Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 23
Enfim... Nós...


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente espero que gostem... Foi feito com muito carinho, não apenas por mim... Ele deu trabalho para ficar pronto, precisei de ajuda e agradeço há quem me ajudou e é delicado a esta pessoa. Obrigada.



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Enfim... Nós (Capítulo 23)

Ao chegar à minha antiga casa e bater na porta, Matilde a abre e me dá um sorriso de felicidade por me ver ali novamente.

– Dona Laura, que bom ver a senhora, entre, por favor.

Entrei.

– Aceita um chá, Dr. Edgar ainda não voltou, mas acredito que não irá demorar.

– Aceito Matilde, mas não se preocupe comigo.

– Em um instante eu o trago... – Matilde ainda sorria para mim. Parecia feliz... E saiu em seguida.

– Por favor, sirva-me no escritório. – Disse sem saber se tinha me ouviu.

Ao entrar no ambiente de trabalho de Edgar, percebi que, assim como no resto da casa, nada havia mudado. A mesma escrivaninha, o sofá de couro, as estantes, os livros, a máquina datilográfica, a tinteira, o mata-borrão, sua coleção de Eça de Queiroz que ele havia trago de Portugal, muitos dos títulos que havia comprado para mim na época que tínhamos acabado de casar em substituição aos livros que minha mãe havia doado a Biblioteca Pública. Naquela época Edgar não achou justo eu perder os livros e ganhar apenas um marido no lugar. Ali, foi ali que o comecei a enxergar de uma maneira diferente. Ali começava a nossa história, mesmo que na época não havia me dado conta disso.

– Dona Laura, seu chá. – Matilde coloca a bandeja sobre a escrivaninha e me serve.

– É tudo tão igual àquela época Matilde. – Fiz um leve comentário que me levou a uma revelação feita por nossa querida aliada.

– Dr. Edgar prefere deixar tudo no lugar, segundo ele assim é fácil para localizar as coisas caso precise. Mas, para mim, dona Laura, a verdade é que tinha medo de mudar por causa da senhora.

– Por minha causa? Por quê?

– Dona Laura, por favor, não fique zangada comigo, mas todos os anos que trabalho nesta casa a única vez que vi o Dr. Edgar realmente feliz foi quando os senhores ainda eram casados. Depois que a senhora foi embora, nunca tinha visto um homem mais triste e solitário.

– Matilde, por favor, eu prefiro não saber. – Eu estava incomodada com as revelações de Matilde.

– Por favor, D. Laura, me deixe terminar.

Olhava para Matilde, não a incentivei a continuar, mas também não a impedi de fazê-lo.

– Dona Laura, eu aprendi desde daquela época que casa bonita e luxuosa não é sinônimo de felicidade. Eu vi o quanto os senhores foram felizes aqui, mas vi também a imensa tristeza na qual meu patrão mergulhou assim que a senhora foi embora. Acredito que seus únicos alentos foram à filha e o trabalho. Senão fosse pela menina, nem sei o que aconteceria ao Dr. Edgar.

– O que é isso Matilde, Edgar sempre foi um homem forte. – Tentei desconversar.

– Pode ser, mas não há tristeza que não possa derrubar até um homem forte, assim como Dr. Edgar. Acredite em mim D. Laura. Quantas noites eu o vi vagando pela casa, quieto, com olhar perdido, ou mesmo um respiro mais forte, buscando o ar. Mas sabia que no fundo tudo isso era tristeza pela sua partida. Se fosse outro homem, não se importaria de colocar uma mulher qualquer aqui dentro, mas nunca fez isso. As poucas pessoas que vêm aqui sempre foram a D. Margarida e Seu Guerra com mais freqüência. A mãe de Melissa, se a vi aqui duas vezes foi muito e mesmo assim vi que o Dr. Edgar não a queria aqui e ela ia logo embora. Mas sua companhia mais constante é a filha, esta sim, trazia um sorriso ao rosto do patrão, mas mesmo assim, sempre, no olhar dele, havia aquela tristeza que vi aparecer quando a senhora se foi de vez. E desde que a senhora voltou, essa tristeza no olhar que o Dr. Edgar carregava, desapareceu.

