Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 47
Café da manhã


Notas iniciais do capítulo

Oi Meninas, tudo bem? Antes de mais nada... Feliz Páscoa... Como hoje é domingo e como prometido, um capítulo novinho... A felicidade do casal continua e eles merecem depois de tantos desencontros... Como um momento simples pode ganhar um grande significado depois de tantos anos de ausência... Boa leitura e espero que gostem.. Foi feito com muito carinho... Não deixem de comentar... Gosto de saber a opinião de vocês... bjs...



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Café da manhã (Capítulo 47)

Não me surpreendi quando, ao acordar, ver que Edgar já não estava ao meu lado. Fiz minha toalete como de costume e me arrumei e como sempre minhas roupas estavam cada vez mais justas ao meu corpo. Acariciei meu ventre e acabei de me vestir. Fui até o quarto da Melissa para ver como estava e ajudá-la a se arrumar e para minha surpresa ela já não se encontrava no quarto também... Fiquei preocupada e desci e para minha surpresa, a sala estava repleta de flores, já tinha visto a casa com muitas flores antes, porém, definitivamente, Edgar tinha exagerado... Era praticamente um jardim dentro de casa... Desci a escada e o aroma de flores era uma delícia, porém um pouquinho enjoativo para mim naquele momento... A mesa já estava servida, mas nem Edgar e tampouco Melissa estava sentados nela... Fui até o escritório e os encontrei ali... Estavam sentados no chão, Melissa desenhava e Edgar observava a filha...

– Bom dia...

– Bom dia. – Edgar se levanta seguida da filha.

– Bom dia tia Laura... – Melissa vem ao meu encontro e me abraça. – Como está meu irmãozinho?

– Seu irmãozinho está ótimo... – Ela coloca a mão no meu ventre e o acaricia.

– A casa está tão florida... Posso saber o motivo para ter tantas flores... Parece até um jardim...

– Eu queria lhe dá flores... – Edgar vem ao meu encontro e me dá um leve beijo na maçã do rosto já que nossa filha nos observava.

– E um simples arranjo não era suficiente... – Ri para ele.

– Achei que um arranjo um pouco maior seria mais interessante... Queria que quando acordasse encontrasse a casa florida, afinal de contas, finalmente, voltou para casa e ainda por cima e para nossa felicidade, você está grávida... Mesmo que trouxesse todas as flores ainda seria insuficiente para mostrar minha felicidade... Por tê-la aqui, finalmente, como dona desta casa... Por ter voltado para mim...

– É muito bom está de volta... E você princesa, já tomou seu café... – Dava um beijinho na minha menina.

– Matilde me deu meu café da manhã na cozinha...

– Você não comeu nada, meu Amor?

– E perder a chance de tomarmos o café juntos, como uma família, pela primeira vez... Eu esperaria por você o tempo que fosse...

– E por que não me chamou... Sabe que tenho dormido mais que o costume...

– Se a chamasse, não poderia fazer a surpresa com as flores... E tão pouco pedir para Matilde preparar um café da manhã muito especial...

– Eu não acredito que você quis fazer algo especial?

– Laura, como não fazer? É a nossa primeira vez juntos, como uma família... Eu, você e a Melissa... E ainda nosso bebezinho que você carrega contigo... Por mim sempre seria assim...

– Então, vamos tomar nosso primeiro café juntos? Como uma família... –Disse animada..

– Vamos. – Edgar me deu o braço e Melissa saiu correndo e se sentou em seu lugar na mesa... Meu marido puxou a cadeira para mim e sentei-me... Ele sentou na cabeceira e serviu-me uma xícara de café com um pouquinho de leite...

– Como o senhor conseguiu tantas flores... – Já sabia a resposta.

– Não vou negar que consegui com a Heloísa...

– Heloísa... Sei... – Com uma pontinha de ciúmes, que não durou muito...

– Pois a senhora não precisa fazer esta carinha... Quando mandei o recado para a Heloísa disse a ela que as flores eram para comemorar a volta da minha esposa para casa e pelo filho que estamos esperando... E como resposta ela me mandou os parabéns pela sua volta e que nosso bebê nasça com toda a saúde... Como pode ver... Eu deixei bem claro o motivo para as flores... – Comentou.

