Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 21
Piquenique


Notas iniciais do capítulo

Depois do episódio da fotografia, Laura e Melissa mereciam um dia agradável... Espero sinceramente que gostem e me digam o que acharam...



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Piquenique (Capítulo 21)

Fui buscar Melissa na escola com havia prometido a Laura. Como imaginei a minha abelhinha estava triste. A Madre trazia minha filha pela mão.

– Senhor Vieira, perdoa-me por hoje mais cedo, mas tivemos um problema sério como uma das nossas professoras. Foi bastante desagradável, mas resolvi tudo assim que tomei conhecimento do acontecido.

Pego Melissa no colo e ela continuava choramingando.

– Do que se refere Madre? Posso saber?

– Um assunto deverás desagradável. Mas a professora de Melissa não era digna de lecionar neste colégio.

– Eu posso saber por quê?

– Saiu uma matéria no jornal de hoje, talvez o senhor esteja a par da situação.

– Que matéria?

– Na realidade uma foto em que revelava a condição da senhorita Laura.

– Condição? – Não nego que tinha vontade de explodir, mas não podia. Tive que me conter.

– Na legenda da foto estava escrito que ela é divorciada. Fico imaginado o que fez para seu marido a ter largado.

– Divórcio, Madre, é um direito legal, como advogado posso lhe garantir isso. – Tentei argumentar. Mas ainda com vontade de explodir.

– Mas não é algo de Deus, imagine uma mulher divorciada dando aulas para minhas meninas? Que moral pode transmitir?

– Madre, o fato de uma pessoa ser divorciada é motivo para mandá-la embora?

– Uma mulher que foi rechaçada pelo marido, que tipo de pessoa pode ser?

– E quem garante que foi ela quem foi rechaçada.

– Oras Dr. Vieira, nenhuma mulher pede o divórcio.

– Quem garante isso Madre? – Parecia irônico ouvir tudo aquilo e saber que nem sempre as coisas são como mandam as convenções. Tinha vontade de falar que Laura era a minha esposa e foi dela a decisão do divórcio.

– Dr. Vieira o que importa agora que esta mulher não trabalha mais aqui, não pode mais influenciar as minhas alunas. Sua filha está salva da péssima influência daquela mulher.

– Madre, eu, realmente, gostaria que a senhora tivesse um pouco mais de respeito pela senhorita Laura Vieira. Minha filha nunca me disse nada que pudesse depor contra o comportamento de sua professora, ao contrário, sempre me pareceu uma pessoa acima de qualquer suspeita. Confio no julgamento da Melissa e sei que, em nenhum momento, a sua professora teve alguma conduta condenável. Ao contrário, sempre ouvi elogios e o quanto estimulava suas alunas a aprenderem mais. Tive a chance de conversar com ela algumas vezes e tive uma ótima impressão. A senhora foi precipitada em demiti-la.

– O senhor não vê que uma mulher divorciada poderia ter uma influência negativa perante as meninas.

Edgar estava realmente cansado de ouvir o discurso da Madre e resolveu colocar um ponto final na conversa.

– Madre, lamento, mas tenho que ir, estou bastante ocupado e não posso ficar conversando com a senhora. Preciso levar minha filha para casa.

– Mas antes do senhor ir, como vai sua esposa?

– Melhor. E tenho certeza que cada vez mais. – Respondi, mas confesso que achei o comentário bastante irônico para a situação que havia acontecido horas antes naquele colégio.

– Rezarei um Rosário pela sua esposa e que tenha uma pronta recuperação.

Edgar olhou para Madre, não acreditava no que ouvia, uma pessoa que foi capaz de expulsar a Laura se oferecia para rezar pela mesma. Como a vida era irônica.

– Com licença Madre, mas tenho que levar minha filha para casa. E obrigado pela oração, minha esposa ficará imensamente agradecida pelo seu caridoso gesto. – Disse Edgar irônico.

Mas minha preocupação era Melissa, ela adormeceu no carro, mas seu rostinho estava inchado de tanto chorar. Minha filha tinha presenciado toda aquela cena com a Laura e ficou assustada com a crueldade que as pessoas são capazes de cometer em nome de uma falsa moral. A levei para casa e a coloquei no seu quarto.

Voltei para a sala e me sentei no sofá azul, levei minha cabeça para trás, e fechei os olhos, ao menos uma coisa tinha sido boa naquele dia, o beijo da Laura e saber que ainda me ama. Era como se uma luz aparecesse no fim de túnel escuro. Ter Laura em meus braços, era tão bom ter esta sensação novamente. Não era um sonho, era apenas a minha Laura, comigo, mesmo que fosse por um momento. Mas, tínhamos a promessa de uma conversa, quem sabe a possibilidade de um retorno. Não queria sonhar muito alto, mas também não queria deixar de sonhar. Laura admitira que ainda me amava, que não havia me esquecido. Sentia o mesmo. Queria tanto está novamente com ela, de poder conversar, de resolver todas as divergências do passado. De poder ter minha vida de volta com a mulher que amava.

