ruiva deu risada quando a loira começou a gargalhar e então as duas estavam no campo.

Onde o inferno havia acabado de se partir ao meio.

– O que...? - Amy começou a pedir, mas Minerva deu de ombros e a dupla começou a correr para onde Potter e Weasley estavam brigando com Malfoy e outro garoto que Amy ainda desconhecia, mas lembrava de escutar na chamada o sobrenome Lestrange, o que, é claro, era um mau sinal.

– O que vocês pensam que estão fazendo?! - Disse Minne. Os quatro pararam de duelar e encararam a ruiva. Ela colocou os dois braços na cintura, como faria no futuro quando fosse dar um sermão. - Vocês estão loucos? Dez pontos de cada um! - Charlus e Sep a encararam, surpresos. - Sim, escutaram muito bem. O que vocês esperavam? Por Merlin.

– Mas foram eles que... - Charlus começou a dizer, mas Tom Riddle surgiu na conversa, dizendo:

– Não nos importa quem começou Potter. O que importa é que os quatro estavam errados. Agora que terminou acredito que vocês possam continuar os testes, sem mais distrações. - Malfoy e Lestrange se encararam e encararam Tom que apenas lançou-lhes um olhar zangado. Amelia, que vinha tentando evitar o Sonserino a semana toda, começou a se afastar do grupo, temendo que o mesmo percebesse que ela estava ali. Desde a descoberta que Tom era Voldemort ela não conseguia olhá-lo nos olhos sem se apavorar. Ela sabia que ele podia ainda não ser o monstro sem nariz que um dia se tornaria, contudo, ele já era perigoso e ruim o bastante.

– Onde que a mestiça imunda pensa que vai? - Ela escutou uma voz do outro lado do grupo, fazendo todos os envolvidos no duelo e testes olharem para Gillian que tentava escapar de fininho.

– Calli, que desprazer revê-la. - Amelia respondeu, abrindo um sorriso de escárnio. - Jurei que estaria ainda em seu dormitório tentando retirar a gosma verde de sua cara puro sangue, milady. - O rosto pálido de Black ficou tão vermelho quanto às vestias da Grifinória e, se não estivesse com suas duas amiguinhas a tira colo, teria avançado em Gillian como um hipogrifo em carcaça.

– Deveria tomar mais cuidado com o que diz Amy. - Ela respondeu, se acalmando e abrindo um pequeno sorriso. - Não vai querer morrer pela boca, vai? - Amelia não conseguiu decifrar o olhar da inimiga, mas percebeu que coisa boa não vinha, não mesmo. - Se me dá licença... - Ela e as amigas passaram do lado de Amy que sentiu o pulso coçar de vontade de socá-la. Respirou fundo e abriu um sorriso amarelo, abrindo espaço para que o trio passasse.

Enquanto o resto do grupo voltava a conversar, Sep e Charlus sobre os testes, Malfoy e Lestrange sobre alguma outra coisa desconhecida e Minne havia desaparecido de vista, Amy correu o olhar e parou em Tom. Seu corpo instantaneamente retesou como se tenta se proteger do garoto a sua frente. Tom percebeu o movimento e a olhou curioso.

Afinal, como ela podia saber tanto sobre o moreno? E porque o temia como se ele fosse amaldiçoá-la ali, na frente de todos?

– Srtª Gillian? - Amy deu um saltinho quando escutou seu nome sair da boca de Tom. - Poderia me seguir por um instante? - Os olhos verdes do Sonserino mostravam que seria uma péssima ideia negar o pedido, por isso, por mais que cada célula de seu corpo negasse, gritasse em favor de Amy correr para o exato oposto lugar que Tom estava, se guiou para colocar-se ao lado do garoto.

– Será um prazer, Sr. Riddle. - E então a dupla se afastou do campo.

Caminharam em silêncio por alguns minutos. Amelia não tinha coragem de abrir a boca para perguntar o que ele queria com ela tão de repente. Não havia nada a se dizer. Não depois da descoberta. E muito menos depois do beijo que havia acontecido. Ao mesmo tempo em que o corpo da loira dizia que ela deveria correr uma maratona para ficar longe do moreno, ele desejava senti-lo mais uma vez. Uma vez que fosse. Mais um beijo inocente. Não feriria ninguém, certo?

