Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 46
Meu Lar


Notas iniciais do capítulo

Oi tudo bem, meninas... Como hoje é domingo, mais um capítulo fresquinho para vocês... Espero que gostem afinal de contas é um momento muito esperado pelo casal... Tenham uma boa leitura e espero que comentem... Gosto de sabe a opinião.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/427840/chapter/46

Meu lar (Capítulo 46)

Edgar ainda dormia e aproveitei e desci para falar com Matilde, disse a ela que Isabel traria minhas malas e que ela deveria deixá-las na sala, perto da escada... Assim quando Edgar descesse as encontraria.

– A senhora está voltado para casa? – Matilde lançou-me um belo sorriso.

– Estou... Finalmente estou voltando para meu lar... Não havia mais motivo para adiar minha volta. – Sem me dá conta abracei nossa querida Matilde e ela me retribuiu o abraço.

– Nossa! Graças a Deus, rezei tanto para que este dia chegasse.. Fiz até novena.

– Obrigada pelo carinho Matilde... Estou muito feliz por voltar... – E de fato sentia-me muito feliz por finalmente ter voltado ao meu lugar... Ao meu lar...

– A senhora nunca deveria ter ido embora... Esta casa sem a senhora era uma tristeza só... Finalmente teremos a alegria dos primeiros tempos aqui... A senhora e o Dr. Edgar... – Matilde tinha razão... Só que a vida nem sempre é como imaginamos.

– Gostaria de nunca ter ido, porém nem sempre a vida segue o curso que achamos certo, mas o conveniente para ela... Agora isso é passado e vamos deixar isso para trás... O que importa agora é que voltei... - Sorri para ela enquanto segurava suas mãos. - Matilde, eu preciso que me faça um segundo favor, quero que faça uma linda mesa de café da manhã... Eu quero comemorar com meu marido a minha volta para casa...

– Como à senhora quiser, vai está tudo ao seu gosto, senhora... Seja bem vinda... – Outro abraço.

Meu marido, era a primeira vê, em muito tempo, que me permitia falar assim, agora como a verdadeira dona da minha casa... O lugar que nunca deixou de ser meu, mesmo quando imaginava que não me pertencia mais... Dei uma rápida olhada em volta e me senti sua verdadeira dona, como era antes de ir embora... Não digo pela propriedade, e sim pelo simbolismo, por ter voltado ao meu lar, e estar agora junto ao meu marido e esperando nosso filho, aos poucos, me dei conta que a vida me restituía o que havia me tomado antes, sem saber se era merecedora ou não de todas as ausências que ela me privou... E a única coisa que poderia fazer era apenas agradecer por ter me devolvido tudo o que me era caro... Subi novamente e me deitei ao lado de Edgar, ele nem havia notado a minha ausência... Encostei meu corpo junto ao dele e comecei acariciar seus cabelos... Meu marido... Minha casa... Minha vida e agora nosso filho... O pai do meu filho... Tinha medo que fosse um sonho... Não era um sonho, era real... Pela primeira vez senti-me completa... Durante anos minha vida teve tantas ausências e agora, depois de um longo período... Era como se finalmente acordasse... Edgar... Nosso bebezinho que chegará daqui a poucos meses... Acredito que tenha adormecido mais um pouco e ao despertar, vejo Edgar terminando de se aprontar...

– Bom dia, já acordou? – Um tantinho sonolenta.

– É um ótimo dia... Vou descer para preparar seu café... Faço questão de eu mesmo fazer... – Edgar passou as mãos pelo cabelo.

– Não desce ainda não... Fica aqui um pouco mais comigo... Quero olhar para você... Não precisa se preocupar com meu café, pela hora. A Matilde já deve ter feito o nosso café... – Olho as horas no relógio de bolso que ainda está sobre o criado mudo. – Fica mais um pouquinho, por favor... – Manhosa.

– Você precisa se alimentar direito agora e eu mesmo vou cuidar para que coma direito... Vou pedi para Matilde preparar uma bandeja e trago já, já... – Edgar me beija. E eu seguro a sua mão.

