Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 22
Namoro


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, tudo bem? Espero que gostem deste capítulo, tentei manter a leveza do anterior. Espero que gostem...



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Namoro (capítulo 22)

– A Senhora Laura Vieira está me pedindo em namoro? É isto mesmo? – Edgar estava radiante com o pedido de Laura.

– Estou. E ainda não recebi a minha resposta. – Ela sorria para ele.

Edgar olhou para a direção onde estava Melissa e viu que a menina não olhava para o casal se aproximou de Laura e a beijou, assim que terminou de beijá-la, Laura sorria.

– Esta é uma resposta... Eu não consegui entender direito... Acho que não compreendi direito sua resposta...

Mais uma vez Edgar olha para os lados e beija novamente a esposa.

– E agora, minha resposta te convenceu? – Edgar acariciava o rosto de Laura.

– Mais ou menos, acho que o senhor terá que esclarecer melhor sua resposta. – Se insinuava para Edgar que adorava a brincadeira da esposa.

Edgar se aproximava novamente de Laura que já esperava pela explicação quando Melissa chegou correndo para se juntar ao casal de namorados, sem perceber o que acontecia ali. A menina estava imensamente feliz em está ali como o pai e Laura. O casal feliz por estarem juntos novamente.

– Que tal uma volta pelo parque, há árvores lindas aqui, muitas espécies de vários lugares? – Edgar sugeriu as duas damas que o acompanhava.

– Seria ótimo. Vamos andar um pouco e aproveitar mais um pouco este dia. – Laura respondeu sem conseguir disfarçar seu ar de felicidade.

– Vamos papai, vamos tia Laura. – Melissa estava eufórica.

Os três passeavam como uma família, eles atravessavam o caminho cercado pelas belas e altas Palmeiras Imperiais, o belo chafariz, passaram pela estufa. O passeio estava agradável e Melissa cada vez mais feliz. Como a menina não podia correr muito ela se contentava em andar de mãos dadas ora com Edgar ora com Laura. O pai mostrava algumas plantas, alguns recantos do belo Jardim e observava as pessoas que ali se encontravam. Viram um casal e com eles um belo bebê. Os pais pareciam felizes e Laura não pode deixar de pensar no filho que não teve. Mas olhou para Edgar e Melissa, e viu que estavam felizes por estar ali com ela e isso, não amenizava a dor, mas perceber que tinha ali, talvez, um recomeço, e isso poderia ser um alento. As horas passavam e eles estavam cada vez mais felizes. A cesta sortida de guloseimas estava quase vazia. Cada doce tinha sabor de felicidade. Era como se o pesadelo do dia anterior não assombrasse mais suas almas. De certo modo tinha trago Edgar, agora na condição de namorado, mesmo que ainda houvesse fantasmas que ainda a assombrava, mas ao menos era o Edgar que estava ali, mesmo que não fosse como antes, mas era uma promessa de um futuro.

No final da tarde, Melissa já demonstrava sinais de cansaço, Edgar resolveu levar a filha de volta para casa. Na volta ela acabou adormecendo em meu colo, Edgar dirigia o carro e paramos na frente de minha antiga casa. Pedi a Edgar que levasse a cesta enquanto eu levava a menina, ainda no colo, para o quarto. Eu a deitei em sua casa e tirei seus sapatos e troquei a sua roupinha por uma camisola, ela ainda dormia, mas eu consegui encontrar no armário uma manta e a cobri e me sentei na beirada da cama dela por alguns minutos velando seu sono. Lembrei-me da imagem do casal passeando pelo Jardim Botânico. E observando Melissa e lembrando do dia agradável que nós três tivemos, por um momento tive vontade, de ser a mãe da Melissa. Por que eu não era a mãe da filha do homem que amo e sim aquela mulher. Senti um nó na garganta, mas respirei fundo, enxuguei uma lágrima que tentou percorrer meu rosto e ao sair dali, não me havia me dado conta, a princípio, mas ao deixar o quarto vejo que Edgar está na porta, em silêncio, observando a cena. Vou ao seu encontro dele e recebo seu abraço carinhoso e um beijo na testa e ficamos ali, durante um tempinho, abraçados e observando o sono da filha de Edgar. Mas meu querido namorado me levou para a sala e ficamos sentados, namorando, no antigo sofá azul. Era muito bom está ali com Edgar, em nossa casa. Não tinha esperanças, quando estava no interior, que um dia pudesse o vê novamente, tão pouco almejava me encontrar com ele ali, agora como namorados.