– Fico feliz que a Heloísa já saiba da nossa reconciliação... Quem sabe assim ela pare, de vez, de lançar olhares enamorados para você...

– Com ciúmes? Você fica tão linda quando está enciumada. – Disse lançando um sorriso.

– Eu que não fique de olho no que é meu... – Enquanto cortava um pedaço de pão com uma faca.

– Então você fica de olho no que é seu? – Edgar simplesmente sorria.

– Isto mesmo...

– Então isso significa que eu também tenho que ficar de olho no que é meu?

– Por que diz isso? – Fazia-me de desentendida...

– Não sei... Sempre há um tal engenheiro rondando o que é meu...

– Não, assim como o senhor disse em relação a Heloísa... Eu posso dizer o mesmo sobre o Henrique... – Ele sempre soube que tenho um marido... E logo, logo direi que voltei definitivamente para minha casa e para meu casamento e que, para nossa felicidade, estou esperando um filho. Assim que estiver com o Henrique vou contar a boa nova para ele...

– Fico feliz por ouvir isso.

– E tem mais um detalhe que o senhor ainda não sabe...

– O quê?

– Sabe que a escola vai abrir em poucos dias...

– Sei...

– E o Henrique ficou encantado com nosso projeto e vem ajudando muito... Conseguiu fazer com que alguns pais mais reticentes deixassem que os filhos fossem matriculados...

– Sei...

– Outro dia, eu e a Isabel fomos almoçar a na casa do Henrique e da irmã dele... Ele até sugeriu que levasse você, porém, como havíamos brigados, só para variar... Achei melhor deixá-lo em casa... – Brinquei com ele.

– Disto eu não sabia... – Edgar pareceu um tanto tenso.

– Desculpa por não contar antes... Não era importante... Ao menos não tem a importância dos últimos acontecimentos para nós... – Segurei e beijei a sua mão.

– E como foi o tal almoço? – Com uma carinha de pouco amigos.

– Agradável... Porém o que quero te contar é que o Henrique se ofereceu para ser professor de matemática na nossa escola...

– Eu não sabia que ele é professor? - Desconfiado.

– Ele tem conhecimento de matemática por causa de sua formação acadêmica... Eu achei a ideia adorável e perguntei a Isabel se ela concordava e ela o aceitou de bom grato...

– Suponho que tenha ficado feliz também? – Enciumado.

– Claro que fiquei... Não é todo dia se que tem alguém como o Henrique como professor na nossa escola e vai acrescentar muito ao que pretendemos ensinar... – Quase provocando-o.

– Vocês dois vão trabalhar juntos? – Ressabiado.

– Vamos...

– Eu pensei que teríamos um café da manhã agradável em família? – Falando quase que para si mesmo.

– E vai ter... Meu Amor, o Henrique é apenas um bom amigo... E você além de ser meu melhor amigo, também é o meu amor, meu único amor... O pai de meus filhos e o único homem que eu amo e que amarei sempre e para sempre... – Tentando mimá-lo.

– Eu vou cobrar isso cada dia de nossas vidas...

– Pode cobrar à vontade... Pois eu farei o mesmo e darei o meu amor a cada dia... Para você e para nossa família... – mimando-o um pouco mais.

– Sabe, estava pensando... Mocinha, já que você está aqui em casa hoje... E onde não pude dá... Que tal uma aula, já me sinto em falta com você...

– Aula hoje tia Laura... Vou adorar... – Os olhinhos da Melissa brilharam.

– Edgar, já que vou passar a manhã ocupada tanto aula... Pensei em convidar sua mãe para um chá, no final da tarde... Assim, com toda a nossa pequena família reunida, poderíamos contar as boas novas para D. Margarida e faz algum tempo que não converso com minha sogra... Tenho certeza que ela ficará feliz como as novidades...

– Pensa em convidar apenas minha mãe?

– Por hora sim... Meu pai está em São Paulo, chega nos próximos dias e minha mãe está no Porto Alegre com Alfredinho...

– Quando fui procurar por você na casa de seus pais, fui informado das viagens deles... Quer que eu mande um telegrama para dona Constância avisando que seremos pais e que a senhora finalmente se dignou a voltar para nossa casa...

