Elouise escrita por Twelve


Capítulo 2
Capítulo 2




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Percebi o quanto eu fui imbecil na frente de outras pessoas, o suficiente para corar minhas face ainda mais. Corri para o banheiro lavar meu rosto e voltei à quadra minutos depois. Quando cheguei o treino já havia começado sem mim. Não me preocupei, pois meu treinador Epitácio, apesar de ter sido bom em permitir minha entrada no time de basquete feminino, mal me notara no jogo. Tampouco o culpo, porque, mesmo assim, eu nunca me mostrei ser boa jogadora.

Após eu passar um bom tempo sentada no banco, o senhor Epitácio, finalmente, notara a minha humilde presença. Olhou-me por alguns segundos, como se estivesse tentando me reconhecer, e quando pareceu lembrar meu nome, gritou:

–JÚLIA! VENHA!

Eu fui correndo em sua direção e pra mostrar a todos como eu era muito desastrada, sem querer tropecei no meu próprio pé, caindo, rapidamente, em cima do pobre Epitácio, que era já idoso e tinha uns problemas na coluna.

Logo me levantei de cima do velho do Epitácio, porem o mesmo mal conseguira se levantar de tanta dor que sentia nas costas. Tentei ajuda-lo, mas a unica coisa que ele disse fora seus gemidos roucos, foi: -Largue-me, sua peste!

Me senti uma assassina ou quase isso. Me senti a pior jogadora de basquete, a garota mais imbecil do mundo.

Uma aglomeração de pessoas, rapidamente, se formou ao reder de Epitácio. Apesar de ninguém ter me julgado, apontado do dedo pra mim e me chamado de assassina, me senti como se estivesse sendo. Saí da quadra cabisbaixa, um pouco aliviada por ninguém ter reparado em mim, apenas no senhor Epitácio e que, infelizmente, não pude nem desculpar-me pelo tropeção.

Pra evitar que alguém me reconhecesse como a causadora do acidente de Epitácio, saí as pressas da escola sem ao menos trocar de roupa. Consegui passar pela portaria sem que o porteiro anão, chamado, Jorgão, me visse e foi aí que eu me senti uma assassina fugitiva.

Meu peso na consciência estava me matando, até eu avistar de longe aquela tal garota asiática, que rapidamente, me fez esquecer de tudo a minha volta. Retardei os passos ao me aproximar dela pra ver até aonde ela iria, foi quando a vi sumir numa esquina. Corri sem pensar no porque eu de está correndo atrás de uma garota e pior, de uma garota que eu nem conhecia. De repente, ela entrou numa loja de acessórios feminino. Eu entrei logo em seguida e um senhor asiático também perguntara-me o que eu iria comprar eu disse:

–Er... ESSE RELÓGIO! É! quando custa?

–Ah! Sim. Esse está de R$ 70,00, minha jovem. - respondeu ele.

–Então... eu venho aqui amanhã... de novo pra compra-lo porque... não trouxe dinheiro o suficiente.. é! ha ha ha...

–Como queira.

E antes de eu ir embora, eu não pude deixar de perguntar sobre aquela tal garota.

–Senhor! Poderia me dizer quem era quela garota que entrou nesta loja pouco antes de mim?

–Está falando de Elouise?! É a minha filha, por quê?

–Ah... NÃO! Nada demais.. É que ela está na mesma sala que eu na escola Unidos pelo saber... é...

–Mesmo? Isso é ótimo! Elouise é novata e pelo o que eu sei, ainda não fez nenhuma amiguinha.

–É. Eu notei...Bem, era meio difícil não nota-la. Sua filha é radiante!!! Só estranhei ela ter chegado tão tarde na escola, o que houve?

–AH! Sim! Não, não foi nada demais... ACORDOU TARDE!! É! Foi só isso... Ah! mas ela é realmente linda. não é? É Igual a mãe! ha ha. Gostaria de entrar e conhece-las?

Era difícil de acreditar que eu estaria naquele exato momento conversando amigavelmente, com o pai daquela garota, que não sai da minha cabeça. Fiquei nervosa com o convite que o senhor asiático me fizera e apesar de querer muito conhece-la, eu recusei.

–Acho melhor uma outra hora. -Disse eu me odiando- Tenho que voltar pra casa, mas diga a ela que eu estive aqui e amanhã falarei com ela, certo, senhor...?

–Paulo! Me chamo Paulo. E a senhorita, como se chama?

– Júlia!- Respondi apertando fortemente sua mão.

Voltei pra casa saltitando de felicidade, esbanjando simpatia. Não conseguia parar de sorrir nem por um segundo. Nunca me sentira tão feliz por tal coisa. Meu único desejo era conhecer Elouise de qualquer maneira e por conta disso, quase não consegui dormir pensando nela.

Nunca havia me sentido não bem ao ouvir o toque do despertador. Pulei da cama e fui correndo preparar-me pra ir para escola. Minha mãe, dona Candinha, estranhou a minha disposição em ir pra escola.

–Filha? Tu estais bem?

–Nunca estive melhor, minha mãe!

–Mesmo? Não te sente culpada pelo senhor Epitácio não poder mais dar aulas de basquete?

SENHOR EPITÁCIO?????? Eu havia esquecido completamente do pobre de Epitácio. Como eu iria encarar todos naquela escola, após tragédia que eu causara? Logo entristeci. Minha mãe jogara-me um balde d'água fria, fazendo-me acordar pra realidade.

Tornei pra apatia novamente, pensando em mil e uma maneiras de falta a escola, mas contudo, minha mãe me convenceu a ir.

–Filha, foi só um acidente. Tu não teve culpa. Não te martirize tanto...

Ela tinha razão. Foi só um acidente!

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–Foi de propósito! -Disse um fulano do grupo dos manés, quando me viu entrar na escola.

Eu me tornara motivo de fofoca e de zoação na escola inteira.

–Mas espera aí. Foi um acidente! E ei! Não me zoa. Eu sou do time de basquete. Represento toda a escola nas olimpíadas esportistas, me respeitem...-Disse eu tentando inutilmente me defender. A notícia que eu tentara acidentar o treinador Epitácio, devido a falta de reconhecimento que ele me dera, se repercutiu, rapidamente, pela escola como a bomba do ano.

Calei-me já conformada com os insultos e piadinhas a meu respeito. Até que a Vanesca veio pra me perturbar o juízo.

–Francisca! Não acredito que tu fizestes isso com o tal do Epilancio! Eu estou totalmente desapontada contigo. Mas mesmo depois de tudo o que tu me disse, eu ainda gosto de ti...

Eu a olhei com desdém e entrei na sala de aula, enquanto ela ainda falava abobrinha.


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