Amy balançou a cabeça para afastar o pensamento. De certo era aquilo que viciados em droga deveriam pensar. Mais uma vez só não irá causar nada.

O casal já estava longe do campo e finalmente em um lugar calmo e isolado do castelo. Amy percebeu, era a torre de astronomia e sorriu de, pelo menos, ser um lugar onde ela poderia ficar ao menos alguns metros do corpo de Tom.

– Nenhuma piada? Surpreendente. - Disse o garoto, se virando para menina.

– Meio que perdeu a graça fazer piadas com você... Acho que tentar me matar meio que matou o clima. - Ela disse, dando de ombros.

– Oh, mas você me entendeu totalmente errado Amelia. - Ele pareceu verdadeiramente ofendido. - Eu não iria lhe matar, pelo menos, não ali, não naquele momento. Eu esperaria por um momento mais oportuno, eu diria.

– Ah! - Amy cruzou os braços sobre o peito. - E isso deveria fazer o que? Acalmar-me? Convenhamos Riddle, que a melhor opção para ambos agora é que cada um fique em seu canto, sendo que trocaremos palavras nas aulas de Dumbledore e fim. - Tom abriu um sorriso malicioso, se aproximando da loira que se mantinha o mais longe que podia sem cair do lugar.

– Com medo de ceder mais uma vez Amy? - Amelia sentiu um arrepio ao escutar seu nome sair da boca do moreno. Ele continuava se aproximando da garota, que tentava ao máximo encontrar um lugar que ficasse mais longe do garoto. - Não confia em si mesma loira? - Aquilo a surpreendeu porque era exatamente isso. Ela não confiava em si mesma com ele tão perto dela. Sentir o perfume amadeirado que sentira no primeiro dia que ela o conheceu. Sentir a pele gélida do garoto como na primeira vez que estiveram tão próximos.

– Não... - A sobrancelha direita do moreno arqueou quando escutou a voz da loira, que saiu fraca. - É isso. - Ela tentou remendar, mas era impossível. Ele sabia muito bem que ela estava cedendo. Talvez se chegasse mais perto nem ao menos precisaria tocar a jovem para conseguir alguma informação nova. Ele começou a chegar muito mais perto, perto o suficiente para que Amy, se desejasse, pudesse tocá-lo sem mais esforços. Ele passou a mão esquerda no braço da loira, que sentiu um formigamento no lugar que ele tocou. Ela estava tão aérea que, mais alguns segundos poderiam lhe comprar algumas informações. Porém, Tom se precipitou, tentando quebrar a barreira de Amy que, na mesma hora, sentiu o moreno tentar lhe invadir. Instantaneamente todo o formigamento desapareceu, dando lugar a uma fúria inparável.

– Ah, eu deveria saber! - Ele a olhou curioso. - Vou tentar lhe dizer pela última vez Riddle. - Amy cuspiu as palavras na cara do moreno - você pode tentar o resto do ano invadir minha mente, o que vai conseguir é algum olho roxo e uma Grifinória realmente furiosa então, se eu puder lhe deixar uma dica: deixe-me em paz! - Amelia Gillian se virou, indo em direção as escadas que davam ao corredor do sétimo andar, em busca de seu Salão Comunal. Logo o jantar estaria servido e sua barriga estava reclamando mais do que o normal por comida.

*

– E então, o que o misterioso Tom queria com nossa loira preferida? - Disse Minne quando Amy entrou no Salão Comunal, minutos depois de ter saído da torre de astronomia.

– Ser um completo idiota, como sempre! - Amy respondeu ainda um pouco brava, e muito ríspida. - Desculpe. - Ela respondeu, vendo a surpresa por trás dos olhares dos amigos. - Eu não consigo suportá-lo e acabo ficando furiosa.

– Será Amy? - Disse Dô olhando-a com a sobrancelha arqueada.

– Pelas cuecas de Merlin Dorea, o dia que eu estiver com aquela coisa que vocês chamam de gente, por favor, me internem do St. Mungus! - E, dizendo isso, subiu para o dormitório se trocar para a janta que deveria começar em alguns minutos.