– Vamos deixar minha mãe aproveitar mais a companhia de meu irmão... Sei que é errado ainda não avisar, porém, quero aproveitar esta gravidez um pouco, sem ela ficar no meu ouvido falando o que devo ou não fazer... Depois avisamos... Quando fiquei grávida, daquela outra vez, não foi nada fácil ter minha mãe por perto, me cobrando sua presença... Sei que agora é tudo diferente, entretanto prefiro esperar um pouco mais para falar sobre nosso filho... Assim que meu pai chegar, quero fazer outros exames com ele... Sei que o Dr. Cordeiro me afirmou que nosso bebezinho está muito bem, mesmo assim quero que meu pai me acompanhe durante toda a gestação... Quero ter a certeza absoluta que nosso filho vai nascer o mais saudável possível...

– Está bem... Avisamos sua mãe depois... Lamento muito por aquela outra vez... Consigo imagina o quanto dona Constância pode ter infernizado você por minha causa... – Segurando minha mão...

– Quer saber... Não vamos pensar nisso agora... Já passou... Isso faz muito tempo... E agora quero aproveitar a minha família... Em nosso primeiro café da manhã juntos... Olhar para o presente e o futuro... Os erros do passado têm que ficar lá... No passado... Nós temos que viver este momento...

– Tem razão Laura... Vamos aproveitar este momento... E eu fico muito feliz em está aqui com as mulheres mais importantes da minha vida... – Edgar me beijou suavemente no meu rosto e o de nossa menina.

– Eu vou mandar um recado assim que terminar aqui para minha mãe... Dona Margarida vai ficar muito feliz em nos ver juntos novamente. Ela já não aguentava mais ver o filho dela jogado pelos cantos lamentando por um amor que julgava perdido...

– Quero muito que ela sabia e assim que meu pai chegar nós o chamamos aqui também... E contamos, ele vai ficar muito feliz também... Sempre quis ter um neto...

– Como quiser... Tudo será feito do jeito que achar melhor. Tem outra pessoa que eu quero que saiba também...

– Quem?

– O Guerra... Quem mais poderia ser?

– Aquele tratante... Sabia o tempo todo que você era o Ferreira e não me contou nada... Belo amigo o seu... – Brinquei com Edgar.

– Ele foi fiel a mim...

– Sei bem o que é isso... Esta fidelidade masculina...

– Com ciúmes do Guerra... – Sorria para mim.

– Não... Já o perdoei... Para ser bem sincera... Talvez, em outro momento, é claro, ir fazer uma visitinha ao seu amigo... Graças a ele pude conhecer esta faceta de sua personalidade que eu não conhecia... Depois que descobrir quem é o Ferreira... Minha admiração por ele só fez aumentar...

– Temos mesmo que falar do Ferreira... – Incomodado.

– Meu amor... Como não falar no Ferreira... Ele é o meu jornalista favorito... Depois de você... – Edgar fez um pequeno bico. – Agora mais do que nunca não há motivos para sentir ciúmes do Ferreira... Sei perfeitamente quem ele é e adorei saber de quem se tratar... E não poderia ser ninguém melhor.

– Vamos esquecer isso...

– Esquecer não dá... Porém tenho uma dúvida... Já que o Ferreira se mostrou a mim... Ele ainda pretende continuar a fazer suas matérias ou vai deixar, nós, leitores do Correio da República, saudosos de seus artigos maravilhoso?

– Não sei ainda... Agora que nosso bebê vai nascer... Tenho meus clientes... Não sei se terei muito tempo para me dedicar a ele... Não quero ficar tanto tempo longe da minha família...

– Se depender de mim... Acho bom o senhor encontrar tempo para se dedicar ao Ferreira, não se preocupe que eu ajudarei no que for preciso... Não quero perder meu jornalista favorito e nem quero que deixe de fazer o que realmente te dá prazer. Reconheço que são matérias mais complexas, difíceis de fazer... Por outro lado são publicadas esporadicamente... Acho que posso te ajudar... – Peguei sua mão e a segurei.

– Meu Amor, eu não sei ainda, prometo que vou pensar... Agora que tenho minha família comigo... O jornalismo investigativo me dá um imenso prazer... Mas, nada me dá mais prazer que ter vocês aqui comigo... Definitivamente um não se compara ao outro...

