Dama De Copas escrita por Andhromeda


Capítulo 4
A familia dele


Notas iniciais do capítulo

O nome verdadeiro da Vampira é Anna Marie - vocês vão me agradecer no final.

Gostaria de agradecer a Tathiane Rodrigues de Souza pela recomendação e agradecer todos os que estão acompanhando a minha fanfic!
Devo pedir desculpas a todos os meus leitores pela demora para responder os comentarios !
É que eu ainda acho meio estranho essa parada de comentarios ;) Não que eu esteja reclamando, entenda, é só que essa fanfic é a primeira coisa que escrevo e alguem lê - ok, essa frase ficou meio depressiva rsrsrsrsss...- mas é que na maioria das vezes eu não sei o que escrever, a não ser : obrigado.
Ah... Mais uma coisa ( sou ótima em literatura, mas um desastre em ortografia e para o meu azar o corretor automático do meu Word não esta pegando, por isso desculpe qualquer erro - acredite em mim, vocês vão encontrar)
Comentem !

Sinonimos:
Belle - Bonita
Vous - Você
Querida - Chère
Sim - Oui
Ma dame - Minha dama
Père - Pai
Maternelle - Mamãe
Non - Não
Madre Mãe (origem Italiana)
La casa A casa ( origem Italiana)
Primo piatto Primeiro prato ( origem Italiana)

Leiam as notas finais!



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– Isso não é um encontro. Declarou Vampira quando Gambit galantemente puxou a cadeira para que se sentasse.

– Claro que non ma dama, de onde vous tirou essa idéia.

– Não seja cínico Gambit, eu vi o olhar que você trocou com aquela mulher quando você disse que queria uma mesa pra nós dois. Ela acusou.

– Acredite ma dama, no lugar dela vous teria a mesma reação.

– Não teria não.

– Claro que teria, sabe por que? Ele perguntou quando se sentou na cadeira a sua frente.

– Por quê? Ela perguntou levantado uma das sobrancelhas irritada.

– Por que vous é mulher e todas as mulheres – e quero dizer todas mesmo – são românticas e especulativas.

– Você fala como se conhecesse todas as mulheres do mundo.

– Posso non conhecer todas do mundo, mas conheço todas as mulheres da família D’Angelo e aposto o que vous quiser que nesse momento a Isabella esta na cozinha conjecturando a data do nosso casamento e a madre dizendo quantos filhos bonitos e fortes você irá me dar.

– Isso é um absurdo. Ela disse sorrindo.

Non ma dama, dou 5 segundos pra uma delas vir aqui pra te interrogar e saber quais são as suas verdadeiras intenções para comigo. E como que para confirmar suas palavras uma adolescente de uns 18 anos veia na direção deles com um cardápio na mão. Ela era bonita e parecia uma copia mais nova da Italiana da recepção.

– Remy que saudade. Ela disse.

Gambit se levantou e abraçou-a da mesma forma afetuosa que havia abraçado Isabella.

– É verdade, tempo demais. Ele respondeu nostálgico. – Como vous cresceu menina.

– E você não mudou nada, quer dizer... Ela deixou a frase morrer no ar quando encarou a Vampira.

– Vampira essa é Francesca irmã da Isabella, Fran essa é a Vampira minha amiga. Ele deu bastante ênfase a ultima palavra, mas pareceu não ter nenhum efeito sobre a garota que encarava a Vampira radiante.

– Prazer. Ela disse estendendo a mão em comprimento. – Você também é uma mutante?

– Isso non é bem da sua conta menina. A repreendeu Gambit.

– Quantos anos você tem? Ela continuou o ignorando completamente.

– Hum... 17.

– Há quanto tempo você conhece o Remy? Qual é seu poder mutante? Como você e ele se conheceram? Você tem que convencê-lo a vir mais vezes aqui, o Remy vem apenas 2 vezes por ano e a madre fica muito preocupada com ele, ainda mais depois da descoberta publica dos mutantes e bláblabla...

A menina falava tão rápido que a Vampira só conseguia dar 1 resposta a cada 7 perguntas feitas – isso quando a Francesca parava para respirar.

Vampira olhou desesperada para o Gambit e percebeu que ele apenas a observava sorrindo, com um olhar de quem diz: Eu te falei.

Chére eu adoro ouvir o som da sua voz, mas estamos com fome.

– Ah... sim, aqui estão os cardápios. Ela sorriu sem graça. – Você não me contou como o conheceu, aposto que foi super romântico.

