Lembre: Nada É Verdade. escrita por Yagah


Capítulo 2
Planos... Malditos planos.


Notas iniciais do capítulo

Comentem, sim? :33 Ideias? Sugestões? Aceito.
Qualquer erro desculpa desde já.



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Annie vai para a sede. É um lugar simples e nem um pouco agradável. A entrada era por uma porta de madeira odre, repleta de fungos.

Descendo as escadas ela chega à antessala suja e mofada, onde Paulo e Rogério se embebedavam e riam alto batendo com as canecas na mesa quando falavam algo engraçado, pelo menos para eles.

— Dá pra escutar vocês falando lá de cima. — Fala Annie secamente.

— Foi mal, foi mal. Quer uma cervejinha? — Oferece Rogério.

— Não, obrigada.

Ela continua seu caminho irritada com aqueles dois homens. Bee reclama que não tem pessoal pra agir, mas nunca os manda fazer nada. É sempre Annie.

— Olá querida. — Diz Paola desviando o olhar do computador.

— Oi, como você está?

— Bem. — Ela pensa um pouco e dá uma risadinha maliciosa. — Muito bem... E você?

— Também. Suspeito que tenha algo para eu fazer. — Diz Annie dando uma olhada para o lado quando sua mente vai até os homens bêbados.

— Tenho mesmo. Não fique brava, é um pouco ridícula, mas muito importante. Não vai precisar matar ninguém. — Ela chama Annie até o computador para ver uma foto. — Você vai ter que trabalhar de acompanhante esta noite.

— O que?!

— Desculpe, mas você é a única pessoa que eu sei pode fazer isso.

— Mas você tem várias mulheres para isso! Por que eu?

— Porque você é a melhor pessoa para isso.

— Francamente...

— Então... Você topa?

— Sim. — Annie resmunga, não havia outra opção.

Paola a ensinou como se portar, o que deveria fazer e como deveria fazer. Elas ficaram a tarde inteira no saguão praticando. Annie foi obrigada a aprender a andar de saltos, coisa que nunca tinha feito.

Quando a noite cai Paola manda Annie tomar um banho enquanto separa uma roupa para ela.

— Paola. Não. Olha isso. — Diz Annie quando põe o vestido. Era preto com alguns detalhes prateados, curto demais e decotado demais. — Você disse que ia separar uma roupa.

— Ficou linda, Annie.

— Mas eu não posso me mexer com isso.

Paola deu uma risadinha ao perceber que Annie estava prestes a explodir de vergonha.

— Não me lembrava que você tinha esses peitões. — Brinca ela para irritar Annie.

— Paola! — Annie coloca a mão na frente dos seios para tapá-los, já que o vestido não o fazia.

— Brincadeira. Está linda. Vem cá, deixa eu arrumar seu cabelo.

Ela faz um penteado rápido, colocando um pouco da franja para a esquerda e prendendo a parte da direta com um grampinho discreto.

— Agora vamos.

Annie caminha desconfortavelmente tentando cobrir a bunda toda e os peitos, mas o vestido cobria uma coisa ou outra. Elas sobem as escadas e vão até o carro de Paola. A reunião do homem fica um pouco longe dali, pelo menos 30 minutos de carro.

— Pense que você está ganhando dinheiro para atuar como acompanhante. — Diz Paola quando elas começam a chegar perto do lugar. Diminuindo a velocidade e procurando o restaurante. — É aqui. E aquele ali é o Victor.

A mulher aponta para um imponente homem de cabelos grisalhos, ele vestia um smoke muito elegante.

Elas descem do carro. Annie se move com delicadeza e elegância, assim que bate a porta do carro percebe que muitas pessoas a estão olhando.

As duas caminham até Victor, que olha para Annie com ternura. Era aqueles caras que tratavam as mulheres como flores e depois as jogavam fora, a garota percebeu isso na hora.

— Victor, essa é a garota que lhe falei. — Diz Paola sorrindo e deixando o homem beijar-lhe a mão. Logo ele se direciona a Annie.