– Imagino que não... Sei perfeitamente o valor de estar aqui... Também sei o quanto é prazeroso fazer o que se gosta e não quero que perca isso... De nenhuma maneira... Quero te vê realizado... Tanto no seu trabalho como jornalista, como em família... Somos um casal e um deve ajudar o outro... Isto sim é um casamento... Um ajudando o outro, apoiando, incentivando... Você me incentiva tanto na escola nova... E agora é minha vez de incentivá-lo no que realmente gosta... Eu quero te vê muito feliz...

– Já estou... Olha para esta mesa... Tudo o que mais amo esta aqui... Minha família... O que mais posso querer?

– Para você é muito importante vê esta mesa com a gente...

– É sim... Por muitos anos... Ela ficou vazia... Era triste sentar-me aqui e olhar para os lados e vê apenas o vazio... Quantas e quantas vezes eu fiquei aqui... Ouvindo o som do silêncio e este quando era interrompido pelo ruído da xícara sendo posta no pires ou os talheres arranharem o prato... Nada, além disso... Agora tenho você e a Melissa aqui comigo... Daqui a pouco nosso bebezinho estará aqui também... Esta casa não era para ser apenas de um homem solitário... Era para ser de uma família e finalmente isso está acontecendo agora...

– Você dá muito valor a isso? – Segurava sua mão ainda.

– E como não dá... Apenas quem passou por isso sabe o que é... Você, mesmo estando longe, provavelmente sentiu algo parecido...

– É verdade... A casa onde eu morava era pequena, tinha poucos móveis e mesmo assim sentia que era grande demais para mim... Não falo do espaço físico... Da falta que me fazia está com você... Da vida que poderíamos ter levado... Tentei tocar minha vida, e mesmo assim, sempre havia a lembrança de querer estar com você... O cheiro de alecrim que me perseguia quando ia para escola onde dava aulas... Não me permitia esquecer... Ao contrário, aumentava cada vez mais minha lembrança... Agora lembrei-me de algo... Depois preciso escrever uma carta... Preciso contar as novidades a Dona Eulália...

– Por que não acha para passar alguns dias conosco... Quero muito conhecê-la, afinal ela tomou conta de você por mim... Sou muito grato a ela por isso...

– Olha é uma ótima ideia... Vou convidá-la sim... Ela sempre foi tão maravilhosa comigo... Agora vou poder contar a verdade a ela... Desculpar-me por ter omitido algo tão importante... Ela vai gostar de saber que finalmente encontrei alguém. – Rimos juntos.

– Então faça isso, meu Amor.

– Então, mocinha... A senhorita apenas prestando atenção na nossa conversa... Já tomou seu café direitinho...

– Já tia Laura, a rabanada da Matilde está uma delícia... – Melissa tomava o resto de leite que estava em sua xícara.

– Então, assim que terminar, vá lá em cima e pegue seu material que daqui a pouco começa sua aula... E o senhor o que vai fazer agora pela manhã?

– Primeiro mandar um bilhete convidando minha mãe para o chá da tarde, em seguida vou até o fórum, quero dá entrada com os papeis da revogação... Não vejo a hora da senhora usar, novamente, sua aliança...

– É verdade... Havia me esquecido dela...

– Sério... Pois eu nunca me esqueci... E pelo que me consta a carrega em seu pescoço...

– Esta não é aquela... Vamos fazer o seguinte... – Retirei a corrente onde estava a aliança que Edgar me deu em Petrópolis. – Aqui está. – Entreguei a ele.

– Por que está me devolvendo a aliança...

– Eu não estou devolvendo... Apenas quero que a coloque no meu anelar direito...

– A mão de casada é a da esquerda.

– Eu sei disso seu bobo... Esta será minha aliança de noivado.

– Pensei que me achava um péssimo noivo... – Com um tom de deboche.

– Não mudei de ideia em relação a isso... Entretanto, não posso negar que o senhor melhorou muito destes últimos tempos... E também nosso noivado vai durar pouco, ao contrário do anterior... Será apenas de alguns dias, o tempo necessário para a assinatura da revogação...

– Isto quer dizer que seremos apenas noivos por estes dias? – Usava um tom malicioso.

