Lembre: Nada É Verdade. escrita por Yagah


Capítulo 4
Outros Assassinos?


Notas iniciais do capítulo

Gente comentem e ajudem a melhorar a história. Qualquer sugestão e crítica é bem-vinda.



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Depois de chegar em casa, relativamente cedo (18h), Annie vai direto falar com Bee.

— Bee, você me ligou?

— Não. Você recebeu alguma ligação?

— Sim. Eu não escutei a voz muito bem por causa do vento e do sinal, mas era masculina e parecia ser você. Até porque quando você me liga aparece chamada privada, e foi o que apareceu.

— Estranho. O que você fez com o chip?

— Destruí, antes que pudessem grampear ou rastrear.

— Fez bem. Me empreste seu celular, quero ver se consigo fazer algo.

Annie entrega o aparelho.

— Quer que eu faça mais alguma coisa enquanto isso?

— Ainda bem que você se ofereceu. — Ele abre a gaveta da escrivaninha e pega um molde para pichação com o símbolo do Credo e em baixo escrito “Nada é verdade”. — É bem simples, só quero que você piche isso em alguns muros. Mas não aqui na vila, lá no centro, pode até ser onde você esteve hoje.

— Ok.

Annie sai do escritório. Ela tinha de admitir que amava pichar para divulgar as ideias do Credo e, consequentemente, fazer alguns policiais de trouxa.

Ela desce do ônibus no fim da linha, quase às 20h. Apenas com uma mochila contendo sprays e o molde.

As ruas eram agradáveis à noite, quando estavam em silêncio, iluminadas pelas luzes amareladas e fracas dos postes. Mesmo as ruas mais frequentadas ao dia estavam completamente vazias de noite. Alguns policiais passavam de viatura esporadicamente, mas era fácil esconder-se deles.

Annie estava pichando no Mercado Público, lugar sem movimento àquela hora, atenta a qualquer ruído e movimento, iluminada pelo único poste daquela rua. Ela sacode o spray e coloca o stencil na parede, quando para de sacudir e se prepara para esguichar a tinta percebe que há mais alguém ali.

A garota congela, guardando suas coisas rapidamente para fugir. Uma movimentação no breu da rua mostra a Annie que ela está cercada.

— A gente só quer conversar. — A voz com forte sotaque vem de trás dela. Annie gira o corpo em direção ao som, deslizando a mão para a mochila, na intenção de pegar a adaga. — Calma garota, não somos Templários.

Annie não quer saber quem é. Simplesmente sai correndo, mesmo sabendo que está cercada ainda tinha uma chance de escapar. Ela dispara para a escuridão, na esperança de despistá-los.

Um braço forte a agarra e a joga no chão, de volta à luz. Annie levanta rapidamente e fica na defensiva esperando os homens agirem.

— Não tente fugir, é inútil, garota. Só queremos conversar. Podemos?

Annie saca a adaga em resposta.

— Isso não é brinquedo para crianças, é melhor guardar. — Ele começa a se movimentar, caminhando em direção a ela.

É um homem alto, o rosto estava coberto por um capuz preto, como o de Annie. Suas mãos estão erguidas, para mostrar que não quer briga.

— O que você sabe sobre o Credo? — Pergunta ele sem parar de caminhar.

Annie apenas se retrai, apertando o cabo da adaga mais ainda em suas mãos. Ele entende a advertência e para de caminhar.

— Pode responder?

Assim que ele termina de falar Annie é agarrada por um segundo homem que se esgueirou por trás dela. A garota se debate com o susto, acertando o nariz do homem com a cabeça. Mas ele não a solta. Depois de algum tempo lutando o homem a imobiliza com dificuldade.

— A gente só quer conversar, menina. — Disse ele ofegante ao conseguir prender os braços de Annie contra o chão.

Ele estava sobre ela, seus joelhos prendiam os braços da garota contra o chão e ele fazia força para conter a pequena. O rosto dele também está coberto por um capuz preto.

— Então me solta! — Esbraveja ela.

— Só se você escutar.

Annie se debate novamente, chutando as costas do homem. Ele contorce o rosto por de baixo capuz, mas não cede. Apenas fica esperando a energia da garota terminar, e torcia para que não fosse muita, pois suas costas já estavam latejando.

— Pode responder agora? — Diz o primeiro.

— Primeiro falem quem são vocês!

— Não se preocupe, não vamos te machucar. Eu só quero saber o que você sabe sobre o Credo.

