Elouise escrita por Twelve


Capítulo 10
Capítulo 10




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Elouise havia se inscrito no time de basquete. No meu time! A pergunta que eu não parava de fazer à mim mesma era, por quê? Por que ela fez isso? Até onde eu sei ela nunca se interessou por basquete... Contudo, eu estava ansiosa para vê-la de uniforme. Com tamanha beleza, ela com certeza se destacaria das outras. Só de imaginar, fiquei eufórica com a ideia de ela está mais perto de mim agora em diante.

Quando a aula terminou, ela saiu bem rápido da sala e foi embora praticamente correndo, eu nem pude sequer pensar em ir falar com ela sobre o assunto. Era como se ela estivesse fugindo de alguém. Fugindo de mim, no caso. Entristeci... Foi então que eu avistei Isadora e fomos juntas pra casa. Estávamos contando uma para outra as novidades e sem querer comentei sobre Elouise.

–A Elouise entrou pro time de basquete. Tu sabia? -disse eu já arrependida por tais palavras.

–O QUÊ? TU TÁ DE BRINCADEIRA, NÃO É?

–Hã? Não... é.. pois é. Ela entrou...

–QUE VADIA! Ela entrou pra dar em cima de ti. Tu vai fazer isso comigo, Júlia?

–Eu vou fazer o quê? Que culpa que eu tenho se ela entrou pro time? O Sr. Epitácio está precisando de dois novos jogadores. O que eu posso fazer?

–Eu não sei! Diz pra ele não deixar aquela idiota entrar. Ela não sabe nem jogar, aposto!

–Eu não vou fazer isso! -disse eu irritada.

–E tu acha que eu vou me sentir como, sabendo que a minha namorada está perto da minha pior inimiga?

–Sem drama, Isadora. Por favor! -disse eu cortando o assunto.

Ela ficou com a cara fechada alguns minutos e então perguntou:

–O Sr. Epitácio precisa de duas jogadoras?

–Não. Ele precisa de dois jogadores. Uma garota pro time feminino e um garoto pro time masculino. A Elouise já preencheu a única vaga pro feminino.

–Que droga! Eu iria me inscrever também. Assim tu estarias a salvo.

Olhei-a com desdém e ignorei suas palavras.

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Mais tarde, eu estava em casa quando o telefone tocou.

–Júlia, atende aí pra mim, por favor! -disse a minha mãe na cozinha.

–Tá! -respondi. –Alô!

–Amor?

–Quem é?

–Como assim, "quem é"? Sou eu, Isadora.

–AH!!! Oi, Isadora!! O que foi?

–Nossa, que fria...

–Quê?

–Unf! Sabe, hoje eu liguei pro Sr. Epitácio e perguntei se eu podia ir na casa dele pra conversar sobre os times de basquete. E adivinha?

–O quê?

–Adivinha, ué!

–Isadora, eu não ideia do que tu estás querendo dizer.

–Af... O Sr. Epitácio disse que eu posso entrar no time, mas como reserva. Tu percebes isso? Eu estou no teu time!! AHHHHHHHHH!!!!!!!

Ela quase estourou meus tímpanos ao gritar no telefone.

–Nossa! Como que podes isso? ....haha Que legal....

–Que desanimo, amor! Pensei que tu iria pular de alegria aí do outro lado.

–Não. Eu fico feliz por ti. Que bom! Mas tu já praticou algum esporte? Tem alguma noção de basquete? Por que no time nós não ensinamos, nós treinamos! Eu não entendo como o Sr. Epitácio permitiu isso. Depois vou falar com ele, mas de qualquer forma, Que bom que tu conseguiu, não é? haha....

– ...

–Isadora?

tu. tu. tu. tu. tu....

Isadora desligou na minha cara e eu não entendi o porquê. E também não entendi por que o Sr. Epitácio permitiu que ela entrasse pro time, coisa que não faz nenhum sentido. Decidi então ligar pra ele.

–Sr. Epitácio?

–Oi, quem fala?

–Sou eu, Júlia!

–Que júlia?

–A da sala 14 do ensino médio!

– ....

–Sr. Epitácio?

–AHH!! Sim, lembrei!! Ô Senhorita Júlia, que bom que ligou. Lembra que eu disse que queria conversar contigo. Então, amanhã antes da tua aula, passa lá na sala dos professores, está bem?

