A Vida (caótica) De Uma Adolescente Em Crise. escrita por Helena


Capítulo 4
Capítulo 4: A magia que são os livros.


Notas iniciais do capítulo

Hii!!!! Como estão minhas divas? Bom, estou feliz porque voltei o mais rápido que o previsto. Espero que gostem desse.
Enjoy it



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P.O.V Laila

- CARLY!!!!! ANDA LOGO!!! - gritei do pé da escada. Como aquela garota demora! Já se estendeu duas horas desde a nossa conversa sobre sagas e ela ainda não se arrumou.

Estava a 40 longos e torturosos minutos no hall de entrada esperando-a. Que inferno! Desse jeito chegaremos na biblioteca amanhã.

Tamborilava meus dedos,impaciente, no corrimão. Eu tomei um banho de gato e vesti a primeira roupa que me ocorreu ( uma calça de lavagem escura, surrada e rasgada, camisa preta do Guns 'n Roses e all star preto de cano baixo) , enquanto ela foi experimentar o guarda-roupas inteiro. Até me maquiei ( resumindo: muito lápis de olho, rímel e um batom vermelho escuro e fosco) e baguncei meus cabelos e essa garota não desceu ainda.

Como se Deus estivesse me escutado e a avisado da minha impaciência, ouvi passos se acumulando no corredor do andar de cima. Logo, a cabeça de minha prima surgiu no último degrau.

- Calma, to descendo! - disse ela equilibrando alguns livros no braço esquerdo e apoiando a mão livre no corrimão.

- Viva! - exclamei erguendo as mãos para o alto, a fazendo rir.

Carly desceu desfilando seu figurino. Uma calça jeans escura, mas inteira, bem diferente da minha, uma blusa de moletom azul-escuro e all star vermelho. Seus cabelos lisos estavam soltos e sua maquiagem se parecia com a minha, sem o batom.

Quando parou no degrau a minha frente, encarou-me dos pés a cabeça com um olhar avaliativo e sorriu.

- Que rockeira gata! - falou.

- Você também não está mal. - disse sorrindo para provocá-la.

Ela riu enquanto descia o último degrau, o que eu estava a 40 minutos parada, e parou de frente a porta. Coloquei a jaqueta de couro preta que o tempo todo segurava entre o antebraço e meu busto.

- Vamos? - perguntou Carly assim que terminei de colocar a jaqueta. Assenti e ela abriu a porta.

Assim que paramos na soleira da porta e a fechamos atrás de nós, uma rajada de vento nos surpreendeu. O dia estava nublado. Nenhum sinal iminente de sol, o que era ótimo. Sempre me considerei um fungo: odeio o sol, ou seja, o calor. Não gosto de suar, de ficar grudenta. Simplesmente odeio.

Caminhamos pela calçada, seguindo para a direita. O tempo todo, o mesmo vento gélido e cortante nos acompanhou fazendo redemuinhos com as folhas secas ao chão, a fazendo farfalhar umas nas outras e depois no asfalto da rua.

Passaram-se dois, talvez três, quarteirões quando avistei os altos muros de tijolos vermelhos. Dois portões de ferro juntavam as pontas da muralha que seguia cada uma para um lado do portão. Atrás dos portões, se estendia uma longa escadaria que ligava o portão às portas de carvalho esculpidas da entrada da biblioteca, um prédio alto e largo, cor de madeira gasta, que mais parecia com uma fortaleza abandonada.

Fiquei simplesmente maravilhada com tudo. Era tudo tão mítico, tão mágico, que tive vontade de correr até lá e gritar para esvaziar toda a minha felicidade.

Atravessamos a rua que nos separava do paraíso dos livros. Subimos a escadaria, eu, olhando tudo e coletando informações sobre o ambiente e Carly, apenas subindo uma escadaria.

As portas de carvalho eram a única coisa que nos separava do lugar mais amado por uma pessoa louca por livros, ou seja, eu.

Carly tratou de quebrar esse pouco espaço, abrindo uma das portas e dando passagem para que eu entrasse.

Entrei deslizando no piso com desenhos de losangos de mármore. Era um lugar enorme, uma sala enorme entupida de estantes de madeira recheadas e abarrotadas de livros. Senti uma vontade compulsiva de pular de felicidade, mas o bom-senso gritou uma frase do tipo " Você fará papel de louca" e eu me aquietei.