– A Melissa ainda está à mesa. – Falei baixinho.

– É verdade...

– Querida já terminou? Vai lá em cima buscar suas coisas... – Melissa se levantou e subiu a escada e eu acompanhei com o olhar ela se distanciando... Assim que sumiu do meu campo de visão virei para o Edgar...

– O que o senhor quer dizer com isso? – Fiz-me de desentendida.

– Ora, Laura, já temos um filho a caminho... Um noivado à moda antiga... Não cabe a nós neste momento...

– O senhor e esta mentezinha maliciosa... Sei perfeitamente disso... Nosso noivado será ao nosso modo e o senhor o conhece muito bem como ele é. – Edgar ainda segurava minha aliança. – Então vai ou não colocar a aliança em minha mão...

– Com todo o prazer do mundo... Porém, se lembra que está não é a do nosso casamento... – Ele a colocava em meu anelar direito.

– Lembro-me perfeitamente... Aquela outra está guardada e no dia da revogação prometo que vou levá-la comigo e o senhor vai poder colocá-la em meu anelar esquerdo assim como esta também... Usarei as duas juntas...

– As duas...

– Sim, a primeira de nosso casamento e a segunda de nossa reconciliação definitiva... O senhor pode continuar a usar a sua... Não é necessário outra, já que nunca deixou de usá-la.

– Provavelmente tinha esperança que um dia voltasse para minha vida... Ao contrário de certo alguém que preferiu não usar a dela... – Provocava-me.

– Oh, Meu amor... Já te expliquei porque não usei a minha... Lembra-se, era para não causar falatório onde fui morar... – Justificava-me.

– Brincadeira minha... Eu entendi sim, perfeitamente... E eu não podia deixar de usar a minha por causa da farsa da sua mãe... Apesar de que o verdadeiro motivo era que nunca havia conseguido esquecer você... Sempre me sentia casado... Mesmo quando você insistia em ficar anos, a fio, longe de mim... Eu nunca conseguiria tirá-la...

– Agora eu sei disso, meu Amor... Agora tudo isso é passado e temos que pensar no agora e no futuro... – Edgar me beijou.

– Viu só como é muito melhor pensar no agora... – Ouvi os passinhos de Melissa na escada descendo. – Tenho que dá uma aula agora.

– E eu preciso entrar com os papeis da revogação...

– Então vamos aos nossos deveres... Meu Amor...

– Vamos... Minha Vida...

– Vou usar seu escritório para dá aula.

– Nosso. E boa aula. – Um beijo no meu rosto e outro na Melissa.

– Obrigada. – Olhava encantada para ele.

– Até mais tarde...

– Até... – Eu o observei ir embora... E pensar que não me cansava de olhar para ele... – Então Melissa pronta para sua aula, meu amor?

– Pronta tia Laura.

– Então vamos para o escritório...

A manhã passou rápida e mais uma vez Melissa ficou toda animada com a aula... Adorava como se entusiasmava com as aulas que dava... Sempre interessada e feliz em aprender...

Edgar veio para o almoço e novamente estávamos os três reunidos e Melissa contava para o pai como havia sido a aula naquele dia e as coisas novas que havia aprendido... Meu marido observava a filha encantado... Os olhinhos da nossa menina brilhavam... E eu não vou negar foi uma das imagens mais bela que já havia visto... E pensar que agora eu fazia parte disso também... Pouco depois Melissa subir para dormir um pouco a tarde e Edgar ficou me fazendo companhia, enquanto eu lia o jornal do Guerra, Edgar estudava alguns processos...

– Então meu Amor, foi ao Fórum...

– Fui e já dei entrada na revogação... Daqui a poucos dias a senhora será novamente uma senhora casada... – Ele se levantou da escrivaninha e se sentou ao meu lado no sofá de couro.

– Então? Feliz com isso.

– Muito feliz... Daqui a pouco voltamos a ser casados novamente... Está preparada para isso?

– Boa pergunta... Voltar a ser casada... Não posso negar que ser divorciada tem lá suas vantagens...

– Quais vantagens? Posso saber?

– Quais?

– Isto mesmo.

