Eu Não Preciso De Amor escrita por Hanna Martins


Capítulo 2
Behind blue eyes


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer aos comentários e aos favoritos. Eles me deixaram muito feliz, tanto que resolvi postar este capítulo hoje.Este capítulo é inspirado na música Behind blue eyes, amo esta música. Acho que se isso fosse um filme, Behind blue eyes seria a música tema do Peeta rsrsrsrs. O personagem tem tudo a ver com ela.



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– Katniss, o jantar está pronto – avisa Mags.

– Pode me trazer no quarto – peço, tirando meus fones de ouvido.

– Peeta... – ela me olha, hesitante.

– O que tem ele?

– Pediu para que você fosse jantar com ele...

– Mas eu não quero, traga meu jantar, por favor, Mags.

Mags fica em silêncio, me olhando, hesitante.

– Mags? O que foi que ele disse?

– Ele falou que se você não descesse para jantar, eu não deveria te trazer o jantar...

Então, vai ser assim? Peeta chega com todo aquele papinho que quer me dar amor e blá, blá, blá, e já começa a mostrar suas garras.

– Mags, avisa para ele que vou descer – respondo, tentando me manter calma.

– Você vai ficar sem comer, Katniss? – pergunta preocupada.

– Vou sim, se o preço que tenho que pagar para comer é ver Peeta Mellark em minha frente.

Mags me olha, porém acaba saindo de meu quarto.

Faz dois dias que Peeta se mudou para a mansão. Como meu tutor, ele deve morar comigo, foi uma das coisas que meu pai deixou expressa em seu testamento. Peeta tomará conta da casa como se fosse dele, até eu ser maior de idade. Agora, tenho que conviver com ele debaixo do mesmo teto. Peeta tomará conta da casa, de minha herança, e não posso fazer praticamente nada sem sua permissão, ou seja, ele é meu carcereiro.

Nestes dois dias tenho evitado me encontrar com Peeta. Faço todas as refeições em meu quarto e fico trancada o dia todo aqui. Vou de meu quarto para o colégio e do colégio para meu quarto.

Coloco meus fones de ouvido, aumentando o volume ao máximo, ligo meu computador e começo a navegar por sites ao acaso. No entanto, meu estomago não demora muito a me lembrar que eu não como nada desde o meio-dia. Ele começa a gritar. Sei que se eu não comer nada, vou desmaiar de fome, porém não vou me render tão facilmente. Peeta Mellark não vai ganhar.

A fome só aumenta a cada minuto. Tento dormir para ver se a fome passa, tudo o que consigo é rolar pela cama, segurando minha barriga, que grita cada vez mais alto por comida. Já passa da meia-noite quando decido descer até a cozinha e ver se encontro algo.

As luzes da casa estão todas apagadas. Com algum esforço chego até a cozinha, abro a geladeira e encontro algumas coisas. Acho que dão para fazer um lanchinho. Pego duas fatias de pão, um fatia de peito de peru, queijo e patê, que não sei do que é, só me pareceu gostoso. Monto meu lanche.

– Você não precisaria estar assaltando a geladeira se tivesse jantado.

Me volto imediatamente, ao ouvir a voz de Peeta. Ele está encostado na geladeira sorrindo.

– Os tacos estavam ótimos.

Comida mexicana é uma das minhas preferidas, principalmente tacos.

– Prefiro comer isso – digo, levantando meu lanche e dando uma boa bocada.

– Sei que tacos é uma de suas comidas prediletas. Mags me contou.

Deveria odiar Mags por contar minhas preferências para um estranho. Porém, sei que ela foi obrigada a isto. Mags tem uma família imensa para alimentar, e Peeta deve ter ameaçado a demitir caso não revelasse meus gostos.

Continuo a comer, como se ele não estivesse em minha presença.

– Katniss, somos uma família, e famílias precisam fazer suas refeições com todos juntos.