Mas também pensava na foto e o quanto isso poderia prejudicar a Laura, queria protegê-la, mas sabia que ela não aceitaria uma mentira. Estava também preocupado com Melissa, a menina tinha ficado muito assustada com a maneira que Laura tinha sido expulsa do colégio. Queria tanto amenizar a situação, mesmo que fosse por algumas horas. Mas o que poderia fazer para trazer um pouco de felicidade para as mulheres de sua vida. Amava tanto a Laura e também a Melissa, queria trazer de volta o sorriso para os rostos delas. Ao menos por algumas horas... Algumas horas agradáveis no Jardim Botânico... Um piquenique, assim juntaria Laura e Melissa e poderia ter um dia agradável. Laura saiu do colégio, mas não precisava sair da vida de Melissa, ao contrário, a queria cada vez mais na vida da minha filha.

– Matilde. – Gritei pela casa.

– Seu Edgar? Algum problema?

– Matilde, me faça um favor para amanhã cedo.

– Sim senhor, mas qual?

– Quero que prepare uma cesta bem sortida de guloseimas, tudo que a Laura e a Melissa gostam, sucos, pães, bolos, sanduíches... Enfim, quero que prepare tudo para um piquenique, mas faça para amanhã cedo. Quero fazer uma surpresa para a Laura e Melissa.

– Amanhã estará tudo pronto... Será um belo piquenique. Elas vão adorar.

Na manhã seguinte, Melissa havia acordado um pouco melhor, ela não imaginava a surpresa que tinha para ela. Matilde trouxe a cesta sortida para o piquenique. Foi ótimo ver o sorriso no rosto a minha filha novamente, mas agora precisava alegrar outro rosto tão caro quanto o de minha filha. Peguei a cesta e Melissa e fomos em direção a casa do Cosme Velho.

Ao chegar lá fomos recepcionados por Isabel.

– Edgar, que bom que veio, a Laura está te esperando?

– Não, vim fazer uma surpresa para ela... Isabel, eu quero que conheça minha filha Melissa.

– Prazer em conhecê-la Melissa.

– Prazer em conhecê-la senhorita.

Laura surgiu logo depois e Melissa ficou radiante quando viu sua querida professora.

– Senhorita Vieira, a senhorita aqui?

– Melissa. – Laura abraça a menina que é pura felicidade.

– Edgar, que bom que trouxe a Melissa, estava tão preocupada com ela.

– Eu queria que vocês se vissem. Mas o que me traz aqui é outro motivo. Ontem o dia foi tão pesado para vocês que eu gostaria que o dia de hoje fosse inesquecível, para apagar o dia de ontem.

– Como assim? – Laura segurava Melissa no colo.

– Melissa quer fazer o convite, ou quer que eu faça? – Perguntei a minha filha.

– Eu faço papai... Senhorita Vieira quer ir a um piquenique conosco no Jardim Botânico?

Laura sorriu, como poderia dizer não para um convite tão agradável. Ver pai e filha com tanta animação, não seria ela que estragaria aquele passeio com uma negativa.

– Aceito. Mas quando?

– Agora mesmo. – Respondi, estava radiante para vir ao passeio com as pessoas que mais amo esta vida.

– Senhorita Isabel, não gostaria de ir conosco também? – Perguntou a menina toda animada.

– Adoraria Melissa, mas tenho um compromisso. Mas tenho certeza que será um ótimo passeio em família. – Isabel sorriu para Laura e Edgar.

Os três saíram a caminho do Jardim Botânico, a manhã ainda não havia terminando quando chegaram ao lugar. O dia estava claro e com sol, Laura, Edgar e Melissa encontram uma sobre de uma árvore e arrumaram a toalha que estava na cesta que Matilde havia arrumado.

Eles conversavam animadamente. Melissa parecia uma tagarela de tanto falar.

– Papai da onde o senhor conhece a senhoria Vieira?

– Melissa que tal me chamar de Laura?

– Posso? Mas é esquisito, mas posso chamar de tia Laura?

– Claro que pode? Então a partir de agora você me chama de tia Laura.

– Mas fiquei tão feliz por papai conhecer a senhorita. Mas papai da onde o senhor conhece a tia Laura? – A menina estava curiosa para saber.

Edgar olhou para Laura e respondeu.

– Eu conheço a Laura a muito tempo, tanto tempo que você nem era nascida.

– Eu nasci, cresci e estou bem grandinha, teve ser muito tempo mesmo.

– Nos conhecemos há bastante tempo, desde então somos amigos.

– É muita sorte o senhor conhecer minha professora. Gostei de saber que a senhorita é amiga de meu pai. A senhorita conhece minha mãe também.

– Apenas de vista Melissa.

