Elouise escrita por Twelve


Capítulo 11
Capítulo 11




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Após beijar-me, Elouise encabulou-se e afastou-se de mim. Eu sorri! Não existia mais nada que me deixasse triste naquele momento. Todo tempo com ela era único e especial pra mim, mesmo que eu apenas a observasse já seria o suficiente. Meu amor era tão grande, tão saudável e paciente... Embora eu tivesse sofrido nesses últimos dias. Mas depois de saber que meu amor foi correspondido, não achei que eu fosse sofrer de novo.

Passamos horas deitadas em sua cama. Nos olhando fixamente e conhecendo nossos íntimos através de nossos olhos. E foi aí que olhando no fundo de seus olhos, eu pude conhecer Elouise por dentro e percebi o quanto ela era magnifica, o quanto ela era perfeita e o quanto ela era minha.

Mas de repente, Elouise mudou sua expressão e desviou-se de meu olhar. Eu estava tão perto de seu rosto, que pude ver esse movimento com tamanha intensidade. Ela estava feliz, mas logo em seguida, sua expressão estava triste e confusa. Eu não entendi porque aquele gesto facial foi capaz de destruir um momento tão perfeito que eu finalmente consegui congelar por algumas horas. Me senti insegura e perguntei:

–O que houve? -disse eu já ficando triste.

–Nada... -disse ela fingindo está bem.

Fitei-a por alguns instantes com um olhar de quem sabia que ela queria me dizer algo, então ela percebeu que não podia enganar-me e decidiu falar.

–É a Isadora...Tu está traindo-a comigo e eu não me sinto bem com isto.

Ela estava certa. Eu estava traindo Isadora, embora eu nem lembrasse que eu estava namorando com alguém, pior, namorando com a Isadora. Esse namoro ficou completamente sem sentido depois que beijei Elouise. Só pensava em terminar com ela o quanto antes. Mas a ficha ainda não tinha caído de que isso não seria uma tarefa tão fácil quanto parecia ser. Contudo, na hora eu tranquilizei Elouise dizendo:

–Não te preocupa com isso. Eu vou dar um jeito, está certo?

–Tá... -respondeu ela com um sorriso.

Eu a beijei novamente e toquei o seu rosto macio e alvo como um marshmallow. Era tão bom está com ela, sentindo o seu cheiro, tocando o seu cabelo e olhando em seus olhos que quando chegou a hora de ir pra casa, senti um vazio devastador, como se tivessem arrancado um pedaço de mim, como se a minha vida tivesse ficado no mesmo lugar e eu ido embora, apenas com o meu corpo e mais nada. Ela acenou da janela e eu, claro, acenei de volta sorrindo. Quando me virei pra partir, meu coração ficou apertado, mas segui em frente e fui pra casa.

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Nem tinha me dado conta de que já estava bem tarde. A minha mãe não brigou comigo ao chegar em casa, mas ficou um tanto preocupada com a minha saída sem destino. Eu disse a ela que estava bem, que fui apenas na casa de uma amiga. Ela acreditou e fomos jantar, mas eu tive a impressão de que ela me achou um pouco estranha, diferente do normal, ou sei lá. E eu sem jeito ,pois agora teria algo a esconder de minha mãe, perguntei:

–O que foi? O que que a senhora tá me olhando?

–Não, nada. Só estou te achando um pouco inquieta, um pouco nervosa. Está tudo bem?

–Está! Está sim! Por que não estaria, ué?

–Não sei. Não aconteceu nada de especial e que queira me contar?

–Quê? N-Não, mãe. Que ideia. Não aconteceu nada! haha

–Hm... Está certo então. Vou pegar a sobremesa. Vai querer, não é?

–Ah... Acho que não. Eu vou pro meu quarto.

–Sério, Júlia? Tu nunca deixa de comer a sobremesa...

Me retirei da mesa e fui pro meu quarto correndo. Ela com certeza deve ter me achado estranha, mas eu não conseguia mais fingir que estava tudo bem. Eu não sei o que estava acontecendo comigo. Eu estava feliz e triste ao mesmo tempo. Eu precisava ouvir a voz dela. A voz de Elouise!

Peguei o telefone e fiquei pensando se aquela hora era uma boa hora pra ligar. Talvez ela estivesse jantando ou já estivesse dormindo. Não queria incomoda-la, então pus o telefone no lugar e fiquei deitada olhando pro teto pensando na vida.

Eu tentava pensar em Elouise, que só de lembrar de seu rosto eu já me sentia bem, mas aí tinha a Isadora, que me deixava preocupada e com um terrível peso na consciência. Sem mencionar o Sr. Epitácio que queria falar um assunto sério comigo. Eu não conseguia nem fechar os olhos e por conta disso, passei a noite toda em claro.