– O que será que deu nela? - Charlus pediu, dando uma risadinha. - Foi picada por uma serpente verde é? - O grupo riu, mesmo não sabendo metade da história. Amelia duvidava que eles dessem risadinhas sobre o assunto se soubessem quem aquele homem se tornaria e o que ele faria com as pessoas no futuro. Principalmente com os Potters.

– Acho que Amy precisa de ajuda. Quem sabe um par para o baile... - Dô começou a falar, sentando-se no colo de Potter. - O que ela precisa é de um cara legal. Concordo com ela sobre uma coisa: Tom Riddle não é um cara para ela. - O grupo deu outra risada. Minne então abriu a boca, olhando maliciosa para Sep.

– Concordo com Dorea. Você daria um par muito melhor para Gillian do que Riddle, Weasley. - O grupo caiu na gargalhada mais uma vez, ainda mais quando o ruivo ficou vermelho como as paredes do Salão Comunal.

– Amy é minha amiga Minerva e, mesmo que eu quisesse, eu já tenho um par para o baile, então... - Os outros três arregalaram os olhos, perguntando quem era a maluca que aceitara o convite.

– Ah, Lysandra Crouch, da Corvinal. - Lysandra era uma garota do sétimo ano da Corvinal que tinha longos cabelos dourados e olhos verdes. Era uma das menores garotas de Hogwarts, com seu um metro e cinqüenta de altura. Era uma garota doce e, como Minne conseguiu dizer, depois de tantas risadas, o total oposto de Weasley.

– Hey, você diz isso porque está com ciúmes! - Sep disse, causando uma risada maior ainda entre o quarteto. Amy estava na escada, descendo do dormitório quando viu a cena e sentiu seus olhos lacrimejarem. A quem ela estava tentando enganar? Ela não fazia parte daquele grupo, ou de qualquer outro que pudesse existir. A pessoa que Amy sempre poderia contar sempre seria Amy e isso nunca mudaria, não importa em que época ela estivesse.

Amy subiu mais uma vez para o quarto fechando as cortinas de sua cama em busca de abrigo. Ela sabia que logo as companheiras de quarto chegariam para buscá-la, mas ela não sabia se deveria ir. Quanto mais se relacionava com o grupo, mais difícil seria partir daquele tempo quando Albus finalmente concertasse o vira tempo.

A loira escutou passos na escada e a porta se abrindo e as risadas de McGonagall e Black invadirem o local. O que ela mais queria agora era estar em sua Hogwarts aonde ninguém viria lhe chamar e, se ela não aparecesse lá, ninguém realmente sentiria falta. Ali, para qualquer sumiço, escapadinha, fugida que Amelia fazia, ela precisava sair com uma explicação racional e lógica e, muitas vezes, uma mentira que acabava se tornando cada vez maior.

– Hey, Amy? - Ela escutou a voz da ruiva a chamar. - Estamos indo, você não vem? - Amy secou as poucas lágrimas que haviam caído e estampou com sorriso amarelo no rosto.

– Vamos! - A morena puxou a amiga pelo braço e as três desceram onde Potter e Weasley as esperavam.

O grupo já estava chegando ao Grande Salão quando um grupo de Corvinais, incluído Lysandra surgiu no caminho. Junto deles havia um garoto que Amy reconheceu vagamente de uma de suas aulas. Tinha cabelos castanhos escuros e olhos cor de mel e sorriu para a loira quando Weasley parou para conversar com Crouch.

– Você é a novata, não é? Amelia. - O garoto disse se aproximando da menina. Amy concordou, dando um sorrisinho.

– Você está com os privilégios aqui. Acredito que não seja de um cavaleiro deixar uma dama fique sem saber seu nome, Senhor... ? - O garoto abriu a boca para responder, contudo, antes que pudesse Amy soltou uma risada. O castanho ficou ainda mais surpreso. - Desculpe. Eu faço isso às vezes... Piadas. - O menino sorriu e começou a rir com a loira e então disse:

– Duke Greengrass. - Amelia se recordava de uma Sonserina de seu tempo com esse sobrenome, mas não conseguia lembrar nem do rosto e muito menos do nome.