– Não, não... Não... Não desce ainda não... Eu quero descer com você... Espera só um pouco para eu me arrumar... – Dou outro beijo nele e saio da cama direto ao quarto de banho. – Não desça sem mim.

Faço minha toalete e Edgar me ajuda a me vestir...

– Minhas roupas começam a ficar apertadas... Esta saia, mais alguns dias não caberá mais... – Edgar me ajuda a abotoar a saia com um pouquinho de dificuldade.

– Esta se queixando senhora Vieira? – Edgar riu para mim...

– Nunca fiquei tão feliz por perder as minhas roupas... Consegue vê a barriga? – Observo no espelho e tento vê se minha barriga que começa a despontar. Edgar alisa meu ventre com carinho.

– Eu acho que já tem um pouquinho sim... Pensar que tem alguém aí dentro... Nosso filho, meu amor. – Beija-me o pescoço.

– Será que é menino, ou menina? – Continuo a observar meu ventre pelo espelho e ainda o alisando.

– Não tenho ideia, só peço que venha logo que não vejo a hora de ver o rostinho... Menina... Menino... O que importa Laura é que é o nosso filho... E que é esperei tanto por ele, assim como esperei tanto por você... Se isso é felicidade, não quero outra coisa da vida... Falta apenas uma coisa...

– Melissa. – Respondo.

– Em meus sonhos, ou delírios... Eu sempre me via com minha família completa... E isso inclui a Melissa aqui, morando conosco... – Vi uma pontinha de tristeza em seu olhar.

– Nem tudo é perfeito meu amor? – Eu o abracei.

– Nem tudo é perfeito, Laura. Eu que o diga. – Ele continuou a me abraçar.

– Eu sei, e como eu sei disso... Aliás, nós sabemos bem o que é isso... E pensar que tudo o que está acontecendo agora era para ter sido anos atrás... E a vida nos mostrou que não era para ser naquele momento e sim neste... Antes tarde do que nunca... – Eu o observei.

– Não imagina o quanto estou feliz por está aqui... Sonhei tanto com isso e por tanto tempo... – Ele acaricia meu rosto.

– Eu também sonhei em está aqui... Mesmo quando não queria me permitir sonhar... Tinha medo de pensar e saber que nunca seria real... Só que agora é real... Estou aqui, estamos aqui, juntos e espero que seja assim para sempre... A gente, finalmente juntos. Se for um sonho eu não quero acordar...

– Se for, eu também não quero... É real, ainda bem que é real... Uma vez alguém me disse que sonhar era maravilhoso, porém que a realidade era divina, por mais difícil que fosse... Nunca havia acreditado nisso até agora...

– É verdade, agora também tenho que concordar com isso... Espero que sempre seja assim...

– Vai ser, sempre vai ser... Agora que voltou para nossa casa, para o seu lugar, para mim... Não vou deixá-la ir... – Edgar me segurou pela cintura, em seus braços.

– Como é possessivo. – Brinquei com ele.

– Não é isso não... Sei o que perdi e o quanto me doeu perder... Vivi anos remoendo isso... E apenas você sabe o quanto eu senti esta perda porque você sentiu o mesmo... Apenas não quero que aconteça novamente... Pode dizer que é egoísmo da minha parte e certamente é mesmo... Somente eu e você sabemos o quanto sofremos... O quanto foi doido viver aqueles anos todos de ausência e dor... Agora estamos aqui e sei o quanto estou feliz por saber que não é um sonho... Saber que tudo isso é real... Que você está aqui e eu posso tocá-la... Falar com você e ouvir o som da sua voz... Por muito tempo me achei condenado àquela vida de tristeza e solidão... Agora não... Agora tenho vocês comigo e não quero que isso mude nunca. Não imagina o quanto valorizo o fato de está aqui e peço a Deus que nunca volte a viver naquela solidão novamente e que possa desfrutar esta felicidade junto a você por muitos anos... Que nossos netos possam ver nossa felicidade e que nossos filhos possam seguir nosso exemplo é isso que desejo da vida e para nossa família... – Queria poder segurar as minhas lágrimas, esta emocionada com as palavras de Edgar que assim como eu, não conseguiu seguras as suas lágrimas também...

