P.O.V Laila.

Fui despertada por finos raios solares que entravam pela janela. Remixi na cama tentando me sentar na mesma. Baguncei um pouco mais meus cabelos totalmente desengrenhados e amassados. Minha visão ainda estava embaçada ,por isso , demorei um tempo maior que o normal para encontrar meu celular sobre a escrivaninha. Apertei o botão central. O relógio marcava 7 :15 hs da manhã. Por Merlim de cuequinha box pegando sol, por que eu acodei antes do meio dia em um domingo? Que sacanagem! Coloquei o celular com raiva de volta na escrivaninha e me enfiei de volta no emaranhado de cobertas. Me recuso a me levantar dessa cama antes do meio dia hoje!
Rolei para um lado e para o outro mais já era tarde. O sono já havia me deixado a muito tempo e se recusava a voltar! Droga, 8 hs, e nada de eu conseguir dormir! Quer saber, vou levantar de vez! Empurrei as cobertas para um lado e sai da cama. Coloquei um shorts preto de moleton e caminhei para o banheiro no corredor passando, antes de sair do quarto, na frente da cama de Carly que mais parecia estar desmaiada do que dormindo. Ri ao passar por ela e continuei seguindo até o banheiro. Entrei e dei de cara com um reflexo bem maltrada e cansada de uma garota. Meus cabelos estavam armados e muito bagunçados. Uma bolsa enorme e escura estava embaixo de ambos dos meus olhos. Haviam muitas remelas e eu estava com um hálito horrível! Tratei logo de arrumar tudo. Joguei uma água no rosto, escovei os dentes e prendi os cabelos em um frouxo e alto coque.
Girei nos calcanhares, deixando o banheiro para trás e descendo as escadas. Passei pela sala ,vazia e silenciosa, de estar e rumei para a porta branca no final da mesma. Chegando na cozinha, fui até o armário e peguei uma tigela daquelas de cereal. Em outro armário peguei, justamente, a caixa de cereais e abri a geladeira para pegar o leite. Coloquei tudo na minha tigela e guardei as coisas de volta em seus devidos lugares. Peguei uma colher na gaveta do gabinete da pia e voltei para a sala com tudo em mãos.
Me joguei no sofá mais espaçoso, que é o que fica de frente para a tv. Peguei o controle da mesma e a liguei. Alinhei minha pernas ,para que ficassem do jeito indiozinho, e comecei a passear pelos canais. Parei em um canal onde passava Bob Esponja. Sorri igual uma criança enquanto começava a música tema.
– " Estão prontas crianças? " - falou a Tv.
– " Estamos capitão!" - cantei em coro.
– " Eu não ouvi direito!" - ele continuou.
– " Estamos capitão! " - repeti.
– " Ohhhhhhhh vive num abacaxi e mora no mar...." - continuou ele cantando meu jingle favorito.
– " Bob Esponja calça quadrada!" - cantei igual retardada acompanhado a Tv.
Me senti uma criança pulando sentada enquanto comia meu sucrilhos.
– Bob Esponja? - ouvi uma voz sonolenta vindo de trás de mim. Virei meu rosto até onde consegui. - Sério mesmo?
– É, Carly, algum problema? - falei voltando minha atenção para meu desenho. Carly ficou calada e depois veio se sentar do meu lado.
– Podia ter pelo menos me chamado para assistir também! - falou me fazendo rir. Ela assistiu alguns minutos do desenho comigo depois, de tanto ser incomodada por uma tal fome, seguiu para a cozinha retornando, minutos mais tarde, com dois sanduíches com geléia. Ela me ofereceu um e, sendo esfomeada do jeito que sempre fui, aceitei.
Continuamos comendo e assitindo meu desenho favorito até umas 9:30 , quando a família começou a acordar.
– Bom dia queridas! - falou minha tia adentrando a sala exibindo seu hobbie azul celeste. - Acordadas tão cedo? - perguntou ela.
– Na verdade, fui eu que acordei cedo! - falei levantando a mão sem desgrudar os olhos da Tv.
– O que estão comendo? - perguntou ela apontando para o prato vazio sobre a mesinha de centro.
– Só um sanduíche ,mãe . -falou Carly com os olhos igualmente grudados na telinha.
– Bob Esponja? - falou Derick entrando na sala com sua calça xadrez e sua camisa cinza do pijama. - Chega para lá, maninha! - falou empurrando Carly de leve para o lado e se jogando ali mesmo. Minha tia apenas olhou ara nós, revirou os olhos e caminhou para a cozinha.
Continuamos, nós três ali, vidrados nas burradas que o Patrick fazia.
– Oh Carly, o Patrick não te lembra alguém ? - perguntou Derick, fingindo-se de inocente. Eu sei exatamente do que ele esta falando! Vi Carly exibir sua expressão assassina de sempre em direção ao irmão e depois voltou sua atenção para a Tv. Sorri de lado enquanto voltava a atenção para a tv.