Vampira pensou no seqüestro, no Clã de Assassinos, na manipulação, perseguição e quase ser devorada por um crocodilo. Ah e a melhor parte: a Síndrome de Estocolmo.

– Ah... foi perfeito. Ela disse e Gambit gargalhou a sua frente.

– O que vous vai querer belle? Gambit perguntou quando Francesca deu uma pausa para respirar – o que não acontecia com muita freqüência – Vampira estava começando a desconfiar que Gambit e ela não fossem os únicos mutantes ali.

– Ah... não sei, eu nunca vim em um restaurante desses antes.

Oui. Ele devolveu o cardápio para Francesca e recitou. – Como entrada principal vamos querer uma salada Caprese – de tomates e mussarela – de primo piatto um Risotto Radicchio Rosso di Verona...

E ele continuou pedindo mais comidas em Italiano ao que pareceu a Vampira o suficiente para um batalhão, terminando com um bom vinho tinto. Mesmo ela não querendo admitir Gambit a estava imprecionando e o fato de que a cada minuto aquele “ não encontro” estava se parecendo mais com um encontro só fazia o coração dela bater mais rapido.

– Eu não posso beber vinho, sou menor de idade.

– De onde eu venho as crianças bebem um bom vinho antes mesmo de provar do leite de sua maternelle.

– Quer dizer que vocês embebedão as suas crianças?

Esse é o tipo de comentario que só um Americano faria. Disse Gambit sorrindo.

– Tecnicamente você também é um Americano, só que com um sotaque Francês, o que sinceramente eu nem sei por que você ainda tem.

– Oras, e porque seria chère? As mulheres adoram.

– Você é um idiota. O acusou sorrindo.

A conversa entre os dois fluia naturalmente, em poucos minutos estavam trocando brincadeiras e olhares cumprices como velhos amigos. Não existia duvidas de que Gambit fosse um conquistador inrresistivel e a Vampira descobriu o pôrque.

Não era só o charme, mas a inteligencia e ironia dos seus comentarios. Eles compartilhavam as mesmas opiniões politicas, ambos tinham viajado muito e contaram alguns dos seus pontos turisticos favoritos. Vampira descobriu que ele era fanatico por documentarios da Discovery Channel e National Geographic, em troca teve que revelar sua obseção por mini romances – aqueles livrinhos que são vendidos em bancas de jornal, que na capa sempre tem um casal quase se entregando aos pecados da carne e um titulo super mexicano como: Intenso Desejo.

Em dado momento ela perguntou o motivo de ele ter levado-a ao restaurante, mas ele apenas respondeu:

– Eu já lhe disse ma dama, isso é apenas um agradecimento. Deu de ombros e logo depois entraram em um debate acirrado sobre quem era melhor: Stephen King ou Bram Stoker

Por mais dificil que seja admitir, Gambit estava certo em relação as mulheres D’Angelo. Durante todo o “ não encontro” eles receberam varias visitas. Vampira descobriu que o restaurante era um negocio familiar e foi abraçada, comprimentada e interrogada – sutilmente por uns e por outros nem tanto – por toda a familia. De todos, quem ela mais gostou foi a Madre – como a propria fazia questão de ser nomeada – uma mulher baixinha e gorducha, com voz forte e olhos brilhantes, que fez questão de numerar todas as qualidades do Gambit, conseguindo o feito histórico de faze-lo corar como uma colegial.

Vampira adorou cada segundo. E chegou a pertubadora conclusão de que realmente gostava de estar com o Gambit, ele a fazia sentir-se uma pessoa... normal.

Naquelas poucas horas ela não era mais a adolecente godica cuja as pessoas tinham medo de tocar e que se escondia atrás de maquiagem pesada e uma mascara anti-social. Gambit conseguia trazer a tona um lado da sua personalidade que a muito havia esquecido.

Uma pequena parte dela sabia que estava dando poder de mais ao inimigo, mas era inevitável. Desde a primeira vez que seus poderes se manifestaram e ela descobriu o quanto poderia ser destrutiva, tinha feito questão de criar muros a sua volta empedindo qualquer pessoa de se aproximar demais. Era um mecanismo de defessa doloroso, mas era muito pior amar uma pessoa para depois por acidente roubar a sua vida e saber que por sua culpa nada voltaria a ser igual.

De todas as coisas que teve que suportar por causa de seus poderes, a culpa era a unico que jamais se acostumaria.