— Que Credo? — Finge Annie.

— Aquilo que você estava pichando, garota.

— Não sei o que é aquilo.

— Ah, é mesmo? Pois saiba que já estamos te vigiando há tempos. Queremos saber o que você sabe sobre o Credo.

— Se estão me vigiando ‘há tempos’ deveriam saber, Assassinos.

Os garotos se entreolham, claramente confusos, sem saber o que fazer. O primeiro levou a mão à orelha e pressionou, havia um aparelhinho.

— Achamos ela, o que fazemos agora? — Annie escuta um ruído saindo do aparelho. — Ela não vai falar isso, velho. Isso não quer dizer nada pra ela. Ok, eu vou tentar. — Ele olha para Annie suspirando, tentando encontrar uma maneira de fazer o que lhe foi pedido: saber sobre outras pessoas do Credo e onde ficavam. — Olha só garota, nós não queremos briga. Só diga seu nome por enquanto, pode ser?

— Falem os seus primeiro. — Annie parecia rosnar para os garotos.

— Eu sou Ezio, e este troglodita em cima de você é Connor. Agora o seu.

— Annie. — Ela sabia que não adiantaria mentir, eles acabariam descobrindo se o fizesse.

— E o que você sabe sobre o Credo, Annie?

— Vocês são mesmo Assassinos?

— Somos.

— Como vou saber que não estão mentindo?

Ezio mostra a lâmina oculta. Annie se convenceu e ficou aliviada, eles não fariam mal a ela. Connor sentiu que a menina havia ‘cedido’ e aliviou a pressão sobre ela.

— Onde está a sua? — Pergunta ele.

— Eu não saio com ela à toa, só quando precisa. — Ele resolve deixar a garota se levantar. — De onde vocês são? Nunca ouvi falar de outros Assassinos no Brasil.

— Não somos do Brasil. Nos enviaram para cá para saber quem estava matando os Templários que eram nossos alvos. Onde estão os outros?

— Não há outros, eu estou sozinha aqui.

— Então por que você sempre vai para um lugar escondido naquela vila, em seguida sai e vai fazer alguma coisa? Quem te manda fazer isso?

— Ninguém, eu vou lá pego informações do alvo e saio.

— Então não tem problema nos levar lá, não é?

— Por que eu faria isso?

— Então a gente aparece lá algum dia, afinal sabemos onde fica.

— Ora seu... — Annie ameaça Ezio com o punho fechado. Ele se afasta rindo da garota, com as mãos para o alto.

— Ei! Vocês aí! O que estão fazendo? — Um policial surge do nada.

Annie aproveita a brecha para acertar um soco em Ezio e fugir. Connor se distrai com policial e não tem tempo de pegar a garota.

— Quenga... — Resmunga Ezio passando o dedo na boca para confirmar se não estava sangrando. Connor não espera ele terminar a ação e o puxa, ou melhor, arremessa Ezio para frente.

O policial saca a arma e começa a gritar com eles, como se os garotos fossem parar.

— Tirem o capuz e coloquem as mãos na parede!

Ezio e Connor riem em silêncio da estupidez do homem de farda e continuam correndo para pegar Annie.

Neste meio tempo ela correu com todas as forças para qualquer lugar que oferecesse segurança. Ela encontrou um prédio em reforma, imediatamente correu para lá. Não podia deixar que eles a pegassem, seria ridículo sair para pichar uns muros e ser capturadas por pessoas do próprio Credo.

Annie atravessa o quarteirão saltando sobre os telhados, ela olha rapidamente para trás e vê os dois garotos seguindo sua trilha, mas param em frente a obra confusos. A garota para em um orelhão e liga para Bee.

— Atende, Bee. Atende, atende. — Sussurra ela impaciente.

— Alô?

— Bee, tem dois Assassinos na minha cola aqui! O que eu faço?

— Sério? Que coisa boa! Se eles já provaram que são Assassinos traga-os para cá.

— O que?

— Irmãos são sempre bem-vindos, Annie. Espero que não tenha sido rude.

— Eles me agarram para falar comigo! — Ela altera um pouco o tom de voz, mais do que deveria. — Você deve estar brincando, Bee.

— Claro que não. Pode trazê-los.

Annie desliga incrédula e emburrada. Ela escuta os passos dos garotos e os encara com ódio. Os dois aparecem ofegantes.

— Venham. Vou lhes mostrar a sede.


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Notas finais do capítulo

Comentem pleeeaaaaase.



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