– As famílias fazem isso? Engraçado, pois minha família nunca ligou para estas coisas. Devo te contar quantas vezes comemos juntos? – falo ironicamente. – Qual é, Peeta? Por que não terminamos logo esta farsa? Que tal se você parasse de fingir que somos uma família?... – começo a falar sem parar, acho que vou falar todas as palavras que estão entaladas em minha garganta.

– Katniss – Peeta me interrompe, sua voz está alterada. Ele está furioso. – Somos uma família e eu sou seu tutor, e você vai me obedecer!

Então, eu estava certa afinal. Peeta Mellark resolveu mostrar sua verdadeira faceta, já que a máscara de bom moço não deu certo comigo.

Começo a rir.

– Sabia, que sua máscara de tutor que só quer saber do bem estar de sua “protegida” – faço aspas com a mão quando digo protegida. – Não iria durar por muito tempo! – lhe lanço um olhar desafiador. – Me diz, Peeta, quanto você quer para me deixar em paz? Fala, eu pago!

Peeta parece ter perdido totalmente a compostura, ou melhor, está revelando seu verdadeiro eu.

– Katniss – fala tentando voltar a usar a faceta de bom moço. – Eu estou aqui para cuidar de você e vou cuidar!

– É claro que vai! Vai cuidar de mim e do meu dinheiro! – falo sarcasticamente.

Devo ter acertado em seu ponto fraco, pois ele está me olhando de uma maneira raivosa.

– Katniss! – grita. – Não sou um de seus amiguinhos para você falar comigo neste tom!

– E você não é nada meu, para me tratar desta maneira! – grito também.

Saio da cozinha furiosa. Ao chegar ao meu quarto, me jogo na cama, e fecho meus olhos tentando esquecer a cena. Acabo dormindo depois de algum tempo.

Acordo e visto meu uniforme. Estou um pouco atrasada, acho que é melhor comer alguma coisa no colégio. Arrumo meus cabelos em uma trança. Maquiagem? Meu colégio tem uma regra sobre isso, nada de maquiagem, nem mesmo um mero batom. No entanto, eu não me importo com esta regra, já que nunca usei maquiagem, e nem gosto destas coisas. Também não uso nenhum tipo de acessório, outra das regras de meu colégio. E outra vez, não me importo com esta regra, não gosto nenhum um pouco de acessórios. Em minhas unhas nunca se percebe nenhum vestígio de esmalte. Estou sempre com as unhas limpas e aparadas. É claro, que sou uma garota diferente do que se espera de uma garota de dezesseis anos...

Pego minha mochila e a coloco em minhas costas. O motorista já deve estar me esperando. Desço as escadas, em passos apressados. No entanto, ao sair de casa, não avisto o motorista.

– Katniss – me viro e vejo Peeta. – Vou te levar para o colégio.

– Não precisa, o motorista vai me levar – respondo de maneira ríspida.

– Katniss, dei folga para o motorista, hoje. Vou te levar para o colégio – ele sorri. – E nós precisamos conversar.

Nem parece o cara que gritou ontem comigo de maneira furiosa. Parece que Peeta Mellark voltou a usar a máscara de bom moço. Estou atrasada demais para discutir com Peeta, e ontem ele até me deixou sem jantar, não duvido que me deixe sem ir à escola, caso não concorde em aceitar sua carona.

Vou até o carro, sem dizer uma única palavra. Coloco meus fones de ouvido. Peeta entra logo em seguida. Ele me olha, sei que irá reclamar de meus fones de ouvido. Coloco no volume máximo, e olho para fora do carro, quero esquecer totalmente da presença de Peeta.

Percebo que ele mudou sua estratégia de me obrigar a fazer coisas que não quero, já que não reclama de meus fones de ouvido durante todo o trajeto. Depois de vinte longos minutos chegamos ao colégio. Me preparo para descer. No entanto, sinto a mão de Peeta em meu pulso, me retendo. Me volto para ele, e puxo meu braço. Peeta larga meu pulso.

– Katniss, por favor – diz me olhando, parece cansado.