– Fiquei muito feliz pela senhorita ter aceito vim com a gente.

– Melissa que tal você brincar um pouquinho enquanto converso com a Laura.

– Está bem. A menina levantou e foi para outra sombra de árvore ali perto com duas de suas bonecas que levará ao passeio.

– Então tia Laura? – Edgar acariciava meu braço.

– Então o quê? – Tentei desconversar.

– Podemos ter aquela conversa que combinamos ontem?

– Mas já? Em pleno Jardim Botânico? O senhor advogado me convidou para uma armadilha.

– Mais ou menos. Mas eu não posso negar que não consigo esquecer que nos beijamos ontem. Sei que o dia de ontem foi horrível, mas ao menos teve uma coisa boa?

– Teve e acho que isso que me acalentou um pouco ontem. – Tentava desviar o olhar de Edgar.

– E que tal se repetíssemos hoje, quem sabe assim, senhora vieira, se sentiria mais acalentada ainda. – Edgar se insinuava.

– A idéia não é de toda má, mas temos um pequeno entrave?

– Um entrave? Não consigo imaginar qual. – Edgar se aproximava de Laura.

– Então olha para debaixo daquela árvore ali, brincando de boneca.

– Discordo. Ela não está vendo.

– E se ela vê o pai dela acalentando sua ex-professora.

– Bem, ai minha cara teremos que contar a verdade para ela.

– Que verdade?

– Que a querida professora da minha filha, foi minha esposa. Simples assim.

Laura olha admirada para a explicação de Edgar.

– Simples assim?

– Sim. Mas pensa comigo, ela ficaria muito feliz em ver o pai e a professora... juntos. Ela gosta tanto de você. Não viu o quanto ficou feliz quando veio conosco.

– Olha, vejo que o pai da Melissa anda muito saidinho.

– Errado, se o pai da Melissa pode ser acusado é de que é um homem muito apaixonado... Por uma moça tão difícil. – Edgar quase choramingava.

– Difícil, para você? Não consigo acreditar.

– Pensar comigo. Ela foi casada comigo, mas se divorciou...

– Sim..,

– Ficou seis anos longe, sem dá nenhuma notícia.

– Sim...

– Depois surge do nada, como professora da Melissa...

– Sim.

– E eu fiquei aqui, apenas almejando secretamente sua volta.

– Sim...

– E agora que quero beijá-la novamente, ela se recusa.

– Sim...

– A moça em questão é ou não é difícil?

– Não me convenci ainda. – Laura se afasta um pouquinho de Edgar.

– Não? – Edgar se aproximava mais ainda.

– Não. – Laura brincava de se fazer de desentendida. Mais próxima ainda de Edgar.

Os lábios de Laura tocam os de Edgar é um beijo suave, mas terno, depois da pequena brincadeira de palavras.

– Edgar, eu adoro isso, mas a Melissa pode ver. – Laura volta o olhar para a direção onde está Melissa.

– Eu sei e não seria maravilhoso se o pai dela tivesse uma esposa. Sei que minha filha ficaria muito feliz, sabe que já me perguntou por que eu não tenho uma esposa... Eu disse que tive uma, mas ela teve que viajar. Por isso seu pai não poderia ter outra esposa.

Laura olhava para Edgar, e sentia tão bem em está ali com ele e Melissa se sentia feliz naquele momento. Por que ainda estavam separados? Se perguntou...

– Já que o pai da Melissa deseja ter uma esposa, que tal começarmos da maneira correta.

– Como assim? – Edgar beijava delicadamente o pescoço de Laura

– Eu proponho... Um namoro?

– Namoro? Mas já fomos muito além disso, e já nos casamos uma vez, se esqueceu?

– Nunca esqueci, nem quero. Mas como houve um hiato nesta história, penso que possa ter um novo começo.

– Mas um namoro? – Edgar aparentava uma leve indignação. Mas estava feliz por está ali, com as mulheres mais importantes de sua vida.

– É melhor que se apenas o pai da Melissa e a ex-professora da Melissa. – Laura se faz de desentendida.

– E não podemos pular esta parte e partir para um casamento, por exemplo.

– Não... – Mas uma vez se faz de desentendida.

– Então, que tal um noivado rápido?

– Também não, minha experiência com o senhor me mostrou que é um péssimo noivo, melhor deixar de lado a idéia de noivado.

Laura ria enquanto Edgar a observava com um ar de surpresa.

– Mas um namoro seria o ideal. Nós poderíamos nos descobrimos aos poucos, devagar, saboreando cada momento... Para mim seria o ideal. Então senhor Edgar Vieira, quer namorar comigo?


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Notas finais do capítulo

Olha meninas acho que esta fic merecia um capítulo leve e bastante agradável, espero que tenham gostado... e até a próxima e por favor não deixe de comentar assim posso saber se estou, ou não, no caminho certo. Bjs e obrigada por acompanhar e comentar.



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