Mas aos poucos podia sentir o seu muro rachando e por mais que tentasse freneticamente preencher as lacunas que se formavam, ele conseguia apenas com um sorriso desarma-la totalmente.

Foram interrompidos pelo garçom que trouxe seu último pedido, depois de uma rodada de comprimentos, apresentações e perguntas voltaram a ficar sozinhos.

– Qual é a desse lugar? Como você conheceu essas pessoas? Ela perguntou curiosa.

– Eu tentei assaltar o restaurante.

– Como assim? Ela perguntou com olhos arregalados. – Você roubou essas pessoas?

Non, o que eu disse foi que tentei. Ele frisou – Eu tinha acabado de roubar a minha primeira moto, era jovem e arrogante. Ele sorriu nostalgico.Non era tão cuidadoso como sou agora.

O fato dele ser um ladão declarado deveria incomoda-la, mas não incomodava.

Faz apenas algumas horas que estou com ele e já estou ignorando meus códigos morais, perfeito.

– Quantos anos você tinha?

– 13

– Começou cedo.

Vous nem imagina quanto ma dama. Ele suspirou melancólico. – Meu père fez questão de que eu aprendesse a roubar carteiras antes mesmo de saber soletrar o meu nome.

– E eu que achava a minha vida com a Mistica dificíl.

– Meu père sempre me disse que o mais importante non é a honra ou o carater, mas sim se manter vivo, se queremos algo devemos toma-lo – com ou sem consentimento – e que a nossa lealdade sempre deve estar com a familia.

– Bons valores. Ela ironizou.

Vous pode estar achando isso absurdo ma dama, mas entenda, eu cresci ouvindo isso. Ela não podia ver os olhos dele por trás das lentes escurar do oculos, mas podia sentir a tristeza na sua voz e apenas isso foi o suficiente para fazer seu coração se apertar. – Eu queria colocar o maximo de distancia entre eu e a minha familia, só que no mundo real vous non sobrevive sem dinheiro, então eu fiz o que sabia de melhor...

– Você roubou. Ela completou desnecessariamente.

– Quando eu cheguei em Bayville era madrugada, minha moto presisava de gasolina e eu estava faminto, a rua estava vazia e o restaurante fechado. Ele sorriu cinicamente. – A oportunidade faz o ladrão.

– Sei...

– Era o primeiro restaurante que eu roubava na minha vida, entrar foi facil, sabia que o dinheiro ficava no cofre, a parte difícil era encontra-lo.

– Mas eu tenho certeza que você não desistiu. Ela disse irônica.

– É bom saber que me conhece tão bem ma dama. Gambit sorriu abertamente. – O cofre deveria estar no escritóri, então sai procurando, entretanto ao invez do escritório encontrei a cozinha e ela não estava vazia.

– Você foi pego. Ela disse super entretida na historia.

– Exatamente, o que eu non sabia era que a Madre antes de ir embora preparava todas as massas para o dia seguinte, quando eu a vi entrei em pânico.

– E os seus poderes mutantes?

– Naquela época eles me aterrorizavam, por mais que o meu père me pressionasse constantemente a usa-los, eu ainda non tinha controle algum sobre eles, e quando se tem o poder de esplodir coisas não é muito bom cometer erros.

– Sei exatamente como é. Ela disse triste.

– Mesmo assim eu quase explodi todo o lugar.

– O que te impediu?

– A madre me repreendeu. Ele respondeu com um sorriso tão satisfeito que sem perceber a Vampira também sorria.

Non como vous repreenderia um meliante que tenta roubar a sua loja, mas como uma criança pequena que tenta roubar o pote de biscoito, ela non estava com medo, era como se tivesse certeza de que eu non faria nada de ruim. O sorriso dele desapareceu – Foi estranho ser tratado assim quando eu mesmo me considerava um monstro.

Olhando ele agora Vampira conseguia ve-lo com 13 anos, assustado e rebelde, parado em uma cozinha totalmente desarmado por uma mulher simplesmente pelo fato de ela trata-lo pelo que ele era: uma criança.

– Foi o pior sermão da minha vida, ela me fazia tantas perguntas e por algum motivo estranho non conseguia mentir – e eu era muito bom nisso. Ele sorriu para si mesmo, pela primeira vez sem maldade, deboche ou o charme que gostava tanto de pesar em cada palavra.

Um sorriso de menino, não de homem. Ela pensou feliz por poder ver esse lado dele.

