Dama De Copas escrita por Andhromeda


Capítulo 18
A geladeira voltou, com um barulho ensurdecedor


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, devo um pedido de desculpas a Allissa, eu sei o que prometi e apesar de não ter começado muito bem, irei manter a promessa de escrever mais freqüentemente.
O meu maior problema – e a demora pra postar e tal – é que eu completei 18 anos e embarquei de cabeça na minha nova vida de adulta arrumando um emprego.
Essa parada de “O trabalho dignifica o homem”, eu ainda não vi, não quero desanimar vcs que não trabalham – e ainda são felizes – mas MEU trabalho pelo menos, esta arrancando meu sangue e disposição... – Deus queira que um dia isso melhore.
Mas então, não foi um dos meus melhores momentos, porem vai melhorar.
Sinônimos:
não - non
você - vous
sim - oui
gatinho - chaton
minha dama- ma dame
Patience - paciência



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Do nada tudo acabou.

Ainda meio atordoada para perceber o que tinha acontecido, Vampira soltou um gemido lamentoso, mas conforme voltava a Terra e recobrava sua sanidade – uma tarefa nada fácil, considerando que sua mente não conseguia ter nem se quer um pensamento coerente e seu coração martelava tanto que parecia querer sair do seu peito. Com muito esforço se concentrar na cena a sua frente, e descobriu qual foi o infeliz motivo que terminou com o momento mais fantástico da sua vida.

Gambit estava imprensado na parede do outro lado da sala, com nada mais, nada menos, que as garras afiadas do Wolverine a milímetros da sua garganta.

Antes que pudesse ir a sua defesa, como se o Canjun fosse um pobre mutante desprotegido, ela percebeu o campo magnético que cobria todo o corpo do Logan.

Eles vão se matar, pensou desesperadamente enquanto tentava se levantar da cama, entre tanto, por mais força de vontade que possuísse, o IV e o cansaço dificultavam um pouco seus movimento, os tornando lentos e desajeitados.

Por melhor que tivesse sido o seu primeiro beijo – verdadeiro – também havia arrancado cada gota de energia de seu corpo.

Mudando de tática, a mutante se recostou novamente na cama e se virou em direção à mesinha de cabeceira, ao lado do copo de água que a pouco havia secado, pegou um aparelhinho quadrado com um único botão, que servia para chamar a enfermeira.

Apertou o botão cada vez mais forte, mas Malik – ou qualquer outra pessoa – não aparecia e as coisas estavam ficando cada vez mais tensas.

– Parem com isso os dois. Disse Vampira, ofegante.

– Eu sabia que você estava arrumando alguma coisa, seu miserável. Grunhiu Wolverine. – Vou acabar com a sua raça.

– Vá em frente chaton, vamos vê quem sai mais machucado. A voz do francês era baixa, sua expressão não demonstrava raiva ou medo, mas uma calma letal.

Isso, mais do que qualquer outra coisa fez com que ela apertasse o botão mais freneticamente.

– Eu já disse para se afastarem. Gritou à adolescente.

A sala girou e a cabeça dela ficou em branco por 3milesismos de segundo, seu corpo caiu na cama frágil e tremulo, como se toda a sua energia tivesse escapando do seu corpo quando pronunciou as palavras, da mesma forma que o ar havia deixando seus pulmões. Em uma analise mais profunda, Vampira poderia jurar que sentiu as ondas de poder ondulando o ar, mas sua atenção foi logo atraída para as consequências de suas ações.

Gambit foi literalmente colado na parede, como se uma força superior estivesse pendendo seus pés e braços com amarras invisíveis.

Logan foi preso da mesma forma, só que antes foi arremessado à parede oposta, onde ficou agarrado a poucos centímetros do chão.

– Oh, merda. Disse a mutante, com os olhos arregalados em choque. – O que eu fiz? Pois não existia duvidas de que ela havia feito alguma coisa.

Ma dame, me solte. Disse o Canjun com suavidade.

– Não sei como. Seu coração batia forte, a ponto de martelar em seus ouvidos.

Não sabia como, por que isso nunca havia acontecido, ou melhor, não deveria ter acontecido.

A ultima vez que tinha passado por uma sensação – ou situação parecida – tinha sido quando havia absorvido os poderes da Jean, mas não tinha absorvido ninguém nós últimos...