Naquele dia Edgar havia dado folga a Matilde o que significava que não tínhamos nada para comer. Edgar me ajudou a preparar um jantar simples, enquanto eu preparava a carne, ele cortava os legumes e amassava o alho. Entre um preparo e outro nos beijávamos e assim que a carne com batatas estava pronta, eu e Edgar colocamos a mesa. E jantamos como fazíamos na época em que estávamos casados. Apesar de não ser nenhuma exímia cozinheira, não nego que, aquele foi um dos jantares mais saboroso que tive o prazer de experimentar, não pelos meus pacos conhecimentos na culinária, mas porque estava na companhia de Edgar. E ele, do mesmo modo que eu não deixava de sentir diferente.

– Eu tenho uma proposta para a senhora? – Edgar se insinuava para mim.

– Qual proposta que meu advogado favorito tem para me fazer. – Também me insinuava, mas me fazendo de desentendida.

– Não gostaria de... Não sei... Passar a noite aqui, comigo.

– Não acho uma boa idéia, afinal de contas, o senhor é um homem divorciado, não pegaria bem. – Brincava com ele.

– Mas eu não tenho planos de contar a ninguém. E ainda tenho certeza que a senhora é uma mulher bastante discreta.

– A discrição, de fato, é minha companheira constante, mas temo que haja, no andar superior da casa, uma pequena menina que dorme agora, mas que ao acordar pode estranhar o fato de sua ex-professora ainda se encontra na casa de seu pai. Como podemos explicar isso a ela?

– Se me permite, posso contar a bela menina, que agora dorme o sono dos justos, depois de um dia desgastante ontem, mas que parece ter encontrado um pouco de paz no seu coraçãozinho ao ter junto de si, seu amado pai e sua querida professora. Que estes, no passado, tiveram a felicidade de serem casados.

– Bela explicação senhor advogado, mas não seria justo colocar tanta informação na cabecinha de sua princesa. Vamos devagar em relação a Melissa, ela já sabe que somos amigos de longa data, no futuro, podemos falar do casamento que tivemos. Mas por hora é melhor ela pensar que somos bons amigos, depois que começamos a namorar, para enfim, contar a verdade do nosso casamento. Assim, a acostumamos com a ideia. É melhor irmos bem devagar...

– Por mim já contava logo e você voltava de vez para casa e para nossas vidas. Tenho certeza que a Melissa vai adorar saber que você é a madrasta dela.

– Não gosto do termo madrasta, sempre achei tão pesado, deixa eu ser apenas a tia Laura por enquanto. Mas por hora é melhor irmos devagar mesmo. – Laura beija Edgar.

– Tem certeza que não quer ficar?

– Não, mas é o certo a fazer. Não quero deixar Melissa confusa. É muita informação para ela no momento, vamos esperar um pouco mais. Sem contar que acabamos de iniciar um namoro, então é muito cedo para certas intimidades. Mas tenho certeza absoluta que teremos tempo para ficarmos juntos por muito, muito tempo. Mas assim que terminarmos o jantar, o senhor vai me ajudar a lavar a louça e eu vou pegar o bonde para voltar à casa da Isabel. E o senhor vai cuidar da sua filha.

– Não concordo, mas por hora eu aceito, porém, serei eu que a levarei de volta para casa.

– E deixar a Melissa sozinha? Negativo. Vou de bonde, mas amanhã, eu volto e podemos continuar nossa conversa de onde terminamos.

Enquanto Laura lavava a louça Edgar secava tudo e colocava em cima da mesa da cozinha. Assim que o trabalho estava terminado Laura se despediu de Edgar com mais uma série de beijos, a moça conseguiu desvencilhar, contra a própria vontade, de seu ex-marido, e agora namorado, e conseguiu finalmente pegar o bonde para casa de Isabel.