O ambiente era iluminado pela luz que entrava pelas janelas, instaladas no alto das paredes, e por um lustre divino no meio do teto.

Estava tão feliz, tão maravilhada, tão estupefata que nem percebi Carly se distanciando e deslizando para a frente de um balcão de madeira , que, mesmo estando o tempo todo ali, à cinco passos de mim, só agora percebi.

Atrás do balcão de madeira, estava sentada uma mulher de uns 60 anos, com os cabelos majoritariamente brancos presos em um coque no topo da cabeça, com óculos circulares na ponta do nariz, ja que a mesma estava de cabeça baixa e parecia ler algo, pois seus olhos cinzentos desfilavam da esquerda para a direita.

Carly se aproximou com os livros em mãos e a mulher levantou a cabeça para fitá-la,exibindo suas rugas e suas marcas fundas de expressão.

- Olá , Senhora Tripp. - comprimentou Carly sorrindo. A mulher, que antes perecia fria e calculista, sorriu para a garota.

- Olá Carly, como está? - perguntou com uma voz arranhada da idade, porém doce e hospitaleira.

- Vou bem, e a senhora?

- Bem, obrigada. O que me trouxe? - perguntou ela realinhando os óculos tortos mais rente aos olhos. Carly colocou os livros sobre o balcão e a senhora Tripp pegou o primeiro, avaliando a capa.

- Percy Jackson e o Mar... okay, estão todos aqui? - perguntou ela recolhendo os livros e os depositando atrás do balcão.

- Sim senhora. - respondeu Carly.

- Ótimo. - disse a mulher lançando um olhar rápido de Carly para mim, mas fixando-o em mim. - Não vai me apresentar sua amiga?

- Oh sim, claro. - exclamou Carly, envergonhada. Dei um passo a frente, ficando lado a lado com Carly. - Esta é minha prima Laila. Acabou de voltar do Brasil, mas é daqui mesmo. Laila - e se voltou para mim - creio que já sabe que está é a senhora Tripp, a bibliotecária.

A mulher sorriu e estendeu a mão. Sorri de volta, apertando-a.

- Prazer te conhecer querida. - disse ela.

- O prazer é todo meu, Senhora Tripp.

- Bom, - disse ela assim que soltamos as mãos, se apoiando na pilha de livros atrás do balcão. - pelo que vi seus olhos saltarem quando entrou aqui, creio que nunca pisou em uma biblioteca, certo Laila?

- Sim e não. Na verdade, fiquei impressionada com esta em especial. As bibliotecas brasileiras são maravilhosas, porém não são como está. Essa aqui tem uma certa...

- Magia? - completou ela.

- É, exatamente. - disse sorrindo.

- Bom, fique à vontade. - disse ela.

Nos despedimos e Carly me puxou para um corredor formado de estantes. Fomos ziguezagueando por entre elas até pararmos em um.

- Bom, esse corredor é meu favorito. O das Literaturas Estrangeiras. - disse ela abrindo os braços, abrangendo todo o local.

Comecei a olhar a volta. Muitas capas dos livros ali eu conhecia. Me senti no paraíso! Apoiei os dedos em um livro e fui delineando os outros com as pontas dos dedos, sentindo as diferentes texturas, os diferentes tamanhos e os diferentes materiais. Me senti no céu!

Carly rolou os olhos enquanto examinava alguns livros. Fui logo começar a minha busca. Examinei uma prateleira inteira e encontrei um que me interessei. Puxei-o da prateleira com todo o cuidado do mundo e avaliei a capa.

- Se quiser ir lendo, ali adiante tem umas poltronas. - sussurrou Carly apontando com um gesto rápido com a cabeça para atrás de mim.

Assenti e segui pelo lugar que ela me mostrou.

Cheguei em um espaço vazio em forma de quadrado. As estantes formavam essa clareira com algumas poltronas aleatórias e alguns sofás.

Me aconchei em um no canto e comecei minha leitura. Não havia terminado nem o segundo capítulo quando Carly apareceu. Sentou-se ao meu lado, desviando minha atenção do livro para ela.

- Temos um probleminha. - sussurrou ela.


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Notas finais do capítulo

Tenho que ir. Acho que volto amanhã!
Bye!!!



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