34 dias, pensou em pânico.

O que Apocalipse fez comigo.

Ela não precisava daquilo, já era uma aberração ambulante que podia matar as pessoas com um toque, não precisava ter os poderes de outros, se manifestando a qualquer hora, para transformar sua vida em um inferno.

Tudo bem, minha vida já é um inferno, mas é um inferno previsível, pensou em um momento de lucidez.

Seus poderes só se manifestavam quando tocava em alguém, o toque era o seu gatilho.

Olhou para os olhos incomuns do Gambit e depois encarou Wolverine do outro lado da sala, que lutando para se libertar.

Qual é o meu gatilho agora?

– Apenas respire, ma dame.

– Não sei como. Repetiu ela, ainda encarando o Logan.

– Olha pra mim. Ordenou ele suavemente, à raiva e agressividade a muito esquecida. – Apenas inspire e aspire, é como andar de bicicleta, non da pra esquecer.

E como em um passe de mágica, o pânico foi diminuindo, e a garota respirou fundo algumas vezes. Quando seu raciocínio foi voltando se perguntou como ele conseguia fazer aquilo. Há alguns minutos atrás Gambit tinha conseguido fazer seu corpo quase entrar em combustão com alguns toques e agora, apenas com algumas palavras, conseguiu trazer a calma a sua alma, fazendo as partidas do seu coração mais lentas e espantando o frio aterrorizante que a cercava.

– Certo.

Oui, agora me solte. Disse carinhosamente. – É só deixar acontecer.

E aconteceu.

O Canjun foi solto e caiu sobre seus próprios pés com uma elegância felina, foi andando em sua direção, mas a mutante levantou a mão para impedi-lo.

– Não sei mais qual poder esta... armazenado em mim. As ultimas palavras saíram engasgadas e incertas. – Não seria muito inteligente se aproximar nesse momento.

Non importa, vous non esta bem. Disse preocupado, podia sentir o cansaço nela a quilômetros de distancia e não gostava nada disso.

Esta muito pálida, pensou enquanto aquela maldita raiva voltava a borbulhar dentro dele.

Como queria ter 2 minutos com o Apocalipse.

Viu-a passar a mão no curativo do IV, como se doesse, e voltava a se recosta na cama, mal conseguindo manter os olhos abertos.

Que se dane os 2 minutos, 2 segundos seriam o suficiente.

– Vou matá-lo, desgraçado. Rosnou Wolverine, ainda tentando se soltar.

Ambos o encararam.

– Tenho que falar com ele. Disse ela em lamento, não estava nem um pouco ansiosa para fazer isso. – Não acho que ele vai ser muito receptivo com você aqui.

Non vai ficar sozinha com ele. Disse resoluto.

– Não vou? Perguntou ela, levantando uma sobrancelha, ou pelo menos o que tentou fazer, realmente precisava de algumas horas de sono.

Non. Percebendo que talvez essa não fosse à melhor estratégia, Gambit suavizou o tom de voz. – Vous deveria descansar, non consegue nem manter os olhos abertos, e alguma coisa me diz que encarar o chaton agora non vai ser uma coisa muito fácil.

– Pode ter certeza disso. Concordou ela com um suspiro. – Mas se eu não fizer, ele vai te perseguir e te estripar, nós não queremos isso.

–Ah, eu vou te estripar, esquartejar, mutilar... Gritou Wolverine da parede e continuo cuspindo outras formas bem criativas de matar alguém.

– Tem certeza? Perguntou o Canjun, não totalmente convencido.

– Ele pode rosnar, mas é inofensivo.

Como que em concordância, Logan começou a soltar uma serie de palavrões bem sujos.

– Pelo menos pra mim.

Oui, mas vou voltar. A contra gosto ele se dirigiu a porta.

Não estava nem um pouco satisfeito, queria ir ate a cama e se despedir da forma correta.

Só o simples pensamento fez seu sangue esquentar e uma serie de imagens começaram a tomar conta da sua cabeça, com todas as formas possíveis – e muito agradáveis – que poderia se despedir dela. Mas o homem preso a parede, como uma mosca em uma teia de aranha e a visível exaustão dela, o fizeram se recriminar por seus pensamentos libidinosos.

Patience, pensou.

Logo, logo ela seria sua, por quanto tempo quisesse.


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