Na manhã seguinte, quando acordou, na sala, esperava por ela mais um vaso com alecrim, não havia cartão, mas ela sabia quem havia mandado. Edgar, como sempre, havia se lembrado. Mas sua preocupação agora era outra. Precisava me manter e para isso era necessário um novo emprego, pensou em procurar em outras escolas e foi que fez, mas apenas recebeu negativas ao seu pedido de emprego, seu ótimo currículo não significava nada perante o escândalo da fotografia no jornaleco. Os dias foram passando e nada e encontrar uma nova colocação. Seu consolo era ter em Edgar uma companhia agradável. Mas não queria ceder ao desejo dele de voltar a morar novamente em sua antiga casa. Mas, talvez, tentando me ajudar Edgar me convidou para trabalhar para ele, não nego que tal convite me deixou um pouco apreensiva, amo Edgar, mas trabalhar para ele estava fora de cogitação, jamais seria uma relação de patrão e empregado, sempre haveria nossa história no meio e também seria uma forma de depender de Edgar e isso eu não queria, tinha conquistando minha liberdade financeira e não abria mão dela. Mas, depois de um dia cansativo de procura por trabalho esbarrei por acaso com um conhecido de meu pai, senador Laranjeira, ele me reconheceu de imediato e mencionou meu pai.

– Laura Assunção?

– Vieira, meu nome é Laura Vieira senhor.

– Não sei se me conhece, mas sou senador Laranjeira, conheço seu pai do Senado.

– Prazer em conhecê-lo. – Laura estica a mão para cumprimentá-lo.

– Vejo que tem um jornal nas mãos. – Senador apontou para o jornal. – Procura emprego?

– Sim, procuro.

– Talvez eu possa lhe ajudar. Tenho uma vaga de secretária na minha fábrica, se a senhora quiser passar lá na próxima segunda feira terei o prazer de recebê-la na parte da tarde. Aqui está o meu cartão com o endereço que teve ir.

Peguei o cartão e olhei o endereço.

– A que horas o senhor quer que eu vá?

– Às quinze horas está bem para a senhora.

– Claro. Estarei lá.

Despedi-me do senador Laranjeira e voltei para casa, Isabel ainda não havia voltado do teatro. Aproveitei meu tempo para escrever uma carta para Dona Eulália contando sobre parte da minha chegada ao Rio de Janeiro, obviamente que tive que ocultar minha história recente com Edgar, nunca havia mencionado seu nome para ela e também, não sabia como reagiria se soubesse do meu divórcio, mas contei as novidades da casa nova, sobre Isabel e o emprego que não deu certo, mas ocultei, também, o desfecho da fotografia, a pobre senhora não precisavam saber desses pormenores.

Tia Celinha me fez uma visita. Ela, Isabel e Sandra tinham sido, além de Edgar, meu esteio para suportar todos aqueles dias depois da tempestade causada por aquela fotografia. Tentamos encontrar um culpado, mas como Guerra dissera antes, não havia muito que fazer. Contei a tia Celinha sobre meu namoro com Edgar e que começávamos a nos entender, ela ficou radiante com a notícia, mas estava magoada com Guerra por não ter comentado nada com ela. Disse a minha querida tia que ela e Edgar prometeram manter a discrição e que poucas pessoas sabiam por hora e que iriam comunicar, aos poucos, aos amigos mais chegados e que nos queriam bem e torciam pela nossa felicidade. Minha querida tia me perdoou assim como fez com Guerra.

À noite, me dirigi a minha antiga casa, onde Edgar já esperava por mim. Namoramos no nosso sofá, e depois jantamos. De volta ao sofá Edgar me ofereceu uma taça de Porto e ele quis brindar.

– Posso saber a que brindamos, venceu algum caso importante? – Quis saber.

– Não, algo muito mais importante.

– Então ao que brindamos? – Minha curiosidade apenas aumentava.

– Olha em volta. – Sugeriu Edgar.

– A casa continua a mesma. Tudo está no lugar. – Olhava em volta e não via nada de novo.

– Observe melhor? – Edgar fazia mistério o que aumentava ainda mais minha curiosidade.

– Estou me sentindo uma boba, não consigo ver nada de novo.