– Pensa comigo... No nosso caso, específico... Apesar do nosso divórcio... Não nos portávamos bem como um casal divorciado... Aproveitamos bastante... Se não fosse assim... Não teríamos um bebezinho a caminho...

– E isso é ruim...

– Definitivamente se há uma coisa que não é ruim e ficar com você...

– Reparou que estamos sozinhos?

– Estamos sim... Por quê?

– E se nós dois subíssemos um pouco... Estamos no meio da tarde... Posso terminar de estudar estes processos depois... – Insinuando-se para mim.

– A ideia é ótima... Porém, lamento informar... Mas há uma menininha... Logo no quarto em frente ao nosso... Que pode acordar a qualquer momento... Apesar de que adoraria... Não é conveniente agora. Sem contar que sua mãe, chegará daqui a pouco...

– Entendi... À noite...

– À noite... Prometo...

– Obrigado...

– Porém, já que estamos aqui, isto não impede de namorarmos assim, como estamos fazendo agora.

– Melhor que nada... – Edgar beijava meu pescoço.

– Não seja mal agradecido... É por uma boa causa... Sua mãe chega a qualquer momento.

– Eu aceito. Fazer o quê... – Edgar continuava a me beijar e mal senti quando meu corpo já estava quase deitado no sofá e ele praticamente sobre mim... Quando ouço um bater na porta do escritório e empurro Edgar no chão e quase caio em cima dele, levando e temos que nos recompor rapidamente...

– Sim? – Corro até a porta e abro uma fresta.

– Dona Laura, eu já acabei de pôr a mesa, gostaria de saber se estar tudo ao seu gosto?

– Só um momento Matilde... Deixei cair uma coisa. – Queria ri... – Já vou. Um segundo. – Vejo a porta novamente...

– Machuquei você? – Quase aflita.

– Estou bem... – Edgar começou a ri da nossa travessura.

– Viu só... Eu disse para esperarmos até a noite...

– E eu consigo resistir a você? – Passando as mãos nos cabelos e se recompondo.

– Volto já. – Saio e o deixo no escritório.

– Então Matilde?

– A mesa, senhora, está ao seu gosto? – Mal olhei para Matilde.

– Está perfeita... Assim que dona Margarida chegar você começa a fazer o chá... O bolo parece tão apetitoso. Temos aqueles amanteigados que a mãe do Edgar adora?

– Temos sim senhora... Eu vou pegar e colocar na mesa...

– A mesa ficou linda... Coloque os amanteigados naquele na bomboniere de cristal.

– Sim senhora... Deseja mais alguma coisa...

– A Melissa, já acordou?

– Acabei de dá uma olhadinho no quarto dela e continua a cochilar... Quer que a chame?

– Não é má ideia... Do contrário pode não conseguir dormir direito à noite, sem contar que a avó dela chega daqui a pouco... Melhor... Deixe que a chame... Obrigada Matilde...

– Com licença senhora...

Voltei para o escritório e Edgar estava sentado no sofá esperava por mim...

– Então... Se quiser podemos continuar da onde estávamos... – Edgar novamente insinuando-se novamente para mim.

– Vamos continuar sim... Porém à noite... Basta de emoções fortes por esta tarde. Tenho... Eu acho... – Resistindo ao Edgar. - Eu preciso ir chamar a Melissa... Daqui a pouco a avó dela chega... Quero ainda dá um banho na nossa menina... Acho melhor o senhor voltar ao seu processo...

– Tem certeza? – Provocava-me.

– Não... Mesmo assim é o certo a fazer... Vou ver a Melissa.

– Certo... – Edgar voltou a sua escrivaninha e eu subi para ver nossa menina.

Subi e acordei a Melissa... Coloquei-a para tomar banho e a vesti... Lembrei-me quando minha mãe fazia o mesmo comigo, na época que morávamos na fazenda... Eu a arrumei e penteei seu cabelo preto e peguei um pedaço de fita rosa e fiz um laçinho em uma mecha de seu cabelo, o laço combinava com o vestido... Ela calçou as botinhas e descemos juntas, pouco depois dona Margarida batia em nossa porta e pude ver a felicidade de minha sogra ao encontra a família do filho reunida, pela primeira vez.

– Laura, Melissa, vocês aqui... Que surpresa mais que agradável... Meu filho sua família reunida... – Dona Margarida vem ao meu encontro e me abraça e faz o mesmo com a neta.