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No dia seguinte, eu acordei. Não sei que horas consegui dormir na noite passada, mas me senti bem por ter conseguido dormir. Fui pro colégio cedo, e ao chegar lá me dirigi a sala dos professores. Eu estava nervosa e insegura. Tinha quase certeza de que o Sr. Epitácio queria me tirar do time, por causa daquele acidente que eu causei na quadra.

De longe pude vê-lo sentado tomando seu cafézinho. Pensei em desistir e passar a minha vida fugindo dele, só pra não ter que ouvi-lo dizer que estou fora do time. Mas era tarde demais, antes que eu pudesse agir, ele me viu parada na porta e me chamou.

–Ah, Júlia! Por favor, entre. -disse ele tranquilamente.

–O que o senhor queria me dizer? -disse eu com cara de espanto já esperando pelo pior.

–Ah! Sim! Mas antes que tal tu me perguntar o que querias saber?!

–Certo! Então, eu queria saber, por que diabos o senhor permitiu que a Isadora entrasse pro nosso time? Pelo o que eu sei, ela não sabe nada de basquete. Por que fez isso?

–Isadora?? Ah, sim! A Isadora. Aquela loirinha que foi à minha casa ontem, não é? Haha Então, não é nada demais. Ela insistiu tanto pra entrar pro time que eu acabei concordando, mas não te preocupas com isso, por que ela nunca irá jogar. Ela sempre vai está no banco. Ela até concordou com isso! Isadora só queria está no time. Entende? Estou pensando até em chamar algumas meninas pra serem da torcida no dia das Olimpíadas e assim ela poderá ser útil pro time.

–AH... Entendi... E o senhor concordou com isso, assim, naturalmente?

–Não. De início, não. Concordei porque ela disse que depois faria uns favores pra mim, como me ajudar com as provas teóricas, coisas do tipo... Não iria ceder a caprichos de uma aluna mimada sem nada em troca. haha

Achei essa conversa muito esquisita. Isadora realmente queria está perto de mim nos treinos, pra ter que fazer favores pro Sr. Epitácio. Aquela preguiçosa e mimada que só pensava em safadeza, era difícil acreditar. Contudo, estava explicado e prossegui com a conversa.

–Então. Mas sobre o que o senhor queria falar comigo...

–AH! Sim. Bom, de início eu pretendia te dizer que eu não guardo mágoas de ti, pelo o acidente que aconteceu naquele dia. Eu sei que tu tropeçou. Não sei como que alguém podes tropeçar no nada, mas sei que foi sem querer, então eu queria dizer que está tudo bem e que a senhorita não precisa culpar a si mesma por isto...

–Era só isso, Sr. Epitácio? -perguntei aliviada.

–Não, calma. Eu ainda não termin...

–Nossa, Sr. Epitácio! Que bom ouvir isto do Senhor. Eu fico muito feliz por isso, Sr. Epitácio, de verdade! Nossa, Sr. Epitácio. Muito obrigada mesmo! -disse eu interrompendo o Sr. Epitácio e saindo da sala super feliz.

–Não, Júlia! Esper..

Fechei a porta da sala dos professores e fui correndo pra minha pulando de alegria. Tive a impressão de que o Sr. Epitácio queria falar mais alguma coisa, mas não me importava. O que ele já tinha dito era mais do que o suficiente pra mim. Fiquei feliz e entrei na sala sorrindo. Elouise já estava lá no mesmo lugar de sempre. Onde era o seu lugar, sentada na minha frente! Sorri pra ela e ela sorriu de volta. E como isso era bom. Depois de tanto me desdenhar, eu merecia isto. Merecia o sorriso perfeito dela.

Eu cheguei na sua carteira, me acocorei e não pude deixar de dar-lhe um beijo. Ela assustou-se e me afastou.

–O que foi? -disse eu.

–Tem gente olhando... -disse ela passando a mão no cabelo meio sem jeito.

–Desculpa! haha - disse eu após sentar na minha carteira.

Ela se virou pra mim sorrindo e perguntou:

–Tá tudo bem?

–Sim, está tudo muito bem! E contigo?

–Comigo também. Eu sonhei contigo...

–Sério? Como foi?

–Ah, eu não lembro muito bem, sabe. Só lembro que tu estava me olhando. Eu parecia estar deitada numa cama, num lugar estranho e tu estava diferente, continuava linda, mas... diferente... Não sei explicar! Não lembro muito bem como foi...

–Nossa, mas que sonho estranho, não? haha -disse eu bem humorada.

–É... Bem estranho! -disse ela pensativa.


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