– Laura você está aqui, isso faz toda a diferença. Esta casa ganhou vida novamente desde que voltou a minha vida. Eu vivi os últimos seis anos aqui e era como se parte da minha vida tivesse perdido o frescor, o colorido, o sentido. Quero brindar a sua volta para minha vida, ao fato de está aqui neste momento. Não imagina como era doído chegar a esta casa e saber que não a encontraria aqui, a minha espera. Laura você não imagina o quanto me faz feliz por estar aqui. Ter o prazer de jantar com você como fizemos a pouco, como era antes, pode parecer uma mera bobagem, mas para mim é como voltar à vida depois de seis anos. Estes últimos dias têm sido tão maravilhosos. Naquele dia, quando me pediu em namoro, quando me beijou era como se acordasse de um pesadelo. Quando vi o quanto se dá bem com a minha filha, eu vi você colocar Melissa na cama e velando seu sono, como se fosse a mãe dela... Eu vi seu olhar no Jardim Botânico quando viu aquele casal com o bebezinho, percebi que se lembrou do nosso... Laura, eu nunca tive a chance de lhe dizer isso direito, mas essa dor não é apenas sua e minha também e eu lamento muito de ter sido causador de parte dela. Mas agora a vida está nos dando uma segunda chance e eu quero que aproveitemos isso. Se alguns meses atrás alguém me dissesse que voltaria para mim, simplesmente não acreditaria. Há muito já tinha perdido a esperança que pudesse vê-la um dia, imagine está aqui como você.

– Assim você me comove. Edgar, todos estes anos fora, foram difíceis para mim também. Doía-me pensar que não o teria ao meu lado novamente, não me dava o direito de sonhar com você, mas não conseguia não pensar. Durante muito tempo imaginei que pudesse estar com aquela mulher e isso me doía mais ainda porque era a minha vida que ela tomava posse. Ver que tinha tido uma filha com ela era tão doloroso para mim, principalmente depois que perdemos nosso bebê e eu estava sozinha. Aquele dia que voltei para casa e o vi com Melissa no colo e aquela mulher ao seu lado nesta sala, era como se meu mundo desabasse novamente. Eu me deitava à noite e sempre lembrava de nós dois juntos. Sentia tanto a sua falta. Onde eu morava, para chegar à escola onde lecionava, todos os dias tinha que passar por um caminho e ali tinha cheio de alecrim, não tinha como escapar, pois não era um ramo ou outro, mas milhares deles e ao sentir o cheio era de nós que eu lembrava, mesmo que não quisesse sentir era impossível, como não me lembraria de nós dois. Não houve um dia, ou noite, que não tenha pensado em nós. Doía perceber que aquilo tudo não existiria mais. Que eu não tinha mais aquela vida, que não tinha você, mas por outro lado tinha todo aquele sofrimento...

Edgar abraça Laura com tanto carinho... Ambos estavam com os olhos marejados.

– Não era para ter sido assim, nunca quis que fosse embora. – Edgar lamentava.

– Eu sei, mas não tinha como ficar, Edgar.

– Eu sei, a culpa sempre é minha, sou eu quem sempre tem que me justificar. Laura não tem ideia do quanto me arrependo de ter me envolvido pela Catar...

– Por favor, não fala este nome, tenho verdadeiro horror a ele e o que significa... Mas por outro lado tem a Melissa, a única coisa boa que aquela lá fez. É nela que temos que pensar e proteger Edgar. Eu não posso fazer muito agora que deixei de ser a professora dela, mas você é o pai dela, tenho medo Edgar que os outros pais descubram a verdade sobre a origem de Melissa e ela sofra com isso por causa no nosso divórcio, pelo fato de ser bastarda, que isso respingue nela, você sabe como a Madre me tratou.

Edgar abraça a ex-esposa mais uma vez.

– Não se preocupe meu amor, agora você não está mais sozinha, eu estou aqui para te proteger e a minha abelhinha também. Ninguém mais vai de desrespeitar, eu não deixo.

Laura, apesar de perceber o carinho protetor de Edgar, ficou incomodada com que acabará de ouvir dele. Sabia das boas intenções de Edgar, mas não seria assim que as coisas se resolveriam. Não queria ser respeitada por estar com ele, mas por ser alguém de valor, alguém que tinha o direito ter as rédeas de sua vida em suas mãos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, é bom ver os dois juntos... O próximo era mais bonito ainda e espero que gostem. bjs e por favor, não deixem de comentar. A opinião de vocês é muito importante para mim.



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