– O que depender de mim, farei tudo ao meu alcance para poder cumprir isso, por mim, por você, pelos nossos filhos e até por aqueles que viram ainda... Pois eu sei o quanto sofremos para podemos estar aqui, hoje... E espero que nossa história sirva a eles de lição para que possam seguir um belo caminho na vida deles... Mesmo que não possamos estar o tempo todo com eles... Mesmo assim, espero que nossa vida seja um exemplo para eles... – Segurei as mãos e Edgar. Ficamos ali, um pouco em silêncio, perdidos em nossas reflexões.

– Já está ficando muito tarde e a senhora precisa se alimentar... Vamos descer, a Matilde já deve ter colocado nosso café há muito tempo... Quero que coma sempre nos horários... Quero que nosso filho nasça bastante saudável.

– Vamos. – Edgar me dá seu braço e descemos a escada e assim como havia pedido a Matilde, as minhas malas estavam ao pé da escada...

– De quem são estas malas? – Edgar se vira para mim. - São suas Laura? – Confirmo com a cabeça e Edgar me abraça com tanta força... E senti seus beijos.

– Como você não me fala nada? Você me deixou acreditar que ainda ficaria na casa da Isabel...

– Eu queria fazer uma surpresa... – Via o brilho do olhar dele ao vê as malas.

– Você voltou mesmo para nossa casa... Ontem disse que iria pensar ainda... Fez-me acreditar que ainda não voltaria...

– Eu quis brincar um pouquinho mais com o senhor... Agora... A não ser que queira que eu volte para a casa da Isabel. – Brinquei com ele.

– Daqui, Laura, você não sai nunca mais... – Edgar me envolveu em seus braços. – Nunca mais você vai ficar longe de mim... É muita felicidade...

– E para onde eu iria... Demorei muito tempo para chegar aqui... Jamais ficaria longe de você estando grávida... Eu quero que cuide de mim... Que cuide da gente... Eu não me permitiria ficar longe do pai do meu filho... Apenas nós sabemos o que passamos quando perdemos nosso primeiro bebê daquela vez... E agora quero a gente juntos, criando o nosso filho... Quero que ele veja os pais juntos e cada vez mais juntos...

– Então agora falta uma coisa...

– Falta? O que está faltando?

– Laura, você voltou para nossa casa... Voltou definitivamente para mim... Porém... Ainda somos divorciados...

– Vamos com calma... Eu mal voltei para nossa casa, ainda nem levei as malas para o nosso quarto e tampouco as desfiz e o senhor já quer revogar nosso divórcio? – Queria ri da urgência do Edgar em querer resolver tudo de uma vez.

– É claro, quero que nosso filho nasça com os pais juntos oficialmente... Não divorciados... – Ansioso.

– Eu sei... Tudo ao seu tempo... Ainda falta muitos meses para nosso bebê nascer... Então... Vamos aproveitar este momento um pouco mais... E antes disso, eu quero que você traga a Melissa aqui, está na hora de conversarmos com ela... Está na hora, aliás, já passou da hora até, que ela saiba quem sou eu de fato... E que ela vai ter um irmãozinho...

– Ela sempre me pediu um irmãozinho... Eu sempre dizia que não era possível... E agora vamos poder dá um para ela...

– Então ela vai ficar muito feliz...

– Com certeza, principalmente, quando vê nossa felicidade... Mais tarde eu trago a Melissa aqui e a gente conta para ela...

– Tudo bem... Não vejo a hora de ver o rostinho da nossa menina... Ela vai ganhar um irmãozinho...

– Nem eu... Vou chamar a Matilde e subir com suas malas...

– Não precisa seu ajudo você... – Já ia pegar uma das malas e Edgar me impediu.