Não tinha coragem de encarar o rosto de Matilde. A moça, vendo que eu tinha ficado sem jeito, pediu licença e se retirou. Eu tomei um gole grande de chá, para tentar digerir tudo aquilo que Matilde me contara. Durante todos esses anos pensava que aquela mulher fosse freqüentadora assídua, ou pior, moradora desta casa. Mas pelo que Matilde me contou, ela mal veio aqui. Não tinha contaminado nossa casa com a presença nefasta daquela cantora. Não vou negar que meu coração ficou aliviado em saber que ela nunca encontrou pouso aqui. Mas me doía perceber que tinha causado tanta dor a ele. Assim, como eu, ele havia sofrido pela forma como tudo ocorreu.

Estava sentada na cadeira em frente à escrivaninha, tinha alguns papéis espalhados sobre ela, mas não mexi, apenas olhei por alto. Vi que havia dois porta-retratos sobre a mesa, uma fotografia era nossa, estávamos vestidos de noivos, a outra era de Melissa. Peguei um livro que se encontrava ali, na ponta da mesa e é um exemplar de Memórias Póstumas de Brás Cuba, de Machado de Assis, folheio e não me dou conta da chegada do dono. Ele chegou em silêncio e permaneceu assim, ficou me observando enquanto eu tentava mergulhar no universo machadiano.

– Edgar? Faz muito tempo que está aí. – Pergunto surpresa.

– Pouco. Apenas o suficiente para ver que continua linda. – Matilde tinha razão, naquele momento, não consigo ver a tristeza em seu olhar.

– Como foi seu dia? – Tentava introduzir algum assunto bobo.

– Bem, o mesmo de sempre, sem grandes novidades, mas agora vejo que pode ser melhor. Que bom que veio. Estava com saudades.

– Eu também, eu sempre sinto saudades suas... – Olhava para Edgar e não pude mais negar para mim mesma, eu o desejava como antes, mas não queria que percebesse meu desejo por ele, tentei mudar de assunto. - Por um momento pensei que traria a Melissa, confesso que estou com saudades da sua princesa.

– Hoje não, mas amanhã eu a trago para vocês se vêem. Tenho certeza que ela também sente muito a sua falta. – Edgar observava Laura de um jeito...

O semblante de Edgar estava tão tranqüilo, não desviava o olhar de Laura, ao contrário, a queria admirar mais do que nunca, a queria com antes, mas não se atreveria sem o consentimento de Laura.

– Desculpa por invadir seu escritório, mas quis ficar um pouco cercada pelos livros. – Tentei dá uma resposta tola qualquer. Mas imaginando o que viria em seguida e almejado para que acontecesse.

– Pode invadir o escritório quando quiser, tem toda a liberdade para fazê-lo se esqueceu que eles são seus também.

Por um momento o silêncio se instalou no escritório, mas não era um silêncio comum, estavam incomodados. Edgar observava Laura, com ternura, mas com desejo, já havia algum tempo que estavam namorando, mas mesmo assim, ainda faltava algo, faltava os dois juntos como eram enquanto estavam casados.

– Laura, nós podemos conversar? - Estava receoso.

– Qual problema? – Perguntei, mas imaginando qual seria sua resposta.

Edgar continua a observar a esposa, esta ansioso, mas ainda tinha receio, por mais que a quisesse sentia medo, mas também sentia falta de estar com Laura... Continuava a contemplar a sua namorada, mas sentia tantas saudades...

– Laura, eu sentido saudade de você. – Diz apenas.

– Mas eu estou aqui...

– Eu sei, mas sinto saudade de estar junto a você, de sentir você, de tocar em você com antes. Não sente saudades de mim também?

– Edgar, eu sempre sinto saudades suas, todos esses anos e eu sempre senti saudade de nós dois juntos, de como éramos juntos, eu nunca esqueci e nunca quis esquecer, não houve um momento que não sentisse sua ausência, nunca deixei de senti. Como agora, eu sinto uma imensa saudade de você. – Eu o observava, sabia que não havia motivo para adiar mais e também não queria mais adiar, apenas desejava estar com ele.

