The Big Four escrita por Viic Martins


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá,
enfim, outro capitulo.
Me desculpem por ter demorado, mas eu estou em uma semana de provas, então meu tempo é corrido.
Enfim, espero que gostem.
Leiam as notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/421478/chapter/3

O barulho que o vento fazia quando atravessava a janela me lembrava um uivo. Uma tempestade estava por vir. Merida, Soluço e eu estávamos no meu quarto fazendo o dever de casa de inglês que o professor Robert havia passado, na verdade apenas Soluço e eu estávamos fazendo o dever, pois Merida só fazia ouvir sua música e trocar o canal da televisão.

Levantei-me para fechar a janela. O sol estava quase se pondo e o céu estava em tons de vermelho e laranja. Quando cheguei bem perto vi um pequeno floco de neve. Ele estava caindo e caindo até pousar no topo de meu nariz. Sorri. O frio não era doloroso, apenas frio.

Pelo canto do olho vi uma fumaça negra subir rapidamente para o telhado da casa. Me assustei e dei alguns passos para trás. Olhei para os meus amigos e percebi que eles não tinham visto a fumaça. Um calafrio atravessou minha espinha. Mesmo sabendo que era só uma fumaça, algo nela me deu medo, e o frio pareceu ficar mais forte. Inclinei-me na janela para ver se tinha mais fumaça no telhado, mas não tinha nada.

– Rapunzel, faça-me o favor de fechar essa janela antes que eu morra congelada. – Merida reclamou.

Tomei um susto percebendo que passei muito tempo naquela posição e o frio já havia entrado no quarto. Fechei a porta rapidamente fazendo um barulho desagradável aos ouvidos.

– Desculpe, achei que tinha visto algo...

Voltei para a cama passando minhas mãos pelos meus braços para aquece-los. Liguei o aquecedor e voltei para o meu dever de casa. Estava perdida em devaneios sobre o que havia acontecido naquele dia. Quase chegar atrazada no meu primeiro dia de aula, matar a saudade de meus dois melhores amigos, receber uma pilha imensa de deveres de casa do professor Robert. E, o que mais marcou meu dia, conhecer o garoto mais difícil que já conheci em toda a minha vida. Jack Overland.

Ele me deixava completamente confusa com suas provocações, mas sempre estava com aquele sorriso preguiçoso espalhado em seu rosto. Era estranho não saber o que passava pela mente dele. Eu conseguia perceber facilmente os sentimentos mais fortes das pessoas, as vezes era só intuição, mas ela sempre estava certa. Porem quando se tratava de Jack eu não sentia nada, parecia que ele não tinha sentimentos.

Apesar de não gostar muito da idéia, decidi falar com Jack cara a cara. Depois da aula eu iria esperar todos sairem da sala para falar com ele sozinha, eu diria que seria melhor para nós dois se ele parasse de ser tão metido já que ele queria tanto que fossemos amigos. Eu diria também que ele teria que se dedicar aos trabalhos de dupla pois eu não era tão boa em história e não poderia tirar nota baixa. Estaria tudo perfeito se ele entendesse, mas se ele agiu daquele jeito quando nos conhecemos, não iria me surpreender se ele apenas me ignorasse.

– Vocês conheceram os novos professores? – perguntou Merida me tirando de meus pensamentos.

– Até agora só conheci um. O Connor de história. – comentei.

– Já ouvi falar de todos. – Soluço levantou uma das mãos – Tem o Sammy de inglês, a Sophia de artes gerais, o Connor de história e o novo diretor, Nante. – disse ele, a cada nome ele abaixava um dedo da mão.

– Não sabia que tínhamos um novo diretor. – falei, procurando aprofundar o assunto.

– Há boatos de que ele vem do Polo Norte, e de que ele tem a aparencia do Papai Noel, você sabe, gordo, barba longa e branca, e de roupas vermelhas. Super bizarro. – continuou Soluço.

Imaginei um velho sorridente com uma pasta vermelha gigante saltitando e entregando diplomas de graça para os alunos. Obviamente ele não deve ser desse jeito, mas foi a primeira imagem que apareceu na minha cabeça de um diretor com uma suposta aparencia de Papai Noel.

– Hum. Parece mesmo bizarro. – comentei.

– Também tem um novo aluno. Jack alguma coisa... – disse Merida tentando se lembrar.

– Overland.

Todos olharam para mim espantados, como se eu tivesse dito um palavrão. Sim, eu havia pensado tanto em Jack que acabou saindo da minha boca como se fosse a coisa mais habitual do mundo, mas não era. Tentei disfarçar meu desconforto mudando o canal da televisão.

– Você o conhece? E nem ia nos contar? – perguntou Merida com cara de desapontada.

– Não achei que fosse importante. Ele é só o meu parceiro nas aulas de história. – tentei explicar.

– Só o seu parceiro? Pelo jeito que você falou tão rápido o sobrenome dele não parece que ele seja só o seu parceiro. – disse Merida.

– Não tivemos um começo amigável. Eu não quero falar sobre isso.

– Mas você vai falar! E ai, ele é legal? Bonito? – perguntou Merida com seus olhos questionadores.

– Sim, ele é bonito, muito bonito... – respondi sem jeito.

– Ah! Eu sabia! Você gostou dele! O que ele disse? – exclamou Merida.