Tiro meus fones de ouvido. Isso é o gesto máximo de educação que Peeta Mellark terá de mim.

– Queria pedir desculpa, por ontem. Eu realmente não queria ter gritado com você daquela maneira. Sei que nosso começo não foi dos melhores, mas podemos tentar, não? Quero realmente cuidar de você.

Bufo como resposta.

– Estou sendo sincero, Katniss. Eu não me importo com sua fortuna, quero ser uma família para você. Um irmão para você – sorri de maneira doce.

– Não quero que você seja meu irmão – digo.

– Me deixe tentar, Katniss, por favor, sim?

– Escuta, Peeta, não acredito em nada do que você está me falando!

– Katniss, eu juro que vou fazer você acreditar em mim! Só me dê uma chance!

– Ah, por favor, vamos parar com isto! – digo, saindo do carro.

Começo a caminhar em direção a entrada.

– Katniss! – Peeta me chama.

Me volto a contragosto. Peeta sai do carro e se aproxima de mim.

– Esqueci de dizer que hoje, depois da escola, vamos almoçar juntos. Venho te buscar!

Sem me dar tempo para responder Peeta volta para o carro. Percebo que todas as garotas estão olhando para Peeta, que volta para o carro, e cochichando, algumas até soltam risadinhas. É isso que dá estudar em um colégio só para meninas.

Dou os ombros e continuo a andar. Porém, mal dou três passos e Rue aparece em minha frente. Ela sorri de maneira maliciosa.

Rue é uma das poucas pessoas que posso chamar de amiga. Não tenho quase nenhum amigo. Gosto de Rue, ela não é como as outras garotas do colégio. Porém, mesmo com Rue, não sou uma amiga muito próxima, não divido todos os meus segredos com ela. Eu não sou uma pessoa que acostuma se aproximar muito de alguém, sempre parece que estou com o pé atrás.

Rue estudou comigo, no internato, desde a sétima série. Depois que deixei o internato, Rue também deixou e veio parar no mesmo colégio que eu.

– Quem é este deus grego, que saiu do Monte Olimpo e resolveu visitar os mortais? – diz ela, olhando em direção a Peeta, que entra no carro neste momento.

– Meu tutor – respondo simplesmente.

– O quê? – diz ela, sem esconder a surpresa – Seu tutor? Sério, Katniss? Como fosse pode ter um deus grego como este como tutor? Como?

– Se você quiser pode pegar ele para você – digo, andando.

– Mas é claro que eu quero! – fala Rue, me alcançando.

Guardo meus fones de ouvido e meu Ipod em minha mochila. Aparelhos eletrônicos não são permitidos no colégio. Nem mesmo celulares. Se alguém é pego usando qualquer destas coisas tem seu objeto confiscado, sendo só devolvido para os pais ou responsáveis.

Rue fica me perguntando coisas sobre Peeta, apenas dou respostas vagas e a deixo falar. Chagamos na sala. Me sento atrás da carteira de Rue, que fica na fileira da janela. Coloco meu material em cima da carteira, enquanto escuto Rue tagarelar, até que a professora de matemática aparece e Rue volta-se para frente.

Assim que as aulas terminam vou para a entrada do colégio, esperar meu querido tutor, que por sinal está atrasado. Queria não esperar por ele. Porém, durante as aulas estive pensando sobre isto. Tenho que arrumar uma forma de mostrar seu verdadeiro lado, e o desmascarar. Coloco meus fones de ouvido e ligo meu Ipod. Escolho uma música aletoriamente. Neste instante, sinto uma mão tocar em meus ombros, me viro e vejo Peeta sorrindo. “Behind blue eyes” do Limp Bezkit começa a tocar em meu ipod. Olho para os belíssimos olhos azuis de Peeta, vou descobrir, Peeta, o que você esconde por atrás destes belos olhos azuis.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Gostaram? Odiaram? Críticas? Será que a Katniss vai conseguir desvendar os segredos do seu belo tutor?



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