Edgar fechou a porta atrás de si e veio na minha direção. Eu me levantei, quando senti sua mão segurar a minha, ele me puxou para junto dele, nossos corpos estavam colados e nós apenas nos olhávamos, senti sua respiração ficar mais ofegante assim com a minha, era óbvio que me beijaria e não tardou em fazê-lo. Foi um beijo com tanto desejo, profundo, ele me segurava em seus braços buscando me deixar mais próxima a ele, e eu correspondia da mesma maneira pelo simples fato de o querer tanto quanto antes. Segurava seu pescoço com força para aumentar ainda mais a penetração do nosso beijo. Era tão profundo tudo aquilo, a única coisa que deseja era está com ele, eu o queria tanto, sentia tanta saudade.

– Edgar... Eu quero você... Eu quero voltar a ser sua... Agora mesmo... Por favor...

Ele me devorava com os olhos e eu queria tanto aquilo, nem percebi, mas ao mesmo tempo em que me beijava ele me conduzia ao nosso quarto, subimos a escada sem parar de nos beijar. Senti que começamos a nos despir, sem pressa, eu tirei o paletó dele e desabotoei o colete e retirei a gravata, abri sua camisa e finalmente senti sua pele. Ele tirava a minha roupa com tanto desejo, mas o fazia lentamente e me observava ficar desnuda em sua frente enquanto me acariciava e me buscava em nossos beijos e em nossas carícias, ele me deitou na nossa cama e finalmente eu o senti sobre mim, estávamos juntos e isso o que importava, era isso que desejávamos, estar juntos, como antes. Havia tanto desejo entre nós, um desejo guardado que durou anos, mas que tinha urgência daquele momento, nos amávamos e era isso que importava naquele instante. Era com um ardor e sofreguidão que nos amamos. Naquele momento tudo tinha ganhado um sentido que até ali não havíamos encontrado, mas que anos antes havíamos perdido. A verdade é que pertencíamos um ao outro e que nossa separação foi um infortúnio que nos deixou inertes por mais de seis anos. Era como, finalmente, a ordem natural de nossa vida tinha encontrado o verdadeiro sentido.

Não sei quanto tempo ficamos ali, tão pouco quantas vezes nos amamos, mas queria que a nossa vida se resumisse aquele momento. Se a vida terminasse ali, ainda não estaríamos plenos um do outro. Se tinha passado minutos, ou horas, não saberíamos dizer. Apenas queria Edgar ali, comigo, da mesma forma que sabia que desejava estar comigo. Sentir o toque de sua pele sobre a minha, sentir suas carícias, nossos beijos, seu olhar, sua boca, nosso desejo.

Fui acordando devagarzinho, sei que apenas um lençol cobria meu corpo, mas senti que estava deitado sobre o peito de Edgar e seus braços estavam me abraçando, sentia sua respiração, e não acreditava, não era um sonho, tudo que havia acontecido ali era tão real quanto aquele momento. Dei-me conta que havia amado Edgar, que meu desejo por ele ainda era mais latente. Tínhamos nos amados profundamente. Ele ainda dormia, a calma em seu semblante me encantava mais ainda. Tinha vontade de despertá-lo com beijos, mas preferir contemplar sua face e naquele momento me dei conta que estava ainda mais belo que antes. Uma mecha de cabelo caia sobre sua testa. Tentei afastá-la, mas senti que se mexeu sob mim tentando se acomodar melhor. Percebi que começara a despertar, mesmo com olhos ainda fechados era claro que começava a acordar mansamente.

– Bom dia dorminhoco. – Eu o beijo no canto da boca.

– Por favor, não me deixe acordar. - Senti seu abraço mais forte ainda sobre mim.

– Por quê?

– Tenho medo de acordar e perceber que não está aqui, que tudo aquilo não passou de um sonho.

– Se abrir os olhos verá que estou aqui, e que, se tudo isso foi um sonho, então sonhei junto com você, porque tive cada sensação assim como você.

Edgar abriu os olhos e a primeira imagem que teve foi do meu sorriso de felicidade por está ali.

– Então não é um sonho. – Dando a mim seu mais belo sorriso.

– Nada mais real que este momento. – Falei docemente a ele.

Edgar olhava para mim com um olhar pleno de felicidade, era o mesmo que eu lançava a ele. Segurou a minha nuca e me beijou novamente e com tanta paixão quanto antes.

– Então você realmente está aqui, comigo.

– Estou. – Estava tão feliz por está ali.