– Não, a senhora vai sentar naquela mesa e se alimentar direitinho... – Edgar começou a pegar as parte das malas e começou a subir a escada. – E, também, não quero que carregue peso... Não sei se isso pode ou não fazer mal a você ou ao nosso bebezinho. – Disse já do alto da escala.

– Meu amor, eu estou grávida e não doente... Acho que posso fazer um pouquinho de esforço... – Quase que gritei para ele... Enquanto ouço seus passos voltando a descer.

– Negativo... Subir escada carregando malas... Nem pensar... Se deseja fazer algum esforço... Podemos perfeitamente fazer uma bela caminhada na Avenida Beira Mar no final da tarde... Carregando malas é que não... Agora a senhora vá para a mesa e tome todo seu café da manhã, quero vê-la muito bem alimentada. Eu volto em um instante... – Pega mais duas e sobe novamente.

– Não vai me fazer companhia, nosso primeiro café da manhã como moradora esta casa e você está mais preocupado com as malas? – Brinquei com Edgar.

– Então me espera que eu volto em um minuto... Pensando bem, faço questão de tomar o café com minha esposa... Agora como dona e senhora desta casa... E da minha vida.

– Então é melhor esperar o senhor meu marido... Apesar de achar que as malas podem perfeitamente esperar, afinal de contas, não tenho a intenção de ir a lugar nenhum.

– Disso eu tenho certeza, meu Amor, porém, eu prefiro me precaver e terminar de colocar as malas no quarto e pedi a Matilde que organize tudo no armário... – Pegando as últimas e subindo novamente.

– Não precisa chamar a Matilde para arrumar minhas coisas... Posso fazer isso sozinha... Que marido mais afobado que fui arranjar... – Gritei para ele.

– Eu conheço bem a minha esposa para saber que não custa nada ela mudar de ideia e querer me deixar por mais sei lá quando tempo... – Gritou de volta e ouço novamente seus passos descendo.

– Acredite em mim, eu não tenho a intenção de deixá-lo solto por aí, nunca mais...

– Promete? – Olhando para mim enquanto se sentava na cabeceira da mesa.

– Prometo... – Segurando sua mão.

– Mais um motivo para revogarmos logo este divórcio... Assim terei certeza absoluta que não vai a lugar nenhum sem mim... – Mirava-me fixamente.

– Desconfia de mim Senhor Vieira? – Brinquei.

– Senhora Vieira, ninguém melhor do que seu sei que pode ser bastante escorregadia... Apenas quero me garantir que, do meu lado, não sai mais...

– Pensei que minha palavra fosse o bastante... – Fitando-o.

– Confio em sua palavra... Apenas quero me precaver... E ainda amanhã levo o pedido de revogação ao juiz... Prepare-se que em alguns dias estaremos diante do juiz e assim... Finalmente voltaremos a ser casados...

– Quem sou eu para ir contra. – Quase que zombando dele.

– E não é para ir mesmo... E pensar que tudo está voltando ao seu eixo...

– Pode entrar com o pedido... Estarei lá, junto a você... Sabe que estou achando isso meio sem graça...

– O que a senhora está achando sem graça... Finalmente estamos voltando a ter nossa vida como ela era... E você está achando sem graça? – Espantado comigo.

– Não é isso Edgar... É que a gente vai lá assim e finalmente estaremos casados novamente... É que não sei bem... É ser apenas isso... Que graça tem?

– Como assim, vamos revogar o divórcio e a senhora não está contente? – Espantado comigo.

– Edgar, olhe bem para mim... Pode não parecer... Eu tenho um lado romântico... Acho que isso poderia ser mais romântico...

– É apenas uma formalidade legal... – Ainda assustado e sem entender onde quero chegar.

– Eu sei disso, sou uma pessoa muito bem informada, senhor Vieira... E também sou uma mulher bastante moderna e com um lado romântico...

– Disso eu nunca tive dúvida... Apesar de que este lado romântico... Não sei não...

– Então... Edgar Vieira, o senhor quer se casar comigo, novamente?

– Casar?

– Casar! O senhor quer ou não se casar comigo, do contrário terá que voltar com todas aquelas malas para trás...