–Tá, mas eu queria perguntar uma coisa...

–Amanhã tu pergunta. Estou ocupado agora! Até amanhã!

–Mas espera. É rápido!

tu. tu. tu. tu...

Hoje tiraram o dia pra desligar o telefone na minha cara. Me aborreci. A minha mãe tentou falar comigo, mas eu nem dei bola e me tranquei no quarto. Fiquei pensando em mil coisas sobre o que a Isadora fez pra conseguir entrar no time e o que o Sr. Epitácio queria falar comigo. Eu estava muito inquieta pra ficar em casa sem agir. Então eu decidi sair pra espairecer.

Fui caminhando sem destino pelas ruas do meu bairro chutando as pedrinhas que eu encontrava, e sem me dar conta acabei entrando na rua de Elouise. Pensei em ir falar com ela, eu sentia muito sua falta. E ficava pensando no que ela estaria pensando agora. Em mim? Quem me dera...

Olhei pra sua janela e fiquei parada no meio da rua, quando ela apareceu lá de cima. Ela me olhou como se não estivesse entendendo o porque de eu está ali, então ela acenou pra mim e eu, claro, acenei de volta. Ela tentou hesitar, mas acabou me chamando pra entrar em sua casa. E eu, claro, fui correndo.

Apareci na porta de seu quarto e ela logo disse:

–Preciso falar contigo...

Fiquei preocupada. O que diabos ela queria conversar comigo? Hoje, sem dúvida, era um dia estranho! Senti as minhas mãos suar e tremer simultaneamente. Só me vinha coisas ruins na cabeça, como: Ela dizer que me odeia, ou que vai contar do beijo que eu dei nela pra seus pais, ou que eu beijo mal, eu não sei. Fiquei em pânico!

Por fora, eu estava tranquila e atenciosa, mas por dentro, eu estava enlouquecendo. Sentei na ponta de sua cama e ela sentou-se do lado e quando percebeu que havia sentado um pouco perto demais, afastou-se sem jeito e em seguida, disse:

–Então... Eu não sei o que vem acontecendo comigo ultimamente. Eu... -disse ela abaixando a cabeça.

–Continua. -disse eu super curiosa sobre o assunto.

–É difícil pra mim ter que dizer isso. Nunca aconteceu comigo. Eu não consigo entender esse sentimento confuso que eu estou sentindo em relação a ti.

–Mas tenta, por favor...

Ela então respirou fundo e mesmo de cabeça baixa e sem me olhar nos olhos, prosseguiu.

–Eu tentei fugir de ti, tentei nem olhar pra ti. Eu quis ter raiva porque tu me beijastes naquele dia, mas a verdade é que eu não consegui parar de pensar naquele... teu beijo...nem por um segundo. Eu não sei o que está acontecendo comigo... E me perdoa por ter te maltratado todas aquelas vezes, mas eu não conseguia me entender porque eu não parava de pensar em uma garota... em ti, Júlia! porque eu precisava apenas te ver pra me sentir bem...

Depois de ouvi-la, eu não consegui acreditar em suas palavras. Meu coração palpitava como se quisesse sair do lugar. Minha garganta doía como se tivesse um nó que impedia-me de falar qualquer coisa. Meus olhos não conseguiam fitar-a mais. Isso tudo era meu amor exalando de meu corpo. Meu nervosismo era o meu amor por Elouise que me fazia ficar desse jeito quando estou perto dela e ainda mais, ouvindo-a dizer que não parava de pensar em mim. Isso foi o estopim para uma explosão de amor que estava guardado no meu coração.

Eu quis chorar, mas ao invés disso, eu sorri e levantei o rosto dela pequeno e a olhei nos olhos e disse:

–Eu sempre sonhei com este momento... Eu te amo, Elouise. Eu sempre te amei. Desde o primeiro dia em que eu te vi. Eu me apaixonei..

Ela abriu seus olhos apertados admirada com a minha declaração. Talvez ela pensasse que eu a tivesse beijado só por beijar ou coisa e tal. E sem jeito, Elouise aproximou-se de mim e tocou o meu rosto. Eu fechei meus olhos e sorri. Então ela me surpreendeu encostando seus lábios nos meus. Ela me beijou.... Exultei.


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