Rachel

Olhei aquele bilhete que se limitava a 4 números: “2010”

“Ok. Agora, PARE DE BRINCAR COMIGO!!!”

Acho que pensei alto demais, porque Jackie me olhou como se eu estivesse louca.

“Hum, vejamos....”

Fui até o armário e tirei de lá uma caixa de sapatos com alguns álbuns de fotos. Comecei a procurar, estava fora de ordem! Mas logo encontrei o que eu queria: o álbum de 2010.

Comecei a redigir uma carta assim que encontrei a foto que eu queria – Eu estava abraçando Finn, meu ex-namorado na porta da casa dele. Nós estávamos completamente cobertos por casacos, toucas e cachecóis, por conta da forte nevasca que havia dado na noite anterior. Nossos amigos estavam a nossa volta, rindo e brincando na neve. Lembro que as ruas estavam cobertas de neve e tirar o carro da garagem foi uma missão quase impossível. - E eu sinceramente esperava que aquilo tudo fosse loucura.

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Quinn

Olhei a carta que eu havia recebido e olhei para fora da casa. Não havia possibilidade daquilo acontecer:

“Se você realmente está no tempo que diz, aqui vai um pequeno aviso. No final da primavera de 2010, toda Chicago foi surpreendida por uma nevasca. Um surto de gripe atacou a todos. Então, agasalhe-se bem e beba bastante líquido.”

Pff... nevasca. A cada linha a certeza de que isso era uma brincadeira de mal gosto se acentuava, mas mesmo assim estava dando o benefício da dúvida à moça do futuro.

Mas aí aconteceu algo estranho. Eu estava de shorts e camiseta larga. Estava calor e eu comecei a espirrar. Loucamente. Só consegui parar quando encostei a testa no vidro e olhei para o lado.

Então vi o floco de neve. E depois outro. E outros. Até que uma grande nevasca havia começado.

“Impossível.” foi a única coisa que consegui murmurar.

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No dia seguinte...

Acordei espirrando e com uma dor chata na cabeça. Liguei na construtora e avisei que não iria trabalhar, mas isso com certeza não me impediria de resolver o negócio das cartas. O lago e toda vegetação em volta estavam cobertos por gelo. O cachorro estava enrolado com uma manta, atrás do sofá.

Eu fiz o mesmo: me enrolei em uma manta e sai com galochas até a caixa de correios, com um bilhete na mão. A caixa estava emperrada, devido a neve que estava cobrindo tudo. Levanto a bandeirinha e espero.

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Rachel

Consegui um pequeno espaço no meu dia e fui para a casa do lago. Estava ansiosa por uma resposta daquela “pessoa do passado”.

O chão estava coberto por folhas secas e a casa parecia tão abandonada, sem nenhum inquilino, mas aí notei que a bandeirinha da caixa de correios estava levantada. Corri e encontrei um bilhete com algo que me fez rir:

“ISSO PODE ESTAR ACONTECENDO?”

Tirei uma caneta do bolso e escrevi a resposta.

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Quinn

Estava voltando já pra dentro da casa, com uma crise de espirros terrível quando ouvi um rangido. A bandeirinha abaixou e levantou logo em seguida. Abandonei a manta no meio do caminho e corri até a caixa dos correios, sentindo o vento gelado nos meus braços descobertos.

Ao abrir encontrei o mesmo bilhete onde eu havia escrito “ISSO PODE ESTAR ACONTECENDO?” e logo embaixo, em uma letra diferente da minha estava apenas um “Sim.”