Quinn

Voltei para a casa do lago e comecei meu trabalho. Fiz alguns concertos simples, limpei as vidraças e reguei as plantas no solário.

Fui pintar a pequena ponte que ligava a casa a beira do lago, quando ouvi latidos. Me levantei e olhei para onde eles estavam vindo. De repente, um cachorro apareceu correndo e atravessou ponte, passando por cima da tinta e deixando várias pegadas. Então tive um estalo. O cachorro estava sentado na porta e eu corri para a sala, procurando aquela estranha carta que havia recebido.

Olhei para o cachorro e logo em seguida para a carta. E depois para as pegadas na ponte. Corri para o sótão, para ver se encontrava alguma caixa. Nada. Mas era muita coincidência aquelas pegadas, então escrevi uma resposta.

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Rachel

Seguindo as recomendações da Dra. Sylvester, tirei um dia de folga, peguei o carro com Jackie e fui em direção à casa do lago. Era cedo ainda e estava tudo bem quieto. Jackie correu pelo lugar assim que abri a porta do carro. Por um momento, me permitir admirar a paz e o silêncio do lugar, limpando minha mente dos acontecimentos do dia anterior. Então notei algo. A caixa de correios estava com a bandeirinha levantada. Fui olhar dentro e havia apenas uma folha com um recado:

"Recebi sua nota. Era pra ser algum tipo de piada? Se for, eu não entendi. Eu não sou o 'inquilino anterior.' Não houve inquilino anterior. Eu pensei que talvez você tivesse no lugar errado. Mas como é que você sabe sobre as pegadas?”

Olhei para a nota, perplexa. Aquilo era algum tipo de brincadeira? Fui até o carro, peguei um papel e caneta e comecei a redigir a resposta.

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Quinn

Depois do evento esquisito, fui até a obra para avaliar a que passo estava. Sam estava lá, mas não falei com ele. Não queria que ele ficasse falando sobre me levar para um encontro ou coisa parecida.

Quando voltei, o cachorro ainda estava lá, deitado. Reparei bem nele, achei bonitinho até: olhos caramelo, orelhas pontudas e o pelo claro todo espetado.

“Você ainda está aqui?” Falei. Como se ele fosse me responder. Ele apenas levantou a cabeça.

“Não tem casa? Donos?” Ele abaixou a cabeça novamente. Então, olhei para a caixa de correio. A bandeirinha estava levantada. Fui até lá e havia apenas uma folha, com um endereço escrito:

“1620 North Racine, tá ok.. é o mesmo endereço da primeira carta.. o que isso significa?” Fiquei curiosa.

Liguei para Santana:

“Lopez.”

“Oi Santana, sou eu...”

“Fala Fabray..”

“Queria te perguntar uma coisa...”

“Fala logo!”

“Conhece esse endereço: 1620 North Racine?”

“Hum, não.. porque?”

“Por nada..”

“Como assim, por nada Fabray? Alguma ex sua apareceu por lá?”

“Não fale bobagens Santana, só queria saber..”

“Então por que diabos você não vai lá ao invés de ficar me ligando?

“É verdade..”

“Quer que eu vá com você?”

“Apareça lá.”

“Ok.” E desligou.

Peguei o carro e segui em direção a cidade. Estava escurecendo. Quando cheguei ao dito endereço, me surpreendi.

Não havia nada. A não ser uma grande placa anunciando que logo ali seria construído um condomínio, mas nada além disso. Vi um Toyota preto se aproximar e então Santana Lopez sair dele.

Ela estava com um copo de café na mão e ficou ao meu lado fitando a enorme placa:

“E então?” Ela falou, tomando um gole de café.

“Eu não sei.”

“Não tem nada aqui Fabray.”

“É, eu reparei Lopez. Não entendo.” Tirei a nota do bolso e olhei o endereço, pra ver se estava certo.

“Ninguém mora aqui Fabray, é só um grande canteiro de obras.”

“Eu notei isso também San.” Eu só podia ter errado de endereço.

“E não vai ter pelos próximos dois anos. Só vai ser entregue em 2012 Quinn.”

“Como?”

“Veja”

Ela me mostrou na placa: 'entrega em Março de 2012'.

“Mas o quê?”

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Rachel

No dia seguinte, fui cedo à casa do lago antes do meu plantão e encontrei mais uma carta.

As palavras “Erro... confusão de endereço... confusão de datas..” me causaram estranheza.

Peguei um papel e comecei a escrever:

“Recebi sua última carta. Não tenho certeza porque estou escrevendo de volta, mas quero ver até onde isso vai.”

Quinn

Olhei mais uma vez a carta sobre a mesa e comecei a rir. Que raios de brincadeira era aquela?

“Enfim, por algum motivo, suas cartas não estão vindo até mim, então tive que dirigir até o lago para buscá-las. De qualquer forma, o endereço não está errado. Pode ter certeza. Eu sei onde eu moro ok?

E eu também sei da data. Estamos em 2012.”

Comecei a rir. Isso é insano.

“Só por curiosidade: Em que ano você pensa que estamos?”

Olhei para o calendário fixado na parede da sala, e lá estava claramente: 2010.