– Bom, agora que já sei seu nome, se me chamar de Amelia mais uma vez, eu saberei quem eu preciso azarar e não sou do tipo que erra. - O garoto riu, junto da loira. - Você pode me chamar de Amy. - O menino sorriu e parou porque os dois grupos já haviam chegado ao Salão.

– Um prazer Amy. - E, dando um beijo na bochecha de Amelia, ele seguiu o grupo até a mesa da Corvinal, enquanto Amy ficava parada no meio da porta por alguns instantes.

– Amy? - Charlus a chamou e ela acordou e seguiu o grupo até a mesa.

O grupo se sentou e logo começaram a se servir. Amelia estava faminta, já que havia pulado o almoço naquele dia.

– O que foi que o Greengrass queria com a nossa loira? - Disse Minne, abrindo um sorriso malicioso.

– Nada. - Amy respondeu. - Estavamos só conversando. - Os quatro se olharam, cúmplices.

– Você sabe... Ele ainda não tem um par para o baile. - Amelia revirou os olhos e se voltou para encarar Dorea.

– Eu não vou para esse baile. É um ponto final nessa história. Se vocês gostam de todo esse drama, à vontade, mas não esperem que eu vá com isso. - E colocou uma garfada de massa na boca. O grupo deu risada e desconversou, falando sobre os novos integrantes do time de Quadriboll. Amy, que não entendia nada de Quadriboll apenas ficou escutando e viajando em suas memórias. Logo o prato estava vazio, mas sua barriga ainda queria comida. Achou melhor esperar pela sobremesa, comendo um delicioso mouse de abóbora com chocolate. Quando terminou, percebeu que o grupo pretendia ficar mais tempo no lugar e achou melhor dar uma caminhada antes de dormir.

– Então meus amados cupidos, - Amy falou, chamando a atenção dos amigos. - Eu vou dar uma caminhada pelo castelo. Ainda não o conheço todo e estou curiosa. Até depois. - O grupo se despediu da amiga que foi em direção ao portão e, então, aos campos perto do lago.

*

– Será hoje que ela irá pagar pelo que fez comigo! - Disse Callidora baixinho, para que apenas Tom escutasse.

O casal ainda estava sentado na mesa da Sonserina quando perceberam que a loira se levantou sozinha do bando. Tom abriu um sorriso satisfeito. Esperava que durante o confronto de Black a garota baixasse o escudo mental. Ele precisava de mais informações sobre o que a garota sabia sobre ele. E, mais importante, como.

– O que tem em mente Black? - O garoto disse frio e distraído.

– Se deseja tanto saber, mestre, venha comigo. Prometo grandes risadas ao ver aquela leoazinha encolhida em seu maldito lugar! - O garoto não pode deixar de rir e concordar.

– Me chame quando for hora. - Ele respondeu e voltou seu olhar para mesa da Corvinal. Hoje mais cedo ele havia visto Greengrass, um idiota da Corvinal, conversando com sua Amy e... O pensamento de Riddle parou no meio quando percebeu que havia incluído o pronome sua durante a frase. Desde quando ele desejava que uma mestiça imunda fosse sua? Ele tinha Callidora quando seu lado homem pedia para ser satisfeito. Não precisava da loira metida.

Dela ele precisava era informações. E ele as teria.

Porém, Greengrass era um problema. Se Amelia acabasse se aproximando do garoto tudo poderia ser colocado em jogo. Ele precisava dela sozinha e acuada para que o plano desse certo. Não queria recorrer ao plano B sem que todas as chances do primeiro fossem esgotadas.

– Mestre? - Ele escutou a voz irritante de Black ao seu lado. - Está na hora. - Ela se levantou e Tom fez o mesmo, seguindo a garota.

A dupla saiu do Salão e foi em procura Amelia. Não demoraram muito para encontrá-la sentada sobre uma das arvores do lago.

– É um lugar muito aberto Callidora. Não sei se é o melhor. - Ela não escutou Riddle e apenas abriu um sorriso sarcástico, caminhando em direção da garota.

Momentos depois Amelia já procurava os donos dos passos que escutava. Quando enxergou Callidora e Tom, revirou os olhos, segurando firme a varinha dentre as vestias.