– Eu não gostei dele! Na verdade nós acabamos discutindo. – falei tentando ser convincente – O mais estranho foi que ele meio que deu em cima de mim quando a aula acabou. – As lembranças começavam a voltar – Ele era meio que sombrio. Ou melhor, ele era frio.

Voltei-me para meus dois amigos e encarei suas feições cômicas. Merida estava com uma cara de doida animada, como se eu acabara de contar o segredo do ano, e Soluço me olhava com uma cara de confuso e perdido como se tivesse boiando no assunto todo. Eu ri.

– Hum, sombrio, não é? – disse ela com aquela cara indecente.

– No sentido ruim, Merida! – falei, me defendendo.

– Deixa ela, Merida. – disse Soluço – Quando o amor vem forte não adianta fazer nada.

Os dois gargalharam de mim.

– Fala sério, vocês são muitos chatos! – resmunguei sem conseguir esconder o vermelho de minhas bochechas.

– Acreditem ou não, ele mora perto da minha cas... – Soluço foi interrompido pela minha mãe.

– Merida?

Minha mãe estava encostada na porta do quarto olhando preucupada para Merida.

– Sim, sra. Corona?

– Sua mãe quer que você volte para casa urgentemente.

Merida olhou de relance para Soluço e eu, sabíamos o que aquele olhar queria dizer, hora de Merida voltar para casa. A mãe de Merida era Elianor Dunbroch, que depois da minha, era a mãe mais cuidadosa e super-protetora que eu já conheci na vida. Ela sempre fica no pé de Merida, seu sonho é que Merida se torne modelo e extilista, mas Merida tem outros planos. E ao contrário de mim, Merida odiava seguir as regras de sua mãe preferindo a discursão.

– Já estou indo, sra. Corona. – respondeu Merida tristonha.

Ela deu um tchauzinho para nós e se foi.

– Hum, Rapunzel? – chamou Soluço.

– Sim?

– Aproveitando que a Merida saiu, quero te contar uma coisa...

Eu já tinha uma suposição do que poderia ser essa coisa. Desde que viemos para minha casa Soluço tem olhado de um jeito diferente para Merida, não como um amigo, e sim como uma pessoa que queria mais. E eu estava adorando isso.

– Que você está se apaixonando pela Merida?

– O que?! Como discubriu?! – perguntou Soluço começando a corar.

Gargalhei.

– Seu sorriso de bobo apaixonado te intregou!

– Está tão na cara assim?

– Está, mas não se preocupe, eu não vou contar antes de você. – prometi.

Uma imagem apareceu na minha cabeça. Merida e Soluço, de mãos dadas, namorando. Que lindos! Não poderia imaginar um casal mais perfeito.

– Não estou pretendendo contar. – disse Soluço.

– Como assim? Você precisa contar. – ele olhou para mim com com tristeza – Ela sabe sobre o seu pai?

– Não. Tenho medo de que quando ela saiba deixe de falar comigo, eu não iria aguentar se isso acontecesse. – seu olhar triste se volta para a janela – Sabe, eu passei essas semanas longe de todos e pude perceber o quanto gostava dela, eu queria saber como ela estava, se ela estava feliz, se ela pensava em mim. Eu só queria estar com ela, mais que tudo. – ele se voltou para mim – Hum... Rapunzel, você está com uma cara estranha, está me deixando com medo.

Indireitei-me na cadeira percebendo que estava com uma cara de boba olhando para ele. Pobre Soluço, o coitadinho é timido demais para falar uma coisa dessas. Suas palavras são tão profundas, queria que ele tivesse a metade da coragem que ele usou comigo para usar com Merida. Mas ele tinha razão. Merida era surpreendente, eu não poderia imaginar sua reação ao saber do segredo do pai de Soluço, sua reação varia de gritar e sair correndo a pular de animação. A incerteza de Soluço não era em vão.

– Você tem que jurar que não vai dizer nada. – disse ele com uma voz firme.

– Tudo bem, eu juro.

– Jura de mindinho? – ele levantou seu dedo mindinho e eu ri.

– Juro de mindinho.

Nossos mindinho se intrelassaram e o juramento foi feito.

– Está tarde, melhor eu ir para casa. Não que meu pai se importe como sua mãe e a de Merida. Você sabe. Ele nunca se importa.

Soluço perdeu a mãe quando ainda era uma criancinha, a falta dela era tão grande que era como se tivesse perdido o pai também. Ele se fechou completamente em sua pesquisa e começou a trabalhar no assunto que tanto envergonhava Soluço. Ele ficava nervoso ao pensar nisso, sempre achava que no momento em que as pessoas soubessem iriam fugir. É claro que quando eu soube aceitei e continuei nossa amizade, mas eu sou a única que sei, Soluço ainda se recusa a contar para mais alguém.

– Eu te levo pra casa.

Ele ascentiu e nós descemos para pegar o meu carro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ola de novo!
Gostaram? Então comentem.
Não gostaram? Me ajudem a melhorar.
Bom, você deve estar achando que eu esqueci de colocar esse tal segredo do pai do Soluço, mas não. Eu vou deixar em segredo e fazer um suspense.
Você que é realmente um fã já deve ter uma ideia do que se trata.
Até mais.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Big Four" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.