– Sabe por quanto tempo sonhei com isso? – Ele me olhava de um jeito tão bonito.

– O mesmo tempo que também sonhei. – Confesso que sentia um imenso desejo de chorar, mas de alegria.

Ele me olhava de uma maneira tão intensa que eu adorava receber tal olhar. Ele não me beijava a princípio, mas acariciava meu corpo, era como se quisesse constatar que meu corpo estava ali mesmo e não apenas um sonho. Ele se sentou sobre a cama, e me sentou sobre ele, me fitava como querer acreditar nada daquilo fora um sonho, deslizava os dedos na minha pele, passando pelas minhas costas, pelo meu colo,há quanto tempo desejava ser tocada por ele, sentir suas mãos sobre a minha pele e estávamos juntos novamente como sempre deveria ter sido, em vez da saudade. E assim foi, por mais um par de horas até ficarmos exaustos de novo.

Ficamos abraçados, ele ainda mais carinhoso e apaixonado como antes e eu apenas querendo que aquele momento não terminasse nunca, mas a realidade lá fora nos chamava para seus braços.

– O senhor advogado não tem compromisso hoje, não tem que trabalhar?

– Nem sei que horas são ainda, mas hoje, por uma coincidência incrível, não tenho nenhum compromisso profissional, apenas um almoço com Guerra.

– E vai deixar seu melhor amigo esperando?

– Tenho algo muito melhor para fazer. – Ele me puxava novamente para si. – Posso telefonar para ele desmarcando, afinal de contas, tenho uma ótima desculpa e meu amigo ficaria feliz hoje, em ser dispensado por mim quando soubesse do real motivo de minha desistência ao nosso almoço.

Edgar beija Laura mais uma vez.

– Mas eu tenho um compromisso, combinei de me encontrar com a Isabel ela pediu para me ajudá-la no teatro, prometi e não quero deixá-la na mão, por mais tentador que possa ser neste momento.

– E não pode desmarcar? – Ele falava manhoso e segurava meu braço.

– Edgar, ninguém melhor do que eu adoraria ficar, mas tenho que ir. – Agora é a vez de Laura beijar o namorado.

– Certo. Como sempre a senhora Vieira tem razão. – Mas estava tristonho pelo término de nossa festa, mas tentando se consolar.

– Eu não sei quanto a você, Edgar, mas estou faminta.

– Eu também, mas de outra coisa. – Se insinuava a mim.

– Tenho certeza que podemos saciar isso em outro momento. – Agora me insinuava, mas deixando claro o queria novamente, mas em outro encontro.

– Certo, e vou cobrar por isso, não pense que vou me esquecer. – E me beijou novamente.

– O senhor não cansa nunca?

– De você? Jamais me cansarei. Pode passar o tempo que for. Sem contar que ainda temos seis anos de saudade, de nada, e precisamos preencher isso muito bem.

– Tenho certeza que teremos muito tempo para colocar tudo isso em dia. Ajuda-me a me vestir.

– Ajudo, mas não nego que prefiro despi-la.

– Mas que namorado mais sincero que eu arranjei...

– Não, apenas um homem completamente apaixonado. – E mais uma vez nos beijamos.

– Edgar, vamos comer alguma coisa, estou faminta, você nem imagina o quanto.

– E você não imagina o quanto eu também estou. – Malicioso.

Eles se vestiram e os dois desceram a escala com os braços dados e se sentaram na grande mesa servida ainda com o café da manhã, apesar de ser quase hora do almoço.

– Sabe aquele dia em que dormiu aqui?

– Sei, o que tem.

– Naquele dia, pensei que iria tomar café da manhã com você, como estamos aqui agora.

– Mas naquele dia ainda não namorávamos, acho que nosso café seria mais formal.

– Pode ser, mas mesmo assim pensei que tomaríamos o café juntos, mas quando vi que havia ido embora, confesso que fiquei frustrado. Foi horrível ver aquela xícara suja em cima da mesa. Queria tanto tomar o café com você, mesmo consciente que não seria como no tempo em que estávamos casados. Mas, ao menos, a teria um pouco mais ao meu lado, e para quem não teve nada disso durante anos era como se tivesse sido agraciado por Deus com o melhor dos presentes. Mas, ao acordar, você já não estava.