– Sei não... Casar novamente? Será que é um bom negócio? Você é tão escorregadia, às vezes... Ciumenta... E com um gênio difícil...

– Eu volto com as malas para trás... – Fingi que estava irritada.

– Também é adorável... Maravilhosa... A mulher que amo profundamente... Pensando bem... Eu aceito me casar novamente... Quantas vezes você quiser... Eu aceito ser seu marido... Porém com uma condição... – Fingindo cara de sério.

– Uma condição?

– Desde que seja para sempre desta vez... Não quero passar por outro divórcio, separação ou coisa parecida... Agora é para sempre, senhora Vieira.

– Vou ter que pensar sobre o assunto... Pensando bem... A condição não é das piores... Vai ser um imenso prazer... Então o senhor quer se casar comigo...

– Nós nunca deveríamos ter nos separados... Eu sempre quis continuar casado com você... E aceito me casar novamente com a senhora... Mas quem deveria está fazendo este pedido não era eu?

– Eu disse, sou uma mulher moderna... – Brinquei com ele enquanto beijava seu pescoço.

– Ainda bem que é? – Sentindo o seu beijo.

Edgar fez questão de me ajudar arrumar os meus pertences em nosso quarto... E isso levou o resto da manhã... Matilde havia feito o nosso almoço e meu marido ficou me observando se estava ou não me alimentando. Tão cuidadoso comigo e com nosso bebezinho... A tarde saiu para buscar Melissa. Confesso que um pouco ansiosa e pedi para Matilde me fazer um chá de camomila... Pode parecer tolice minha, por mais que tivesse conversado com a nossa menina, por mais que a amasse... No fundo não sabia qual seria a sua reação... Não que esperasse uma negativa... Era uma menina pequena e por isso precisava explicar da maneira mais simples possível... Para aumentar minha ansiedade, Edgar demorou um pouco mais que eu imaginava, ou seria eu que estava tão ansiosa... Fui para meu quarto e deite-me um pouco e acabei cochilando e quando dei por mim, ouvi o barulho o automóvel e pouco depois Edgar chegava junto com a nossa menina... Ouvi seus passinhos na escada e pelo corredor. Ela correu até mim e me deu um abraço tão gostoso... Era tudo que precisava, Edgar veio em meu encontro, mas não me abraçou e tão pouco me beijou, sabia perfeitamente o por que de seu gesto...

– Tia Laura a senhora aqui... Estava com saudades... – Dei um beijo no rostinho dela.

– Eu também minha princesa... Estava com muitas saudades suas... – Ela me deu outro abraço.

– A senhora vai me dá aula hoje... – Segurava minha mão.

– Hoje não meu amor... Prometo que amanhã terá a sua aula, está bem? Eu pedi que seu pai a trouxesse aqui... Queria conversar com você...

– Comigo tia Laura? Eu fiz alguma coisa errada? – Ela olhou para o Edgar.

– Claro que não meu amor... Eu queria conversar com você porque estava com saudades...

– Eu também, tia Laura.

Edgar sentou-se ao lado de Melissa e eu fiquei a sua frente segurando suas mãozinhas.

– Melissa eu e sua tia Laura queremos de contar uma coisa...

– Que coisa?

– Meu amor se lembra uma vez que conversamos sobre a esposa do papai...

– Lembro... Ela teve que viajar para muito longe e por isso não podia ficar aqui com a gente...

– Isso mesmo meu amor... – Edgar mais carinhoso ainda com a filha.

– E se eu te dissesse que ela voltou...

– Voltou? – Melissa olhou para o pai e depois para mim.

– Sim Melissa, ela voltou... – Edgar respondeu colocando a filha no colo e eu me sentei ao seu lado.

– Agora eu posso conhecê-la?

– Filha, e se eu te disser que a esposa do papai é a sua tia Laura?

– A tia Laura? – Melissa me olha espantada.

– Minha filha... Sabe que ela voltou há algum tempinho... Se lembra quando o papai disse que a tia Laura era amiga a muito tempo do papai... Desde antes de você nascer.