Um cheiro familiarmente adocicado fez meu estômago gemer.

– Que cheiro divino é esse? - perguntei virando a cabeça para a porta da cozinha. Olhei de volta para meus primos que sorriam feito crianças numa manhã gloriosa de Natal.

– Café-da-Manhã! - exclamou minha tia da cozinha. Desliguei a tv e fui a primeira a correr até lá.

Escancarei a porta e o cheiro doce me tomou por inteiro, fazendo um sorriso se expandir pelo meu rosto.

– PANQUECAS! - exclamaram Carly e Derick em unissom atrás de mim. Minha tia sorriu enquanto posicionava as travessas com pilhas de panqueca na mesa. Nunca me senti tão feliz em apenas olhar para comida. Eu AMO panqueca, simplesmente amo. E fazia um bom tempo que não comia as panquecas da minha tia Elizabeth, que, cá entre nós, são as melhores que já provei em vida.

– Eu estou no paraíso! - disse sorrindo enquanto me aproximava da mesa e me sentava, ainda com os olhos fixos no prêmio. Ao lado das panquecas haviam torradas, geleia de uva , de amora e morango,ovos mexidos com bacon, leite, suco de laranja, uma cesta abarrotada de frutas e dois frascos de melado.

– Tia, desse jeito eu nunca irei embora. - disse enquanto ela colocava um prato a minha frente e na dos filhos. Ela sorriu.

– Bom saber disso. - disse.

– Cade o papai? - perguntou Carly.

– Ainda deve estar dormindo. - falou minha tia. A garota deu de ombros pronta para atacar.

– Prontinho. Sirvam-se. - disse minha tia abrindo os braços. Não foi preciso 2 míseros segundos. Já estava atacando a montanha de panquecas e empilhando algumas no meu prato. Derramei sobre elas a calda caramelizada de melado, que cobriu a superfície da primeira panqueca e foi descendo pelos cantos. Ah, amo o café da manhã americano!

(...)

Após as panquecas, e quando meu tio já havia descido para se juntar a nós, vieram os ovos com bacon. A torrada com suco veio em seguida e , para finalizar, uma maçã. É, realmente não engordo de ruim.

Carly, Derick e eu, como fomos os primeiros a encerrar o mega top café da manhã, retornamos a sala com o estômago estufado.

– Cara, nunca comi tanto em uma manhã, tirando as do Natal. - disse Derick. Assentimos.

– No Brasil, o café-da-manhã não é assim. - comecei. - É bem mais leve e menos calórico. Mas, sabem, eu morria de saudades de disso! - disse respirando profundamente.

– Bom, - disse Derick depois de um curto período de silêncio. - vou caçar o que fazer. Afinal, é domingo! - e com isso ele se retirou, não sem antes completar. - Acho que vocês deviam fazer o mesmo. - e subiu as escadas.

Outro silêncio se estendeu.

– Quer fazer alguma coisa? - perguntou Carly sem olhar para mim.

– Claro. Tem algo em mente?

– Bom, tenho que devolver alguns livros para a biblioteca. Quer ir? - perguntou meio receosa com a minha resposta, que foi a mais feliz que já dei.

– O QUE? BIBLIOTECA? - gritei animada virando a cabeça de uma vez em sua direção, assustando-a.

– Sim. Biblioteca. - disse lentamente estreitando os olhos. Comecei a pular de felicidade sentada mesmo. Eu adoro bibliotecas. Tinha cartão de umas cinco no Brasil. Simplesmente amo livros e ler é um vício que eu não quero tratamento.

– Eu quero ir! Eu quero ir! Eu quero ir! - disse sacudindo-a pelos ombros.

– Tá, calma calma! Pelo jeito, você gosta de ler! - disse Carly rindo.

– Gosto? Gosto? Eu amo ler, bobinha! - brinquei a fazendo rir mais.

– Ótimo, então vamos nos apressar. Tenho que devolver A Marca de Atena ainda hoje e..... - mais a interrompi com um gritinho de exclamação.

– A M-Marca de Atena? - perguntei. Ela assentiu meio assutada. Ficou ainda mais surpresa quando a puxei para um abraço.

– Eu te amo, prima! - falei.

– Laila, você tá...

– Estou ótima! Só estou feliz em saber que você também gosta de Percy Jackson! - disse.

– Que eu também...? Oh Merlim, você gosta? - disse ela soltando um gritinho igual ao meu.

– Sim, e pelo jeito você também gosta de Harry Potter, né? - perguntei. Ela assentiu sorrindo abertamente.

– After all this time? - perguntou.

– Always! - disse gritando e a abraçando. Começamos a pular ainda abraçadas, o que causou risos dos meus tios, que viam tudo.

– Essas duas. - exclamou meu tio Bob revirando os olhos, mas nós nem o ouvimos. Subimos para o quarto debatendo algo do gênero " Harry e Gina são muito fofos".