– Posso saber o que querem comigo? Eu não estou com animo para conversar com cobras. Afinal, nem ofidioglota eu sou. - Tom apenas abriu um pequeno sorriso pela piada da loira, mas Black estava furiosa. Seus olhos possuíam um clarão avermelhado de fúria. Ela apertou os nós dos dedos em volta da varinha e sorriu:

– Pela última vez, mestiça, eu vou lhe ensinar qual é seu lugar! E na próxima vez que pensar em armar para mim, lembre-se desse dia! - Calli apontava firmemente a varinha para Amelia que tentava decifrar o que estava acontecendo.

– O que você quer dizer com... - Mas antes de terminar a frase a morena sussurrou uma maldição e Amy caiu no chão, muda.

A dor de um Cruciatus nunca havia sumido de seus maiores pesadelos. Ela podia se lembrar perfeitamente de como era sentir aquilo. Como podia ser angustiante. Mas ela não era como a última vez. Ela havia se jogado para dentro de seu lado mais obscuro. Solidão, tristeza, esquecimento, tudo aquilo apenas doía mais que um simples feitiço. A dor ainda era terrível, mas ela conseguia fugir para um lugar melhor, onde a dor não existia. Onde dor era puramente imaginativa. E, minutos depois, ela finalmente recuperou a consciência do que era dito por Calli e Riddle.

– Grite sua mestiça imunda! Eu quero escutá-la gritar! - Tom não dizia nada diretamente para Amy, mas sussurrava para Black que ela era fraca. Que nem mesmo uma mestiça se assustava com ela. Ela precisava de mais ódio dentro de sim.

– Eu tenho ódio o suficiente! Ela só quer me contrariar, só quer me fazer fraca... - Callidora continuava sussurrando coisas assim para si mesma. Por isso foi que não percebeu que Gillian conseguia se mover. E a loira o fez, se levantando, aguentando cada momento de dor, como se milhares de facas em chamas lhe penetrassem o corpo e levantou a varinha, apontando para Callidora e abrindo um sorriso torto.

Quando Calli percebeu, ela já estava no chão, sangrando como se fosse esfaqueada. A garota gritava de dor e Amy apenas a encarava. Seu rosto estava sereno, apreciando o que havia causado. Tom estava quieto e surpreso encarando Amelia e Callidora. Intrigado por ser um feitiço que nunca havia visto, mais intrigado ainda por uma Grifinória ter feito aquilo. Por uma mestiça ser capaz de tal poder.

– Eu vou lhe explicar mais uma vez e vejamos se você vai entender Callidora. Eu não vou me rebaixar para você. Eu não vou escutar sua irritante voz me chamando de mestiça imunda sequer mais uma vez na minha vida. Se todas as outras bruxas dessa escola ficavam quietas quando você pisava nelas eu não vou. Vamos ver se, com uma cicatriz, você começa aprender com quem está lidando. Eu posso estar na Grifinória querida, mas isso só porque eu pedi. O chapéu me queria na Sonserina. Eu sou mais cobra que você e suas amiguinhas juntas. Se eu fosse você começaria a pensar antes de comprar brigas as quais não posso vencer. - Amelia deixou Callidora sangrando por mais alguns segundos e então murmurou o que parecia ser o contra feitiço. Parecia que estava cantando uma musica em latim muito rapidamente. Logo os cortes sumiram e o sangue parou de escorrer. A única coisa que ficou foi uma pequena cicatriz sobre o braço direito da morena. Tom tinha seus olhos surpresos com as trevas dentro daquela garota. E o poder. E, ainda mais, a revelação que ela acabará de fazer: se o chapéu a queria na Sonserina, ela não era mestiça alguma. Quem quer que seja a família de Gillian, ela tinha poder. E Tom a queria para si.

– E você, Riddle, pela última vez, fique longe de mim. Não existe maneira alguma de conseguir entrar em minhas memórias... Não enquanto eu estiver viva. - E, enquanto tremia e guardava a varinha, saiu do local, indo em direção a torre de astronomia.

Amelia Jessica Gillian precisava pensar. Desde quando ela era capaz de matar outro bruxo? Mesmo que fosse aquela nojenta da Callidora Black.

*


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