– Lembro. Por que a senhora não falou que era a esposa do meu pai?

– Eu queria que você gostasse muito de mim, assim como eu gosto muito de você... Se soubesse o quanto é especial para seu pai... E você já era tão especial para mim... Queria tanto que gostasse de mim também...

– E a senhora gostou de mim?

– Amei você desde que a conheci...

Edgar segurou as mãozinhas da filha

– Melissa, você gosta muito da sua tia Laura?

– Amo muito a minha tia Laura. – Desta fez foi Melissa que lançou-me um sorriso.

– Eu também te amo muito meu anjo.

– Eu queria muito que uma gostasse da outra, e foi assim que aconteceu... – Edgar ainda segurava as mãos miúdas da filha.

– E você fica feliz por eu ser a esposa do seu pai, Melissa? – Apreensiva.

– É supimpa tia Laura... A senhora é a esposa do papai.

– E será que sua tia Laura mereceu um abraço? - Melissa abraçou com tanta vontade...

– A partir de agora a tia Laura vem morar aqui comigo... Sempre que vier a sua tia estará aqui...

– Então vou poder ver a senhora toda vez que eu vier aqui... A senhora vai poder me dá aulas sempre... – Parecia animada.

– Vou poder sim... Sempre vou dá aulas aqui e também vamos ter as aulas na escola nova...

– Não vejo a hora de poder ir para minha escola nova...

– Laura, você quer contar ou quer que eu conte... Sobre o presente que Deus nos deu...

– Vou deixar você contar... – Olhei para o Edgar e ele se voltou para Melissa mais uma vez.

– Contar o quê? – Melissa curiosa...

– Melissa se lembra que você sempre me pediu um irmãozinho... E o papai respondia que a esposa dele tinha que voltar para poder ter o seu irmãozinho...

– Lembro...

– E se eu disser que você vai ter seu irmão daqui a poucos meses... Eu e a sua tia Laura vamos de dá um irmãozinho que você tanto deseja...

– Eu vou de um irmão?

– Ou uma irmã...

– E quando chega?

– Daqui alguns meses, eu vou precisa que você me ajude cuidar dele quando chegar... Você me ajuda?

– E não pode chegar logo...

– Ah meu amor... E que ele está aqui, na minha barriga e precisa crescer... Quando ele nasce você me ajuda a cuidar dele...

– Ajudo, ajudo... – Quase pulando de alegria.

– Você gostou de saber que vai ter um irmãozinho...

– Gostei muito... Sempre quis ter um...

Ficamos ali, os três... Era a primeira vez que ficávamos juntos como uma família de verdade... Melissa sabendo quem eu era e eu feliz por está na minha casa... A tarde transcorreu maravilhosamente e a noite não foi diferente e pela primeira vez pude, junto com Edgar, colocar a Melissa para dormir... Enquanto ele contava uma estória, Melissa ficou abraçadinha a mim ouvindo ao pai e assim adormeceu... Disse ao Edgar que cuidaria dela e ele foi para nosso quarto nos deixando sozinhas... Eu a arrumei na cama, dei um beijo no rosto dela e a cobri... Sai do quarto deixando a porta dela semi-aberta. Quando cheguei ao nosso quarto Edgar acabava de vestir seu pijama e troquei-me também... Ele já estava deixado e eu me coloquei ao seu lado e o abracei...

– Gostei tanto de ver você contar uma estória para a Melissa... Ela fica tão atenta...

– Eu gosto de contar estória para ela desde que era pequenina... Era um dos poucos prazeres que tinha na época que você não estava aqui...

– Não vamos lembrar isso... Já passou... O que importa é o agora e que estamos juntos...

– Isso é verdade... Reparou uma coisa Laura...

– O quê? – Aconchegando-me ainda mais ao Edgar, que me abraça.

– É a primeira noite que passamos todos os três aqui, como uma verdadeira família...

– Não... Houve aquela vez que cheguei aqui, quase de madrugada... Melissa estava aqui naquela noite, se esqueceu...