– É a primeira vez que a senhora nos entra todos juntos... – Edgar recebe um abraço da mãe.

– Vocês formam uma família tão bonita...

– A senhora disse tudo agora mãe... Somos uma família... Mãe eu chamei a senhora aqui por causa de uma novidade... Não apenas uma... – Edgar todo animado.

– Você e a Laura voltaram?

– Voltamos D. Margarida e estamos muito felizes... – Respondi a minha sogra.

– A Laura, finalmente, voltou para casa. – Edgar me observava enquanto falava da minha volta para a mãe.

– Finalmente... Eu rezei tanto por isso... Nossa, meu filho... Que bom que agora tem sua esposa de volta... Laura, minha querida, seja bem vinda... Eu desejava tanto que se acertassem e finalmente isso... Que bom meu Deus.

– Quando isso aconteceu?

– Pois é mãe... A senhora sabe que a Laura voltou há algum tempo... Desde que no reencontramos... Depois de tantas idas e vindas... A Laura voltou para casa e para minha vida... E agora é definitivo... – Lançou-me um belo sorriso.

– Que bom, minha querida... Não sabe o quanto o Edgar ficou triste com a sua partida...

– Mãe, isto é passado agora e o que nos importa a partir de adiante e nossa vida juntos... E não é apenas isso que está nos tem deixando muito feliz... Há outra novidade...

– Outra novidade? O que pode ser, Meu Bom Deus? Será? Laura você está grávida?

– Estou D. Margarida... Eu e o Edgar vamos ter um filho...

– Minha Nossa Senhora... Um neto... Mais um neto...

– Eu vou ganhar um irmãozinho vovó... – Melissa toda animada.

– Vai sim, meu amor... Que notícia boa... Fico muito feliz por vocês... Um filho sempre é uma benção e vocês já mereciam isso há tanto tempo. E ainda bem que veio...

– É verdade... Veio agora e isto que importa para a gente... É um filho muito esperado e desejado... E não vejo a hora de ver o rostinho do meu filho...

– Eu imagino minha filha... Sei o quanto foi pesaroso para vocês perder aquele bebê... Agora Deus manda uma nova criança e esta, tenho certeza, veio para unir definitivamente vocês dois...

– É verdade, mãe... Este bebê veio para nos unir cada vez mais... Finalmente tenho a minha família junto de mim...

– Tudo que uma mãe quer é ver seu filho feliz... E agora, Edgar, eu vejo a sua felicidade... Que bom meu filho que tem sua família de volta... Vocês merecem tanto esta alegria...

– Não poderíamos está mais felizes... Estou muito feliz mãe... Eu esperei por tanto tempo por isso... E agora tenho minha esposa ao meu lado, um filho a caminho e minha princesinha, que não mora aqui... Porém é muito amada... Não é meu amor?

– Eu também te amo papai... – Melissa sorri para o pai.

– Acho melhor irmos para a mesa... Matilde fez um chá maravilhoso e tem os amanteigados que a senhora adora D. Margarida... Vamos nos sentar?

– Eu adoro... Vamos sim...

E assim nos reunimos em volta da mesa novamente... Conversamos animadamente, contamos mais um pouco sobre nossa felicidade e Dona Margarida contou um pouco como Edgar era quando bebezinho... Meu marido ficou um pouco constrangido e mesmo assim não impediu que a mãe contasse às peraltices que ele fazia quando criança... Melissa se divertia com as estórias que a avó contava e ficamos ali, durante um bom tempo... Era nossa família... Será que meu bebezinho puxaria ao pai, ou a mim... O ideal seria que fosse um pouco dos dois... Enquanto dona Margarida falava, imaginei como seria nosso futuro, com nosso bebezinho nos braços... Notei que Edgar me observava e eu apenas segurei sua mão. E ele apertou a minha... Enquanto nos divertíamos com as histórias de família...


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Notas finais do capítulo

Então meninas, gostaram? Foi mais um momento em família e eles estão aproveitando cada momento e merecem tanta felicidade... Espero que tenham gostando... Não deixem de comentar e até o próximo domingo e uma ótima semana... Bjs... E muito obrigada pelo carinho...



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