Lembre: Nada É Verdade. escrita por Yagah


Capítulo 3
Templários...




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— Acorda, Annie! Vai se atrasar, anda!— Era a voz de Rogério. Annie salta da cama se preparando para correr, mas se detém ao escutar a risada dele.

A risada de Rogério era única, contagiante e sempre mais engraçada que as piadas.

— Filho da puta. — Annie também ri e atira o travesseiro no homem. Era feriado, 07 de setembro.

— Ai, ai. Eu tinha que fazer isso. — Ele ri e entrega o travesseiro a garota. — Dorme que ainda é cedo.

Ela tentou, mas uma vez acordada era impossível dormir de novo. Decidiu ir contar sobre a missão para Bee.

— Posso entrar? — Pede ela batendo na porta do escritório.

— Entra. — Ele tira os olhos dos papéis. Bee andava ocupado ultimamente, não tinha ninguém para ajuda-lo com a parte tática. — Como foi ontem?

— Tudo certo. Eu vim aqui fazer o relatório.

— Sente. — Bee indica uma cadeira e Annie se senta.

— Victor falou de um artefato, que está em uma aldeia indígena. Pelo modo como eles falaram é algo muito valioso, tão valioso que eles vão enviar para o tal de Haytham. Eles andaram gastando dinheiro em algum outro lugar, pois nosso alvo principal reclamou da falta de dinheiro e os outros ficaram relutantes em gastar.

— Obrigada, querida. Isso vai ser muito útil. — Diz Bee sorrindo. — Eu preciso que você faça uma entrevista de emprego naquele bar metido a besta, o Fiore di Luna.

— Posso perguntar o motivo?

— É porque um freguês de lá é nosso próximo alvo. Ele frequenta aquilo lá faz um tempo. — Ele vasculha uns papéis na gaveta enquanto fala. — E faz umas reuniões informais com alguns membros da Ordem.

— Ok. — Annie pega os papéis. — Vou ver se eu consigo agora.

Annie desce do ônibus perto do bar. “Realmente é um bar metido a besta.” Pensa ela quando olha.

— Com licença. Eu queria saber com quem eu falo para a entrevista de emprego. — Ela pergunta no balcão.

O jovem que está atendendo analisa Annie cuidadosamente.

— Vem comigo. — A frase soou como se ele estivesse com nojo ou menosprezando a garota. Ele chega a uma salinha onde um homem de, aparentemente, 50 anos fazia a contabilidade. — Chegou uma garota para a entrevista de emprego, Sr. Carlos.

— Entre menina. — Ele parecia ser mais gentil que o garoto.

Annie entra e senta na cadeira que ele indica.

— Que idade você tem garota?

— Quinze. — Mentiu Annie entregando os papéis, ela sabia que a papelada que Bee a entregara era falsa.

— Como é seu nome?

Ela dá uma discreta olhada para os papéis.

— Laura.

O homem se preparava para fazer a próxima pergunta quando o celular da garota toca. Era Bee. Devia ser importante, afinal ele sabia onde ela estava, não iria ligar se não fosse uma emergência.

— Desculpe, estou com um parente no hospital, deve ser importante.

— Tudo bem. — Ele parecia ser um homem compreensivo, um bom patrão.

— Alô?

— “Annie, sai daí agora!”

— O que?

— “Só sai e rápido!”

— Ok. Estou indo. — Ela desliga o telefone. — Desculpe, senhor, mas...

— Já entendi. Pode ir. Se quiser voltar para fazer a entrevista outro dia, pode voltar.

— Obrigada. Obrigada.

Annie sai apressada do lugar. Assim que ela põe o pé na rua um carro preto para na frente do bar e dois homens de terno e óculos escuros descem, há um broche da cruz dos Templário em sua roupa. A garota aperta o passo e põe o capuz.

— Com licença, menina. — Uma senhora para Annie. — Você sabe onde fica a parada do T5?

— Desculpe senhora, mas eu não sei. — Diz a garota nervosamente, olhando para trás para ver como estava a movimentação dos homens. Mais um carro preto chega.

— E a do T7?

— Senhora eu estou com pressa.

Tarde demais.

— Ei, menina! Você aí!

“Merda.” Pragueja Annie andando o mais rápido que suas pernas permitiam.

— Ei! Pare aí mesmo! — Os homens continuavam gritando, e suas vozes se aproximavam cada vez mais.

Annie virou em uma rua pouco movimentada, os passos estavam muito próximos agora. Era hora de começar a correr.

— Ei! Ei! Pega ela! Anda!

Os quatro homens começaram a perseguição, se separando na primeira rua para tentar bloquear a garota. Annie sabe que sua melhor chance é ir para o meio da multidão.

Era perigoso, mas ela tinha de admitir que era ótimo correr a toda a velocidade, coisa que não podia fazer normalmente. Annie checa onde estão os guardas Templários em curtos intervalos.

O telefone toca.

— Péssima hora Bee.

— Onde você está?

— Não faço ideia, estou fugindo de uns caras. Pelo broche das roupas são Templários.

— Qual o nome da rua?

— Bee, não posso parar pra ver o nome da rua. — Annie não consegue disfarçar o cinismo na voz.

— Alguma referência?

— Eu não posso te dar referências em movimento, Bee. Nem parece você... — Annie pensa um pouco. A voz está estranha, ela percebeu isso, mas achou que fosse por causa do ruído do vento e o sinal fraco. — Bee? A Vânia está bem? Ela já se recuperou? — Inventa a garota.

— Sim. Ela está aqui do meu lado, quer falar com ela?

Annie desliga o celular e o desmonta enquanto corre, para destruir o chip.

Depois de dez minutos de perseguição ela dá a sorte de chegar ao camelódromo. Ali seria muito fácil despistá-los.


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Notas finais do capítulo

Comentem, pleaaaase.



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