– Nunca vou esquecer aquela noite... Você veio até mim... E não imagina o quanto fiquei feliz por ter me procurado...

– Eu também muito feliz por ter vindo...

– Na realidade, é a primeira vez que estamos aqui, neste mesmo tempo, como uma família... Melissa sabendo que você é a minha esposa...

– Que bom que ela ficou feliz em saber que eu era sua esposa... Confesso que se sentia um pouco receosa por ela não ficar feliz com isso.

– É claro que ficaria feliz... Ela sempre adorou você... E agora sabe que o pai dela também adora você...

– Viu o rostinho dela quando soube que vai ter um irmãozinho...

– Ficou mais feliz ainda... Principalmente quando você disse a ela que queria sua ajuda para cuidar do bebê...

– Ela ficou toda animada... É tão bom ver nossa menina alegre...

– Só não fico mais feliz por saber que ela não mora comigo... Que não moramos osquatro aqui, como uma família de verdade... – Lamentou.

– Querendo ou não a Melissa tem a mãe dela... Por mais que a ame como se fosse minha... E por mais que me incomode o fato daquela lá ser quem é... Temos que respeitar isso... Olha Edgar, ninguém mais do que eu tenho reservas em relação a mãe da sua filha... Agora que espero nosso filho... Que vou ser mãe... A ideia do meu filho longe de mim... Eu nem quero pensar em algo assim...

– Eu não vou tirar a Melissa da Cat... Sei que tenho meus direitos, porém não jamais faria isso... Ela nunca fez nada que pudesse tomar tal atitude... Por mais que a mãe da Melissa seja quem é, eu tenho que reconhecer que ela é uma mãe cuidadosa, do jeito dela...

– Pode ser... – Acomodo-me ainda mais ao corpo do Edgar... - É tão bom está assim, juntinho a você...

– Eu também gosto de estar com você assim... Sentir você junto a mim... Pensar que sempre que voltar para casa, saber que a verei aqui... Sempre perto de mim... Desejei muito isso por tanto tempo... Nem acreditava que pudesse acontecer novamente... E agora vem nosso bebezinho... – Edgar acaricia minha barriga.

– Quando será que ele vai começar a mexer?

– Não sei ainda, acho que quando minha barriga tiver um pouquinho maior... Eu também estou muito curiosa para senti-lo aqui... Senti-o se mexendo... E pensar que nem nasceu ainda é já é tão amado...

– Eu me sinto assim também... Estou cada vez mais apaixonado pelo nosso filho... Pela nossa família...

– Eu também... Nossa família... É tão gostoso ouvir isso... Sentia-me sozinha enquanto estava no interior... Não achava que fosse ter uma família... Que voltaria... Que reencontraria você e menos ainda que nós teríamos um filho juntos... Como a vida nos reserva surpresas...

– A vida sempre tem surpresas... Neste caso, Graças a Deus, foi uma ótima surpresa...

– Outra coisa que está me deixando muito feliz também é a inauguração da escola... Edgar falta tão pouco, ela está ficando tão bonita... Acho que daqui um mês, no máximo, ela será inaugurada... Não vejo a hora dela está funcionando...

– É muito bom ver você assim... Eufórica com o novo trabalho...

– Estou mesmo Edgar... Uma escola com o nosso conceito do que é educar... Sem castigos físicos... Dá a chance de o aluno aprender com prazer...

– E como vai ser quando o bebê nascer?

– Eu pretendo dá aulas até quando puder... Depois que nascer, talvez tenha que ficar um tempo em casa para cuidar do nosso filho, porém, assim que puder eu volto aos meus alunos... Mesmo levando nosso bebê para a escola.

– Tem certeza disso? – Preocupado.

– Edgar, eu não vou ser uma daquelas esposas que ficam em casa cuidado da comida do marido e dos filhos...

– Nem quero isso meu amor... Adoro ver sua independência... Tudo bem que às vezes... A acho um pouco independente demais... Eu tenho que reconhecer se não fosse assim... Provavelmente não teria me apaixonado por você.