— Encantado. — Diz ele fazendo o mesmo que havia feito em Paola.

Annie apenas sorri timidamente, lançando um olhar sedutor sobre o homem.

— Vou deixar vocês a sós. — Paola vai até um homem desacompanhado se oferecendo. Ele lhe dá o braço e a conduz para dentro do salão.

Victor faz o mesmo e leva a garota para dentro.

Depois de algumas horas jogando conversa fora Victor finalmente começa a falar de negócios. Ele conta que planeja comprar uma terra, onde há uma tribo indígena para procurar um objeto valioso. Annie escuta tudo atentamente para depois fazer um relato para Bee.

Cada frase que o homem termina ele puxa a garota para mais perto de si. Até fazê-la sentar em sua perna. Annie fica desconfortável, mas se controla. A mão de Victor pousa sobre a perna dela, cada vez que ele fala algo uma baforada quente de ar encontra o pescoço exposto de Annie.

— Eu até pegaria o dinheiro daquele novo projeto da prefeitura que não deu em nada, mas tem um cara muito atento trabalhando comigo. — Explica ele aos amigos. — O que vocês acham?

— Não sei Victor... A gente vai investir em uma coisa que pode não dar resultado nenhum. — Fala um dos homens.

— Vai dar resultados sim. Até porque — Ele se inclina um pouco sobre a mesa ficando perto demais do rosto de Annie, os outros fazem o mesmo, para todos escutarem. — a gente tem pegar isso antes dos Assassinos.

— Eles nem sabem que isso existe, Victor! Não fale bobagens! — Diz um homem gordo tomando um generoso gole de vinho, em seguida solta uma sonora gargalhada.

— A gente sabe como essa gente é, meu caro. — Insiste Victor. — Eles vão saber logo. É melhor agirmos o mais rápido possível, antes destes abutres suspeitaremde algo.

— Certo Victor. Eu vou te ajudar, mas eu quero saber o que vai acontecer caso você encontre. — Disse um homem negro, forte e alto.

— Vamos enviar para o Haytham, eles saberão o que fazer.

Annie já ouvira alguém falando nesse cara. Ele era quem executava todos os planos dos Templários.

— Espera um pouco. — Diz o gordo rindo baixinho. — Você está pedindo para que coloquemos nosso dinheiro em um negócio que você nem sabe se vai dar certo, e se der certo você vai enviar para um gringo?

— Raul, não sei se você lembra dos juramentos que você fez quando entrou para a Ordem. — Victor pareceu ter perdido a compostura, mas falou baixo para não chamar atenção.

O homem gordo suspira refletindo. Por um momento pareceu ficar com medo de algo.

— Quando começam as escavações? — Cedeu ele.

— Se eu conseguir dar um 'jeitinho' na papelada, dois dias. — Todos trocam olhares e assentem, apesar de um pouco hesitantes.

Para Annie ficou claro que cada um tinha um interesse em relação ao tal artefato. Ela levanta a mão para ajeitar o cabelo, ao mesmo tempo em que faz um sinal para Paola.

— Desculpem interromper. — A voz de Paola é suave. — Mas eu e Annie temos outros compromissos agora, se é que me entende. — Ela sorri para Victor piscando. Ele consente devolvendo o sorriso.

Victor tira um generoso maço de dinheiro bolso e coloca no meio dos seios de Annie. A garota estremece de nojo, o homem pensa que foi um arrepio de prazer e desliza sua mão pelo corpo dela. Annie apenas sorri, fingindo que gostou.

— Você agiu bem. — diz Paola ao entrarem no carro.— Achei que você ia pular no pescoço dele.

— Vontade não faltou. — O tom foi de brincadeira, mas, de fato, ela quis matá-lo.

Paola dá a partida no carro. Ele engasga um pouco, mas pega.

— Preciso tomar um bom banho e tirar esse cheiro nojento de mim. — Diz Annie ao lembrar do bafo quente de Victor em seu pescoço.


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Notas finais do capítulo

Comentem pleaaaaase



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