– Ela me deu o que comer, um lugar pra dormir, um trabalho como lavadores de pratos – que eu me esquivava sempre que possível – e me apresentou a familia dela.

– As mulheres que conhecemos?

Oui, são filhas da madre.

– E você gostava deles?

– No início eu odiava ter que lavar pratos, odiava as regras deles e era um garoto bem irritante. O sorriso dele se tornou nostálgico. – Ficava esperando o momento em que eles se dariam conta do problema que eu era e me mandassem embora – eu era um ladão e mutante potencialmente perigoso – ou pior, que eles me pedissem que usasse os meus poderes como o meu père, mas não aconteceu.

Quanto tempo você ficou com eles?

Non sei, alguns meses, os melhores meses da minha vida. A ultima parte foi dita com melancolia. – Ate que meu pére me encontrou.

Ela segurou a mão dele por cima da mesa e deu um aperto encorajador. Por alguns instantes seus olhares se encontraram e se prenderam. Ela não sabia por que tinha tomado a iniciativa de toca-lo, só sabia que presisava conforta-lo de alguma forma.

Talvez seja o vinho, pensou tentando se justificar.

Você não bebeu tanto assim, disse uma voz na sua cabeça, que ela fez questão de ignorada.

– Uhum... Ele pigarriou e quando continuou seu sotaque estava mais carregado. – A minha familia era bem influente, tinha muitos contatos e nas poucas vezes que eu usava os meus poderes não era exatamente discreto. O sorriso dele era tão frio que fez ela se arrepiar. – Eu era útil demais para o meu père aceitar me perder assim tão facil.

– Ele te obrigou a voltar? Era mais uma afirmação do que pergunta.

– Obrigar non é bem a palavra, ele apenas me informal que eu deveria volta para casa, onde era o meu lugar.

– E se você não voltasse?

– Simples, o restaurante seria assaltado, o que provavelmente terminaria com algumas morte e logo depois pegaria fogo.

– Você não teve escolha. Ela sussurou como se tivessem compartilhando um segredo.

– Os D’Angelo eram a minha familia, não de sangue, mas por escolha. Ele estrelaçou seus dedos e ficou olhando para as  mãos dos dois unida.Eles me escolheram, sem pedir nada em troca, non queriam o Gambit, eles queria a mim, Remy.

Ela entendia o que ele queria dizer e em parte sentia ate um pouco de inveja. Mesmo sendo aceita pelos X-Men e ter sido adotada pela Mistica, nenhum deles realmente a queria. De alguma forma sentia que todos eles conheciam e queriam apenas a Vampira, a mutante. E ali sentada naquele restaurante, encarando seu inimigo, mas talvez a unica pessoa no mundo que realmente a compreede-se. Pela primeira vez na sua vida perguntou-se: Quem protegia a Anna Marie.

– E se tem algo que aprendi na minha infância é que sempre se deve proteger a familia. Ele disse como se respondendo seus pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Quando eu comecei a escrever esse capitulo minha ideia inicial foi escrever um POV da Vampira e outro POV do Gambit, mas fui escrevendo, escrevendo e ficou grande demais!
Eu sei que disse que esse cap. se chamaria "A família dele, o passado dela", mas quando o cortei mudei de ideia - sou meio bipolar.
Desculpe pelas frases óbvias da Vampira nos diálogos. Não é que ela seja burra é só que sou ruim em diálogos - na minha cabeça ficou bem melhor.
O que vocês acham da personalidade da Vampira?
Por mais que a Vampira seja uma personagem meio pronta (graças aos meus gênios da Marvel), eu ainda tenho um medo sinistro de montar uma personagem muito parecida com a outra, então fiz ela parecida comigo, por mais que ela seja mais calma e serena que eu - acho que todo o mundo é mais calma e serena que eu, mas....
Por mais madura ou imatura que seja, ela foi inspirada em uma garota de 17 anos!
Queria focar nos sentimentos e pensamento dela em relação a ele, para que quando a historia se tornar realmente um romance você não fique se perguntando de onde surgiu tanto amor!
Adorei escrever sobre o Gambit de 13 anos - e sim, foi preciso colocar o pai dele no meio da historia - eu só queria mostrar que o Gambit poderia amar uma pessoa a ponto de abrir mão de tudo e volta para o pai carrasco, só pra não vê as pessoas que ama sofrer.

Não sei quando vou posta o próximo, mas quero que vocês saibam que vai ser toda pelo ponto de vista do Gambit e é ai que as coisas vão começar a acontecer.