– Ainda bem... Não tenho a menor vocação para uma esposa submissa... Que graça teria... Já imaginou uma esposa que dissesse sim cada desejo do senhor...

– A princípio não seria má ideia... Entretanto, tenho que reconhecer que acharia maçante em menos de cinco minutos uma esposa assim... Sem ideias próprias... Consentindo com cada palavra que dissesse... Que não fosse ciumenta...

– Ciumenta... Eu?

– A senhora é ciumenta... Basta ver como fica quando encontra a Heloísa por aqui... Só falta pular nela...

– Não sei se o senhor reparou nos olhares que ela lança em sua direção...

– Eu nunca notei nada... – Fazendo-se de desentendido.

– Mentiroso.

– Falo a verdade meu amor... E se ela lança-me olhares... Nada posso fazer sobre isso... Apenas manter nossa convivência no nível profissional... Em algum momento me viu retribuir algum deles...

– De fato eu nunca vi nada a respeito... Eu sempre vou ficar de olho... Afinal de contas ela é muito jeitosinha por meu gosto... E eu sei que foi a sua mãe quem te apresentou a Heloísa...

– Realmente a dona margarida me apresentou a Heloisa... Talvez tivesse esperanças que o filho dela pudesse se apaixonar por outra pessoa... E é aí que minha mãe errou... Por mais maravilhosa que a Heloísa pode ser... Por mais jeitosinha, usando suas palavras... Laura a Heloísa não é você... E nunca vai ser... E o que estou tendo hoje aqui com você... Eu não quero ter com nenhuma outra pessoa que não seja você... Você é o meu amor... Único amor... E agora mãe dos meus filhos... E eu não quero outra que não seja você.

– Mãe dos seus filhos...

– Isto mesmo... Mãe dos meus filhos... E isso inclui a Melissa também... Você não age como uma madrasta... Você age como mãe com a nossa menina e ela sente o amor que tem por ela... E isso faz com que a ame cada vez mais... Isto, Laura, é de uma generosidade... E me encanta cada vez mais... Por isso eu te amo... Por isso que estou feliz que esteja aqui conosco... Por saber que teremos um bebezinho juntos... E é tudo o que eu quero da minha vida... Você e meus filhos juntos a mim... Eu amo cada um de vocês e estou feliz, por ser um detalhe tão insignificante para qualquer um, porém para mim é maravilhoso... Amanhã de manhã, será a nossa família sentada aquela mesa... Nossa família... Depois de muitos anos tomando café sozinho... E eu quero muito isto, ver nossa família tomando café ao redor daquela mesa.

– Este será o primeiro de muitos outros... Eu sempre estarei ali com você... Aliás, nós estaremos...

– Promete isso.

– Você me faz fazer tantas promessas... – Ri.

– Claro... A senhora para resolver ir embora de uma hora para outra não custa nada... – Edgar riu.

– Então é bom o senhor se comportar muito bem...

– Eu não pretendo fazer nada de errado...

– É bom mesmo... - Começava a ficar sonolenta... - Vamos dormir... Estou com sono...

– Já?

– Estou grávida de esqueceu? Sou acometida pelo sono quase o tempo todo. – Sorri para ele.

– Eu pensei que aproveitaríamos mais um pouco... Namorar um pouquinho mais... – Insinuando se para mim.

– Pensei que estivéssemos namorando... – Fiz-me de desentendida.

– Estamos abraçados... – Reclamou.

– E isso também não é namorar?

– Eu pensei em algo mais...

– Eu sei perfeitamente no que o senhor pensou...

– Então? – Talvez ainda esperançoso.

– Boa noite meu amor. – Beije seu rosto e me acomodei na cama.

– Boa noite. – Um tanto desanimado.

Confesso que sorri, sem que ele visse e pouco depois adormeci.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então meninas, finalmente o Edgar realiza seu sonho de vê Laura de volta, definitivamente, a casa deles... Agora a família está reunida... Espero que tenham gostado... E não deixe de me falar o que acham... Bjs e até a próxima semana...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laura E Edgar - Um Novo Olhar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.