– Naquele dia tomei o café tão rápido, confesso que evitei você. Não que não quisesse tomar café com você, mas porque naquela noite, foi muito estranha. Eu tinha você tão perto de mim, mas ao mesmo tempo como houvesse um abismo nos separando. Foi estranho tentar dormir no nosso quarto e não tê-lo a meu lado, em nossa cama. Foi estranho entrar nesta casa apenas como visita. Ver você e não saber como agir. Tinha medo dos meus sentimentos porque sabia que meu amor por você estava aqui e por um momento não sabia o que fazer. Não podia vê-lo como um estranho porque o que tivemos no passado foi profundo e real demais, por outro lado já não o tinha mais e tão pouco aquela cumplicidade que nunca teria com outra pessoa. Foram tantos sentimentos contraditórios, mas a única certeza era que meu amor por você continuava em meu peito.

– Naquela noite eu mal dormi também, você tinha deixado a porta entreaberta e, confesso, que fiquei horas no corredor, velando seu sono. Queria tanto está naquela cama, mas não tinha certeza dos seus sentimentos. É engraçado perceber que seus dilemas daquela manhã foram os meus durante a madrugada. Eu não sabia como agir, apenas sabia que você estava ali na minha frente e ao mesmo tempo havia uma distância tão grande que queria percorrer, mas que não sabia como fazer. Confesso que fui derrotado pelo sono quando o sol dava seus primeiros sinais, fui para o outro quarto e quando vi que não estava fiquei realmente triste.

Os dois se olhavam e não notaram a chegada de Matilde que parecia contente naquela hora. Assim que se deram conta da presença da criada e que saíram do transe que os envolvia naquele momento.

– Matilde, bom dia. Nossa! O café hoje deve ter dado muito trabalho para manter tudo aquecido. - Era nítido meu constrangimento.

– Bom dia Dona Laura, Dr. Edgar. Não tive trabalho nenhum, apenas refiz o café várias vezes, mas confesso que nunca preparei um café da manhã com tanto gosto.

– Obrigada pelo carinho. – Mas eu estava um pouco mais envergonhada.

– Eu que tenho que agradecer, a casa hoje parece transbordar de alegria. É muito bom ver os dois juntos novamente. Desculpa-me pela indiscrição, mas é nítido que estão felizes e isso é o que mais me deixa feliz nesta casa.

Confesso que meu rosto ficou vermelho, mas ao olhar para Edgar eu o vi também envergonhado, mas sorria de tudo aquilo como um garoto maroto que acaba de fazer uma traquinagem, mas sua felicidade era igual a minha.

– Obrigado, Matilde. – Respondeu Edgar, mas sem encarar a empregada.

A criada saiu com um sorrido maroto nos lábios. Mas sua felicidade por nos vê ali era real.

– Viu só, até a Matilde está feliz por nos ver juntos, imagine o resto da casa. – Edgar me puxava para me dá um beijo.

– Eu também estou feliz por está aqui. – Confesso que estava emocionada com as palavras de Matilde.

– Então, mais um motivo para a senhora Vieira voltar para esta casa que foi, é e sempre será nossa casa. Aqui Laura é o seu lar, junto a mim e não faz sentido estarmos juntos, mas continuando em casas separadas. Por favor, volta para casa.

– Prometo que, um dia, eu volto. Vamos ter um pouquinho de paciência. Eu não disse que não vou voltar, apenas disse que não será agora, mas daqui a algum tempo. Quero namorar você, redescobri-lo a cada momento. Até me sentir pronta para voltar a nossa casa, sempre nossa.

– Mais ainda? - Edgar estava mais malicioso ainda.

– Falo sério. – Tentei me manter séria, mas louca para beijá-lo novamente.

Edgar fez uma cara tristonha e eu o beijei mais uma vez tentando consolá-lo. Nós nos beijamos mais algumas vezes e terminamos de tomar nosso saboroso café para encarar a realidade que estava logo ali, do outro lado da porta. Mas com um imenso desejo de nunca mais sair daquela casa, que o mundo, ou melhor, a vida se resumisse a ela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Obrigada e até o próximo capítulo... Gostaria de saber sua opinião, deixe seu comentário... Mas uma vez obrigada...



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